Programa - Comunicação Oral Curta - COC22.2 - Caminhos formativos e a Educação Popular
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO ÂMBITO DO SUS (PNEPS-SUS): DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA IMPLEMENTAÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS (2018 E 2024)
Comunicação Oral Curta
LEAL, T. S.1, SILVA, J. F. S.1, SILVA, M. R. F.2
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
2 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A Educação Popular em Saúde é uma das elaborações mais sofisticadas para potencialização de processos democráticos participativos. Sua instituição nacional em 2013, foi marginalizada do governo federal a partir de 2016, com extinção de seu Comitê (CNEPS) em 2019. Este estudo investiga como a Pneps-SUS foi implementada nos municípios entre 2018 e 2024, em meio a retrocessos democráticos.
Objetivos
Produzir diagnóstico situacional da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do SUS (Pneps-SUS), em estados e municípios brasileiros, no período de 2018 a 2024.
Metodologia
A pesquisa adota abordagem qualitativa, documental e exploratória, visando produzir diagnóstico situacional da Pneps-SUS com base nos Planos Municipais de Saúde no DigiSUS Gestor – Módulo Planejamento. A análise recairá sobre os campos Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores (DOMI), considerando presença, completude e clareza das informações. Dados serão coletados via protocolo estruturado, com foco nos ciclos 2018-2021 e 2022-2025, buscando menções à Educação Popular. Haverá complementação com dados geográficos e socioeconômicos. As fases seguintes envolvem questionário validado por comitê de ética para informantes-chave e produção, divulgação e comunicação científicas.
Resultados
Os resultados preliminares apontam para um número pequeno de menções nos campos DOMI, com predomínio das capitais dos estados. Mesmo fora da agenda da gestão federal da saúde, um número de municípios resolveu apostar no fortalecimento da educação popular em saúde como potencializadora dos processos de construção partilhada dos processos de produção de vida e democracia. É necessário, entretanto, aprofundar os estudos sobre quem são os atores sociais que podem ter produzido incidência para esse movimento de produção de resistência para essa Política. Nesse sentido, a etapa dos informantes-chave será determinante, extrapolando os limites dos instrumentos de planejamento.
Conclusões/Considerações
Os resultados preliminares demonstram como uma política pública construída num contexto produção democrática pode (re)existir nos territórios. Os resultados, em salguma medida, devem revelar os efeitos de uma conjuntura anti-democrática a uma política de protagonismo popular. Por fim, com base nos achados, será possível pensar rumos a ser tomados junto aos municípios para o seu fortalecimento.
O TRABALHO DAS AGENTES POPULARES DE SAÚDE DO CAMPO (APSC) NA CONSTRUÇÃO DO CUIDADO POPULAR EMANCIPATÓRIO NO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA DE PERNAMBUCO.
Comunicação Oral Curta
Sarmento, C. L.1, Albuquerque, P. C.1
1 IAM-FIOCRUZ-PE
Apresentação/Introdução
As APSC surgem em 2020, durante a maior crise sanitária do Brasil e do mundo, a pandemia da COVID-19, que emerge num momento de crise estrutural do capitalismo mundial. O MST com a FIOCRUZ, avançaram formando APSC, que atuam na orientação, educação, vigilância e promoção da saúde, fazendo da Solidariedade Ativa um princípio organizativo do trabalho na construção do cuidado popular emancipatório.
Objetivos
Analisar o trabalho das APSC no MST-PE e sua articulação com o SUS. Tendo como aportes teóricos, a Educação Popular Freiriana, o trabalho social em Marx, a Determinação Social em Breilh e os estudos sobre a Saúde do Campo.
Metodologia
Essa é uma pesquisa qualitativa, com referencial teórico-metodológico na Pesquisa-Ação. Os métodos da observação participante e das entrevistas abertas foram utilizados para coleta de dados. O campo teve duração de 2 anos e foram realizadas 7 entrevistas com as APSC, onde 2 delas são dirigentes. A sistematização, organização e análise das informações encontradas foram registradas por meio de gravação e diário de campo para transcrição e análise. Os dados qualitativos foram analisados a partir do referencial teórico da Análise de Conteúdo. A pesquisa está aprovada pelo comitê de ética do Instituto Aggeu Magalhães-Fiocruz, número CAAE: 74486323.5.0000.5190.
Resultados
Esse trabalho veem construindo os roçados alimentícios e de plantas medicinais de autossustentação das mulheres, produção de fitoterápicos, sabonetes e outros produtos, que são comercializadas nas feiras da reforma agrária, junto a realização do espaço de cuidado. Também realizam o acompanhamento das famílias camponesas com identificação das necessidades de saúde e articulação com a rede SUS, desenvolvendo trabalho colaborativo com a agente comunitário de saúde. Participam dos conselhos municipais e conferências de saúde, e atuam na formação das trabalhadoras, gestoras e docentes. Fortalecendo os espaços de cuidados locais, os coletivos de mulheres, o setorial de saúde e a Saúde Popular.
Conclusões/Considerações
O trabalho das APSC no acompanhamento das famílias vem produzindo o cuidado popular emancipatório na vida do cotidiano e no conhecimento nele contido, com o resgate e valorização das práticas populares e ancestrais das parteiras, rezadeiras, benzedeiras e erveiras. Fortalecendo a rede de APSC e a incorporação das práticas populares e ancestrais da saúde popular no SUS.
OS CAMINHOS DA FORMAÇÃO DE AGENTES DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA PRIMEIRA TURMA DO AGPOPSUS EM BEZERROS/PE
Comunicação Oral Curta
Melo, L.C1, Silva, I.R.V2, Carvalho, V.G.B3, Albuquerque, P.C4, Laurindo, A.M5, Araujo, Y.L.S6
1 Universidade Federal de Pernambuco -UFPE
2 Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
3 Associação dos Filhos e Amigos de Bezerros - AFABE
4 Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz PE
5 Universidade de Brasília - UNB
6 Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Período de Realização
A experiência iniciou em dezembro de 2024 e sua conclusão está prevista para ocorrer em julho de 2025.
Objeto da experiência
Relato de experiência da primeira turma da Formação de Agentes de Educação Popular em Saúde (AgPopSUS) em Bezerros, Agreste de Pernambuco.
Objetivos
Formar a turma AgPopSUS da Associação dos Filhos e Amigos de Bezerros (AFABE) e contribuir para a construção de uma rede nacional de Agente de Educação Popular em Saúde, para o fortalecimento do SUS e o desenvolvimento de territórios saudáveis e sustentáveis.
Metodologia
A Turma AFABE - AgPopSUS é formada por 20 educandas(os) do campo e da cidade. A proposta político pedagógica da formação é baseada na Pedagogia da Alternância, compreendida no Tempo Escola e Tempo Comunidade. Além disso, as pessoas educandas estão organizadas em Núcleos de Base (NBs) para desenvolver as atividades da formação. Trata-se de um programa financiado, em caráter nacional, do Ministério da Saúde e Fiocruz Brasília em parceria com os movimentos sociais populares.
Resultados
Os quatro NBs são: Esperançar, Tereza Ramos, Raízes e Flor de Mandacaru. A formação é organizada em seis eixos: o primeiro, sobre a Educação Popular; o segundo, acerca da Formação do povo brasileiro; o terceiro, tratou da Vigilância Popular, território, ambiente e comunicação; o quarto eixo, discutiu o SUS e práticas populares de cuidado; o quinto, sobre a Soberania alimentar e o combate à fome; e, por último, o sexto eixo, que foi escolhido pela própria turma, é Participação e Controle Social.
Análise Crítica
A experiência vem sendo desenvolvida a partir das várias realidades locais, uma vez que a turma é formada por lideranças e pessoas atuantes em seus territórios, majoritariamente mulheres. Desse modo, a experiência tem sido exitosa e, por meio da construção coletiva do plano de ação, problematizado a partir das realidades dos territórios (campo e cidade), está sendo criado o Comitê Popular da AFABE em Defesa do SUS (COMPADES).
Conclusões e/ou Recomendações
A formação tem a Educação Popular em Saúde como método, caminho e horizonte. A experiência demonstra o potencial desse saber fazer para articular sujeitos, territórios e ações, coletivamente, gerando consciência crítica, organização e mobilização popular. Vale salientar que, enquanto primeira turma do município, a experiência evidenciou desafios que demandam o fortalecimento do programa e a multiplicação de agentes atuando em cada comunidade.
FORMAÇÃO DE AGENTES DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE (AGPOPSUS) EM PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
Albuquerque, PC1, Delforge, IP2, Samico, SL3, Araújo, YLS3
1 Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz Pernambuco
2 Coordenação estadual do AgPopSUS/ IAM-PE
3 Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz PE
Período de Realização
Setembro de 2024 a Junho de 2025
Objeto da experiência
A implantação e desenvolvimento do Curso de formação de Agentes de Educação Popular em Saúde em Pernambuco
Objetivos
Descrever a implantação e desenvolvimento do Curso de Formação de Agentes em Educação Popular em Saúde;
Apresentar os primeiros módulos do curso e sua operacionalização
Analisar o processo de construção coletiva e seus desafios
Descrição da experiência
O Curso AgPopSUS teve a formação dos educadores realizada em setembro de 2024 e suas turmas de educandos foram iniciadas em novembro e dezembro de 2024 abrangenso todas as regiões do estado de Pernambuco (Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão). Foram implantadas 30 turmas com 20 educandos cada.
Foram desenvolvidos os eixos 1 (Educação Popular), 2 (Formação do Povo Brasileiro), 3 (Territorio, Comunicação e Vigilância Popular) e 4 (SUS e as práticas populares de cuidado)
Resultados
O curso está sendo desenvolvido com êxito com um grande envolvimento dos educandos e boas perspectivas de desenvolvimento de ações populares nos territórios.
A mobilização dos movimentos sociais para garantir seus militantes e ativistas frequentando o curso tem sido bastante grande e exitosa.
Houveram problemas no financiamento do curso o que atrasou o seu desenvolvimento que deveria estar sendo concluído em junho de 2025.
Os resultados das turmas serão apresentados na Mostra dos Trabalhos.
Aprendizado e análise crítica
A participação dos movimentos sociais junto com o IAM/ Fiocruz PE tem sido uma experiência muito rica de construção do curso. Todos os movimentos participantes tem se dedicado ao curso, especialmente à mobilizaão, preparo das aulas, das visitas aos serviços de saúde, demonstrando compromisso com o SUS e com a proposta da Rede de Educadores. A proposta de formação do Comitê em Defesa do SUS tem sido abarcada por algumas turmas, na perspectiva de reforço ao controle social.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a Educação Popular em Saúde é de grande importância para o SUS e para a mobilização da população na sua defesa e melhoria do seu funcionamento. A proposta do curso também coloca-se como exitosa, conseguindo atrair e mobilizar lideranças comunitárias e populares para as pautas da Saúde.
Recomenda-se desenvolver novos estudos para acompanhar o desenvolvimento da proposta e sua implementação, buscando sistematizar os aprendizados
VIGILÂNCIA POPULAR NA FORMAÇÃO DOS COLETIVOS DE SAÚDE DO MOVIMENTO DE ATINGIDOS POR BARRAGENS NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
Machado, R.M.1, Queiroz, J.T.M. de2, Silva, P.N.2, Santos, M.O.S. dos3, Silva, M.B.O.4, Maggi, L.B.4, Dias, A.P.5, Lobato, G. de V.C.6, Netto, G.F.6
1 CAAPS/Fiocruz Pernambuco
2 IRR/Fiocruz
3 Lasat/Fiocruz Pernambuco
4 Movimento dos Atingidos por Barragens
5 EPSJV/Fiocruz
6 VPAAPS/Fiocruz
Período de Realização
O ciclo formativo ocorreu de outubro de 2024 a abril de 2025.
Objeto da experiência
As contribuições da vigilância popular em saúde e ambiente na formação dos coletivos estaduais de saúde do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
Objetivos
Analisar a experiência nacional de formação dos coletivos de saúde do MAB, considerando a vigilância popular como eixo transversal no desenvolvimento do projeto pedagógico.
Descrição da experiência
A cooperação técnica entre a Fiocruz e o MAB proporcionou a construção de um ciclo pedagógico para consolidar os coletivos de saúde nos estados de: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Ofertadas em 3 dias, as oficinas discutiram temas como: SUS, Determinação Social da Saúde e as Vigilâncias. As turmas foram formadas por 30 pessoas, sem a exigência de experiência prévia com os saberes e práxis do campo da saúde coletiva.
Resultados
A Vigilância Popular foi debatida segundo as experiências de vida dos atingidos em seus territórios, considerando as transformações sobre esses espaços, sobre as práticas do comum e vínculos comunitários a partir do avanço de empreendimentos e outros processos produtivos. Viu-se que a vigilância, naturalmente exercida nos territórios, faz parte do contexto diário de diferentes populações ameaçadas constantemente pelo capital, e pelas repercussões de processos locais de racismo ambiental.
Aprendizado e análise crítica
Os coletivos foram formados para analisar criticamente a realidade, tendo em vista um conceito de saúde ampliado, produzido socialmente como nos ensina a Determinação Social da Saúde. Neste caso, a vigilância, similarmente, contribui para a difusão da saúde em contexto ampliado, ao evidenciar o papel social danoso da apropriação da natureza decorrente do desenvolvimento sobre a teia da vida. Reconhecer a complexidade das dimensões da saúde contribui para as lutas populares que a reivindicam.
Conclusões e/ou Recomendações
Os resultados mais imediatos desta experiência indicaram a necessidade de elaborar pesquisa-ação para desenvolver novo ciclo formativo centrado prioritariamente na vigilância popular. Esta, por sua vez, assume, enquanto práxis metodológica, a defesa da saúde dos povos e territórios e o enfrentamento às formas de produção que desconsideram a diversidade de projetos de sociedade que não priorizam a acumulação capitalista.
ESCOLA NACIONAL POP RUA: O APOIO INSTITUCIONAL E A EDUCAÇÃO POPULAR ENQUANTO FERRAMENTAS DO TRABALHO INTERSETORIAL COM A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Comunicação Oral Curta
GOMES, R. R.1, MACHADO, M. P. M.1, DAMÁSIO, M.F.2, SANTOS, S. G. A.1, ARAÚJO, V. L. F.1, ELIAS, F. M. G.1, ARAUJO, M. C. S.1, CANÇADO, S.O.L.1, CARVALHO, G. J. C.1, CAMPOS, B. C.1
1 Fiocruz Brasília/ NUPOP
2 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Agosto de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
A experiência da Escola Nacional Pop Rua, do Colaboratório Nacional Pop Rua, no território nacional
Objetivos
Apresentar a experiência de trabalho da Escola Nacional Pop Rua, suas ações e metodologias, no trabalho com a população em situação de rua.
Metodologia
A Escola Nacional Pop Rua é parte do Colaboratório Nacional Pop Rua e atua diretamente no fortalecimento e qualificação dos movimentos sociais que representam e atuam com a população em situação de rua. É formada por 7 profissionais (coordenação, professores e pessoas com trajetória de rua). Sua atuação é itinerante e opera a partir de oficinas volantes (em todo o território nacional) em espaços onde a PSR está, tendo como fundamento a educação entre pares.
Resultados
No período entre março de 2023 e março de 2025, a Escola realizou formações no DF (Plano Piloto e Taguatinga), Curitiba, São Paulo, Salvador, Goiânia, Campo Grande, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Natal, mobilizando e qualificando aproximadamente 1.500 pessoas.
Análise Crítica
Entre as metodologias utilizadas pela Escola Nacional Pop Rua estão o Teatro do Oprimido, Rodas de Conversa, Oficinas com diferentes temáticas, todas as metodologias estão baseadas na Educação Popular e na Educação Entre Pares. Neste contexto, as atividades da Escola com os movimentos sociais são construídas integralmente com a participação das pessoas com trajetória de rua, dos territórios nos quais as atividades acontecem
Conclusões e/ou Recomendações
As ações da Escola Nacional Pop Rua valem-se também da lógica do Apoio Institucional, considerando o desenho e as responsabilidades federativas, o papel da sociedade civil e das políticas públicas. Assim, o trabalho de formação realizado favorece que as políticas públicas e os atores e instituições participantes, possam transversalizar conhecimentos, práticas e leituras políticas, fortalecendo a autonomia da PSR.
COMO O INVESTIMENTO NAS ASSOCIAÇÕES DE LIGAS ACADÊMICAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PODE FORTALECER O TEMÁTICA DENTRO DAS GRADUAÇÕES
Comunicação Oral Curta
Santos, A.C.R.C1, Fonseca, E.L2, Maia, V.B1
1 UNINOVE
2 UFRJ
Período de Realização
O relato de experiência se basea nos 18 meses de atuação da Associação Ligas Acadêmicas de Saúde de Família
Objeto da experiência
Fortalecimento da saúde coletiva e da formação em atenção primária à saúde a partir da articulação da ALASF com Ligas Acadêmicas em todo o Brasil.
Objetivos
Relatar a experiência da Associação brasileira de ligas acadêmicas de saúde da família (ALASF) no fortalecimento da atenção primária e da saúde coletiva por meio da mobilização, crescimento e articulação de Ligas Acadêmicas, com foco na promoção da educação popular e do cuidado territorial.
Descrição da experiência
A ALASF tem articulado ações de fortalecimento das ligas de saúde da família e saúde coletiva promovendo formações, encontros e estímulo ao protagonismo estudantil. O número de ligas cadastradas passou de 52 para 125 em um crescimento de 240,38% em um período de 18 meses. Tal avanço se relaciona a participação da ALASF em eventos regionais e nacionais sobre medicina de família e comunidade, criação de simpósios com as ligas e o envolvimento da SBMFC e ABEFACO.
Resultados
O fortalecimento institucional da ALASF consolidou nacionalmente as ligas engajadas com a promoção da saúde coletiva. Promovendo visibilidade às práticas e ampliaram a formação com enfoque territorial e popular, além de fomentar ações interdisciplinares. Dessa forma, o investimento das associações brasileiras que atuam na APS trouxe notoriedade ao movimento estudantil que defende a ESF, fazendo com que os estudantes de instituições públicas e privadas se aproximassem da causa.
Aprendizado e análise crítica
A escuta ativa entre gestão e ligas revelou a importância da representatividade regional, da valorização da diversidade territorial e da construção horizontal e multiprofissional do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação da ALASF evidencia o protagonismo estudantil para o fortalecimento da APS, por meio das ligas. Essa articulação em âmbito nacional contribui para a qualificação da formação profissional de estudantes da área da saúde em diferentes regiões do país, fortalece a integração entre ensino-serviço-comunidade e reafirma a atenção primária à saúde como eixo estruturante para a transformação do cuidado em saúde no Brasil.
ESPELHOS ENTRE MARGENS: FORMAÇÃO-AÇÃO EM SAÚDE COMO TRAVESSIA DE SABERES ENTRE POVOS DAS ÁGUAS E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
PEIXINHO, B. C.1, FLORES, M. G.1, SILVA, E.S.1, MEDEIROS, A.C.L.V1, ALBUQUERQUE, D. O.1, GURGEL, I. G. D.1, SANTOS, M. O. S. S1
1 IAM-Fiocruz/PE
Período de Realização
De novembro de 2024 a junho de 2025, nos estados de Pernambuco e da Paraíba.
Objeto da experiência
Formação-ação integrada entre comunidades tradicionais da pesca artesanal e profissionais do SUS, fundamentada na educação popular em saúde.
Objetivos
Ofertar formação decolonial para as comunidades pesqueiras, valorizando seus saberes ancestrais e autonomia do cuidado em saúde. Promover, simultaneamente, o aprimoramento crítico do cuidado ofertado na Atenção Primária à Saúde (APS) para comunidades pesqueiras, estimulando práticas intersaberes.
Descrição da experiência
A experiência articula dois percursos formativos integrados: um curso livre de agentes populares de saúde dos povos das águas e um curso de aperfeiçoamento para profissionais da APS. Ambos construídos a partir das vivências e escutas territoriais, em um processo de formação-ação decolonial ancorado na educação popular. Temas como corpo-território, mapeamento participativo, racismo, injustiça ambiental, direitos em saúde e saberes tradicionais orientaram os módulos presenciais e remotos.
Resultados
A formação-ação estreitou vínculos entre povos das águas e profissionais da APS. Os cursos encadeados impulsionaram o aprendizado coletivo nas comunidades da pesca artesanal, estimulando a autonomia no cuidado à saúde e a capacidade de reivindicação de direitos em saúde e socioassistenciais. Os/as profissionais de saúde passaram a reconhecer a determinação social da saúde e os saberes tradicionais desses povos, promovendo cuidados mais dialógicos e territorializados.
Aprendizado e análise crítica
O processo formativo integrado fortaleceu os saberes e organicidade das comunidades pesqueiras e guiou a formação dos/as profissionais da APS. O aprendizado das/os pescadoras/es ampliou a atuação como agentes populares de saúde na luta por direitos. Tensionaram-se hierarquias de ser, saber e poder, atravessadas por disputas e discursos da colonialidade. O desafio segue em criar dispositivos pedagógicos que desestabilizem certezas ontológicas e convoquem um diálogo ético-político transformador.
Conclusões e/ou Recomendações
Evidenciou-se a potência de modelos formativos que valorizam o território, os saberes populares e os sujeitos enquanto protagonistas no cuidado à saúde e na luta por direitos. Recomenda-se a institucionalização, nas políticas de educação permanente, de metodologias de escuta e devolutiva que considerem a justiça socioambiental e reconheçam os territórios como espaços legítimos de produção de conhecimento, cuidado e ação política em saúde.
METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E INOVADORAS NA EDUCAÇÃO POPULAR PARA ESTUDANTES DE SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral Curta
Fernandes, P. E. N.1, Melo, L. S.1, Santos, J. A.2, Santos, R. S.2, Aguiar, B. C. M.2, Maciel, I. B.2, Santos, N. E. F.2, Martins, G. A.2, Santiago, M. C. S.2, Campos, A. C. M.2
1 Fiocruz Brasília
2 Universidade de Brasília
Período de Realização
Março a junho de 2025, curso presencial realizado pela Fiocruz/DF, com apoio da UnB – Campus Ceilândia.
Objeto da experiência
Descrever metodologias exitosas da Educação Popular na formação em saúde, com práticas participativas e dialógicas com estudantes.
Objetivos
Difundir novas metodologias formativas sobre Educação Popular, estimulando pensamento crítico, autonomia e atuação cidadã de estudantes da saúde em temas como SUS, políticas públicas, alimentação, saúde mental e território.
Descrição da experiência
A formação contou com encontros presenciais com estudantes da saúde da UnB, mediados por dois educadores. Aplicaram-se metodologias participativas como rodas de conversa, Phillips 66, oficinas e diálogos deliberativos. Os temas incluíram SUS, saúde mental e políticas públicas. Inspirada em Paulo Freire, a proposta valorizou a escuta, os saberes populares e o território, promovendo autonomia, criticidade e protagonismo estudantil.
Resultados
Os encontros fortaleceram o vínculo entre teoria e prática, destacando metodologias inovadoras como Phillips 66 e diálogo deliberativo. Essas dinâmicas promoveram maior engajamento, pensamento crítico, autonomia e escuta ativa dos estudantes. A experiência evidenciou o potencial dessas práticas para enriquecer a Educação Popular, transformando o ensino e formando profissionais comprometidos com o SUS e os territórios.
Aprendizado e análise crítica
A vivência evidenciou a potência da Educação Popular na formação crítica e humanizada. A escuta ativa e a troca horizontal estimularam autonomia e consciência política. Destacou-se o protagonismo estudantil, o vínculo com o território e a construção coletiva do saber. A Educação Popular foi reafirmada como ferramenta de resistência, resgate de saberes tradicionais e promoção da participação social, articulando teoria e prática nos princípios do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que novas metodologias da Educação Popular fortalecem a formação crítica e cidadã, promovendo protagonismo e vínculos com o território. A experiência reforçou a importância de espaços formativos horizontais e participativos, articulando teoria e prática. Recomenda-se a ampliação de práticas pedagógicas libertadoras na formação em saúde, valorizando saberes populares e o diálogo como caminhos para consolidar o SUS e promover justiça social.
GRUPO DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE “UNIDOS SOMOS MAIS”. UMA PROPOSTA DE PROMOÇÃO A SAÚDE ATRAVÉS DE PRÁTICAS COLETIVAS.
Comunicação Oral Curta
Flores, P. H.1, Reis, J.C.1, Drumond, A.S.1
1 SMAS/BH
Período de Realização
Fevereiro de 2023 a junho de 2025
Objeto da experiência
Iniciativa voltada à promoção da qualidade de vida, educação popular em saúde e cultura da paz nos territórios
Objetivos
Promover atenção contínua na APS, fortalecendo vínculos, protagonismo e autonomia dos usuários, com escuta ativa e cuidado coordenado.
Envolver a comunidade no planejamento e execução, garantindo ações de saúde alinhadas às necessidades locais e promovendo transformação social.
Descrição da experiência
O projeto busca integrar a Equipe de Saúde da Família, Núcleos Ampliados da Saúde da Família e profissionais da APS com a comunidade, promovendo cuidado integral e cultura da paz, alinhada às diretrizes da UNESCO. Ao enfrentar a violência e incentivar os valores que provem a cultura da paz contribui para uma convivência mais cooperativa, promovendo resolução pacífica de conflitos na saúde e na sociedade.
Resultados
Grupo de Educação Popular em Saúde “Unidos Somos Mais” está implantado desde fevereiro de 2023 em 12 os centros de saúde de Belo Horizonte. Até junho de 2025 foram realizados 38 encontros com a participação média de 20 a 30 usuários perfazendo um total de 1069 beneficiários diretos. os usuários começaram a compartilhar suas habilidades, oferecendo novas práticas ao grupo, o que gerou uma rica troca de saberes e fortaleceu a dinâmica do grupo, promovendo empoderamento e colaboração entre todos.
Aprendizado e análise crítica
A participação da Comissão Local de Saúde tem sido fundamental para a divulgação do projeto na comunidade. Com o apoio da gerência local e dos profissionais de saúde, foi possível aumentar a conscientização sobre os benefícios do projeto e incentivar a participação comunitária. A Comissão atuou como multiplicadora, promovendo o engajamento da população. Esse apoio fortaleceu os vínculos entre os usuários e a equipe de saúde, garantindo o sucesso e continuidade do projeto.
Conclusões e/ou Recomendações
O Grupo Unidos Somos Mais tem sido um espaço de aprendizado colaborativo, empoderando os usuários para alcançarem o bem estar e saúde. O processo favoreceu a criação de vínculos entre os usuários e promoveu o autocuidado apoiado e melhoria da saúde e bem estar da comunidade. A multidisciplinaridade e prática diversificadas possibilitou uma abordagem completa e eficaz, superando a visão tradicional biomédica do cuidado centrada apenas na doença
O POVO CUIDANDO DO POVO EM DIÁLOGO COM O SUS: PESQUISA POPULAR EM SAÚDE COM PROTAGONISMO DE MULHERES E JOVENS NA AGROECOLOGIA E JUSTIÇA ALIMENTAR
Comunicação Oral Curta
NIEMEYER, C. B.1, SANTOS, A. P. C.2, WEITZMAN, R.3, SOUZA, T. S. N.4, SEABRA, J. E1, CARVALHO, K. P.3
1 CCSP / Fiocruz
2 Centro de Integração na Serra da Misericórdia (CEM)
3 CPDA/ UFRRJ
4 UNIRIO
Apresentação/Introdução
Este projeto envolve pesquisa popular em saúde, educação e extensão, e dá continuidade a uma experiência anteriormente realizada na Terra Prometida, uma comunidade do complexo da Penha, na cidade do Rio de Janeiro. É uma pesquisa qualitativa, desenvolvida pela Fiocruz, em parceria com um movimento social do território, a clínica da família local, o Consea-Rio, e com o apoio de universidades.
Objetivos
Investigar o grau de (In)segurança alimentar na Terra Prometida e comunidades adjacentes, identificando seus desafios e potencialidades, bem como desenvolvendo formações para promover Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) no território.
Metodologia
O projeto “O povo cuidando do povo em diálogo com o SUS: articulando uma rede de cuidado em Saúde, Justiça Alimentar e Agroecologia com protagonismo das mulheres e jovens” é uma pesquisa-ação-participativa em processo, que abarca um conjunto de ações com uma abordagem interseccional de classe, gênero, raça e etnia, com foco nas múltiplas dimensões da SSAN. Apoiado na Educação Popular, o projeto contempla: curso de educação continuada para Agentes Comunitários em Saúde; formação para mulheres; oficinas de comunicação popular para jovens; oficinas de pesquisa popular, tendo em vista um Diagnóstico Participativo e Territorial em SSAN, transversal e complementar a essas formações.
Resultados
O projeto está em construção e ainda sem resultados, mas é tributário de uma pesquisa feita entre 2021 e 2022, que investigou desafios e potencialidades de três territórios subalternizados frente à pandemia de Covid-19. Essa experiência prévia destacou a gravidade da insegurança alimentar na Terra Prometida e apontou a agroecologia como uma alternativa potente. Isso motivou a participação da clínica da família local no atual projeto, que pretende ser um piloto para o desenvolvimento de uma metodologia de diagnóstico territorial e participativo em SSAN, com possibilidade de adaptação a outros territórios, como proposto pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional municipal (Consea-Rio).
Conclusões/Considerações
‘O povo cuidando do povo em diálogo com o SUS’ é um projeto construído a muitas mãos, que visa atender interesses de todos os parceiros, mas principalmente das pessoas contempladas pela pesquisa. A geração de dados e as formações têm como objetivo principal contribuir para potencializar a comunidade para atuar em favor da sua SSAN, com o fortalecimento de iniciativas territoriais, e a ampliação da capacidade de incidência política sobre o Estado.