
Programa - Pôster Eletrônico - PE07 - Comunicação e Saúde
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE VACINAÇÃO: UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DAS MÍDIAS SOCIAIS DA RIDE-DF
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
A comunicação de risco e engajamento comunitário são essenciais para enfrentar hesitação vacinal e infodemia. Este artigo analisa discursos sobre vacinas nas redes sociais da RIDE-DF, explorando seu impacto nas campanhas de vacinação e na saúde pública.
Objetivos
Este estudo tem como objetivo analisar discursos sobre vacinas nas redes sociais da RIDE-DF, impactos na adesão às campanhas e categoriza comentários (dúvidas, críticas, negacionismo).
Metodologia
Pesquisa analisou perfis oficiais de 33 municípios da RIDE-DF no Instagram (jan/2023 a jan/2024), selecionando aqueles com conteúdo sobre vacinação e interação via comentários. Foram excluídos perfis fora da região ou sem postagens sobre vacinas. Utilizou-se análise de conteúdo (Bardin, 2016) para categorizar comentários em: questionamentos, reclamações e negacionismo, e análise de discurso (Mendes e Miskulin, 2017) para interpretar significados. O estudo garantiu anonimato dos dados, seguindo princípios éticos para preservar privacidade e integridade dos participantes.
Resultados
Estudo analisou 12 perfis de mídias sociais na RIDE-DF com engajamento em vacinação, identificando 133 interações: 75,1% questionamentos simples (dúvidas sobre faixa etária, locais e datas de vacinação), 13,5% reclamações (falta de profissionais e vacinas), 5,2% posições negacionistas (concentradas em uma região) e 3,7% sugestões. Os dados revelam predominância de busca por informações básicas, baixa adesão ao discurso antivacina (pós-2022) e oportunidades para melhorar comunicação em saúde. Resultados apontam necessidade de estratégias direcionadas a esclarecer dúvidas frequentes, responder críticas e monitorar discursos negacionistas localizados.
Conclusões/Considerações
Estudo na RIDE-DF analisou comentários sobre vacinas, destacando dúvidas, reclamações e negacionismo. Revelou necessidade de comunicação clara e estratégias de engajamento para combater desinformação. Ferramentas como 'Fala BR' e Ouvidoria do SUS podem fortalecer confiança ao responder dúvidas. Comunicação transparente e adaptada às necessidades locais é essencial para aumentar adesão vacinal.
MÍDIA, PANDEMIAS E DESINFORMAÇÃO: NARRATIVAS E HISTORICIDADES QUE RESSIGNIFICAM A SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Doutoranda em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Comunicação e Informação em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Jornalista com pós-graduação lato sensu em Revisão de Texto.
2 Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fundação Oswaldo Cruz (PPGICS/Icict/Fiocruz). Doutor e mestre em Comunicação pela UFF.
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Apresentação/Introdução
À luz das matérias publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre a covid-19 e a partir da tipologia proposta por Williams (1979), observamos o que de “arcaico” (algo reconhecidamente do passado) sobre a gripe espanhola comparece no presente (“emergente”) sob a forma “residual”, como resto que interfere no modo como a nova emergência sanitária é narrada e a relação com a desinformação.
Objetivos
Compreender se, e em que medida, os textos do jornal O Estado de S. Paulo sobre a covid contêm “resíduos” da cobertura noticiosa que, embora qualitativamente diferente, difundia em larga escala orientações para prevenir e combater a gripe espanhola.
Metodologia
De caráter qualitativo, este estudo está calcado na análise de conteúdo de Bardin (2011) para observação da cobertura jornalística sobre a gripe espanhola e a covid-19. O jornal escolhido é O Estado de S. Paulo, um dos três mais vendidos do país, consultado por meio do Acervo Estadão. O recorte temporal abrange outubro de 1918, pior mês da espanhola no Brasil, e maio de 2020, início do registro de mais de mil mortes/dia por covid no país. O objetivo é identificar quais sentidos emergem das páginas do jornal em 1918 e comparecem em 2020, a partir da tipologia de Williams (1979), categorizada como “arcaico”, “residual” e “emergente”, e a possível relação com o fenômeno da desinformação.
Resultados
A cloroquina (“emergente”), sugerida contra a covid-19, e o sal de quinino (“arcaico”), contra a gripe espanhola, têm som, grafia e indicação médica semelhantes. As “coincidências” parecem ter sido catalisadoras para que falas públicas desinformativas do ex-presidente Bolsonaro encontrassem ressonância. Em 2020, o remédio é propagado como eficaz contra a covid pelo então presidente e chega a ser vinculado, como piada, à ideologia partidária, como pode ser o observado na manchete de 19 de maio: “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína”. Ainda que de forma “residual”, cloroquina e tubaína remetem ao passado e ativa sentidos sobre os usos (eficientes?) do medicamento.
Conclusões/Considerações
O uso da cloroquina como profilaxia contra a covid-19, defendida pelo ex-presidente Bolsonaro, mostrou-se uma grande peça de desinformação. Entretanto, o fenômeno não seria suficiente para garantir o apoio ao medicamento. Como resultado, destacamos que o “residual” sobre o uso do quinino no combate à gripe espanhola compareceu em 2020, sob a forma de homofonia, na adesão de parte da população.
(DES)INFORMAÇÃO SOBRE DOENÇAS E CONDIÇÕES NEUROLÓGICAS NA POPULAÇÃO BRASILEIRA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
2 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Humanidades.
Apresentação/Introdução
A crescente disseminação de notícias falsas e informações sem respaldo científico tem intensificado o debate sobre o acesso da população brasileira a informações confiáveis em saúde. No contexto das condições e doenças neurológicas, esse desafio torna-se ainda mais relevante, tanto pelo desenvolvimento recente e contínuo da área quanto pelos estigmas historicamente associados a esses transtornos.
Objetivos
Avaliar o nível de informação sobre doenças neurológicas e a exposição à desinformação em saúde na população geral.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal realizado com adultos brasileiros. A amostragem foi realizada a partir de duas abordagens: por voluntariado (divulgação do estudo em mídias e canais digitais) e por conveniência (presencialmente, com recrutamento em locais e vias públicas). Os dados foram coletados em maio de 2025, por meio de um instrumento pré-testado que incluía perguntas sociodemográficas, de conhecimentos em saúde e de exposição à desinformação e notícias falsas. Os dados foram avaliados por análises descritivas e a associação das variáveis foi investigada pelo teste Qui-Quadrado, considerando um nível de significância de 5%.
Resultados
Dos 312 participantes, apenas 40 (12,8%) declararam-se muito informados sobre doenças neurológicas, enquanto 33 (10,6%) perceberam-se muito desinformados. Não foram observadas associações significativas entre os níveis de informação sobre doenças neurológicas e variáveis sociodemográficas (idade, escolaridade e sexo). Mais de 75,0% da amostra relatou já ter recebido ou lido notícias falsas na área da saúde; seis (2,5%) mencionaram ter recebido informações falsas sobre autismo, e dois (0,8%) sobre Alzheimer. Na questão aberta sobre temas de interesse para receber mais informações, doenças neurológicas (como demências e autismo) foram citadas espontaneamente por 19 participantes (6,1%).
Conclusões/Considerações
Os resultados sugerem que, de forma geral, o nível de informação sobre doenças neurológicas é baixo na população estudada. A informação circulante sobre elas ainda é insuficiente, mas há interesse no tema. A alta prevalência da exposição à informação falsa denota vulnerabilidade à desinformação. A informação correta sobre doenças neurológicas é essencial para promoção de saúde e conhecimentos, além da redução de estigmas.
O SUS É POLÍTICA PÚBLICA E NÃO CARIDADE: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS, LIDOS PELA COMUNICAÇÃO E SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Apresentação/Introdução
Na última década, assiste-se a um avanço voraz da agenda neoliberal sobre uma das políticas públicas mais abrangentes, o Sistema Único de Saúde (SUS), com vistas a desmontes e retrocessos que têm impactado diretamente a população. Mas, esse quadro não tem prescindido de dois elementos centrais: a vigência de governos de direita (2016-2018; 2018-2022) e as notícias produzidas pela grande mídia.
Objetivos
Investigar e analisar, historicamente, que sentidos têm sido mobilizados nas narrativas midiáticas que atualizam uma noção de assistência e caridade, tributárias de uma formação social longeva que concebe a saúde como objeto de misericórdia.
Metodologia
Metodologicamente, usamos a Narratologia como aporte teórico-metodológico interdisciplinar na Comunicação e Saúde capaz de capturar os sentidos presentes nas narrativas produzidas por jornais centenários, como a Folha de São Paulo e O Globo, que emolduram rastros históricos, pistas significativas, relações de disputa, temporalidades e espacialidades, além das noções de cuidado e assistência que se revelam verdadeiros sintomas sociais. Analiticamente, queremos observar essas “ideologias em migalhas”, esses resíduos, que orientam a forma como tais periódicos atualizam dada noção de saúde como misericórdia que interferem na forma como a população participa do Sistema Único de Saúde (SUS).
Resultados
Nos últimos anos, dois dispositivos legais – a Emenda Constitucional nº 95, conhecida como “EC do teto de gastos”, e a Lei Complementar 200/2023, batizada como “Novo Arcabouço Fiscal” – mantiveram as premissas das propostas defendidas pelo então ministro da Saúde, do Governo Michel Temer, Ricardo Barros. Entretanto, a forma como as narrativas produzidas pelos jornais investigados anuncia a restrição orçamentária da Saúde, justificando-a como necessária frente ao “tamanho” do SUS, atualizam formas históricas de construção da assistência à saúde esvaziando sua potência como política pública, obstaculizando, assim, a forma como as pessoas sentem, utilizam e participam no nosso sistema de saúde.
Conclusões/Considerações
A construção da assistência como lugar do exercício da virtude e da fama dos “homens bons” na gestão da misericórdia e da administração pública como base do império ultramarino português reforça as noções de caridade e filantropia como catalizadoras da percepção de que “há muitos direitos em nossa Constituição”, já destacado pelo ex-ministro da Saúde Ricardo Barros. Esvaziado de sua potencialidade, o SUS acaba sendo reduzido à benesse do Estado.
INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS SOBRE A EPIDEMIA DA DENGUE NO BRASIL: ENTRE A (DES)INFORMAÇÃO E A (DES)IGUALDADE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UnB e IBICT
2 UNIRIO e IBICT
Apresentação/Introdução
Trata dos desafios e preocupações decorrentes de uma infodemia, cujo caso de estudo é a epidemia da dengue na América do Sul, especialmente no Brasil. Focaliza a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) nas suas relações bio-políticas e ações políticas de comunicação, difusão e promoção do acesso a informações e conhecimentos técnico-científicos.
Objetivos
Discutir as políticas de comunicação, difusão e promoção do acesso a informações e conhecimentos técnico-científicos sobre a epidemia da dengue no Brasil, como vias inclusão e de minimização das desigualdades sociais.
Metodologia
A investigação qualitativa abrangeu abordagens exploratória e descritiva, a partir de estudos bibliográficos e documentais, particularmente nos sites da OMS e da OPAS, em pesquisas realizadas em maio de 2024. No site da OMS, foi utilizado o termo “dengue” no campo de busca, quando se teve acesso a 98 documentos, distribuídos em 20 páginas. No site da OPAS, onde constavam tópicos para pesquisa, encontrou-se o tópico “dengue”, dividido em destaques, próximos eventos, informações detalhadas, gerenciamento da prevenção da dengue, guias, manuais e cursos. Os resultados foram analisados a partir das relações de bio-poder, propostas por Foucault.
Resultados
A OMS publicou quase uma centena de documentos sobre a dengue, todos voltados à promoção da saúde e do bem-estar das pessoas nesse contexto. Destacam-se aqueles que diziam respeito à comunicação de riscos e mobilização da comunidade. A OPAS apresenta, em seu site, links e muitas informações a respeito da dengue, dos seus riscos e das medidas para a sua prevenção e o seu controle. Também publica documentos que alertam, atualizam e buscam conscientizar a sociedade de forma clara, particularmente quanto à desinformação, já estudada na Ciência da Informação e que traz novos desafios diante da propagação de fake news.
Conclusões/Considerações
DDocumentos técnico-científicos são publicados e divulgados em linguagem técnica e popular, como informações públicas, que possam minimizar os riscos de contaminação do vírus em suas dimensões sanitárias e informacionais, com vistas ao seu estudo, compreensão, prevenção, controle e combate. O acesso a informações científicas propicia o seu uso consciente e responsável na gestão da vida, promovendo a minimização das desigualdades sociais.
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE: REFLEXÕES PARA POLÍTICAS PÚBLICAS DE ROTULAGEM DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
Pôster Eletrônico
1 Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde da Universidade Federal de São Paulo, campus Diadema (Nats Unifesp Diadema)
2 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Apresentação/Introdução
A rotulagem de bebidas alcoólicas é uma estratégia de comunicação em saúde adotada internacionalmente para alertar sobre os riscos do consumo de álcool. Os formatos e conteúdos das mensagens variam entre países, refletindo diferentes abordagens. Compreender como essas mensagens são construídas e percebidas é essencial para qualificar o debate público e apoiar políticas de promoção da saúde no Brasil.
Objetivos
Analisar qualitativamente os formatos e mensagens utilizados na rotulagem de bebidas alcoólicas em revisões sistemáticas (RS) internacionais e refletir sobre suas implicações na comunicação em saúde e diálogo com políticas públicas no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, documental e analítico, baseado na leitura temática de seis revisões sistemáticas publicadas entre 2012 e 2025, identificadas por meio de busca estruturada em bases especializadas. A análise concentrou-se na descrição dos tipos de rótulo (calóricos, nutricionais, advertências textuais, gráficas ou combinadas), nos conteúdos das mensagens e nos desfechos comunicacionais avaliados, como percepção de risco, apoio, reconhecimento e intenção de consumo.
Resultados
Seis RS foram analisadas, quatro abordaram rótulos de advertência textual, três avaliaram mensagens calóricas ou nutricionais e duas incluíram rótulos combinados com múltiplos elementos. O apoio público aos rótulos de advertência foi superior a 70% e variam de alertas genéricos (beber é perigoso para a saúde), específicos como (álcool causa câncer) ou como diretriz de risco (máximo de 2 doses/dia). Uma meta-análise indicou que 64% dos indivíduos apoiam a presença de rótulos calóricos (IC 95%: 53%–73%). As abordagens gráficas e os rótulos combinados geraram maior percepção e reconhecimento, embora mensagens específicas sobre doenças, como câncer e cirrose, demonstraram maior impacto.
Conclusões/Considerações
Estratégias que utilizam elementos gráficos ou combinam diferentes conteúdos mostram maior potencial de engajamento, embora seus efeitos comportamentais ainda sejam incertos. Esses resultados vão subsidiar a elaboração de um workshop com gestores de políticas públicas e um seminário com profissionais de saúde e pacientes com perfil abusador, com o objetivo de qualificar o debate sobre rotulagem de bebidas alcoólicas no Brasil.
O SUICÍDIO E A COVID-19: A SINGULARIDADE DAS MATÉRIAS JORNALÍSTICAS DOS PORTAIS DE NOTÍCIA DO ESPÍRITO SANTO
Pôster Eletrônico
1 Ufes
Apresentação/Introdução
O suicídio é um acontecimento singular por excelência, com causas e consequências individuais e coletivas. No Brasil, os casos cresceram 6% entre 2011 e 2022. O jornalismo, enquanto forma de conhecimento cristalizada no social e localizada no campo da Comunicação e Saúde, articulou sentidos sobre o tema no contexto da pandemia, selecionando e hierarquizando informações sobre ambos os fenômenos.
Objetivos
Compreender, a partir das modalidades de apreensão da realidade objetiva, como a covid-19 e o suicídio foram abordados nas matérias dos portais de notícia do Espírito Santo, publicadas entre os dias 11 de março de 2020 e 5 de maio de 2023.
Metodologia
A seleção das matérias foi feita no SIGCOVID-19, uma ferramenta de monitoramento das atividades de 21 portais de notícia do Espírito Santo, durante a covid-19, desenvolvido pelo Observatório de Saúde na Mídia. Foram utilizadas, para a busca, as palavras-chave “suicidio and pandemia” e “suicidio and coronavirus”.
Na sequência, o banco de dados resultante foi de 147 matérias, entre notícias, colunas, artigos e serviços. Posteriormente, informações do corpus de análise foram cadastrados no REDCap, gerando uma tabela no Microsoft Office Excel com título, data de publicação, veículo, editoria, espaço, fontes ouvidas e elementos de edição de cada uma das unidades informativas.
Resultados
O volume encontrado de matérias contrasta com os números concretos de mortes por suicídio no estado, que foram 251 em 2020; 264 em 2021; 243 em 2022 e 303 em 2023, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2025. Da mesma forma, apenas 18 matérias do corpus, que corresponde a 12,24%, traziam o “suicídio” no título, ou seja, tinham como o foco principal esse tema.
Ao analisarmos o conteúdo dos outros 87,76% do corpus, percebe-se o suicídio é abordado de forma secundária. No geral, as matérias relacionam outros problemas de saúde mental, como a ansiedade e a depressão (43,54% e 48,98% respectivamente) aos efeitos da pandemia de covid-19.
Conclusões/Considerações
Na cobertura jornalística do suicídio durante a pandemia, o fato singular de maior destaque, na maioria do corpus é a própria covid-19, como se este fosse o mais importante quando não o único acontecimento catalisador do sofrimento mental e dos problemas sociais na contemporaneidade. A morte voluntária, embora seja um fenômeno de expressão única, aparece, muitas vezes, como uma das particularidades de um contexto maior da crise sanitária.
CIBERPUBLICIDADE, BIG TECHS E ALGORITMOS: ATRAVESSAMENTOS E RISCOS AO DIREITO À SAÚDE E AOS PRINCÍPIOS DO SUS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 UFRJ/Fiocruz
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa, para elaboração de uma tese, parte do conceito de ciberpublicidade (Azevedo, 2012), enquanto fenômeno social de comunicação no atual contexto digital regido por big techs, com redes sociais e plataformas mediadas por algoritmos, para debater sobre possíveis atravessamentos e riscos desse processo no direito à saúde, que é universal no Brasil, e nos princípios do SUS.
Objetivos
A partir dos elementos da ciberpublicidade, interatividade-relevância-experiência, identificar possíveis atravessamentos e riscos do atual contexto digital ao direito à saúde e aos princípios do SUS: universalidade, integralidade e equidade.
Metodologia
Nesta etapa da pesquisa de doutorado, que antecede a análise de campanhas publicitárias, a metodologia adotada foi uma pesquisa referencial bibliográfica com base em estudos de autores da Saúde Coletiva e da Comunicação e Saúde como Azevedo (2012); Almeida Filho (2011); Jaime Breilh (2015); Araújo e Cardoso (2007); Stevanim e Murtinho (2021); Cardoso e Rocha (2018) e no artigo 196 da Constituição (1988) e na Lei Orgânica da Saúde (1990). Com base na revisão bibliográfica e na legislação, foram identificados e listados possíveis riscos e atravessamentos do atual contexto digital de comunicação ao direito à Saúde e aos princípios e diretrizes do SUS: universalidade, integralidade e equidade.
Resultados
Na universalidade, com a interferência da interatividade, relevância e experiência como se faz um debate de perspectiva universal? Existe recorte e interferência individual na forma de comunicação que pode impactar a noção de construção coletiva, pois esses elementos são subjetivos e individuais. Essa forma de recortar o mundo nas redes é ainda mais estimulada pelos feeds personalizados, via algoritmos, customizados com base nos gostos pessoais. Processo que também afeta a integralidade e a equidade, com a fragmentação de iniciativas e com a falsa impressão de que o digital traz uma forma democrática de se comunicar, mas as plataformas são espaços privados e reproduzem desigualdades.
Conclusões/Considerações
Esta pesquisa aponta para a necessidade de aprofundar investigações relacionadas aos atravessamentos do digital e do fenômeno da ciberpublicidade na noção de direito universal à Saúde existente no Brasil. O SUS e a Constituição foram desenhados em outro momento histórico, dessa maneira, pesquisas são necessárias para aprimorar e compreender melhor essas reconfigurações e evitar que essas mudanças ameacem o direito à Saúde e o SUS.
CAMPANHAS DE HIV, DESFECHOS EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS: PRECISAMOS FALAR SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E INCLUIR A COMUNICAÇÃO EM SAÚDE NO DEBATE
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 SES-DF
Apresentação/Introdução
As mudanças ocorridas na sociedade, especialmente nos direitos humanos e na comunicação, exigem uma avaliação contínua das intervenções de comunicação na Vigilância em Saúde. Apesar dos investimentos anuais em campanhas sazonais, não há respostas satisfatórias para HIV e aids no Brasil. Entre 2012 e 2023, o país registrou cerca de 542 mil casos da infecção pelo HIV e 1.165.599 casos de aids.
Objetivos
Analisar a relação das campanhas de HIV e aids com os desfechos epidemiológicos e operacionais na resposta brasileira ao HIV e à aids entre 2012 e 2023.
Metodologia
Trata-se de pesquisa de doutorado, de natureza exploratória e abordagem qualitativa, que adota a Triangulação de Métodos e usa técnicas das Pesquisas Documental e Comparativa, das Análises Temática de Conteúdo e Estatística e da Avaliação Normativa. Analisou 66 cartazes, 24 vídeos e 20 áudios de campanhas de HIV e aids; 10 notas técnicas e 9 roteiros elaborados por gestores e técnicos do Ministério da Saúde; dados epidemiológicos e operacionais; e uma planilha com valores investidos para a produção e a veiculação das campanhas de 2012 a 2022. Os dados foram coletados em sites do MS e via LAI, sistematizados, comparados, avaliados e analisados à luz da Comunicação e Vigilância em Saúde.
Resultados
Há um descompasso entre as solicitações e as execuções, pois nenhuma foi atendida totalmente, e significativa falta de informações sobre métodos de prevenção como PEP e PrEP. Embora as campanhas possam ter contribuído para aumento do diagnóstico no período analisado, não houve aumento no tratamento. Percebeu-se possível relação entre personagens e determinantes sociais, mas silêncio em relação ao porquê de estarem nas campanhas. Ao se comparar as mídias e a cobertura de PrEP, pode-se perceber que não alcançam populações-chave e prioritárias ao HIV, pois os principais usuários(82%) são do sexo masculino, brancos(55%), entre 30 e 39 anos(43,5%), com mais de 12 anos de escolaridade(71%).
Conclusões/Considerações
É imperativo reformular as campanhas, bem como destacar a Comunicação em Saúde para melhorá-las, resultando em decisões mais assertivas para HIV e aids. Não basta incluir um jovem, gay e preto como protagonista é preciso destacar o porquê de ele continuar sendo a principal vítima da infecção pelo HIV e como superar esses problemas nas diferentes dimensões da Vigilância em Saúde.
A COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO À FAMÍLIA NA UTI NEONATAL NO CONTEXTO PANDÊMICO – INTERFACE ENTRE ACOLHIMENTO, COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Os desafios advindos das medidas restritivas pela pandemia da COVID-19 no espaço intensivista neonatal, despertaram para (re)organização de estratégias capazes de influenciar novas práticas de cuidado e comunicação em saúde com vistas a informar e acolher, em especial, os pais de neonatos hospitalizados. Nesse contexto, vê-se os recursos audiovisuais como potenciais instrumentos de apoio.
Objetivos
Desenvolver e validar vídeos educativos como ferramenta de apoio à comunicação entre equipe multiprofissional e familiares de neonatos hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) em período pandêmico.
Metodologia
Pesquisa ação participativa vinculada a pesquisa operacional baseada nas mudanças de rotina da UTIN de um hospital público baiano em decorrência da pandemia em 2022. A primeira etapa do estudo envolveu observação sistemática à luz da Teoria Ambientalista de Nightingale, identificando alterações nas ambiências física, psicológica e social. Após os achados, nas demais etapas, foram elaborados roteiros e produzidos três vídeos educativos animados sobre: “Prematuridade”, “Monitor” e “Sonda gástrica”. A validação dos vídeos ocorreu por análise quantitativa (Índice de Validade de Conteúdo) e qualitativa (análise de conteúdo), com 14 especialistas: 13 da saúde e um da comunicação audiovisual.
Resultados
Os vídeos obtiveram alta validade de conteúdo, com IVC entre 98,9% e 99,6%. A análise qualitativa originou três categorias ancoradas na Teoria Ambientalista de Nightingale: Acolhimento familiar mediado por audiovisual (Ambiência Psicológica); Comunicação equipe/família mediada por audiovisual (Ambiência Social); e Educação em saúde sobre a ambiência da UTI Neonatal (Ambiência Física). Os especialistas destacaram os vídeos como instrumentos inovadores, sensíveis e tecnicamente adequados, capazes de favorecer o vínculo comunicacional e fornecer subsídios informativos relevantes aos familiares quer seja na modalidade remota ou presencial.
Conclusões/Considerações
A validação atestou a aplicabilidade do audiovisual como estratégia de comunicação e educação inovadora, qualificada e humanizada na UTIN. Para os especialistas é um recurso favorável e replicável em outras unidades do mesmo cuidado, pois pode auxiliar na integração entre equipe, família e rede de apoio. Recomenda-se pesquisas futuras que trabalhem a validação dos vídeos na perspectiva dos familiares de neonatos hospitalizados.
COBERTURA MIDIÁTICA SOBRE CAUSALIDADES DA MICROCEFALIA ASSOCIADA A EPIDEMIA DO ZIKA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DE PESQUISA
Pôster Eletrônico
1 UFPE
2 UFPE; IAM/Fiocruz-PE
Apresentação/Introdução
Dez anos dos primeiros casos de microcefalia epidêmica no Brasil e a despeito das rigorosas evidências da associação dos casos com a infecção por Zika virus na gestação, outras hipóteses de causalidade continuam sendo veiculadas. A a mídia tem sido um dos meios de popularização de informações sobre a doença em função do caráter dramático dos casos e dos impactos para mulheres/mães e crianças.
Objetivos
Analisar como a cobertura midiática dos casos de microcefalia ocorridos no Brasil a partir de 2015 abordou discursos concorrentes sobre as causalidades da doença.
Metodologia
Pesquisa documental que teve como fonte de dados matérias divulgadas em sites de notícias nacionais sobre hipóteses de causalidade associadas aos casos de microcefalia ocorridos no Brasil desde 2015. A pesquisa está em andamento e o primeiro levantamento exploratório contemplou notícias veiculadas entre agosto de 2015 e junho de 2024. A busca foi realizada através do Google Chrome identificando notícias que relacionaram outras causas ou tendencias explicativas para a ocorrencia dos casos que não o Zika virus. As notícias foram armazenadas em PDF e organizadas em planilhas contendo links para as matérias, data de publicação, informações principais das notícias e hipóteses de causalidade.
Resultados
Foram selecionadas 13 notícias, sendo nove de portais de notícias, e quatro de sites de cunho informativo. Os principais fatores de possíveis causalidades apontados nas matérias estiveram relacionados a vacinas, infecções por outras causas, contaminação por larvicidas, herbicidas ou cianobactérias, uso de álcool e outras drogas durante a gestação, questões nutricionais maternas, problemas de abastecimento de água e condições econômicas. Duas grandes corporações midiáticas, Globo e BBC Brasil, foram as divulgadoras da maior parte das notícias. Cerca de 60% das matérias fizeram referência a médicos/as e cientistas como fontes de informação dos fatores de causalidade.
Conclusões/Considerações
A epidemia de microcefalia afetou as famílias socialmente vulnerabilizadas cujos contextos de vida há muito eram marcados por exclusões diversas. As informações científicas que chegam às pessoas comuns por meio da mídia passam por diferentes filtros baseados em interesses morais, econômicos, políticos e ideológicos, o que as tornam uma ferramenta cada vez mais importante nas disputas político-sanitárias.
VÍRUS E VERBO: IMPLICAÇÕES SOCIOCIENTÍFICAS DAS FAKE NEWS NA PANDEMIA
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 SENAI/CIMATEC
Apresentação/Introdução
As fake news impactaram significativamente a condução da pandemia de covid-19. A desinformação nas mídias sociais comprometem a saúde pública e as notícias falsas influenciam comportamentos, promovem desconfiança em instituições e agravam desigualdades sociais, exigindo ações coordenadas de enfrentamento à infodemia que perduram no pós-pandemia.
Objetivos
O estudo reflete sobre os impactos das fake news na Covid-19, analisando como a desinformação afeta a saúde pública e os comportamentos sociais. A reflexão originou o capítulo “Fato ou Fake”, no livro Difusão do Conhecimento (Edufba, no prelo).
Metodologia
A pesquisa adotou abordagem qualitativa e exploratória, fundamentada em revisão de literatura. Foram selecionadas fake news sobre a covid-19 veiculadas entre março e maio de 2020, analisadas com base em estudos científicos e dados de fontes confiáveis. Utilizaram-se bases como PubMed e Scielo, com os descritores "fake news", "infodemic" e "misinformation", combinados com "coronavirus". Também foram consultadas notícias de portais como G1, UOL e Folha de S. Paulo. As informações foram organizadas e interpretadas criticamente, buscando refletir sobre os impactos das fake news na saúde pública.
Resultados
Os resultados revelam que as fake news na pandemia de Covid-19 impactaram a saúde pública, induzindo ao uso de medicamentos sem comprovação e práticas perigosas. Geraram desconfiança em instituições e estruturas de saúde, como o Ministério da Saúde, a OMS, universidades e o próprio SUS enquanto sistema público. Também fortaleceram discursos xenofóbicos e eugenistas. A população mais vulnerável, com menor acesso à educação e informação, foi a mais afetada. A pesquisa destaca a importância de combater a infodemia com fontes confiáveis e ações educativas promovidas por universidades e órgãos de saúde.
Conclusões/Considerações
A disseminação de fake news na pandemia comprometeu políticas públicas de saúde, minou a confiança em instituições científicas e agravou vulnerabilidades sociais. É urgente fortalecer estratégias interinstitucionais contra a desinformação, promovendo educação crítica e letramento midiático para garantir acesso equitativo à informação confiável.
ENTRE ESCUTAS E DIÁLOGOS: A COMUNICAÇÃO EM SAÚDE COMO FUNDAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Camaragibe-PE
2 Universidade Federal Rural de Pernambuco
Apresentação/Introdução
A comunicação em saúde é primordial na Atenção Primária à Saúde (APS), uma vez que possibilita a troca de saberes entre os profissionais e pacientes (NUNES, 2019). A mesma fortalece o processo de trabalho e as relações terapêuticas, que vão desde o planejamento individual ao comunitário (SILVA, 2009; CORIOLANO-MARINUS et. al., 2014).
Objetivos
O objetivo deste trabalho é analisar como a comunicação eficaz na APS aprimora as relações entre profissionais e usuários, aperfeiçoando os resultados em saúde e fortalecendo a confiança no serviço.
Metodologia
Trata-se de um estudo teórico, fundamentado através de revisão de literatura sobre a comunicação em saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). A construção da análise baseou-se em três eixos conceituais: Comunicação em Saúde, Atenção Primária à Saúde e Pessoal da Saúde. Para a discussão, foram selecionados estudos que abordam a interação entre profissionais da saúde e usuários, comunicação na prática em saúde e a humanização do cuidado construída através da comunicação.
Resultados
Destaca-se, que a comunicação ativa melhora a experiência do paciente no serviço de saúde, que vai desde a adesão ao tratamento e a satisfação no cuidado, ademais, constata-se que a formação contínua em habilidades de comunicação, é um processo fundamental para os profissionais da saúde (CHIMITH et al., 2011; NUNES, 2019; CORIOLANO-MARINUS et. al., 2014). Assim sendo, segundo, Pimentel, et. al., (2022) a comunicação eficaz tem o potencial e a capacidade de moldar comportamentos, visto que a mesma faz parte do dia a dia e da construção das relações interpessoais (CHIMITH et al., 2011).
Conclusões/Considerações
A comunicação eficaz na APS fortalece vínculos, humaniza o cuidado e melhora os resultados em saúde. Ao qualificar a escuta e o diálogo, promove maior adesão ao tratamento e confiança no serviço. Conclui-se, portanto, que a comunicação, mais do que uma ferramenta, é um ato terapêutico e político, capaz de transformar relações, promover o cuidado integral e reafirmar o compromisso ético com a saúde pública de qualidade.
(DES)COMPASSOS DA COBERTURA VACINAL E JORNALÍSTICA NA PANDEMIA DE COVID-19
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
A pandemia da Covid-19 destacou-se pela rápida transmissão do vírus e pela corrida global por vacinas, com imunizantes como AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer e Janssen chegando ao Brasil em 2020. Simultaneamente, houve uma infodemia de informações, impulsionada pelas mídias e redes sociais, que evidenciou a importância da comunicação em saúde na confiabilidade dos fatos e informações divulgadas.
Objetivos
Analisar as informações midiáticas expostas em 21 jornais do estado do Espírito Santo em relação às vacinas da Covid-19 durante o período da pandemia e as relacionar com os dados sobre a vacinação na população do estado do Espírito Santo.
Metodologia
Foram coletados dados entre 29/12/2019 e 06/05/2023, abrangendo do início da pandemia ao seu fim oficial pela OMS. Utilizando a busca “AND vacina OR coronavirus OR covid” na plataforma SIGCOVID-19, identificaram-se 15.231 matérias. Após critérios de exclusão (repetição, fora do tema, citação em link), restaram 5.308. As notícias foram inseridas no software Redcap e analisadas. Em paralelo, dados do Painel de Vacinação foram processados no SPSS 21.0, com categorização específica. Frequências absolutas e relativas, quadros e gráficos foram elaborados. Aplicou-se o teste de Spearman para avaliar correlação entre volume de notícias e aplicação de doses, devido à não normalidade dos dados.
Resultados
As matérias jornalísticas e a vacinação contra a Covid-19 apresentaram picos nas SE 33 e 38 de 2021 (1ª dose) e SE 25 de 2022 (2ª dose). Em 2021, início da vacinação, houve 77,4% das publicações de matérias jornalísticas, com predomínio do caráter informativo. A análise estatística mostrou correlação fraca em 2021 (r=0,218) e forte em 2022 (r=0,805) entre os dados. Do total de matérias, 74,1% usaram fontes oficiais. Dados do Painel Covid-19 do ES revelaram baixa adesão à dose de reforço, desigualdade racial e falhas no registro, com até 69% das categorias sem informação. Os picos de vacinação e publicações coincidiram em agosto de 2021, refletindo avanço vacinal e maior cobertura midiática.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou correlação positiva moderada entre a publicação de matérias jornalísticas e a aplicação de vacinas no ES. Houve queda nas duas variáveis analisadas nos anos de 2022 e 2023. Dados incompletos no painel estadual limitam inferências. Observa-se desigualdade vacinal entre municípios do estado, reforçando a necessidade de estratégias regionais para ampliar a cobertura entre as cidades e ações para ampliação da dose reforço.
DIÁLOGOS E GESTOS: A COMUNICAÇÃO NO CAAIS ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E PACIENTES
Pôster Eletrônico
1 FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAUDE / IMIP
2 FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAUDE
Apresentação/Introdução
A comunicação na saúde assegura a autonomia do paciente e fortalece a confiança entre ele, sua família e os profissionais. A falta de habilidades comunicacionais pode levar a erros graves e falta de adesão. O CAAIS promove práticas interprofissionais de qualidade, focadas no usuário do SUS, para melhorar a assistência de moradores da comunidade de Tijolos.
Objetivos
- Compreender práticas de comunicação verbal/não-verbal na relação entre equipe interprofissional e paciente da Comunidade de Tijolos no CAAIS.
- Identificar a efetividade dessas práticas
- Descrever a percepção do paciente atendido no CAAIS
Metodologia
Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, de caráter interpretativo e compreensivo, sendo apropriada para a busca do entendimento de fenômenos complexos específicos, em profundidade, com natureza social e cultural. Como método, utilizou-se o Estudo de Caso, que investiga um fenômeno em profundidade, em seu ambiente de vida real e seu contexto. O estudo foi realizado no CAAIS (Centro de Atenção e Aprendizagem Interprofissional em Saúde), ambiente acadêmico da Faculdade Pernambucana de Saúde, Recife. O CAAIS tem o objetivo de oferecer atenção à saúde de forma interprofissional para moradores da comunidade de Tijolos. Foram entrevistados 12 pessoas, sendo 6 pacientes e 6 profissionais de saúde.
Resultados
Algumas categorias emergiram com as falas. A comunicação verbal é eficaz, embora barreiras como diferenças culturais e falta de tempo dificultem o entendimento entre profissionais e pacientes. Quanto à comunicação não verbal, a postura acolhedora, escuta ativa e linguagem corporal são fundamentais para demonstrar atenção ao paciente. A relação terapêutica é impactada pela linguagem corporal, mas há barreiras nas expectativas divergentes sobre os serviços prestados e o alinhamento de prioridades no planejamento do cuidado. A saúde mental dos profissionais também é afetada pelo estresse decorrente de plantões longos, impactando o acolhimento.
Conclusões/Considerações
A análise das entrevistas no CAAIS aponta que a comunicação verbal e não verbal é eficaz, mas enfrenta barreiras como diferenças culturais e expectativas divergentes. Há desafios na formação dos estudantes e impacto do estresse nos profissionais. A linguagem corporal e aparência influenciam a relação terapêutica. O diálogo claro com os pacientes é essencial para a qualidade do cuidado.
AUTODIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE VIA TIKTOK: UM ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE CONTEÚDOS DIGITAIS SOBRE TDAH NA IDENTIFICAÇÃO COM O TRANSTORNO
Pôster Eletrônico
1 UERJ
Apresentação/Introdução
O TDAH é um tópico em alta na atualidade. Nas redes sociais, conteúdos com intuito de conscientização, relatos pessoais ou que mobilizam o humor para falar do diagnóstico são frequentes. Tomando o TikTok como plataforma de destaque especialmente entre os jovens, faz-se necessário atentar para a sua influência no autodiagnóstico do transtorno.
Objetivos
Investigar a ocorrência de sugestões diagnósticas em vídeos sobre o TDAH publicados no TikTok que correlacionam comportamentos com sintomas do transtorno e seus possíveis impactos em termos de promoção de um autodiagnóstico.
Metodologia
Foi realizada uma netnografia na rede social TikTok, onde pesquisou-se por “TDAH” na caixa de buscas da plataforma. Através do filtro de “contagem de curtidas”, os resultados obtidos foram ordenados, com o propósito de encontrar os conteúdos nessa temática de maior alcance. Os cem primeiros vídeos foram selecionados para análise.
Resultados
A observação destes vídeos nos dá pistas do panorama geral dos conteúdos produzidos. Boa parte deles encenam situações caricatas atribuídas ao TDAH, seja através do humor ou com o intuito de retratar conflitos de quem sofre com o transtorno. Os produtores variam de profissionais que se dizem especialistas em TDAH – com ou sem o transtorno – a pacientes pessoalmente implicados no tema. Podemos verificar que há um reforço positivo da relação entre situações como distrações, confusões ou esquecimentos, bem como comportamentos e características triviais, e o TDAH.
Conclusões/Considerações
No contexto brasileiro em que os acessos formais a diagnósticos e tratamentos são desiguais, o universo mais democrático das redes sociais encurta a distância entre a demanda e a informação. Dado que um diagnóstico não se dá isoladamente, mas de modo coletivamente performativo, a propagação de conteúdos sobre TDAH em uma rede amplamente utilizada tem impacto direto na forma como o transtorno é interpretado diante do social.
PERFIL DE INFLUENCIADORES COM DEFICIÊNCIA NO INSTAGRAM E TIKTOK: DESAFIOS E POTENCIALIDADES PARA AÇÕES EM COMUNICAÇÃO E SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 PPGICS/Icict/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O avanço da midiatização da saúde em plataformas digitais tem alçado cidadãos ao papel de mediadores sobre temas relevantes ao direito à saúde. Busca-se entender o papel de Pessoas com Deficiência (PcD) nesse cenário, suas estratégias, apontando desafios e potencialidades na Comunicação e Saúde.
Objetivos
Objetiva-se mapear os tipos de influenciadores com deficiência e suas estratégias de visibilidade no Instagram e TikTok. Busca-se identificar temas abordados a partir da perspectiva da Saúde Coletiva e avaliar ações de acessibilidade dos conteúdos.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório qualitativo, complementado com revisão de literatura, para mapear influenciadores brasileiros com deficiência. Critérios de inclusão: maiores de 18 anos com perfis ativos no Instagram e TikTok. Partiu-se da lista de indicados ao Prêmio iBest, categoria Diversidade e Inclusão, para formular uma lista de 10 influenciadores mais seguidos, por tipo de deficiência (física, visual, auditiva e intelectual). A complementação ocorreu com busca ativa nas plataformas. Foram analisados número de seguidores, temas, estratégias comunicativas, acessibilidade do conteúdo, parcerias (pública e privada) e grau de profissionalização. Dados coletados até 7 de junho de 2025.
Resultados
O estudo mapeou 226 perfis de influenciadores brasileiros com deficiência no Instagram e no TikTok. Os 40 selecionados foram enquadrados como: mega influenciadores (+1 milhão de seguidores), com predomínio de PcD física e intelectual; destacam-se entre os macro (+100 mil), as PcD visual, e há maior concentração de pessoas surdas como micro (1 mil a 100 mil). Foram identificadas abordagens sobre humor, estilo de vida, mensagens motivacionais, moda, beleza e outros. 40% dos perfis denunciaram experiências de capacitismo. 27% dos perfis têm algum recurso de acessibilidade comunicacional. Parcerias com a saúde são raras; prevalece a lógica comercial e do entretenimento.
Conclusões/Considerações
Influenciadores PcD podem ser aliados na mediação de informações sobre saúde, pois formam comunidades segmentadas ao abordar suas rotinas e temas relacionados à deficiência. Eles têm maior alcance no Instagram. O foco comercial e a limitada acessibilidade do conteúdo podem distanciá-los de uma comunicação alinhada aos princípios do SUS. Estudos futuros ampliarão a análise de micro influenciadores como mediadores de Comunicação e Saúde.
COBERTURA JORNALÍSTICA DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA NO BRASIL: ENQUADRAMENTOS, LACUNAS E IMPLICAÇÕES PARA POLÍTICAS PÚBLICAS
Pôster Eletrônico
1 FGV/EAESP e Instituto Paulista de Resistência aos Antimicrobianos
2 FGV/EAESP
Apresentação/Introdução
A resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde global. No Brasil, o Plano de Ação Nacional prevê estratégias de comunicação ainda pouco estruturadas. Considerada uma “ameaça silenciosa”, a RAM tem baixa visibilidade pública. Este estudo analisa como a mídia molda sentidos, legitima prioridades e influencia políticas sobre o tema.
Objetivos
Analisar como a resistência antimicrobiana tem sido abordada pela mídia brasileira de grande circulação e suas implicações para a formulação e implementação de políticas públicas no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo com base em análise de conteúdo temática de matérias jornalísticas sobre RAM publicadas entre 2014 e 2024 nos jornais “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”. As matérias foram coletadas por meio de bases de dados online com uso de palavras-chave relacionadas ao tema (resistência antimicrobiana, superbactérias, infecções resistentes). A análise considerará: (1) frequência e volume de cobertura; (2) termos e expressões empregados; (3) microrganismos mencionados; (4) enquadramentos discursivos; (5) atores e fontes mobilizadas; (6) soluções apresentadas.
Resultados
Há uma ênfase nos riscos globais e as soluções concentram-se em medidas como desenvolvimento de novos medicamentos e uso apropriado com foco na responsabilização individual. Observa-se a centralidade de especialistas biomédicos e organizações internacionais, com baixa presença de vozes da sociedade civil ou usuários do SUS. Há escassez de matérias que tratem de determinantes sociais da RAM, como desigualdades no acesso à saúde, saneamento e informação. A responsabilização da indústria farmacêutica e do agronegócio aparece de forma marginal. O enquadramento dominante combina um discurso alarmista com soluções incrementais, sem questionar o modelo de produção e consumo de antimicrobianos.
Conclusões/Considerações
A cobertura jornalística da RAM no Brasil ainda é limitada, tecnicista e centrada em vozes biomédicas, o que pode restringir a apropriação pública do tema e a construção de soluções coletivas. Predomina um discurso fatalista e globalizante. Destaca-se a importância de fortalecer a função pública da comunicação no SUS, ampliando o direito à comunicação e à informação em saúde como eixo estratégico das políticas nacionais sobre RAM.
SEGURANÇA E QUALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE NA PERSPECTIVA DO USUÁRIO: UM ESTUDO DOS GRUPOS DO FACEBOOK
Pôster Eletrônico
1 INI/Fiocruz
2 Royal Tropical Institute
3 Ensp/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O engajamento e empoderamento dos pacientes na segurança e qualidade do cuidado vêm sendo reconhecidos como uma importante estratégia para o aprendizado e a melhoria da prestação do cuidado em saúde. As plataformas de mídia digital como o Facebook surgem como alternativas aos modos tradicionais de comunicação entre pacientes e profissionais.
Objetivos
Discutir segurança e qualidade do cuidado em saúde, usando o conteúdo compartilhado em grupos do Facebook e refletir sobre a perspectiva do paciente quanto ao tema.
Metodologia
Estudo qualitativo que utilizou como fonte de dados postagens de 03 grupos públicos, que abordavam a temática na plataforma de mídia digital Facebook. A coleta de dados foi realizada nos grupos selecionados nos meses de setembro e outubro de 2019. Optou-se pela análise passiva com a postura de ‘lurker’(observador), ou seja, coleta de dados sem identificação dos pesquisadores. Apesar de se tratar de grupos públicos foi realizado um procedimento de não identificação dos grupos, usuários e estabelecimentos de saúde para resguardar o seu anonimato. Para análise dos dados, foi utilizado o software Iramutec e a análise de conteúdo temática.
Resultados
Foram analisadas 299 postagens subdivididas em: reportagens (n=254) e postagens dos usuários e administradores, nas quais manifestam suas impressões, queixas, receios e problemas vivenciados no cuidado em saúde (n=45). Emergiram quatro categorias: incidentes e eventos adversos; fatores contribuintes; consequências dos eventos adversos; reparação ou mitigação desses incidentes e eventos adversos. Os grupos funcionavam como um mural de notícias da imprensa tradicional. Nas postagens incidentes e eventos adversos eram entendidos pelos usuários como erros médicos. Verificou-se também o caráter informativo dos grupos que abordavam direitos dos pacientes.
Conclusões/Considerações
Esse estudo mostrou que os usuários do Facebook foram capazes de identificar e discutir diversas questões relacionadas à qualidade do cuidado. Para que a perspectiva do usuário impacte as práticas dos serviços de saúde, para além da divulgação ou reparação, é importante que novas estratégias de divulgação do conhecimento via plataformas de mídia digital sejam adotadas.
COMUNICAÇÃO DA PREP E DA PEP NO BRASIL: EXPLORAÇÃO DOS SENTIDOS DE PEÇAS COMUNICACIONAIS E ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE AGENTES GOVERNAMENTAIS
Pôster Eletrônico
1 UERJ
2 Fiocruz
Apresentação/Introdução
Houve mudanças nas diretrizes de enfrentamento à Aids, como o fim do paradigma da excepcionalidade. No Brasil, a atual política preconiza a prevenção combinada, mas, prevalece a oferta de teste e das profilaxias pré e pós-exposição ao HIV. A partir da perspectiva teórica, que articula saúde e comunicação, é relevante compreender as estratégias de comunicação das abordagens preventivas dominantes.
Objetivos
Analisar os simbolismos de peças comunicacionais sobre prevenção do HIV, tendo por base pesquisa com usuários, profissionais e gestores de programas municipais de HIV/Aids na região metropolitana do Rio de Janeiro e do Ministério da Saúde (2019-2021).
Metodologia
Entrevistas com 2 gestores federais e 10 profissionais de municípios do estado do RJ sobre estratégias de comunicação da Prevenção Combinada (PC) e das profilaxias pré (PrEP) e pós exposição (PEP) ao HIV; análise de 24 peças de comunicação sobre PC, PrEP e PEP, de instituições (não) governamentais. A análise se fundamentou no método de interpretação dos significados sociais (leitura das informações, organização e codificação do conteúdo), que resultou nas categorias temáticas: simbolismos das campanhas, concepções sobre prevenção, expectativas das estratégias de divulgação em termos de regulação das sexualidades, garantia do direito à prevenção da Aids e visões e experiências dos interlocutores.
Resultados
Segundo os agentes governamentais a divulgação da PrEP e PEP para profissionais de saúde é feita por meio de material e oficinas, frente à rotatividade do grupo e resistências morais e ético-políticas. A divulgação pública é discreta ou via digital. A exploração dos sentidos das peças de comunicação indica ênfase na dimensão clínica das profilaxias nos materiais governamentais; nas peças das ONGs há maior contextualização das estratégias de PC para as cenas sexuais, práticas e identidades sexuais. Prevalece um deslizamento das estratégias de comunicação em direção a uma gramática informada pela disponibilidade de biotecnologias e sua enunciação dispersa e protagonizada por múltiplas vozes.
Conclusões/Considerações
Cabe refletir sobre as implicações da fragilização da comunicação pública da resposta à Aids para a efetivação do direito à prevenção, capaz de impactar no âmbito programático. Nesta direção, importa indagar se há uma linha de continuidade do fim da excepcionalidade da epidemia através da reconfiguração das concepções e ações de comunicação nos discursos oficiais e o valor atribuído aos aspectos comunicacionais que perpassam o escalonamento da PC.
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA CARTILHA EDUCATIVA SOBRE OS CUIDADOS COM O USO DA INSULINA
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Apresentação/Introdução
O controle da Diabetes Melitus, requer a compreensão da técnica correta da aplicação da insulina pelo usuário e ou cuidador. O uso de tecnologias leve-duras, como materiais educativos, podem ser instrumentos facilitadores da comunicação no processo de ensino e aprendizagem, em decorrência da variedade de informações a serem fornecidas a pessoa com diabetes para o início e manutenção do tratamento.
Objetivos
Descrever os processos de construção e validação de um instrumento de comunicação, uma cartilha educativa sobre os cuidados com o uso da insulina.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa ação, desenvolvida entre julho de 2023 a dezembro de 2024 em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Santarém - Pará, realizada com todos os usuários diabéticos em insulinoterapia, com idade superior a 18 anos que participavam das atividades educativas nos grupos de Hipertensão e Diabetes. O estudo foi desenvolvido em cinco momentos: Imersão e identificação; Revisão Integrativa da Literatura e pesquisa no google, sites institucionais e secretariais; Identificação dos conteúdos de composição do material; Construção da cartilha e validação da cartilha. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e o material foi validado por juízes especialistas.
Resultados
A cartilha intitulada “Cuidados com o uso da caneta de insulina”, foi construída a partir de três aspectos: Conteúdo, linguagem e imagem, sendo desenvolvida com uma abordagem participativa e horizontal entre a equipe multiprofissional da UBS e usuários. A identificação do conteúdo de composição do ME, foi realizada a partir das dúvidas emergidas pelos usuários e profissionais, sendo estruturado usando o referencial teórico proveniente da RIL. As imagens e a linguagem adotada, foram definidas a partir da revisão de outros ME sobre o tema, buscando facilitar a comunicação. Na validação do material, os participantes consideraram a cartilha enriquecedora e esclarecedora.
Conclusões/Considerações
A cartilha foi estruturada como uma ferramenta educativa para facilitar a comunicação com os usuários diabéticos insulinodependentes e ser um instrumento de apoio para as orientações em consultas e atividades educativas na prática cotidiana dos profissionais de saúde. Mostrou-se útil e válido na utilização com usuários, sendo uma ferramenta de autonomia no cuidado, mas, requer o acompanhamento integral na rede de Atenção Primária a Saúde.
“NO PAPEL MUITO BONITO, NA PRÁTICA UMA UTOPIA”: DESVELANDO COMENTÁRIOS DE NOTÍCIAS EM REDES SOCIAIS SOBRE SAÚDE MENTAL NO CENÁRIO PÓS-ENCHENTES NO RS
Pôster Eletrônico
1 UFCSPA
2 La Salle
Apresentação/Introdução
Em maio de 2024, o RS enfrentou a maior catástrofe climática de sua história, intensificando vulnerabilidades sociais e de saúde mental. Nesse cenário, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) emerge como uma organização fundamental. No entanto, tem enfrentado diversos desafios para o seu funcionamento, relatados em notícias veiculadas em redes sociais, que se tornam objeto de debate público.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é analisar percepções de usuários do Instagram, em publicações de grandes portais de notícias do RS, sobre as fragilidades e desafios dos serviços da RAPS no atendimento às demandas de Saúde Mental em Porto Alegre/RS.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo documental e exploratório, em que foram analisados comentários de cinco notícias que veicularam informações sobre os desafios e fragilidades dos serviços de saúde de Porto Alegre/RS no atendimento às demandas de saúde mental pós-enchentes. As notícias foram identificadas a partir da leitura e análise de todas as publicações de perfis de jornais de grande circulação no estado, entre janeiro de 2024 e abril de 2025: GZH, Correio do Povo e Diário Gaúcho. No total, foram extraídos 305 comentários. Destes, 46 foram excluídos por não serem compreensíveis, tendo 259 sido analisados a partir da Análise Temática Reflexiva de Braun e Clarke.
Resultados
A análise do material gerou quatro temas: 1) Experiências dos usuários e os entraves da rede de saúde, abordando as dificuldade de acesso ao SUS e o sofrimento agravado pela espera; 2) A estrutura da rede, referente à precariedade dos serviços, atendimentos e condições de trabalho dos profissionais de saúde; 3) Perspectivas e projetos políticos para a saúde, que analisa a polarização política e a terceirização da rede de saúde; e 4) Disputas políticas e ideológicas em torno da saúde mental, que contempla conflitos em relação às políticas públicas de saúde mental, o lugar da Reforma Psiquiátrica, e a (des)legitimidade do sofrimento psíquico na esfera pública.
Conclusões/Considerações
O debate identificado nos comentários analisados revelaram críticas à falta de investimentos na rede de Saúde Mental e reivindicações por melhorias, além de expressar tensões políticas e ideológicas sobre lógicas (anti)manicomiais. Identifica-se que as redes sociais têm sido utilizadas como espaço substituto de uma efetiva participação no controle social do SUS, em que se estabelece um debate político desarticulado da rede de saúde.
"MUSEU DE GRANDES NOVIDADES": CAMPANHAS DE COMUNICAÇÃO SOBRE HIV E AIDS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 PPGDSC/UnB
Apresentação/Introdução
Campanhas são divulgadas histórica e tradicionalmente com o objetivo de prevenir HIV e aids, usadas como estratégia de Vigilância em Saúde. Apesar de adotadas desde 1986, ocorrem novas infecções pelo HIV no Brasil anualmente, em particular em pessoas vulnerabilizadas. Quando se buscam referências sobre a avaliação dessas intervenções, observa-se uma lacuna nas discussões da Saúde Coletiva.
Objetivos
Diante desse contexto, a presente pesquisa visa analisar campanhas de comunicação sobre HIV e aids veiculadas pelo Ministério da Saúde brasileiro, com recorte temporal de 2012 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso a partir da Triangulação de Métodos, que inclui: análise de conteúdo de peças das campanhas (110); avaliação normativa de notas técnicas, roteiros e planos de mídia (20); análise estatística e comparativa de dados epidemiológicos e operacionais (2012 a 2023); e pesquisas documental e bibliográfica. Quanto às bases epistemológicas adotadas, sob a perspectiva da transdisciplinaridade inerente às áreas, recorre-se a uma série de teóricos da Saúde Coletiva e da Comunicação Social, em especial das subáreas da Epidemiologia, Vigilância e Comunicação em Saúde.
Resultados
Os resultados demonstram que as campanhas focam, prioritariamente, em métodos de prevenção primários (81%) e secundários (93%), com pouca abordagem de intervenções estruturais e comportamentais, além de apresentarem graves falhas informacionais. Possuem aspectos visuais e de conteúdo repetitivos, com mudanças específicas entre Carnaval e Dia Mundial da Aids, em particular quanto a linguagem e tom, com jovens adultos (20 a 34 anos), negros, como personagens principais, mas com pouca variação cultural. Usam histórias reais como estratégia de impacto e reação, mas adotam poucas ações de interação e envolvimento com o público, em especial as mídias sociais.
Conclusões/Considerações
As peças analisadas acompanharam os avanços das tecnologias de saúde, mas possuem falhas informacionais e não promovem as intervenções comportamentais e estruturais determinadas pelos avanços políticas públicas de saúde e direitos humanos no contexto de HIV e aids, demonstrando necessidade de avaliação contínua e maior participação social. Apesar disso, podem ter contribuído para os avanços no diagnóstico e para supressão viral.
COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA E POPULAR NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília e UnB
2 Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A comunicação comunitária valoriza o território e os saberes locais; a popular articula lutas sociais e busca mudanças estruturais. Na promoção da saúde, ambas ampliam o acesso à informação e incentivam cuidados culturalmente adequados. Este estudo investiga: que ações em comunicação comunitária e popular têm sido desenvolvidas na saúde, segundo a literatura científica brasileira recente?
Objetivos
Identificar ações em comunicação comunitária e popular na promoção da saúde sistematizadas em artigos científicos brasileiros, suas temáticas, impactos na participação social e contribuições práticas e teóricas para a saúde coletiva.
Metodologia
Foi adotado o método de revisão integrativa para mapear ações em comunicação popular ou comunitária na promoção da saúde. A busca ocorreu nas bases SciELO (n=49), Redalyc (n=230), BVS/LILACS (n=5) e Google Scholar (n=125), totalizando 409 registros. Após critérios de idioma, acesso, período (2015 - 2024) e relevância temática, 45 artigos foram triados. Com leitura de resumos e remoção de duplicatas, restaram 18 estudos sobre rádios comunitárias, oficinas, materiais participativos e mobilizações territoriais. Os textos foram lidos na íntegra e analisados qualitativamente, permitindo categorização por tipo de ação, meio comunicacional, contexto de saúde e resultados.
Resultados
Os resultados evidenciam a diversidade e a força da comunicação comunitária e popular na promoção da saúde. Foram mapeadas 18 experiências focadas no combate à desinformação, educação preventiva e fortalecimento da cidadania. As ações envolvem rádios, podcasts, redes sociais, cordel, encontros formativos e mídias impressas, com linguagens acessíveis e participação local. Lideradas por coletivos, agentes e educadores, articulam saberes científicos e tradicionais, promovendo cuidado, autonomia e engajamento comunitário.
Conclusões/Considerações
As ações de comunicação comunitária e popular promovem o uso inovador de tecnologias digitais, a capacitação crítica em mídias e a valorização das culturas locais, fortalecendo a cidadania, ampliando o acesso à informação e contribuindo para a construção coletiva da saúde e bem-estar em nível territorial.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E FAKE NEWS: IMPACTOS DA DESINFORMAÇÃO DURANTE ENCHENTES E INUNDAÇÕES
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ - PE
2 UNB
Apresentação/Introdução
O crescimento da população em condições relativas à pobreza tem elevado a ocupação de áreas propensas a desastres socioambientais. Nos últimos anos, esses eventos têm sido agravados pela degradação da natureza e matrizes energéticas petróleo-dependente. Nesse cenário, a falta de notícias claras favorece a disseminação de informações falsas, agravando riscos e dificultando decisões eficazes.
Objetivos
Identificar os efeitos da disseminação de notícias falsas (fake news) em comunidades afetadas por inundações e enchentes no município de Palmares - PE.
Metodologia
Realizou-se uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, no período de março a abril de 2025, em duas comunidades do município de Palmares - PE, selecionadas a partir de reuniões com a Secretaria de Saúde local.
Participaram do estudo comunitários(as), mães de crianças de até 5 anos e profissionais expostos a enchentes. Foram realizadas 36 entrevistas, e, para esta análise preliminar considerou-se três entrevistas de cada comunidade. Utilizou-se a análise temática do conteúdo para identificar os efeitos da disseminação de fake news.
Resultados
Foram identificados impactos significativos causados pelo compartilhamento de fake news durante eventos climáticos extremos. Prevaleceram reações imediatas a partir da emissão de falsos alertas que desencadearam a desocupação desnecessária de domicílios, com retirada de móveis, deslocamento de idosos, crianças, gestantes e pessoas com dificuldade de locomoção. Foram relatados impactos na saúde, expressos por meio de pânico, ansiedade e estresse. Esse cenário evidencia desigualdades no acesso a informações confiáveis e reforça a insuficiência de uma comunicação eficaz em tempo real.
Conclusões/Considerações
A circulação de fake news não apenas distorce a realidade, mas influencia nas decisões e provoca repercussões significativas nas comunidades e na vida da população. Fica evidente a necessidade de informações verídicas nesse contexto, demandando uma atuação mais integrada dos órgãos institucionais. O estudo estimula reflexões no campo da comunicação e saúde coletiva. Estes são resultados parciais de uma pesquisa em andamento.
DISCURSOS DA/NA HESITAÇÃO VACINAL: CONSTITUIÇÃO, FORMULAÇÃO E CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS PÚBLICOS EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFJF e SES-MG
2 UFJF
Apresentação/Introdução
O Brasil enfrenta dificuldades para recuperar altas coberturas vacinais, reabrindo o risco de reintrodução de doenças erradicadas ou controladas. Este estudo situa a hesitação vacinal como problema de saúde coletiva vinculado à comunicação, mapeando discursos que atravessam sujeitos hesitantes, com base em entrevistas que privilegiam a escuta qualificada.
Objetivos
Compreender a hesitação vacinal e sua articulação com discursos antivacina, analisando como sujeitos se apropriam, reproduzem, deslocam ou transformam esses discursos, que circulam preferencialmente nas plataformas digitais.
Metodologia
Foram realizadas entrevistas discursivas com estímulo à narrativa espontânea com moradores de municípios da Zona da Mata mineira que demonstram hesitação vacinal em relação aos imunizantes do Programa Nacional de Imunização (PNI). As entrevistas foram analisadas com base na Análise de Discurso, percurso Pêcheux-Orlandi, adequada à investigação dos sentidos produzidos e circulantes sobre vacinação. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFJF (CAAE: 83089724.6.0000.5147), em 30/11/2024.
Resultados
Apesar da memória discursiva consolidada sobre a importância das vacinas, os entrevistados se confrontam com sentidos diversos, que escapam às generalizações e se relacionam com os determinantes da hesitação vacinal propostos pela OMS. A análise revelou sentidos que orientam a hesitação e suas conexões com a desinformação, articulando-se ao modelo dos 3 C’s (complacência, conveniência e confiança). Observou-se como discursos antivacina - que circulam especialmente no ambiente digital - ressoam, ressignificam ou denegam sentidos, filiando sujeitos à hesitação vacinal.
Conclusões/Considerações
Mapear os discursos que atravessam sujeitos em hesitação vacinal contribui para repensar práticas comunicacionais, considerando os sentidos que sustentam a resistência à adesão ao calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações. Conclui-se que ações de promoção do PNI devem considerar a constituição, formulação e circulação desses sentidos para fortalecer vínculos e reconquistar a adesão ampliada e sustentada da população.
PODCAST EDUCATIVO LETRADO EM SAÚDE ACERCA DO ALEITAMENTO MATERNO
Pôster Eletrônico
1 UFCG
Apresentação/Introdução
O aleitamento materno é essencial para a saúde materno-infantil, mas ainda enfrenta barreiras relacionadas à informação acessível e de qualidade. Diante disso, este trabalho visa desenvolver uma temporada de podcast educativo, com linguagem acessível e baseada no letramento em saúde, sobre o tema.
Objetivos
Desenvolver uma temporada de podcast educativo letrado em saúde acerca do aleitamento materno.
Metodologia
Estudo metodológico que desenvolveu uma temporada de um podcast educativo sobre o aleitamento materno voltado para gestantes de alto risco que fazem acompanhamento pré-natal em ambulatório de um Hospital Universitário. Para a construção dos episódios dessa temporada do podcast, participaram até o momento uma médica pediatra, uma nutricionista e uma enfermeira consultora em amamentação, as quais responderam os roteiros de três episódios que darão início a essa temporada, de acordo com os assuntos das suas respectivas áreas. Após os roteiros terem sidos respondidos pelos profissionais, foram analisados pelo software ALT (Análise de Legibilidade Textual) e pela calculadora de leiturabilidade.
Resultados
A análise inicial dos roteiros indicou índices de leiturabilidade de 46,31%, 49,92% e 24,87%, correspondentes ao nível de ensino médio nos dois primeiros e ensino superior no terceiro, com linguagem técnica e complexa, inadequada ao público-alvo. Após adaptações com base no letramento em saúde, como substituição de termos complexos por mais simples e explicação dos termos científicos, os índices subiram para 61,03%, 58,49% e 65,68%, sendo classificados como de leitura fácil pelo índice de Flesch, adequados ao público do podcast.
Conclusões/Considerações
Com isso, conclui-se que o objetivo do estudo foi alcançado com a construção dos três primeiros episódios da 3° temporada sobre amamentação do “Maternar podcast”, composta por episódios que atingiram as métricas de legibilidade adequadas para garantir uma linguagem simples e acessível ao público-alvo. A próxima etapa do estudo será a construção dos outros episódios e a avaliação com o público-alvo.
FORA DE FOCO: A MÍDIA, A DESINFORMAÇÃO E OS DESAFIOS DA VIGILÂNCIA EM DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
Apresentação/Introdução
A experiência analisou a cobertura midiática digital de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) em processo de eliminação no Brasil, destacando assimetrias informacionais e os desafios da comunicação em saúde frente ao direito à informação.
Objetivos
Analisar a visibilidade das DTNs na mídia online brasileira, identificando padrões de cobertura, lacunas informacionais e distorções em conteúdos noticiosos veiculados entre 2020 e 2024.
Metodologia
A pesquisa adotou abordagem quantitativa. Foram coletadas 602 matérias no Google Notícias entre 2020 e 2024, utilizando termos-chave relacionados a seis DTNs em processo de eliminação. As matérias foram categorizadas segundo frequência, tipo de conteúdo e enfermidade abordada, o que possibilitou traçar o panorama da cobertura midiática. A análise considerou também o contexto de políticas públicas e estratégias de vigilância em saúde, associando a visibilidade dos temas ao interesse público e ao papel da comunicação na promoção da equidade em saúde.
Resultados
A hanseníase teve maior destaque (337 menções), seguida por esquistossomose (116) e filariose linfática (72). Já tracoma, oncocercose e geo-helmintíases apresentaram baixa visibilidade. Essa disparidade revela desigualdade no interesse midiático, que pode influenciar negativamente o engajamento social e a efetividade das ações de vigilância e controle. O padrão identificado sugere que doenças com menor cobertura enfrentam obstáculos adicionais no reconhecimento público e institucional.
Conclusões/Considerações
A cobertura desigual compromete o direito à informação e a equidade em saúde. É urgente fortalecer parcerias entre mídia e saúde pública, promovendo comunicação baseada em evidências que amplie a visibilidade das DTNs, enfrente estigmas e contribua para ações efetivas de eliminação.
PERCEPÇÕES SOBRE O SUS NAS REDES: ANÁLISE DIGITAL DE NARRATIVAS SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE ENTRE SETEMBRO DE 2024 E FEVEREIRO DE 2025
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP
2
Apresentação/Introdução
O Observatório de Políticas Públicas de Saúde da UNIFESP, em parceria com o Laboratório de Saúde Coletiva (LASCOL), do Departamento de Medicina Preventiva do campus São Paulo da Unifesp, investiga o impacto da desinformação digital sobre o SUS, utilizando inteligência artificial e cartografia digital para mapear sentidos e afetos nas redes.
Objetivos
Analisar percepções sobre o SUS e outros temas da saúde pública em redes sociais, identificando discursos e perfis predominantes no ambiente digital.
Metodologia
Monitoramento de mais de 150 mil menções em redes sociais incluindo Twitter/X, Instagram (perfis públicos), Facebook (páginas e grupos públicos), YouTube, TikTok e fóruns como Reddit — além de mídias digitais como sites de notícia, blogs, portais de mídia e plataformas de review via Brand24 entre setembro/2024 e fevereiro/2025, com foco nos termos “SUS”, “fila” e “plano de saúde”. Após a análise de sentimento automatizado, procedeu-se à classificação manual para melhor acurácia semântica. A metodologia se apoia na cartografia digital para identificar fluxos narrativos e afetivos em torno das políticas públicas de saúde.
Resultados
Das 108 mil menções ao SUS, 27% foram positivas, 9% negativas e 64% neutras. Planos de saúde receberam 40,5 mil menções (5% positivas, 14% negativas e 81% neutras). Já "fila" obteve 6,2 mil menções, com 23% positivas, 31% negativas e 46% neutras. Foram identificadas seis personas discursivas, que trazem em seu discurso as “vozes” de diferentes grupos: usuários, representantes governamentais, influenciadores, movimentos sociais, trabalhadores e gestores do SUS, permitindo uma leitura ampliada dos debates em saúde.
Conclusões/Considerações
As redes sociais revelam disputas simbólicas sobre a saúde pública. A valorização do SUS contrasta com críticas a planos e filas. O reconhecimento das personas amplia o potencial de análise do observatório, subsidiando políticas de comunicação mais efetivas.
CORRELAÇÃO ENTRE INFODEMIA, COBERTURA VACINAL E MORTALIDADE POR COVID-19: UM RELATO DE PESQUISA
Pôster Eletrônico
1 Estácio
2 Universidade Estadual do Ceará
Apresentação/Introdução
A infodemia, marcada pela disseminação de fake news durante a pandemia de COVID-19, impactou negativamente a saúde pública no Brasil, reduzindo a adesão às medidas preventivas e à vacinação.
Objetivos
Este estudo inovador visou correlacionar a desinformação, a cobertura vacinal e a mortalidade por Covid-19, contribuindo para políticas que reforcem a confiança na ciência e combatam a desinformação.
Metodologia
Estudo epidemiológico de dados agregados realizado em 2024, orientado pelas diretrizes STROBE e EQUATOR, com dados do SUS, informações vacinais e registros de fake news fornecidos por agências de checagem verificadas (Lupa e Aos Fatos). Utilizou-se regressão linear e correlação de Spearman, com resultados expressos por R², coeficientes β e p-valores. As análises foram feitas no SPSS, com dados anonimizados, públicos e éticos, dispensando submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, o Brasil registrou 12,3 milhões de casos e 497 mil óbitos por COVID-19, com mais de 474 milhões de doses de vacinas aplicadas. Nesse período, foram identificadas 159 fake news sobre vacinas. Houve tendência decrescente estatisticamente significativa na mortalidade, letalidade e disseminação de fake news, enquanto a cobertura vacinal manteve tendência estacionária. A correlação entre letalidade e mortalidade foi forte e significativa, e também houve correlação significativa entre fake news e mortalidade. A regressão multivariada reforçou a influência dessas variáveis na mortalidade, indicando o impacto da desinformação nos desfechos de saúde pública.
Conclusões/Considerações
O estudo revelou correlação significativa entre fake news sobre vacinas e mortalidade por COVID-19 no Brasil, evidenciando o impacto da desinformação na saúde pública. Apesar da queda na letalidade e nas fake news, estas ainda contribuíram para a alta mortalidade. A cobertura vacinal não teve correlação direta, sugerindo outros fatores. Destaca-se a necessidade de estratégias eficazes contra a infodemia e para fortalecer a confiança na vacinação.
ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO DO PREP AMÉRICA DO SUL: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS DE UMA PESQUISA MULTICÊNTRICA E INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 FMUSP/PrEP América do Sul
2 Fundação Oswaldo Cruz/PrEP América do Sul
3 PrEP América do Sul
4 Universidade do Estado do Amazonas/PrEP América do Sul
Apresentação/Introdução
A gramática científica enfrenta o desafio de comunicar os processos de produção do conhecimento, as atividades realizadas e os seus resultados de forma acessível. Nesse sentido, O PrEP América do Sul desenvolveu uma estratégia de divulgação científica virtual, que combina identidade visual atenta à diversidade local, site atualizado, presença em redes sociais e ações de colaboração.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é apresentar as experiências e refletir sobre os desafios nas estratégias de divulgação do PrEP América do Sul, um projeto de pesquisa multicêntrico e interdisciplinar em saúde.
Metodologia
A metodologia baseia-se na análise do processo de construção de estratégias e das ações de divulgação realizadas entre dezembro de 2023 e junho de 2025 pelo projeto PrEP América do Sul. Serão consideradas as plataformas utilizadas (Instagram, Facebook, TikTok e site oficial), o perfil e engajamento do público, bem como as estratégias de comunicação científica adotadas. Destaca-se a produção de vídeos curtos e outras publicações em colaboração, voltada à popularização do conhecimento em colaborações com influenciadores digitais, pesquisadores, profissionais de saúde e ativistas de diferentes países sul-americanos.
Resultados
A construção da identidade visual do projeto atenta à diversidade local fortaleceu seu reconhecimento e coerência comunicacional. Revela-se que os vídeos geraram maior alcance e interação nas redes, seguidos pelas publicações estáticas em colaboração. Isso ampliou a circulação de informações sobre práticas de pesquisa, políticas públicas e experiências locais sobre PrEP. Serão apresentadas métricas de alcance, visualizações e interações nas plataformas do projeto. A colaboração com influenciadores da temática do projeto ampliou a comunicação mais próxima ao público-alvo, dando visibilidade às populações-chave.
Conclusões/Considerações
A experiência do PrEP América do Sul demonstra o potencial das redes sociais como ferramentas de divulgação científica em saúde, especialmente no contexto da PrEP para prevenção ao HIV. A combinação entre identidade visual consistente, colaborações interpessoais e interinstitucionais, bem como a utilização de linguagem acessível fortalece a comunicação com públicos interessados.
A PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE HIV/AIDS E SAÚDE NO FILME "OS PRIMEIROS SOLDADOS"
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
A trajetória do HIV/AIDS evoluiu de um cenário de numerosas mortes na década de 1980 para uma resposta exitosa na política e na ciência. O percurso da epidemia é marcado por discursos e representações culturais na mídia, como no cinema de ficção. A pesquisa analisou "Os primeiros soldados", filme que suscita sentidos sobre o HIV/AIDS e a saúde no contexto brasileiro.
Objetivos
Analisar os sentidos de HIV/AIDS e saúde no filme "Os primeiros soldados"; investigar as aproximações e os distanciamentos entre a narrativa fílmica e os rumos do HIV/AIDS; e analisar os contextos e as práticas de saúde adotados pela ficção.
Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida no campo das ciências sociais e humanas em saúde a partir de uma abordagem qualitativa. O filme "Os primeiros soldados", que aborda a chegada do HIV/AIDS na cidade de Vitória (ES) nos anos 80, foi submetido ao cruzamento de dois métodos: a análise de filme e a análise de conteúdo. A análise do filme envolveu a decupagem, recorte e interpretação qualificada de cenas, enquanto a análise de conteúdo facilitou a elaboração das categorias analíticas, que discutem as representações, articulações e mobilizações em torno do HIV/AIDS e da saúde coletiva como sentidos difundidos pela obra.
Resultados
Foram criadas categorias analíticas para a construção dos sentidos. Nelas, identificaram-se elementos que sinalizam vivências, estigma, solidariedade e processos psicossociais como conteúdos relacionados. O filme revelou representações significativas do início da epidemia de HIV/AIDS com destaque para as populações vulneráveis, ao mesmo tempo, evidenciam-se os contrastes com o contexto atual, marcado pelo esvaziamento das experiências contemporâneas. Focada nos aspectos psicossociais do adoecimento, a ficção ilustra a força das redes de cuidado face ao estigma, bem como o agenciamento por meio do audiovisual, que funciona como interlocutor dos riscos à saúde.
Conclusões/Considerações
O estudo considerou a imagem e o som como fontes de comunicação em saúde, reconhecendo o cinema como uma ferramenta de construção e disseminação de sentidos sobre os fenômenos científicos, como o HIV/AIDS, na cultura. A interface entre cinema e saúde coletiva pode contribuir na ampliação e aprimoramento do saber em saúde, promovendo reflexões mais críticas e sensíveis, bem como pode impactar na produção artística e cultural do cotidiano.
ESTRATÉGIAS GOVERNAMENTAIS DE COMUNICAÇÃO SOBRE PREP DURANTE O CARNAVAL DE 2025 NAS CINCO MACRORREGIÕES DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UERJ
2 USP
3 UEA
Apresentação/Introdução
No Brasil, o Carnaval é uma festa privilegiada na produção de sentidos sobre a prevenção da
aids. Contudo, ainda é pouco clara a mobilização da PrEP nesse contexto. Apesar da expansão
da Prevenção Combinada e das metas de ampliação da PrEP, a comunicação governamental
segue modesta e irregular, mesmo após mais de uma década da estratégia.
Objetivos
Compreender como a PrEP é representada em peças de comunicação digital nas cinco
macrorregiões do Brasil durante o Carnaval de 2025.
Metodologia
Este trabalho apresenta os resultados preliminares de uma atividade etnográfica voltada à
coleta e análise de materiais de comunicação sobre a PrEP durante o Carnaval de 2025. A
ação foi realizada por pesquisadores/as do projeto de pesquisa PrEP América do Sul. O
mapeamento abrangeu doze municípios das cinco macrorregiões do Brasil, combinando
observações de atividades e registro de publicações nos canais institucionais de comunicação.
Resultados
A análise mostra que a PrEP teve baixa centralidade nas estratégias comunicacionais, sem
articulação clara a ações de expansão durante o Carnaval. São Paulo se destacou pela
diversidade de mensagens, com ações de rua e produção digital em parceria com organizações
civis e serviços comunitários. As campanhas focaram preservativos e PEP, com apelos ao
cuidado, amor próprio e responsabilidade, usando linguagem universal e pouca ênfase nas
populações-chave. As formas locais de comunicação revelam apropriações diversas das
diretrizes nacionais, desafios da prevenção combinada e limites da comunicação institucional
frente às vulnerabilidades ampliadas nos contextos festivos.
Conclusões/Considerações
As mensagens ainda atribuem à PrEP um sentido estanque, vinculado a supostas
características intrínsecas dos sujeitos, mais do que aos contextos que ampliam a
vulnerabilidade. A maior visibilidade da PrEP no período analisado foi proporcional à escassez
de equipamentos preparados para flexibilizar seu funcionamento. Futuramente, serão
explorados os contextos de gestão e os aspectos econômicos, políticos e morais que orientam
tais investimentos.
REPRESENTAÇÕES DO CORPO GORDO EM UMA SEÇÃO DE SAÚDE NA MÍDIA DIGITAL: UMA LEITURA CRÍTICO-REFLEXIVA SOB A LENTE TEÓRICO-METODOLÓGICA DA GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL
Pôster Eletrônico
1 UFS
2 FANEB
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa, desenvolvida no âmbito de um mestrado em Educação, analisou como o corpo gordo é representado na mídia digital na seção de saúde. Investiga como tais representações reforçam estigmas e práticas gordofóbicas, afetando a percepção social dos corpos fora do padrão. Dialoga com Canguilhem (2009) ao discutir a normatividade vital e a exclusão da diversidade corporal pela mídia.
Objetivos
Analisar as representações do corpo gordo em uma reportagem de saúde no portal UOL e discutir como essas imagens e textos podem reforçar estigmas sociais, práticas de gordofobia e discursos normativos sobre saúde corporal.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo-exploratório, fundamentada na Gramática do Design Visual (GDV), de Kress & Van Leeuwen (1996). Foram analisadas as dimensões de representação (aquilo que a imagem pretende representar, como por exemplo, objeto/pessoa/coisa); interação (do leitor com o texto/imagem) e significação (ou seja, os sentidos e signos que a imagem objetiva passar). O material estudado foi uma reportagem do portal UOL Saúde, publicada em 06/10/2022, com a manchete: “Ele chegou a 160 kg, mas superou obesidade e completou mais de 400 corridas”. A análise envolveu leitura crítica das imagens e do texto.
Resultados
Mesmo quando o discurso aparenta ser positivo, como nas chamadas “histórias de superação”, há a manutenção de um olhar normativo sobre os corpos, reforçando estereótipos e contribuindo para a construção de uma marca social negativa sobre a obesidade. Essa narrativa, ao invés de considerar os determinantes sociais da saúde – como acesso a serviços de saúde, condições de moradia, alimentação adequada, lazer e oportunidades de trabalho –, acaba por reforçar a lógica da culpabilização individual da vítima, ignorando que o corpo gordo também é resultado de processos sociais, econômicos e culturais em uma sociedade fortemente marcada por desigualdades e situações de vulnerabilidade.
Conclusões/Considerações
A GDV demonstrou ser uma ferramenta metodológica de grande valor para a análise crítica das imagens, evidenciando como, em diálogo com os textos, as representações visuais podem reforçar ou questionar estereótipos sobre o corpo gordo. Esses achados reforçam a importância de uma comunicação em saúde que reconheça e valorize as múltiplas expressões corporais presentes na vida em sociedade.
PRODUÇÃO JORNALÍSTICA E SENTIDOS CONCORRENTES NA COVID-19: O ESTADO DE S. PAULO E A CONSULTA PÚBLICA SOBRE A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
Compreendendo que saúde e comunicação se estabelecem, no campo dos direitos, como expressão da democracia, e tendo como premissa que os meios de comunicação interferem na forma como indivíduos e coletividades empregam sentido ao mundo e às suas ações, a pesquisa em curso analisa a construção discursiva sobre a vacinação infantil contra a covid-19 no enfrentamento da pandemia.
Objetivos
Mapear quais os sentidos propostos por textos jornalísticos d’O Estado de S. Paulo sobre a inclusão de crianças de 5 a 11 anos na vacinação contra a covid-19.
Metodologia
Nosso recorte contempla o período em que ocorreram a consulta e audiência pública, convocadas pelo Ministério na Saúde, sobre a inclusão de crianças de 5 a 11 anos na campanha de vacinação contra a covid-19 (01 de dezembro de 2021 a 28 de fevereiro de 2022). Mapeamos publicações com as palavras: vacina, vacinação, covid-19, infantil e crianças. Com metodologia inspirada na Semiologia dos Discursos Sociais, observando os tipos de discursos e as formas como se manifestam. Além disso, consideramos o tratamento dado ao texto: destaque na primeira página, editoria, inclusão ou não de recursos visuais.
Resultados
Encontramos seis publicações com as palavras selecionadas para a busca: uma na “Capa”, uma em “A Fundo”, que não é fixa, mas sim uma seção diária de análises em profundidade de um determinado assunto; uma em “Tema do Dia”, incluindo comentários de leitores no portal e nas redes sociais; duas em “Saúde” e uma em “Política”. Observamos que a maioria das unidades textuais fazem uso de recursos visuais, como fotografias, mapas e tabelas. Com relação ao discurso, além da preocupação com um texto didático, verificamos uma predominância de fontes contrárias a consulta e audiência pública, presentes através do uso do discurso direto, enquanto as fontes favoráveis no uso do discurso indireto.
Conclusões/Considerações
Considerando como as informações e fontes foram apresentadas pelo Estadão, podemos destacar que o jornal tentou influenciar a discussão sobre essa questão. Assim, concluímos que, no geral, o jornal foi contrário à proposta da realização da consulta e audiência pública sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19.
ENTRE FATOS E FAKE NEWS: O ACESSO À INFORMAÇÃO EM SAÚDE MATERNO-FETAL POR GESTANTES
Pôster Eletrônico
1 UFFS
2 Gerência Regional de Saúde de Xanxerê
Apresentação/Introdução
O acesso a informações adequadas durante a gravidez é fundamental para escolhas informadas e proteção da saúde materna e fetal. Contudo, desigualdades sociais, falta de habilidades digitais e fontes pouco confiáveis comprometem a qualidade da informação e impactam nas práticas de cuidado adotadas
Objetivos
Investigar o acesso à informação na gestação e as suas implicações na tomada de decisão pelas gestantes.
Metodologia
Estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, sob a forma de estudo de caso. Participaram sete gestantes de diversas nacionalidades, atendidas em um serviço de Atenção Primária no Oeste de Santa Catarina, Brasil, com idades entre 21 e 42 anos e gestações entre 12 e 38 semanas. Os dados foram coletados em agosto de 2024, por meio de grupo focal, transcritos e analisados a partir da Análise Temática de Bardin. Três temas foram identificados com a análise: fontes de informação; percepções sobre a veracidade e a desinformação; e fatores que afetam o vínculo com os serviços de saúde. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, sob CAAE nº 79919424.8.0000.5564.
Resultados
As gestantes buscam informações com profissionais da saúde, nas redes sociais, sites e com familiares. Confiam mais em médicos e enfermeiros e reconhecem riscos de conteúdos não especializados. Observou-se que barreiras culturais, socioeconômicas e a baixa literacia digital dificultam acesso a informações seguras. O acesso aos serviços de saúde e a comunicação eficaz com serviços de saúde e profissionais de referência no cuidado da gestante são cruciais para garantir segurança e bem-estar durante a gestação
Conclusões/Considerações
A formação contínua dos profissionais de saúde, com foco na comunicação em saúde, para além da atualização de conhecimentos técnicos, científicos e clínicos, é vital aprimoramento do diálogo entre profissionais e gestantes em um contexto no qual tem se observado a desinformação. Superar desigualdades no acesso à informação em saúde requer a criação de uma ambiência favorável ao diálogo, com escuta qualificada e abordagens inclusivas.
“O SUS E AS NARRATIVAS JORNALÍSTICA DO JORNAL O GLOBO NOS PRIMEIROS ANOS DO SISTEMA – PRODUÇÃO DE SENTIDOS E DE MEMÓRIAS”
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo desqualificado pela imprensa comercial brasileira ao longo dos anos. Os resultados aqui apresentados são parte de uma pesquisa maior que mapeou a forma como o SUS foi discursivamente construído pelo jornal O Globo. A análise do material jornalístico reforça a noção de que a mídia contribui para a produção e cristalização de sentidos e memórias sobre o SUS.
Objetivos
Mapear as narrativas sobre o SUS no jornal O Globo nos anos 1988, 1989, 1990 e 1994 (meses janeiro/setembro de cada ano); identificar os principais sentidos atribuídos ao SUS, nos primeiros anos do sistema; refletir sobre o poder da mídia na saúde.
Metodologia
Após levantamento, em acervo digital do jornal O Globo, foram mapeadas todos as publicações que estavam relacionadas ao tema SUS e/ou Saúde Pública. Em seguida todo material foi categorizado e, posteriormente analisado à luz de referenciais teóricos dos estudos de linguagem e historiográficos. A análise das publicações do jornal foi realizada a partir de uma interação entre autores como M. Bakhtin (2016) e R. Koselleck (1992) – e suas reflexões sobre contextos e linguagem. Autores que refletem sobre memória também orientaram as análises (Halbwachs (2006), Pollak (1989), etc.). A Comunicação e a Saúde foram campos teóricos fundamentais nesta pesquisa que criou o conceito de “SUS Midiático”.
Resultados
Foram identificados 75 textos (sendo 28 em janeiro e 47 em setembro de cada ano). Com o SUS, recém-criado, vive-se um período marcado por muitas greves e paralisações dos profissionais de saúde, crise da gestão no Rio de Janeiro, reclamações sobre a falta de recursos etc. A situação refletia o cenário da saúde do Rio e do país - o Brasil, que acabara de ser redemocratizado, teve 3 presidentes e um impeachment com momentos político-econômicos e sociais conturbados. As mudanças propostas, a partir da Constituição, com a criação de um sistema único, apontou para alterações nas administrações de recursos e gestão dos serviços de saúde no Brasil, refletido assim na cobertura jornalística.
Conclusões/Considerações
Para se compreender o SUS, é necessário encará-lo como uma construção histórica, através de narrativas que apontam para disputas, confrontos e negociações ao longo do tempo. Para além dos documentos oficiais de criação e institucionalização do sistema, é necessário considerar que a mídia é um ator fundamental na produção de sentidos sobre o SUS. Esta pesquisa indica a existência de um SUS Midiático que está sendo construído ao longo do tempo.
LETRAMENTO EM SAÚDE PARA PACIENTES COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS: UMA ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO E SEUS IMPACTOS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
O letramento em saúde é uma habilidade desenvolvida que permite compreender e usar informações em favor de sua saúde e da coletividade (Nutbeam, 1998). Seu fortalecimento promove o autocuidado e o bem viver. No caso das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), a desinformação pode comprometer a adesão ao tratamento medicamentoso, a segurança do paciente e uma rotina saudável e funcional.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi avaliar materiais educativos sobre DIIs disponíveis online em português, considerando critérios de letramento em saúde e fatores externos que o influenciam, como barreiras linguísticas, socioculturais e étnico-raciais.
Metodologia
Foram analisados qualitativamente 38 materiais educativos em português, produzidos por associações de pacientes, sociedades médicas e indústria farmacêutica. A avaliação foi realizada por quatro pesquisadores, com base nos instrumentos SAM (DOAK; DOAK; ROOT, 1996); EVALPEM adaptado (VASCONCELOS; SAMPAIO; VERGARA, 2020) e Luz et al. (2003). Os critérios incluíram clareza, adequação cultural, acessibilidade, estímulo ao aprendizado e formato. Os dados foram organizados em escores percentuais e classificados como “superior”, “adequado” ou “não adequado”.
Resultados
A maior parte dos materiais foram classificados enquanto “adequado”, com escore médio de 50%. No entanto, 76% dos materiais não informam a data de publicação e apresentavam limitações quanto ao foco no conteúdo proposto. Observou-se que os instrumentos de avaliação também não contemplam critérios de acessibilidade e ou inclusão sociocultural e etnico-racial revelando a necessidade de revisão desses protocolos.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam a necessidade de estabelecer normas técnicas para a produção de materiais educativos em saúde que assegurem acessibilidade e adequação cultural. Embora 50% dos materiais analisados tenham sido classificados como adequados, muitos deles não atendem às reais demandas da população brasileira. Pois a linguagem não apenas comunica, mas estrutura o modo como os pacientes percebem sua condição e exercem o cuidado de si.
MÉDICOS NA ARENA DIGITAL: CONVERSAÇÃO SOBRE VACINA NO X (EX TWITTER)
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Bahia - IGM
2 UFBA
Apresentação/Introdução
Os médicos passaram a utilizar as redes como ferramentas para engajamento com o público. A atuação médica também foi marcada por conflitos internos. A defesa e posterior recuo em relação ao “kit covid” expôs divisões dentro da classe. Em relação as vacinas contra Covid-19, estes profissionais de saúde expuseram suas escolhas técnicas, éticas e políticas em um ambiente altamente polarizado.
Objetivos
Identificar como os médicos participaram da conversação pública sobre vacina e vacinação e os entraves à Política Nacional de Imunização (PNI) para a COVID-19 na arena pública, no X (ex-Twitter).
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa. O dataseth foi constituído por 13,2 milhões de tweets. A seleção de profissionais da saúde foi feita com um algoritmo de reconhecimento de entidades nomeada, com base Resolução CNS nº 218/1997, Lei nº 6.684/1979 (biomédicos). Após filtragem, foram obtidos 23.861 tweets. A amostra final utilizada na análise foi composta por 5.082 tweets. A classificação temática foi realizada com o algoritmo BERTopic. Os tópicos foram organizados em seis categorias temáticas: Políticas Públicas: Atribuição de Culpa ao Governo; Dimensão Ética, Moral e Religiosa; Divulgação Científica; Mobilização Social; Enfrentamento à Desinformação.
Resultados
Os médicos representaram 34,9% da amostra total, totalizando 1.775 tweets da amostra geral. Em relação às categorias temáticas, 41,3% na categoria de Políticas Públicas, seguido de 34,8% em Atribuição de Culpa ao Governo e 9,1% na de Enfrentamento à Desinformação. Já em relação ao governo, 45,4% se mostraram contra o governo e 11,3% favoráveis às ações do governo. Sobre a posição quanto à vacina, temos que 91,3% foi favorável, e 8,7% contra. Os profissionais de Medicina de Família e Comunidade (N > 36) se posicionaram majoritariamente contra o governo Bolsonaro (50%), seguidos dos infectologistas (N > 35), 31,4% e os sanitaristas (N > 33) apresentaram o maior índice de oposição, com 63,6%.
Conclusões/Considerações
A análise indica que, embora grande parte da categoria tenha atuado no combate à desinformação, sendo essa a terceira categoria temática onde mais se identificou os discursos analisados (9,1% dos tweets analisados), uma fração aderiu a narrativas pseudocientíficas, muitas vezes ligadas ao bolsonarismo e ao negacionismo da pandemia. Uma parcela expressiva de profissionais médicos adotou uma postura de não tensionamento com o governo federal.
SUS SOB AUSTERIDADE: ANÁLISE DE EDITORIAIS DA FOLHA DE S. PAULO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 (2020–2022)
Pôster Eletrônico
1 ICICT/Fiocruz
Apresentação/Introdução
Durante a pandemia de Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi central para a resposta sanitária no Brasil. O período foi marcado por uma crise política e econômica, e por medidas de austeridade, incluindo a vigência do teto de gastos (EC 95). Este trabalho investiga como a Folha de S. Paulo abordou, simultaneamente, os temas da austeridade fiscal e o SUS entre 2020 e 2022.
Objetivos
Identificar a articulação entre menções positivas ao SUS e a defesa da austeridade no jornal Folha de S. Paulo, durante os primeiros anos da pandemia de Covid-19; Contribuir com as reflexões sobre SUS Midiático.
Metodologia
A pesquisa utilizou análise documental de 123 editoriais assinados como “O que a Folha pensa”, publicados entre março de 2020 e março de 2022. A contextualização e interpretação do corpus baseou-se em referenciais da Saúde Coletiva; Economia Política; Economia Política da Saúde; e Economia Política da Comunicação. No campo da Comunicação e Saúde, utilizamos o conceito de SUS Midiático e a discussão sobre Direito à Comunicação como inerente ao Direito à Saúde.
Resultados
A análise revela uma narrativa que reconhece o que denominamos “SUS-necessário”: um sistema de saúde robusto e estruturado - cuja capilaridade e acúmulo técnico-científico permitiu ampla vacinação, e conteve o cenário de milhares de mortes evitáveis por Covid-19 - mas com orçamento condicionado ao equilíbrio fiscal. Um SUS universal e gratuito, mas não necessariamente público. A Folha defendeu ações de proteção social e embasamento científico no combate à pandemia, mas reforçou a centralidade do teto de gastos e da confiança do mercado. Mesmo em contexto de crise, prevaleceu o enquadramento empresarial e liberal do jornal.
Conclusões/Considerações
Buscamos cooperar com reflexões sobre o SUS Midiático na pandemia e com o debate sobre neoliberalismo no Brasil, sob a ótica do direito à saúde e à comunicação. Os editoriais reconhecem o SUS em momentos de esperança (vacinação) e luto, mas subordinam seu fortalecimento ao equilíbrio fiscal, revelando sobreposição entre valorização do SUS e defesa da austeridade.
ÁGORAS ABRASCO E A INTERDISCIPLINARIDADE NO DEBATE SOBRE A PANDEMIA COVID-19 (2020-2021)
Pôster Eletrônico
1 FO-UFBA e PPGSC/ISC/UFBA
2 PPGSC/DCV/UNEB
3 IC-UFBA
4 PPGSC/ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
Ágoras foram eventos virtuais, lançados em março/2020 pela Abrasco, em resposta à pandemia de COVID-19 e ao cenário político. Visavam debater cientificamente, disseminar evidências e articular a Saúde Coletiva diante da inação governamental. A Abrasco realizava até quatro ágoras semanais, seu formato virtual alcançou amplo público, fortalecendo sua relevância na crise.
Objetivos
Analisar as Ágoras Abrasco relacionadas à pandemia de covid-19, identificando os principais temas pautados, seus participantes e as principais questões em disputa entre 2020 e 2022.
Metodologia
Analisou-se 82 debates (Ágoras) da @TVAbrasco no YouTube, de abril/2020 a maio/2021. Foram excluídas as ágoras cujos títulos não continham os termos "pandemia", "COVID-19" ou "coronavírus". Cada participante teve dados como nome, instituição, formação, áreas de atuação, tipo de participação e link Lattes registrados em Excel. Consolidou-se as participações individuais. Isso permitiu investigar o perfil dos palestrantes, suas instituições, formações e áreas, revelando a diversidade institucional, a interdisciplinaridade e as ênfases temáticas do debate.
Resultados
As 82 Ágoras contaram com um total de 366 participantes, consolidando-se como um importante espaço de discussão no campo da Saúde Coletiva. Embora os webinários tenham tido uma forte presença do campo científico, eles também propiciaram a participação de agentes de outras esferas, como os campos burocrático e político, e em menor proporção, o setor associativo e os serviços. Destacou-se uma maior concentração de participantes oriundos das profissões da saúde. Medicina é formação mais comum, seguida da Odontologia e Enfermagem, com forte presença na área de Ciências da Saúde. Ciências Sociais, Psicologia e Direito também aparecem com destaque.
Conclusões/Considerações
A diversidade institucional reflete a natureza interdisciplinar e intersetorial da Saúde Coletiva, promovendo o diálogo entre diferentes saberes e práticas. Ainda assim, observa-se predominância de participantes com formação em profissões da saúde, reforçando a centralidade das Ciências da Saúde. Outras áreas também tiveram presença, indicando uma valorização de abordagens críticas, sociais e jurídicas no enfrentamento da crise sanitária.
INFODEMIA, VULNERABILIDADE E SPORT BETTING: UMA ANÁLISE DO MARKETING DE CASAS DE APOSTAS BRASILEIRAS À LUZ DA DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 FACULDADE DE ILHÉUS
Apresentação/Introdução
O crescimento das plataformas de apostas esportivas no Brasil é impulsionado por um marketing digital agressivo, que opera em um ambiente de infodemia. Neste estudo, analisamos como esse processo simbólico impacta a saúde coletiva de trabalhadores de baixa renda, à luz da Teoria da Determinação Social da Saúde.
Objetivos
Investigar como o marketing das apostas esportivas pode afetar a vulnerabilidade de trabalhadores de baixa renda, tendo como fundamento a Teoria da Determinação Social da Saúde com ênfase na infodemia.
Metodologia
Estudo qualitativo e descritivo com base em análise documental de 10 sites de apostas licenciados no Brasil (Betano, Superbet, Sportingbet, BetNacional, Betfair, EstrelaBet, Bet365, Novibet, Esportes da Sorte, Casa de Apostas), examinando políticas de jogo responsável, campanhas publicitárias e conformidade com a Portaria SPA/MF nº 1.231/2024. A análise foi guiada pela Teoria da Determinação Social da Saúde, especialmente pelos conceitos de infodemia e processos simbólicos desenvolvidos por Naomar de Almeida Filho, para compreender como o excesso de informações e os discursos simbólicos de mobilidade social influenciam a vulnerabilidade de trabalhadores economicamente precarizados.
Resultados
Todas as casas analisadas cumpriam os requisitos regulatórios mínimos, mas apresentavam graus distintos de apelo simbólico. As estratégias publicitárias mais agressivas utilizaram linguagens emocionalmente carregadas, celebridades e símbolos de status, promovendo o jogo como forma de realização pessoal. Em um contexto de infodemia, esse excesso de estímulos simbólicos atua sobre trabalhadores em situação de insegurança econômica, reforçando expectativas irreais e aumentando a suscetibilidade à prática compulsiva das apostas.
Conclusões/Considerações
A exposição ao marketing das Bets em contexto de infodemia é um determinante simbólico que amplia a vulnerabilidade dos trabalhadores de baixa renda. A Teoria da Determinação Social da Saúde mostra que a desigualdade também se expressa na internalização de discursos. É urgente regulamentar não só as plataformas, mas o conteúdo e a estética das mensagens publicitárias voltadas às classes populares.
ENTRE PALAVRAS E INTERAÇÕES: A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO DA PREFEITURA DE SALVADOR SOBRE A VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 NO INSTAGRAM
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
A pandemia de Covid-19 provocou intensas transformações sociais e comunicacionais no Brasil, onde a polarização política e a desinformação comprometeram o enfrentamento da crise. Diante da resistência vacinal, a comunicação de risco tornou-se essencial para promover confiança e adesão, com o Instagram como arena discursiva sobre a vacinação.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar os elementos discursivos utilizados pela Prefeitura Municipal de Salvador no Instagram para incentivar a vacinação contra a Covid-19, bem como interpretar as reações do público nos comentários das postagens.
Metodologia
A pesquisa adotou a Análise Crítica do Discurso (ACD), fundamentada em Norman Fairclough e Mikhail Bakhtin, e realizou análise qualitativa de 283 postagens da Prefeitura Municipal de Salvador sobre a camapnha de vacinação contra a Covid-19, entre 2021 e 2023. As publicações foram categorizadas segundo estratégias comunicativas (informativa, conduta, persuasiva, representativa) e discursivas (cômica, informal, emotiva, entre outras).
Resultados
A análise revelou o uso de discursos com tom informal e humorístico para mobilizar a população, como referências culturais populares e memes. Embora tenham gerado alto engajamento, essas estratégias também abriram espaço para interpretações ambíguas e reforço de discursos negacionistas. Já os comentários mostraram uma diversidade de vozes — de apoio à vacinação até resistência — evidenciando a polifonia e o dialogismo nas interações e a ausência de respostas institucionais nos comentários foi um ponto crítico na gestão da desinformação.
Conclusões/Considerações
A linguagem utilizada pela PMS constrói sentidos sobre a vacinação, indo além da mera informação. O Instagram funcionou como prática social onde discursos institucionais e populares interagiram, evidenciando que a comunicação digital deve ser estratégica, dialógica e consciente de seu potencial formador de significados e comportamentos sociais.
A EDUCOMUNICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA SENSIBILIZAR PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ACOMPANHAM MULHERES QUE VIVEM COM HIV/AIDS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
2 Fiocruz Brasília e Université Lumière Lyon 2
Apresentação/Introdução
As mulheres que vivem com HIV/AIDS (MVHA) deixam de socializar, de se relacionar com outras pessoas e buscar cuidado sobre a própria saúde em função do estigma e discriminação. Este trabalho destaca como a educomunicação como ferramenta para sensibilizar profissionais de saúde e para promover um acompanhamento humanizado, que permita que as mulheres sigam em tratamento antirretroviral.
Objetivos
Analisar as necessidades de informação e comunicação sobre saúde e bem-estar de mulheres que vivem com HIV, a partir da percepção delas, co-construir proposta educomunicativa de saúde a partir das necessidades mapeadas com elas.
Metodologia
Estratégias participativas de comunicação em saúde têm papel essencial na proposta de engajamento da sociedade civil de HIV para a colaboração com as políticas e promoção da participação social. Nesta pequisa, a estratégia metodológica adotada foi qualitativa, a partir da abordagem de pesquisa-ação participativa, a partir de duas etapas: grupos focais com MVHIV do Brasil e análise de conteúdo; e oficina educomunicativa para co-criação de reflexões e um produto de saúde e bem-estar para mulheres que vivem com HIV. Esse tipo de pesquisa compreende que existem significados anteriores à participação na pesquisa e entende essas vivências como forma de colaborar para essa mudança de paradigma.
Resultados
10 mulheres de 5 estados participaram de grupos focais online, guiados a partir de roteiro pré-estabelecido. O material foi analisado e categorizado a partir da análise de conteúdo, considerando quatro eixos que emergiram nos GF: Rotina e vida pessoal; Cuidados com a saúde, cuidados relativos ao HIV, saúde da mulher e serviços de HIV; Gestação e direitos sexuais e reprodutivos; Estigma e Sociabilidade. Notou-se que a relação médico-paciente é determinante para adesão ao tratamento para HIV e o produto educomunicativo co-construído foi um vídeo para sensibilizar profissionais de saúde para atendê-las a partir de uma perspectiva de cuidado integral.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou que as MVHIV deixam de priorizar a própria saúde por motivos além de gênero, estigma e discriminação, como também em função da troca de profissional de saúde para fazer o acompanhamento de HIV. Esses profissionais desempenham um papel fundamental na adesão e produtos de saúde envolvendo as populações específicas afetadas são ferramentas importantes para a colaboração com as políticas e promoção da participação social.
SAÚDE_POD: O PODCAST COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Alvorada
Apresentação/Introdução
Este trabalho é parte do projeto “Saúde e democracia”, que analisa a atuação cidadã nas 16ª e 17ª Conferências Nacionais de Saúde. Parte da apreensão de que estas são espaços de escuta, articulação e disputa simbólica, e não apenas eventos formais. Aqui referindo-se ao podcast SAÚDE_POD, criado pelo grupo de pesquisa Afetações, como estratégia de democratização do conhecimento e promoção da saúde.
Objetivos
Divulgar de forma acessível e afetiva, com o podcast, os saberes gerados nas conferências, fortalecer o vínculo entre ciência, arte e cidadania, ampliando o alcance das propostas. Fomentar a participação popular e de grupos historicamente excluídos.
Metodologia
A produção do podcast inicia-se com a escolha de um tema entre as 99 Conferências Livres da 17ª CNS. Em seguida, é realizada uma entrevista com organizadores da conferência e análise documental dos relatórios. As informações são categorizadas para subsidiar o roteiro do episódio, que reúne trechos da entrevista, conceitos e referências teóricas. Um especialista é convidado a debater os temas selecionados. Após a gravação, o episódio é editado e distribuído em plataformas digitais e rádios comunitárias. O primeiro episódio abordou a CL sobre Cannabis Medicinal e seus impactos na saúde de populações vulneráveis.
Resultados
O episódio abordou a distinção entre os usos recreativo e medicinal da cannabis, o racismo institucional na criminalização do uso terapêutico e a urgência de ressignificar a linguagem associada à planta. O formato dialogado e sensível favoreceu a escuta ativa e o engajamento, inclusive entre ouvintes com pouca familiaridade com a linguagem científica. O processo de produção evidenciou o podcast como potente ferramenta de divulgação científica e mobilização social, ao ampliar o acesso à informação e fomentar debates públicos sobre o SUS. A iniciativa também fortaleceu a articulação entre pesquisa, cultura e comunicação.
Conclusões/Considerações
O SAÚDE_POD reafirma o papel da comunicação sensível e acessível como estratégia fundamental na promoção da saúde e no fortalecimento da democracia. Ao transformar conteúdos complexos em narrativas compreensíveis, o podcast promove pertencimento, reflexão crítica e protagonismo. A continuidade dos episódios busca ampliar o alcance da pesquisa e fortalecer os laços entre ciência, arte, cuidado e transformação social.
NA PANDEMIA DE COVID-19, AS MANOBRAS DA DESINFORMAÇÃO E A LUTA PELA VIDA.
Pôster Eletrônico
1 UERJ
Apresentação/Introdução
O presente texto traz dois dentre outros aspectos da tese de doutorado defendida no Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro (UERJ). O período pesquisado, inicia em 11 de março de 2020, quando a OMS define a Covid-19 como pandemia, e segue até 22/4/22, quando o Ministro Marcelo Queiroga decreta o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela COVID-19.
Objetivos
Quais as motivações econômicas e políticas, as ferramentas e estratégias de comunicação do Governo Federal e grupos de extrema direita na pandemia? Quais foram as ações de resistência da sociedade civil na disputa pelo comportamento da sociedade?
Metodologia
Parti do estudo do CEPEDISA (1), que subsidiou a CPI da Covid no Senado em 2021, e para a fundamentação teórica, os seguintes eixos: Extrema direita e fascismo, Opinião Pública e a propaganda, A mentira necessária, a necropolítica, O ecossistema da desinformação, o papel das redes sociais, e A construção intencional da ignorância.
Construí então, uma linha do tempo com dezenas de fontes primárias e secundárias, que que traz, em 2.724 itens na planilha Excel, o dia a dia do período pandêmico, os pronunciamentos e ações do governo federal e seus apoiadores, e o contraponto da sociedade civil e suas entidades, STF, governadores, prefeitos, parlamentares, instituições acadêmicas, mídia etc.
Resultados
A linha do tempo identifica o projeto econômico político-ideológico de Bolsonaro, e a luta da sociedade civil pela preservação das vidas e as orientações da OMS. A principal ferramenta do Governo Federal foi a desinformação. A tese explica a produção da manipulação por spin doctors, a construção da desinformação (Conteúdo falso, Conteúdo manipulado, Conteúdo impostor, Conteúdo enganoso, Conexão falsa, Contexto falso), por Ferreira (2), e o conceito de desinfodemia da UNESCO (3) (Construções de narrativas e memes emotivos, Sites e identidades oficiais fabricados, Imagens e vídeos fraudulentos, alterados, fabricados ou descontextualizados, Infiltração da desinformação e campanhas orquestradas.
Conclusões/Considerações
A linha do tempo mostra a profunda crise política, institucional e sanitária; a crescente adesão na luta por vacinas e contra o negacionismo; as exigências do STF por equipamentos, insumos, vacinas etc. A tese traz, dentre outras, duas conclusões: a pressão da sociedade organizada como barreira ao projeto do governo Bolsonaro, e a identificação de manobras táticas e as estratégias de comunicação política do Governo para a pandemia.
MEU SUS DIGITAL: LITERACIA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA REGIÃO SUDESTE-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UERJ
2 Unb
Apresentação/Introdução
A rápida transformação digital na saúde exige que os profissionais estejam capacitados não apenas em suas competências clínicas, mas também no uso efetivo e crítico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Consequentemente, a literacia digital precisa ser incorporada ao cuidado à saúde como uma competência fundamental para toda a equipe multiprofissional em saúde.
Objetivos
Analisar a experiência e literacia digital de profissionais de saúde da APS com aplicativo “Meu SUS Digital”
Metodologia
Estudo descritivo com abordagem quantitativa e realizado por survey. É um recorte de um estudo multicêntrico realizado nas cinco regiões do Brasil. Foi aplicado um questionário que continha 04 blocos de perguntas, a saber: 01 – caracterização do usuário; 02 – aspectos demográficos; 03 – literacia digital e usabilidade do ‘Meu SUS Digital’; 04 – serviços do ‘Meu SUS Digital’. A amostra foi probabilística, de resposta voluntária. Foram realizadas análises descritivas e calculadas frequências absolutas e relativas (%) para variáveis qualitativas e médias e desvios-padrão para variáveis quantitativas, com testes Qui-quadrado e McNemmar, nos softwares SPSS e Jamovi, com p-valor adotado <0.05.
Resultados
A região sudeste compreendeu 207 participantes, em sua maioria adulto jovem, mulher, na cor parda, com ensino superior completo, ACS e técnicos de enfermagem, com tempo de atuação entre 1 e 5 anos. Para experiência com o uso do app, a maioria concordou em sua satisfação, expectativa e desempenho, esforço na utilização, facilidades e a intenção em usá-lo. No entanto, discordaram quanto ao hábito de usar e a influência social para o uso. Para literacia digital, a maioria compreende o acesso e gestão do conteúdo, o uso de meios digitais, comunicação, criação, segurança e empatia digital. Dentre os serviços, o mais conhecido é ‘vacinas’, e o menos, ‘dignidade menstrual’.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que tanto a literacia digital dos usuários quanto a experiência deles com o aplicativo 'Meu SUS Digital' evidenciam a necessidade de investir em alfabetização digital e no uso direcionado do recurso. O foco deve ser a integração do aplicativo às práticas de cuidado e assistência profissional, incentivando o uso integral de suas funcionalidades e, com estímulo e apoio, garantindo maior alcance e utilização dessa ferramenta.
JOGOS DE TABULEIRO COMO FERRAMENTA NO ENSINO SOBRE O SUS
Pôster Eletrônico
1 IFRS
Apresentação/Introdução
A educação em saúde desempenhou papel fundamental na promoção do bem-estar, atuando nos determinantes sociais. Este projeto utilizou jogos de tabuleiro como ferramenta pedagógica no ensino sobre o SUS, promovendo a compreensão crítica de seus pilares. A proposta tornou o aprendizado mais dinâmico, colaborativo e conectado à realidade dos estudantes.
Objetivos
Utilizar jogos de tabuleiro como metodologia ativa para facilitar o ensino dos princípios do SUS, promovendo o aprendizado colaborativo e reflexivo entre estudantes e visitantes do IFRS – campus Alvorada.
Metodologia
Foram utilizados jogos de tabuleiro com foco nos pilares do SUS: universalidade, equidade e integralidade. O jogo “Saúde da Família: Quem Faz o Quê?” (Fiocruz) foi usado para abordar a Estratégia Saúde da Família. O jogo “Só Uma” foi adaptado com termos do SUS, promovendo uma abordagem lúdica e interativa. Os jogos foram aplicados nas aulas do curso técnico em Cuidador de Idosos (PROEJA), na disciplina Comunicação em Saúde do curso de Produção Multimídia e no evento Tenda de Afetações, criado para apresentar as atividades do grupo de pesquisa homônimo a diferentes públicos.
Resultados
Os jogos de tabuleiro facilitaram a compreensão crítica dos pilares do SUS e incentivaram a aprendizagem ativa e colaborativa. No curso de Cuidador de Idosos, os estudantes relacionaram suas vivências ao cuidado em saúde. Na Produção Multimídia, os alunos compreenderam o impacto das políticas públicas na sociedade. Durante o evento Tenda de Afetações, os jogos foram experimentados por diversos públicos, fortalecendo o diálogo sobre o SUS de forma lúdica e acessível. A prática evidenciou o potencial dos jogos como estratégia educativa engajadora e contextualizada.
Conclusões/Considerações
A aplicação dos jogos de tabuleiro mostrou-se eficaz para o ensino sobre o SUS, promovendo aprendizagem crítica, participativa e conectada à realidade dos estudantes. A experiência demonstrou o valor dos jogos como mediadores do conhecimento em diferentes contextos, reforçando a importância do SUS para a justiça social e o bem-estar coletivo.
A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA MÍDIA TRANSNACIONAL: A RECEPÇÃO BRASILEIRA DE DISCURSOS DO GRUPO BTS SOBRE SAÚDE MENTAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Pará
Apresentação/Introdução
Este trabalho compreende mídias como um importante mecanismo na promoção de saúde/informação, que ultrapassa barreiras físico-culturais, contribuindo para a produção social de sentidos. Observa-se como o fenômeno do K-pop é utilizado para incentivar debates relevantes sobre saúde mental, por meio de letras sobre autocuidado e amor próprio, além de campanhas globais em parceria com os artistas.
Objetivos
O estudo busca investigar a recepção de conteúdos da indústria musical sul-coreana pelo público brasileiro e seu impacto em questões socioemocionais, sobretudo no cenário de desigualdades ao acesso à informação e estigmatização sobre o tema.
Metodologia
Para tanto, empregou-se uma pesquisa bibliográfica qualitativa (GIL, 2002), com amparo nos autores Maingueneau (2015) referente à análise discursiva e construção de sentidos no discurso, Jin (2023) acerca da proximidade transnacional em razão de temáticas universais e Moon (2023) sobre a Hallyu como um processo de intercâmbio cultural. Para a análise, foram selecionadas músicas do grupo BTS, contidas na trilogia Love Yourself e no álbum BE, feito durante o período da pandemia da Covid-19. Ademais, considerou-se a campanha Love Myself realizada em conjunto com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Resultados
Como resultado, observa-se que o efeito das mídias abrange trocas interculturais significativas pela universalidade dos temas e pela forma como as mensagens são interpretadas e ressignificadas pelos ouvintes. Logo, nesse processo de produção de sentidos, concebe-se um espaço de reflexão e afetividade em torno da própria saúde mental.
Conclusões/Considerações
Assim, a presente discussão evidencia como diálogos acerca da saúde mental são disseminados sob diferentes facetas, tanto no Brasil quanto em outros contextos ao redor do mundo, o que reforça o direito à comunicação como parte fundamental na promoção da saúde.
RECURSOS COMUNICACIONAIS COMO HUMOR NO TIKTOK PARA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O sujeito é um interlocutor nos processos de comunicação inserido em um contexto e não apenas receptor passivo de informações. Visto isso, a linguagem empática é essencial para transmitir e construir sentidos. A interação em plataformas de mídias sociais como TikTok, aliado a vídeos curtos e linguagem contextualizada podem potencializar a autonomia e empoderamento em saúde.
Objetivos
Analisar como o humor em vídeos curtos, a partir do caso do perfil “Zé Gota”, atua como mecanismos de engajamento e construção sentidos sobre saúde, cidadania e direito à comunicação.
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso com abordagem quali-quantitativa, de natureza exploratória-descritiva. O objeto da pesquisa são 10 vídeos públicos do personagem Zé Gota no TikTok, , selecionados por critérios de inclusão e exclusão considerando engajamento, relação com temas transversais da PNPS e data de publicação de até cinco anos. A pesquisa dividiu-se em três etapas: (1) coleta dos indicadores de engajamento; (2) análise descritiva desses indicadores; e (3) análise de conteúdo dos 50 comentários mais curtidos, posteriormente, articulando dados quantitativos e qualitativos para compreender a recepção das mensagens de saúde
Resultados
Na fase quantitativa, os vídeos foram distribuídos em 4 categorias: Higiene Pessoal; Sexualidade; Vícios e Prevenção, totalizando 21,4 milhões de visualizações. Higiene Pessoal e Vícios foram os temas mais acessados, com destaque para os vídeos “Lave o sino”(Higiene Íntima) e “E o nargas”(Narcótico). A categoria sexualidade mostrou um engajamento significativo, sendo o vídeo sobre o uso de preservativos com maior interação.
Na análise qualitativa, definiram-se quatro categorias: Importância; Autorreflexão; Espontaneidade e Dúvidas. Destaca-se que 42% dos comentários entendem que a linguagem utilizada no vídeo deveria estar mais presente em estratégias de promoção da saúde pela adesão do público.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam que o uso do humor em vídeos curtos, no caso do Zé Gota, fomenta a compreensão e pensamento crítico, favorecendo, assim, a apropriação dos conteúdos de saúde. A interatividade permite compartilhamento de ideias e construção de sentidos a partir da reflexão dos vídeos, configurando uma estratégia de emancipação dos sujeitos por meio do entretenimento.
LETRAMENTO INFORMACIONAL E DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE: OFICINA COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
A experiência descrita foi realizada em Fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Promover o letramento informacional em saúde com oficina sobre fake news com alunos do ensino médio integrado ao técnico.
Objetivos
Desenvolver o letramento informacional em saúde com estudantes, mitigando a desinformação e fake news por meio de cartilha como ferramenta de mediação. A atividade também buscou contribuir para a formação cidadã e democrática, destacando a importância do acesso à informação confiável como direito.
Metodologia
Relato de experiência sobre oficina de letramento informacional em saúde, realizada com discentes do ensino médio técnico em saúde. A atividade utilizou cartilha elaborada por acadêmicas de Biblioteconomia com formação técnica na área, adaptada ao público jovem. Foram realizadas a exposição e distribuição do material, uma dinâmica com fichas de notícias verdadeiras e falsas com exemplos atuais de fake news, seguida de roda de conversa para expressão de percepções e vivências dos participantes.
Resultados
Observou-se ampla participação dos estudantes, favorecendo o envolvimento e a compreensão crítica das informações discutidas. A abordagem lúdica e contextualizada facilitou a compreensão dos riscos da desinformação em saúde e estimulou o pensamento reflexivo. Os estudantes demonstraram abertura para compartilhar experiências vividas com familiares e situações observadas durante os estágios em hospitais e unidades de saúde, enriquecendo o debate e promovendo uma troca significativa de saberes.
Análise Crítica
A vivência evidenciou a importância do letramento informacional e digital para a formação dos estudantes, especialmente no contexto da gestão da informação em saúde. Alguns participantes relacionaram o conteúdo à circulação de informações falsas sobre vacinas, alimentos e impactos ambientais, demonstrando uma compreensão mais ampla dos desafios atuais e das relações entre saúde, meio ambiente e democracia.
Conclusões e/ou Recomendações
Destaca-se a importância de ampliar a oferta de oficinas focadas em letramento informacional para estudantes e profissionais da saúde, considerando sua relevância no aprimoramento dos processos educativos e no enfrentamento da desinformação. Essa experiência ressalta o papel dessas ações na formação cidadã, ao estimular o senso de responsabilidade social frente aos riscos da desinformação e aos desafios coletivos, como as emergências sanitárias que exigem tomadas de decisões fundamentadas.
COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA GESTANTES AGROPECUÁRIAS SOBRE OS RISCOS DA EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS
Pôster Eletrônico
1 Divast/Cesat/Suvisa/Sesab
Período de Realização
Entre maio de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Desenvolver conteúdo de comunicação digital para informar gestantes agropecuárias sobre os riscos da exposição a agrotóxicos.
Objetivos
Apresentar uma reflexão a partir do processo de construção do conteúdo de comunicação digital para gestantes agropecuárias sobre riscos da exposição a agrotóxicos.
Descrição da experiência
As reflexões aconteceram a partir da experiência da gravação de conteúdo digital, onde os vídeos produzidos, através de entrevistas, abordaram questões relevantes e com caráter informativo, educativo sobre os riscos do contato com agrotóxicos para a saúde das gestantes e de bebês e estratégias utilizadas para redução da exposição.
Resultados
A realização do conteúdo digital, a partir de elementos da comunicação popular, resultou na gravação de três episódios de entrevistas sobre o tema agrotóxico e gestante. O conteúdo trouxe algumas respostas sobre questões trazidas por um grupo de grávidas de uma área rural no Brasil, que foi utilizado como recorte para embasar a discussão do conteúdo nos vídeos, que utilizou linguagem simples e direcionada a esse grupo de mulheres, disponibilizado em meio digital.
Aprendizado e análise crítica
Os autores consideram que esse produto, cuja execução esteve pautada na educação popular em saúde, poderá contribuir para divulgação de informação sobre um tema de grande importância para a saúde materno infantil. Além de fomentar a discussão sobre políticas e intervenções efetivas nesse campo, reduzindo os riscos e promovendo saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Espera-se que sirva como importante subsídio para aprofundar a reflexão sobre a exposição de populações vulneráveis aos agrotóxicos, em especial, a população materno infantil de áreas rurais, onde a utilização desses produtos está presente no ambiente familiar e do trabalho. Além disso, espera-se alcançar grande número de gestantes expostas, através da comunicação popular e do uso de tecnologias de fácil acesso.
A CARTILHA DE ATENDIMENTO AOS AGENTES PÚBLICOS EXTERNOS DA ENSP/FIOCRUZ COMO AGENTE DE CIDADANIA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Período de Realização
Entre Janeiro e Dezembro de 2024
Objeto da experiência
Criação da "Cartilha de Atendimento aos Agentes Públicos Externos" para orientar os trabalhadores das portarias e a comunidade ENSP/FIOCRUZ.
Objetivos
Orientar os trabalhadores e a comunidade ENSP/FIOCRUZ sobre como agir em diligências do poder judiciário, polícia e advocacia e ainda informar sobre direitos, deveres, procedimentos, usando linguagem simples para fácil compreensão.
Descrição da experiência
A Assessoria Técnica (ATEC/ENSP/FIOCRUZ) criou a "Cartilha de Atendimento aos Agentes Públicos Externos". Elaborada com princípios de Design e Linguagem Simples pelas equipes da ATEC e do Pólen ela explica diversos termos jurídicos e legais, como “diligência”, e identifica quem são os agentes públicos externos (policiais, oficiais de justiça, advogados), seus papéis e como devem proceder (identificação, mandado/intimação), ao final indicando a ATEC para a solução de conflitos.
Resultados
A cartilha é um guia prático em Linguagem Simples que promoveu clareza e padronização no atendimento dos porteiros e recepcionistas. Ao informar sobre direitos e deveres, como à necessidade identificação da autoridade e os procedimentos corretos para entrada nas dependências da ENSP a cartilha capacita os colaboradores a agirem com mais segurança e conhecimento, gerando empoderamento. Demonstra uma preocupação da ENSP/FIOCRUZ com a segurança jurídica e o bem-estar de seus trabalhadores.
Aprendizado e análise crítica
A cartilha demonstra a importância de capacitar os colaboradores sobre temas jurídicos complexos de forma acessível. O uso de Linguagem Simples e Design é crucial. O suporte da ATEC/ENSP/FIOCRUZ é vital, mas a eficácia depende da disseminação, treinamento e atualização contínua do conteúdo, pois a cartilha sozinha pode não abranger todas as nuances de situações reais.
Conclusões e/ou Recomendações
A cartilha é uma ferramenta essencial para segurança jurídica e orientação não apenas dos colaboradores das portarias dos prédios da ENSP e da FIOCRUZ, mas de toda comunidade dos campi Fiocruz, mas para a sua eficácia é necessário promover a ampla divulgação e os treinamentos, bem como a constante atualização do documento. Também pode-se considerar sua adaptação para outras instituições que possam se beneficiar de um guia similar.
INFORMAÇÃO CONFIÁVEL, AÇÃO EFICAZ: O PAPEL DO SITE DA REDE BRASILEIRA NA COMBATE À TUBERCULOSE
Pôster Eletrônico
1 Rede Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose
2 Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP)
3 DATHI/SVSA/MS
4 Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não tuberculosas (CGTM/DATHI/SVSA/MS)
Período de Realização
2022-2025
Objeto da experiência
A eliminação da tuberculose no Brasil é desafiadora devido à falta de informações confiáveis; um site foi criado para ajudar no controle.
Objetivos
O objetivo é criar um site acessível nacionalmente, otimizado para buscas no Google, que reúna informações confiáveis sobre a tuberculose no Brasil, promovendo visibilidade e recomendações. Além disso, busca valorizar a Rede Brasileira de Comitês e incentivar a formação de novos comitês estaduais.
Descrição da experiência
Este relato de experiência, iniciado em 2022 e até hoje ativo, descreve a criação de um site voltado para pessoas com TB, familiares, sociedade, profissionais de saúde e academia. Com layout inspirado na identidade visual da Rede, possui quatro abas: Conheça a Rede, Tuberculose, Atualizações e Contatos. O conteúdo inclui informações sobre a rede, história da TB, estigma, ações, notícias, eventos, vídeos e contatos, produzido colaborativamente por cerca de 36 pessoas.
Resultados
A criação de um site confiável e bem estruturado aumentou a visibilidade da Rede de Comitês no Brasil, valorizando seus membros e facilitando a comunicação com a população. Com boas práticas de SEO, o site ocupa destaque no Google, atraindo visitantes de diversos países e municípios, com mais de 6 mil acessos entre 2022 e 2025. Isso fortalece a Rede, incentiva novos comitês e aprimora ferramentas para ampliar ações contra a tuberculose no país.
Aprendizado e análise crítica
A criação do site trouxe aprendizados sobre a importância de informações confiáveis e bem produzidas para fortalecer a Rede de Comitês, ampliando sua visibilidade e impacto no Brasil. Com estratégia de SEO e conteúdo de qualidade, aumentou sua presença no Google, atraindo acessos internacionais e fortalecendo sua credibilidade. Para garantir o crescimento contínuo, é fundamental manter o conteúdo atualizado e incentivar maior interação com os visitantes, fortalecendo o combate à tuberculose.
Conclusões e/ou Recomendações
O site da Rede de Comitês é uma ferramenta fundamental no combate à tuberculose, promovendo informações confiáveis e orientações para a população. Sua iniciativa fortalece o SUS ao facilitar o acesso à atenção primária e ao tratamento completo. Assim, a plataforma contribui para ampliar o alcance das ações de saúde, sendo essencial na luta contra essa doença que afeta milhares de brasileiros anualmente.
A AVENTURA CONTRA AS DDA: HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ) COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
De julho a outubro do ano de 2024.
Objeto da experiência
Desenvolver um HQ como ferramenta educativa sobre Doenças Diarreicas Agudas (DDA).
Objetivos
Traduzir conteúdos técnicos sobre DDA em uma linguagem simples e acessível, por meio de um HQ voltado à comunidade, com foco na linguagem acessível e popular.
Descrição da experiência
O material educativo foi desenvolvido como produto acadêmico do mestrado em Saúde Coletiva da UFG, com o objetivo de traduzir conteúdos técnicos em linguagem simples, visual e envolvente. A elaboração incluiu levantamento bibliográfico, análise de dados do SIVEP-DDA, elaboração de roteiro narrativo, desenvolvimento gráfico e validação junto à equipe docente.
Resultados
O HQ “A aventura contra as DDA” usa personagens, ilustrações e diálogos para ensinar prevenção e cuidado contra doenças diarreicas agudas. O formato em quadrinhos facilita a compreensão lúdica e culturalmente sensível de temas complexos. O material é indicado para campanhas educativas, escolas, unidades de saúde e programas como o Saúde na Escola, apoiando a educação em saúde na Atenção Primária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o uso de histórias em quadrinhos é uma estratégia potente para aproximar saberes técnicos da realidade das famílias. A linguagem visual e narrativa favorece a compreensão e o engajamento. O processo também revelou a importância de formatos criativos para ampliar o acesso à informação e fortalecer o vínculo entre serviços de saúde e comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Estratégias de comunicação inovadoras, como histórias em quadrinhos, podem fortalecer ações de educação em saúde e democratizar o acesso à informação, contribuindo para a promoção da saúde e prevenção de doenças.
MITOS E VERDADES SOBRE A VACINAÇÃO: IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES E O COMBATE ÀS FAKE NEWS NO CONTEXTO DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá/UNESA-IDOMED - Rio de Janeiro/RJ - Brasil
2 1-Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas – LIPMED/ Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz – Rio de Janeiro -RJ- Brasil; 2-Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá/IDOMED- Rio de Janeiro-RJ- Brasil1-Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas
Período de Realização
Projeto de extensão realizado entre julho de 2024 e julho de 2025
Objeto da experiência
Promoção da educação em saúde para valorizar o PNI, combatendo mitos e fake news sobre vacinas.
Objetivos
Combater a desinformação sobre vacinação no Brasil com ações educativas que promovam informação de qualidade, desconstruam o negacionismo e fortaleçam a educação em saúde por meio da participação ativa e ferramentas lúdicas de aprendizagem.
Descrição da experiência
O projeto utilizou materiais lúdicos em forma de jogos, atuando em eventos de educação não formal e ações escolares. Montou estande em eventos universitários, alcançando 1.100 pessoas. Em 2025, realizou atividades com alunos do ensino fundamental, com rodas de conversa, jogos e debates, promovendo o diálogo entre ciência e comunidade.
Resultados
A iniciativa reforçou a vacinação como direito coletivo do SUS, teve ampla participação e ajudou na atualização de carteiras vacinais, revelando lacunas na cobertura. Combateu a desinformação ao elucidar mitos e promover o diálogo entre ciência e sociedade, incentivando a construção coletiva de saberes.
Aprendizado e análise crítica
A desinformação, ampliada pelas redes sociais e pela desigualdade no acesso à informação, é um desafio atual. Atividades lúdicas e interativas estimularam o pensamento crítico e o empoderamento em saúde. Persistem desafios ligados à falta de acesso a informações qualificadas e à necessidade de políticas públicas que fortaleçam a comunicação científica.
Conclusões e/ou Recomendações
O combate à desinformação e o fortalecimento da vacinação exigem comunicação, educação e participação social integradas. É preciso investir em estratégias que valorizem o diálogo e a pluralidade de saberes, garantindo a comunicação como direito. Políticas do SUS devem formar multiplicadores e incentivar parcerias entre academia, SUS e sociedade contra o negacionismo.
COMUNICAÇÃO SENSÍVEL E DEVOLUTIVA TERRITORIAL: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO PROGRAMA VIVÊNCIAS NO SUS COMO FERRAMENTA DE EXTENSÃO E FORMAÇÃO CRÍTICA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
2 UNIFAP
3 UFPA
4 UFOPA
5 UFSCar
Período de Realização
Maio de 2025.
Objeto da experiência
Produção audiovisual durante o Programa Vivências no SUS Norte (Belém) como ferramenta de diálogo intercultural, extensão crítica e educação permanente.
Objetivos
Valorizar a produção audiovisual como estratégia de comunicação e devolutiva sensível; articular ensino, serviço e território por narrativas coletivas; e curricularizar a extensão com foco na escuta qualificada e no protagonismo estudantil.
Metodologia
No Vivências no SUS Norte 2024, estudantes e residentes imergiram em territórios amazônicos, ouvindo ativamente e respeitando o protagonismo local. Produziram vídeos curtos com relatos, imagens e sons dos territórios, criando uma narrativa reflexiva que valoriza a arte como linguagem pedagógica e política.
Resultados
A experiência evidenciou lacunas na formação em saúde sobre povos indígenas e levou à criação de recursos visuais sobre degradação ambiental, urbanização e insegurança alimentar. O roteiro, em 3 arcos, acompanha um indígena médico que une saberes para enfrentar desafios em sua comunidade. A boa receptividade em eventos e o interesse docente mostram o potencial da arte na formação e na sensibilização intercultural.
Análise Crítica
A experiência demonstrou que a comunicação em saúde não deve se limitar à transmissão de informações, mas precisa ser pensada como relação e linguagem. A produção audiovisual participativa ampliou a escuta, favoreceu o protagonismo local e permitiu retribuir à comunidade com registros sensíveis. Entretanto, exige tempo, apoio institucional e políticas que valorizem a arte como parte legítima da formação em saúde, evitando reproduções coloniais e valorizando práticas genuinamente colaborativas.
Conclusões e/ou Recomendações
A produção audiovisual como prática extensionista deve ser incorporada aos currículos de saúde. Recomenda-se fomentar políticas de apoio à comunicação popular, reconhecer o potencial formativo da arte e valorizar processos participativos como parte da educação permanente no SUS. A curricularização da extensão precisa integrar ensino, território e comunicação sensível para formar profissionais comprometidos com os contextos amazônicos e suas potências.
A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA COMO ESTRATÉGIA DE MELHORIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA UBS FIGUEIRA EM DUQUE DE CAXIAS
Pôster Eletrônico
1 UNIGRANRIO
Período de Realização
A atividade foi realizada em maio de 2025 na UBS Nair Borges Fernandes, Figueira, Duque de Caxias.
Objeto da experiência
Aplicação da Comunicação Não Violenta como ferramenta para fortalecer as relações interpessoais no ambiente da atenção primária.
Objetivos
Fortalecer comportamentos comunicativos positivos entre os colaboradores da UBS Nair Borges Fernandes por meio da CNV, promovendo um ambiente de trabalho mais respeitoso, colaborativo e empático, com foco na melhoria da convivência e da escuta entre a equipe.
Descrição da experiência
A ação educativa contou com a participação de sete colaboradores e incluiu a dinâmica da Roda da Vida adaptada para avaliar 12 indicadores comportamentais ligados à CNV. Em seguida, foi promovido um momento de integração com café da manhã e uma palestra expositiva dialogada sobre princípios e técnicas da Comunicação Não Violenta.
Resultados
Os dados apontaram atitudes positivas em escuta ativa e pedido de ajuda (100%), e respeito e clareza na comunicação (85,71%). No entanto, manter a calma e resolver conflitos com educação apresentaram os menores índices (42,85%), revelando fragilidades emocionais e necessidade de capacitação contínua para o manejo de conflitos.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a CNV é uma ferramenta eficaz para promover reflexão e fortalecer vínculos profissionais. Embora haja práticas colaborativas estabelecidas, persistem desafios relacionados ao equilíbrio emocional e à resolução de conflitos. A ação reforça a importância da escuta qualificada e da educação permanente.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a CNV contribui para um ambiente de trabalho mais acolhedor, mas é fundamental investir em estratégias formativas contínuas. Recomenda-se que ações como essa sejam replicadas em outras UBS como forma de incentivar relações mais humanizadas e cooperativas no contexto do SUS.
A COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DA CONSTRUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CESTEH/ENSP/FIOCRUZ
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Período de Realização
Janeiro a dezembro de 2024, com destaque para a MOPEAC (12 a 14/12) e seis Encontros Integrativos.
Objeto da experiência
Eventos científicos organizados pelo Cesteh/Ensp/Fiocruz como estratégias de construção e socialização do conhecimento em saúde, trabalho e ambiente.
Objetivos
Relatar a experiência de eventos organizados em 2024 pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp/Fiocruz) como espaços de fortalecimento da construção e socialização do conhecimento científico interdisciplinar na área de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.
Descrição da experiência
Relato baseado em observação direta, registro e sistematização de eventos de construção e socialização do conhecimento científico desenvolvidos no Cesteh em 2024: a Mostra de Pesquisa, Ensino e Ações em Saúde, Trabalho e Ambiente do Cesteh – MOPEAC (12 a 14/12) e seis Encontros Integrativos do Cesteh. Envolvimento de múltiplos participantes e abordagens. A análise considerou temas, métodos, interações e articulação entre pesquisa, ensino e práticas em saúde, trabalho e ambiente, e a comunicação.
Resultados
MOPEAC: Reuniu 136 pessoas em 8 atividades: 4 mesas temáticas, 4 rodas de conversa, 1 seção audiovisual, lançamento de 11 vídeos e 5 livros. Destacou o conhecimento produzido por trabalhadores e estudantes do Cesteh.
ENCONTROS INTEGRATIVOS DO CESTEH: Realização de seis encontros, com ampla participação (profissionais, pesquisadores, alunos e interessados) e temas variados, consolidando-se como espaço de debate qualificado e integrador de diferentes abordagens científicas e experiências práticas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da comunicação como eixo estruturante na integração entre ensino, pesquisa e práticas em saúde. A diversidade temática e metodológica favoreceu trocas enriquecedoras entre distintos atores sociais. Reforçou-se a compreensão da ciência como prática coletiva, dialógica e socialmente engajada. O Cesteh reafirmou seu papel estratégico na construção de redes de saber e na articulação entre ciência, prática e políticas públicas em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.
Conclusões e/ou Recomendações
A MOPEAC e os Encontros Integrativos do Cesteh fortaleceram o papel da comunicação científica na promoção da interdisciplinaridade, articulação entre saberes e difusão de práticas transformadoras. Recomenda-se manter e ampliar esses espaços como estratégias contínuas de fortalecimento da produção coletiva do conhecimento em saúde, trabalho e ambiente, promovendo diálogo entre academia, serviços e sociedade.
PODCAST SAÚDE NA FEIRA: DIALOGANDO O SABER POPULAR SOBRE O CONCEITO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municpal de Saúde do Crato -CE
2 Secretaria Municipal de Saúde Crato-CE
3 Fiocruz-CE
4 Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro do Norte-CE
5 Associação do Sitio Belo Horizonte
Período de Realização
Desde março/2023, divulgação do Podcast Saúde na Feira, junto a Rádio Literária Carrapato.
Objeto da experiência
Captar junto aos feirantes e visitantes que circulam na feira do carrapato a sua compreensão e entendimento sobre o conceito de saúde.
Objetivos
Utilizar o momento da feira da comunidade como um forte espaço de troca de saberes e conhecimento popular sobre o conceito de saúde, a partir de uma pergunta disparadora entre os feirantes e os visitantes da feira, “o que é ter saúde para você”?
Metodologia
O momento da feira foi escolhido, como espaço e circulação de pessoas e ideias, em seu movimento de encontro, pois a feira na comunidade promove, esse momento de diálogos e de encontros. A feira promove a economia solidária da comunidade, como uma ação emancipatória de novos olhares de produção e consumo, tendo em vista que, muitos dos produtos vendidos, vem dos quintais produtivos da comunidade, além do fortalecimento a economia local.
Resultados
Ouvimos 12 pessoas durante a feira, gravamos as respostas sobre, o que é ter saúde? Montamos o Podcast Saúde na Feira, para ser transmitido nas caixinhas de som da rádio poste. Quanto as respostas, observou-se que, a compreensão de saúde foi além da limitação de ausência de doença, a saúde é compreendida como algo corriqueiro, inclui felicidade, alimentação, a existência da feira, a percepção de saberes ancestrais que permeiam o espaço da feira como um lugar de encontros e produção de cuidado.
Análise Crítica
A experiência evidencia o poder dos saberes populares em espaços comuns, a circulação de saberes, através de ações emancipatórias, a feira é um espaço de resistência de vida e de trabalho. O que se produz quintal, é um resgate ancestral da agricultura familiar fortalecida na promoção de saúde e gera renda. A escuta da compreensão das pessoas sob o seu ponto de vista da saúde demonstra que, os saberes populares ainda são a base formativa do conhecimento, essencial para a promoção do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
Manter a produção do Podcast Saúde na Feira, contínua na programação da Rádio Carrapato, divulgando o conceito em saúde, de forma reflexiva. Implementar ações de promoção da saúde, a partir dos saberes populares nos espaços de convívio. O espaço da feira gera a circulação dos saberes populares, a comunidade é protagonista da sua história, e isso possibilita novos olhares e práticas de saúde emancipatórias no enfrentamento dos agravos em saúde.
CONECTANDO SABERES: PODCAST COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO CIENTÍFICA SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 UFRN
Período de Realização
Outubro a Dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Produção de uma temporada de podcast sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) nas pesquisas em saúde.
Objetivos
Descrever e analisar como se deu o processo de construção do podcast, meios de pesquisa, produção, publicação e divulgação.
Descrição da experiência
A temporada foi produzida a partir de discussões sobre o tema no Grupo de Trabalho: Pesquisa e Inovação em Saúde, da Sociedade Brasileira de Pesquisa e Inovações em Saúde (SOBRAPIS). Dessas discussões surgiu a proposta de produção de uma temporada do podcast “Lattes Talk” com a temática: IA nas pesquisas em Saúde. Teve como foco principal promover o letramento digital e científico, especialmente de estudantes e profissionais da saúde sobre o uso correto e os efeitos do uso da IA para a ciência.
Resultados
Foram produzidos 4 episódios, com participação de pesquisadores ou especialistas convidados com domínio do tema. Foram gravados no Google Meet, editados pelo Spotify for Podcasters e publicados pelo Spotify. Cada episódio possuía um roteiro a partir de pesquisa prévia sobre o tema, era organizado em formato de entrevista e possuía dois apresentadores. Os temas apresentados foram: formação profissional, uso do Chat GPT em pesquisas, e assistência personalizada com IA.
Aprendizado e análise crítica
Com o surgimento da tecnologia disruptiva IA, tem-se criado a ideia de que são capazes de resolver qualquer problema da vida moderna. Entretanto, há limites e desafios, principalmente quando se fala de seu uso em pesquisas no campo da saúde. Questões éticas relacionadas à produção intelectual, bem estar e segurança das pessoas, responsabilidade e autonomia dos pesquisadores são potencialmente postas em risco.
Conclusões e/ou Recomendações
Reflexões éticas, técnicas e práticas são necessárias na compreensão do uso da IA nas nossas vidas, inclusive no campo científico. As transformações provocadas pela tecnologia é uma realidade, e cabe a cada um de nós definir os limites de seu uso, dentro de parâmetros coletivamente pactuados. O recurso podcast como ferramenta de divulgação e letramento científico reflete uma adaptação importante às novas formas de consumo de informação entre estudantes.
A COMUNICAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROJETO CENÁRIOS TB
Pôster Eletrônico
1 UnB
Período de Realização
Setembro de 2024 à Julho de 2025.
Objeto da experiência
Atuação da equipe de comunicação no Projeto Cenários TB, com foco em estratégias de divulgação e tradução do conhecimento.
Objetivos
Desenvolver e implementar ações voltadas para a disseminação de informações acessíveis sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose, utilizando redes sociais e materiais educativos, realizar tradução do conhecimento, bem como fortalecer a identidade visual do projeto.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu na Universidade de Brasília, no Centro de Medicina Tropical da UnB, com ações presenciais e online. As atividades concentraram-se na produção de conteúdos informativos para as redes sociais, como Instagram e LinkedIn, campanhas temáticas e criação de materiais educativos, como e-books e vídeos. Além do desenvolvimento de propostas de identidade visual e site do projeto, alinhadas à missão de traduzir o conhecimento científico de forma acessível e atrativa para a comunidade.
Resultados
Foram ampliadas as estratégias de comunicação do projeto, com produção sistemática de conteúdos educativos sobre a tuberculose. Destacam-se materiais informativos sobre sinais e sintomas da doença, postagens que abordaram casos de celebridades acometidas pela tuberculose, como estratégia para humanizar a informação, criar vínculo e mostrar que a enfermidade pode afetar qualquer pessoa. A identidade visual contribuiu para ampliar o interesse das postagens e o alcance da comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência proporcionou importantes aprendizados, especialmente no que se refere à tradução do conhecimento científico, adequando linguagem e formatos para diferentes públicos. Além disso, reforçou a relevância das redes sociais como ferramenta estratégica de comunicação em saúde. Como desafios, destacou-se a dificuldade em ampliar o alcance das postagens e mobilizar a participação da equipe na produção de conteúdos, apontando a necessidade de estratégias mais colaborativas e participativas.
Conclusões e/ou Recomendações
A comunicação em saúde, especialmente por meio das redes sociais e do fortalecimento da identidade visual, mostrou-se essencial para a promoção de ações de prevenção e cuidado no enfrentamento da tuberculose. Recomenda-se o aprimoramento contínuo das estratégias comunicativas, com foco na participação coletiva e na qualificação da tradução do conhecimento, visando ampliar o impacto social das iniciativas em saúde pública.
A EXPERIÊNCIA DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO PARA A MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO DIA D DE VACINAÇÃO EM UM CONTEXTO DE EMERGÊNCIA POR SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS GRAVES EM MG
Pôster Eletrônico
1 SES-MG
Período de Realização
De 7 de abril a 19 de maio, com foco no Dia D de mobilização nacional em 10 de maio de 2025.
Objeto da experiência
O planejamento e a execução das estratégias de comunicação e mobilização social para ampliar a cobertura vacinal contra a Influenza em Minas Gerais.
Objetivos
Apresentar a metodologia, o planejamento e a execução regional das ações de comunicação para a mobilização social promovido pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, realizadas no Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe.
Metodologia
Com apenas 21,71% de cobertura vacinal contra a gripe, Minas Gerais decretou emergência em saúde pública em 2/5. Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, a SES-MG promoveu no dia 10/5 o Dia D de Vacinação, com ações de comunicação e mobilização social. As 28 Regionais de Saúde atuaram junto a escolas e secretarias municipais para ampliar o acesso às informações e incentivar a vacinação. Foram utilizadas peças educativas, guias de ações, suporte técnico e colaboração coletiva.
Resultados
O Dia D de vacinação contra a gripe da SES-MG contou com a participação de suas 28 Unidades Regionais de Saúde e ações em 736 cidades, 85% dos municípios mineiros. Pelo menos 4.035 escolas foram mobilizadas. Somente no dia D, foram aplicadas 345,3 mil doses do imunizante, sendo o estado com o maior número de doses aplicadas, apontando para a importância das ações de comunicação e mobilização.
Análise Crítica
A experiência reforça que ações de comunicação voltadas para a mobilização social precisam ser executadas de forma contínua e incorporadas aos temas estratégicos do SUS, como política pública para otimizar o alcance de metas da Saúde. Para a continuidade das ações, é importante ampliar a participação social na construção do planejamento de comunicação, para prevalecer o interesse público e as demandas por informações locais, considerando os cenários de desinformação dos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
Os resultados do Dia D de vacinação contra a Influenza apontam para a necessidade das estratégias de comunicação e mobilização serem tratadas como políticas públicas, como pilar estratégico do SUS, com objetivo de democratizar o acesso e garantir maior efetividade das ações de saúde coletiva e, neste caso, para contribuir para recuperação das altas coberturas vacinais.
COMUNICAÇÃO DE RISCO E ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO EM TERRITÓRIOS AMAZÔNICOS: EXPERIÊNCIAS EM MARABÁ, CHAVES E BREVES (PA)
Pôster Eletrônico
1 DEMSP/MS
Período de Realização
Outubro de 2024 e Março de 2025
Objeto da experiência
Ações e oportunidades de CREC em ações do COE Dengue e Outras Arboviroses e Sala de Situação do Clima em municípios amazônicos do Pará.
Objetivos
Relatar ações e oportunidades de Comunicação de Risco e Engajamento Comunitário (CREC) em territórios ribeirinhos amazônicos do Pará, com foco na sistematização de práticas e desafios em Marabá, Chaves e Breves, considerando as vulnerabilidades geográficas, comunicacionais e socioculturais.
Descrição da experiência
Quatro horas de voadeira e uma semana com populações ribeirinhas do Pará revelaram iniquidades do acesso à saúde. Em áreas isoladas, a desinformação sobre vacinas é agravada pela falta de internet. Conversas com moradores destacaram o papel das rádios e lideranças comunitárias na adesão à vacinação e à comunicação de riscos, evidenciando a importância de estratégias adaptadas aos contextos locais. Outro ponto relatado foi a centralidade de grupos de WhatsApp e demais redes sociais.
Resultados
Foram identificadas oportunidades para fortalecer a CREC, como a educação comunitária sobre queimadas em Marabá e o uso de meios alternativos e comunitários em Chaves e Breves. Parcerias com rádios, professores e agentes de saúde foram essenciais nas estratégias adotadas. A escuta qualificada evidenciou a centralidade das lideranças locais, enquanto a falta de internet reforçou a utilização de canais alternativos comunitários como os meios prioritários para a disseminação de informações.
Aprendizado e análise crítica
As experiências demonstram que a CREC deve ser adaptada a cada realidade, pois estratégias genéricas não são eficazes em territórios com culturas, línguas e acessos distintos. A escuta das comunidades e o vínculo com lideranças locais são essenciais para construir confiança. Em áreas ribeirinhas e tradicionais, é crucial utilizar formas de comunicação mais próximas, que respeitem os saberes locais e fortaleçam a participação ativa da comunidade nas decisões e ações.
Conclusões e/ou Recomendações
A comunicação de risco em territórios amazônicos demanda estratégias culturalmente sensíveis e com escuta qualificada. Recomenda-se capacitar comunicadores locais, fortalecer canais existentes, como rádios comunitárias, e manter articulação contínua com lideranças ribeirinhas. A CREC deve ser incorporada desde o início da resposta à emergência, evitando abordagens verticalizadas e priorizando a confiança e corresponsabilidade com as comunidades.
ENTRE POSTAGENS E PROCESSOS: O INSTAGRAM COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO POPULAR E DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DA ANEPS SERGIPE
Pôster Eletrônico
1 ANEPS/ SE
2 UFS
3 ANEPS/SE
Período de Realização
Apresentaremos o Instagram como ferramenta de comunicação e memória da ANEPS-SE de 2021 a 2025.
Objeto da experiência
Registros históricos da linha do tempo do Instagram da ANEPS-SE, para resgate da memória, a luz da comunicação em saúde.
Objetivos
Apresentar o Instagram como estratégia de comunicação em saúde e registro da trajetória da ANEPS Sergipe.
Descrição da experiência
A ANEPS-SE estruturou seu perfil no Instagram como espaço educomunicativo e de memória política, inspirado nas abordagens de educomunicação e práticas de educação popular em saúde. Com curadoria participativa, o perfil divulgou lives, campanhas, depoimentos e eventos, articulando educação popular, direitos humanos e produção social da saúde. As ações fomentaram escuta, reflexão crítica e visibilidade às práticas, com foco no fortalecimento da identidade política e narrativa popular em saúde.
Resultados
Foram publicadas 305 postagens: cards informativos, registros de ações, campanhas temáticas e depoimentos. O perfil ampliou seu alcance e engajamento com redes nacionais/lokais. Tornou-se canal reconhecido de comunicação popular em saúde, fortalecendo a memória afetiva e documental de ANEPS Sergipe.
Aprendizado e análise crítica
A experiência confirmou o potencial das redes sociais como instrumento político-pedagógico de mobilização e cuidado. Inspirada em Paulo Freire e na educomunicação crítica, a prática ampliou voz popular e conscientização, contudo, exigiu mobilização contínua da equipe e enfrentou desafios como acessibilidade digital, alcance do algoritmo e esgotamento da militância. A experiência foi atravessada por afeto e resistência, revelando as redes como territórios de disputa de narrativas e direitos.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da ANEPS Sergipe aponta para a potência da comunicação popular como meio de fortalecimento de vínculos, estímulo à participação social e visibilização das lutas por justiça social. Recomenda-se a incorporação em políticas públicas de saúde, com investimento em práticas educomunicativas e apoio institucional a iniciativas populares, assim como ações de literacia crítica e registro permanente das memórias coletivas.
USO DO RECURSO AUDIOVISUAL COMO INSTRUMENTO DE DIVULGAÇÃO E INCENTIVO À DOAÇÃO DE POTES DE VIDRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 IAM - FIOCRUZ
2 UPE
3
Período de Realização
A vivência ocorreu no mês Junho de 2025.
Objeto da experiência
Criação e divulgação de vídeo para incentivar a doação de potes de vidro na comunidade local.
Objetivos
Descrever o processo de produção do vídeo como ferramenta de mobilização social para estimular a doação de potes de vidro, promovendo engajamento comunitário no Recife.
Descrição da experiência
O vídeo foi produzido pelas residentes em saúde coletiva, passando pelas etapas de planejamento, roteiro, gravação e edição. As gravações foram realizadas em pontos estratégicos da rede de saúde do distrito, com o objetivo de mostrar os locais de coleta. A divulgação ocorreu por redes sociais e nas unidades de saúde, visando incentivar a doação de potes de vidro.
Resultados
O vídeo, inicialmente produzido para divulgação no nível distrital, teve repercussão expressiva e foi compartilhado no Instagram oficial da Secretaria de Saúde, ampliando seu alcance. Isso contribuiu para o aumento do engajamento da comunidade e crescimento nas doações de potes de vidro para o banco de leite humano das maternidades do Recife.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou a eficácia do audiovisual para mobilizar a comunidade. O protagonismo das residentes garantiu conteúdo relevante e contextualizado, com apoio da coordenação, fundamental para que o vídeo alcançasse maior visibilidade. Observou-se a atualização dos métodos de divulgação e a importância de estratégias inovadoras para o fortalecimento das políticas de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso do vídeo mostrou-se eficaz para incentivar doações e engajamento. Recomenda-se replicar a estratégia em outros distritos, com adaptações locais e investimento em produção e divulgação para ampliar o impacto das campanhas de saúde.
A INFLUÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NOS PRODUTOS DE DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA NO CIDACS/FIOCRUZ BAHIA: DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS
Pôster Eletrônico
1 Cidacs/Fiocruz Bahia; UESB
2 Cidacs/Fiocruz Bahia
Período de Realização
Desde 2022, Cidacs implementa uma série de atividades de participação social em seus projetos.
Objeto da experiência
Experiência da participação social em decisões nas pesquisas e sobre estratégias e produtos de disseminação científica realizados no Cidacs
Objetivos
Analisar os desafios da participação social e avaliar como participantes-chave têm influenciado decisões sobre estratégias, formatos, linguagens e conteúdos dos produtos de disseminação científica desenvolvidos nas pesquisas do Cidacs.
Descrição da experiência
O Cidacs realiza estratégias de participação em pesquisas, envolvendo gestores públicos, representantes comunitários, profissionais de saúde, professores do ensino básico e pesquisadores. Em reuniões mensais, esses grupos acompanham o desenvolvimento da pesquisa, compartilham suas experiências, influenciam escolhas teóricas, decisões metodológicas e apoiam a definição de estilos e canais dos produtos de divulgação, garantindo maior relevância social e aderência ao contexto local.
Resultados
A participação resultou em formatos mais acessíveis - vídeos e áudios foram sugeridos por participantes em projetos sobre sífilis e sobre desigualdades sociais na pandemia. Em projeto sobre saúde mental de jovens, educadoras de uma escola periférica de Salvador (BA) co-produziram com pesquisadoras uma carta de recomendações de políticas sociais sobre o tema. Em projeto sobre interoperabilidade de dados e atenção primária à saúde foi produzido um artigo com participantes como coautores.
Aprendizado e análise crítica
Entre os desafios destacam-se a adequação das mensagens aos perfis e expectativas dos diferentes públicos. As lições aprendidas incluem soluções para evitar reforçar estigmas em produtos de disseminação, a necessidade de contextualizar os resultados e a valorização da escuta ativa e do diálogo horizontal. A inclusão de participantes na escrita de artigos científicos exigiu métodos de trabalho específicos, resultando em produções mais contextualizadas e alinhadas às realidades locais.
Conclusões e/ou Recomendações
A participação social fortaleceu as pesquisas e a disseminação científica, exigiu planejamento sensível à diversidade, escuta ativa e diálogo horizontal. A adoção de práticas éticas que respeitem os contextos locais e evitam estigmas potencializa a circulação de produtos. Mais de 2 mil visualizações foram registradas em um dos vídeos produzidos e o artigo realizado em co-produção foi publicado em uma importante revista científica internacional.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO EM COMUNIDADES RURAIS
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Período de Realização
O projeto foi desenvolvido entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, numa comunidade rural na Bahia.
Objeto da experiência
Refere-se a um projeto de extensão da UEFS que combateu a desinformação em saúde por meio da promoção da literacia em saúde em territórios rurais.
Objetivos
O objetivo principal foi fomentar o conhecimento por meio da educação em saúde, promovendo o desenvolvimento de competências informacionais, com base na literacia em saúde, para buscar, compreender, avaliar e dar sentido às informações de saúde e, consequentemente, combater a desinformação.
Descrição da experiência
A experiência fez parte do Programa de Extensão “DivulgaSus”. Foi conduzida por uma estudante de enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana e dividida em cinco etapas: diagnóstico situacional da comunidade, definição de temas prioritários, produção de materiais educativos para estimular a troca de saberes, realização das ações nas Unidades de Saúde da Família e escolas, e avaliação contínua das ações. As atividades contaram com apoio de profissionais de saúde e docentes.
Resultados
Foram realizadas dez ações educativas presenciais, com cerca de 275 participantes. Os temas abordados incluíram redes de atenção à saúde, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, doenças crônicas, métodos contraceptivos e direitos no SUS. As ações utilizaram linguagem simples e interativa, respeitando os saberes locais. Observou-se maior interesse dos participantes pela temática, contribuindo para o fortalecimento do SUS e o empoderamento informacional dos usuários.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que ações educativas contextualizadas são eficazes no enfrentamento à desinformação e na promoção da autonomia em saúde. A mediação da informação permitiu ressignificar saberes, e a escuta qualificada foi essencial para estabelecer vínculo e confiança. A interdisciplinaridade foi fundamental para o desenvolvimento das ações. Contudo, foi possível perceber a necessidade de estratégias mais continuadas e integradas à rotina dos serviços de saúde locais.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação em saúde, articulada à extensão universitária, mostrou-se uma potente ferramenta de acesso à informações de saúde, sendo eficaz no combate à desinformação. Recomenda-se a continuidade e institucionalização de ações educativas em saúde nas comunidades rurais. Investimentos em tecnologias acessíveis e formação de profissionais para mediação crítica da informação são fundamentais para consolidar a cidadania em saúde.
COMUNICAR PARA FORTALECER: PRODUÇÃO DE CONTEÚDO DIGITAL COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO SUS E ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 Universidade Federal de Goiás
Período de Realização
A experiência teve início em agosto de 2019 e segue em desenvolvimento contínuo até os dias atuais
Objeto da experiência
Produção de conteúdo digital como estratégia de formação crítica, defesa do SUS e combate à desinformação com ênfase em prática baseada em evidências
Objetivos
Relatar a experiência de produção de conteúdo digital em mídias sociais como estratégia de fortalecimento da saúde pública, disseminação de práticas baseadas em evidências e enfrentamento à desinformação
Descrição da experiência
A produção de conteúdo nas redes sociais aborda temas como história, diretrizes e financiamento do SUS e se consolida como estratégia legítima de educomunicação em saúde em tempos de infodemia e negação científica. A proposta é transformar a forma de comunicar o conhecimento técnico utilizando humor, analogias e elementos da cultura digital para tornar os conteúdos mais atrativos e compartilháveis. Com isso, a informação confiável circula em ambientes onde muitas vezes predominam desinformações
Resultados
A estratégia resultou em mais de 8,9 milhões de visualizações mensais e consolidou uma comunidade engajada com temas da saúde coletiva e direitos humanos. As interações demonstram valorização do conteúdo, interesse nas práticas do SUS e estímulo ao pensamento crítico. Além disso, o uso de linguagem acessível e visualmente atrativa permite o alcance tanto de estudantes quanto profissionais. A experiência reforça o papel das redes como espaços legítimos de educação e mobilização social em saúde
Aprendizado e análise crítica
O uso das redes sociais como extensão da prática em saúde se mostrou potente, mas exige preparo técnico, curadoria rigorosa de fontes e compromisso ético. A produção de conteúdo em saúde digital precisa ser estratégica considerando o algoritmo, a estética e a linguagem acessível, sem perder a base científica. A experiência evidenciou que comunicar em saúde é também cuidar, formar e defender o SUS
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que profissionais de saúde sejam capacitados em comunicação digital para atuarem ativamente no combate à desinformação. A presença qualificada nas redes sociais fortalece o SUS, amplia o acesso a informações seguras e humaniza o cuidado. Incentivar práticas educomunicativas é fundamental para a promoção da saúde em tempos de infodemia e negação científica
FORMAÇÃO EM SAÚDE E COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DA LIGA DE ONCOLOGIA DO RECÔNCAVO DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 UFRB
Período de Realização
Durante os semestres letivos de 2024.2 e 2025.1.
Objeto da experiência
Encontros interprofissionais em liga acadêmica entre os cursos de enfermagem, medicina, nutrição e psicologia.
Objetivos
Relatar a experiência da Liga Acadêmica de Oncologia do Recôncavo da Bahia no desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal entre estudantes de enfermagem, medicina, nutrição e psicologia.
Descrição da experiência
Quinzenalmente os ligantes encontram-se de forma presencial em uma sala de reunião sob mediação de um professor da área de oncologia para discussão de casos clínicos, rodas de conversa com profissionais e construção de planos terapêuticos em equipes interprofissionais com foco no desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal.
Resultados
Participar das sessões fortaleceu nossa segurança para lidar com casos complexos e incuráveis, além de aprimorar a escuta ativa, a comunicação entre estudantes de diferentes profissões, e o trabalho em equipe. A experiência também nos proporcionou compartilhamento de saberes e Cuidado Centrado na Pessoa.
Aprendizado e análise crítica
Aprendemos sobre os desafios da comunicação em contextos sensíveis como o da oncologia. Além disso, a presença de profissionais experientes foi essencial para nos guiar na construção de uma comunicação ética e humanizada. Contudo, também percebemos o quanto a nossa formação acadêmica carece de mais conteúdo sobre comunicação em saúde, uma competência fundamental na formação de profissionais da saúde, pois viabiliza interações eficazes, empáticas e eticamente responsáveis com pacientes e equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência fortaleceu habilidades essenciais como trabalho em equipe, a escuta ativa, a comunicação interprofissional clara e ética e mostrou-se uma estratégia eficaz para complementar a formação de futuros profissionais de saúde. Contudo, revelou lacunas na formação em saúde quanto às competências, habilidades e atitudes comunicacionais entre diferentes profissões, características essenciais para a qualificação do cuidado em saúde.
JOGOS EDUCATIVOS COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL NA INFÂNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR
Pôster Eletrônico
1 UFC
2 UFSCar
3 SMS
4 UniFAP
Período de Realização
A experiência foi realizada entre os meses de março e abril de 2024 no município de Barbalha – CE.
Objeto da experiência
Promoção da saúde bucal a partir de jogos educativos para escolares da rede municipal, dentro das ações do Programa Saúde na Escola (PSE).
Objetivos
Obter dados de saúde bucal dos escolares com uso de Odontograma, por meio de inspeção visual sob luz natural no ambiente escolar, para observar as necessidades in loco.
Criar jogos educativos como ferramentas lúdicas, interativas e estratégicas de promoção da saúde bucal no ambiente escolar.
Metodologia
A experiência ocorreu pela parceria entre a Equipe de Saúde Bucal (eSB) Barro Vermelho e a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Maria Linhares Sampaio, em Barbalha - CE. Foram realizadas avaliações das cavidades orais com uso de Odontograma em 50 estudantes com idades entre 4 e 7 anos, das turmas do infantil IV ao 2º ano do ensino fundamental, com o intuito de obter dados e registros das condições de saúde bucal para programação estratégica de ações educativas.
Resultados
Verificou-se que 50% dos estudantes avaliados (25) apresentavam pelo menos um dente cariado (cavitado ou manchado) na boca. Essas informações serviram como base para criação do “Jogo da Memória para Dentes Saudáveis”, que explora a capacidade de reconhecer equipamentos para realização da escovação dentária, e do jogo de tabuleiro “Dentes Brilhantes: A Jornada da Higiene Bucal”, para trabalhar os processos da higiene oral, ambos elaborados na perspectiva de informar e comunicar para educar.
Análise Crítica
A escola é um espaço potencial para realização de ações educativas em saúde, pois amplia o cuidado para além da clínica. Jogos são formas educativas e pedagógicas de difusão do conhecimento e podem ser usados para apoiar as ações em saúde. Portanto, devem ser utilizados como um instrumento contributivo às mudanças ou incorporações de hábitos de higiene bucal, idealizados com foco na realidade local para que sejam mais assertivos no propósito de serem ferramentas de promoção da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A articulação entre escola e eSB possibilitou a produção de dados e informações, a construção de materiais de apoio à saúde bucal para estudantes e o fortalecimento dos vínculos dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) com a comunidade. Por fim, entende-se que o uso de jogos educativos sobre cuidados em saúde bucal na escola são ferramentas úteis de comunicação objetiva, visual, prática, lúdica, interativa, didática e pedagógica.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SAÚDE COLETIVA: REFLEXÕES SOBRE O PEAC À LUZ DA PNEA E DA PNEPS EM UBERLÂNDIA (MG)
Pôster Eletrônico
1 UFU
Período de Realização
Fevereiro de 2022 até fevereiro de 2024.
Objeto da experiência
O Programa Escola Água Cidadã do DMAE objetiva promover ações de educação ambiental em Uberlândia, visando construir uma consciência socioambiental.
Objetivos
Através da análise da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS), o presente relato procura compreender se o Programa Escola Água Cidadã (PEAC) também pode contribuir com a saúde dos espaços ecúmenos, à luz da educação popular em saúde.
Descrição da experiência
No período descrito, eram realizadas palestras interativas, teatros de fantoches, exibição cinematográfica (Cine Água), aplicação de jogos educativos, visitas técnicas (à Estação de Tratamento de Água, à Estação de Tratamento de Esgoto, à Fazenda Água Vivas, ao Museu da Água e à Associação de Catadores). O programa atende redes de ensino (infantil ao superior) e outras instituições públicas ou privadas que almejavam realizar ações de sensibilização ambiental.
Resultados
As atividades foram agrupadas em 5 grupos (palestras, teatro, exibição cinematográfica, jogos educativos e visitas técnicas). Após análise dos conteúdos abordados, observou-se que, apesar das ações promovidas pelo DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto) estarem contempladas na PNEA, aproximadamente 60% citam algum tópico relacionado à saúde humana e 100% versam sobre tópicos da saúde ambiental. Por outro lado, o estudo aponta que os objetivos da PNEPS foram insuficientemente trabalhados.
Aprendizado e análise crítica
A experiência permitiu o desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades como: didática, dinamismo, (inter)multidisciplinaridade e intersetorialidade. Vê-se que o PEAC promove uma consciência socioambiental sob o viés dos quatro pilares do saneamento básico e o uso dos serviços pela população. Assim, possuindo potencialidade de englobar a integralidade da saúde, se relacionar criticamente o saneamento ambiental como determinante à saúde dos espaços ecúmenos e de seus usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebe-se que as atividades de educação ambiental realizadas pelo PEAC possuem potencialidade para cumprirem os objetivos da PNEPS se englobarem a relação saúde-ambiente alinhadas à abordagem de saúde única e dos determinantes sociais da saúde. Por fim, a análise apresentada aqui embora possa ser usada para pensar outras análises de programas de educação ambiental, traduz uma experiência específica alocada no DMAE de Uberlândia, MG.
COMUNICAÇÃO E RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM COMUNICADOR NO CEPID ARIES (EPM-UNIFESP)
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP
Período de Realização
1 de outubro de 2024 a 30 de setembro de 2025
Objeto da experiência
Conteúdos de divulgação científica do CEPID ARIES no Instagram para conscientizar sobre resistência antimicrobiana.
Objetivos
Analisar os conteúdos de divulgação científica no Instagram do CEPID ARIES, entre outubro de 2024 e agosto de 2025, quanto ao seu potencial de promover o letramento sobre resistência antimicrobiana e o diálogo entre ciência e sociedade.
Descrição da experiência
Tenho atuado como divulgador científico pelo Programa José Reis – Mídia Ciência (FAPESP), vinculado ao CEPID ARIES (EPM/Unifesp), com as funções de produzir e divulgar conteúdos em diversos meios para conscientizar sobre resistência antimicrobiana, buscando o diálogo entre cientistas, a sociedade e formuladores de políticas públicas. Experiência rica, tem revelado como a comunicação pode contribuir para a mobilização e a educação em torno de temas de saúde pública.
Resultados
O estudo revela que as estratégias de comunicação virtual e organização de eventos internos e externos (virtuais ou não) podem ampliar o alcance do tema da resistência antimicrobiana, atingindo um público não especializado, favorecendo o letramento científico nas redes – inclusive, combatendo à desinformação – e incentivando a criação de políticas públicas. Tal experiência vem mostrando a importância da comunicação para informar, engajar e enfrentar desafios de saúde pública.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a comunicação digital e os eventos ampliam o alcance e promovem o letramento sobre resistência antimicrobiana, combatendo desinformação. Contudo, a análise crítica aponta desafios como a necessidade de constante adaptação das abordagens para superar a baixa compreensão do público e garantir mensagens cada vez mais didáticas, ressaltando o papel vital da comunicação para engajar e apoiar projetos em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a comunicação é fundamental para enfrentar a resistência antimicrobiana e outras questões de saúde pública, promovendo letramento e engajamento social. Recomenda-se, assim, investir em planejamento comunicacional estratégico e contínua avaliação das ações para aprimorá-las constantemente, pois só assim é possível superar desafios como a desinformação e a baixa compreensão pública.
CAMPANHA “DUPLO IMPACTO”, DA ACT PROMOÇÃO DA SAÚDE, SOBRE OS MALEFÍCIOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE PROVOCADOS PELO TABACO, ÁLCOOL E ULTRAPROCESSADOS
Pôster Eletrônico
1 ACT Promoção da Saúde
Período de Realização
Campanha realizada nos meses de abril e maio de 2025.
Objeto da experiência
A campanha “Duplo Impacto” esteve no ar entre abril e maio de 2025, e foi realizada pela ACT Promoção da Saúde com o apoio de organizações ambientalistas.
Objetivos
O objetivo foi sensibilizar o público sobre o impacto na saúde e meio ambiente provocado pelas indústrias de álcool, tabaco e ultraprocessados, fatores de risco para as doenças crônicas não-transmissíveis. Estão também entre os produtos que pagarão imposto seletivo com a reforma tributária.
Descrição da experiência
A primeira fase da campanha contou com criação da agência 1121, e consistiu na produção de anúncios e posts para redes sociais, spots de rádio e veiculação na Revista Piauí e no Metrô do Rio de Janeiro. A segunda, contou com parceria da agência Cuíca, e consistiu na contratação de 10 influenciadores digitais alinhados a pauta socioambiental. A terceira ação foi um evento de natação e coleta de lixo na praia de Copacabana, chamando atenção para a poluição plástica gerada por estes produtos.
Resultados
A campanha selou parceria com organizações que atuam na agenda de meio ambiente como Oceana Brasil, Greenpeace, Observatório do Clima, entre outras.
No Instagram, os 11 posts, em collabs com as organizações apoiadoras, tiveram 405 mil visualizações, e mais de 19,5 mil interações. Em parceria com os influenciadores, foram publicados 10 reels, reproduzidos 341 mil vezes, alcançando 186 mil usuários.
A campanha alcançou 8 milhões de usuários únicos e obteve 15,8 mil acessos ao site da campanha.
Aprendizado e análise crítica
A campanha “Duplo Impacto” foi uma experiência inédita por abordar os três principais fatores de risco das doenças crônicas não-transmissíveis em uma lente pouco tratada. As postagens em colaboração com organizações ambientalistas interconectaram mensagens e públicos dos campos da saúde e meio ambiente.
Em uma campanha digital, o evento presencial complementou o trabalho de conscientização, tangibilizando o impacto das indústrias no cotidiano, e valorizando as ações coletivas.
Conclusões e/ou Recomendações
As mesmas indústrias que colocam o lucro acima da saúde das pessoas, também impactam o meio ambiente. É necessário promover políticas públicas para a restrição da atuação destas indústrias com foco na saúde da população e sustentabilidade do planeta.
Há interesse do público em informações que conectam a crise ambiental com a crise de saúde pública, a partir dos impactos negativos de produtos como tabaco, álcool e ultraprocessados.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA E VALORIZAÇÃO DO SANITARISTA: CONSTRUÇÃO DE UM ACERVO DIGITAL SOBRE EGRESSOS DE SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UnB
Período de Realização
Março de 2024 a Dezembro de 2025
Objeto da experiência
Desenvolvimento de acervo digital sobre os egressos de Saúde Coletiva para fortalecer a identidade profissional e comunicação pública.
Objetivos
Fortalecer a identidade profissional do sanitarista, divulgar trajetórias de egressos e suas inserções no mercado, combater a evasão no curso e promover o reconhecimento social da Saúde Coletiva como área estratégica do SUS.
Descrição da experiência
O projeto da FCE/UnB cria um acervo digital para divulgar trajetórias de egressos de Saúde Coletiva, integrando ensino, extensão e comunicação pública. Inclui etapas como planejamento, mapeamento de conteúdos, curadoria, criação de identidade visual, hospedagem no Spotify, testes com usuários, divulgação em eventos e redes sociais, além de monitoramento e relatório final, fortalecendo a identidade profissional e o vínculo universidade-sociedade.
Resultados
Produzimos um acervo digital com conteúdos diversos sobre as trajetórias dos egressos, ampliando o reconhecimento social do curso. A ação gerou engajamento estudantil, interesse de conselhos de saúde e escolas técnicas, além de consolidar a identidade visual e comunicacional do curso como estratégia de permanência e valorização profissional.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou o desafio de traduzir conteúdos técnicos em linguagem acessível, exigindo domínio comunicativo e articulação política. Fortaleceu o entendimento sobre a importância da extensão como prática formativa crítica. O engajamento coletivo e a escuta ativa dos egressos foram essenciais para construir uma narrativa potente sobre a Saúde Coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A iniciativa consolidou-se como prática de valorização da formação em Saúde Coletiva, reforçando o papel do sanitarista no SUS. Promoveu o diálogo entre universidade e sociedade e demonstrou que a comunicação pode ser uma ferramenta estratégica na formação profissional, no combate à evasão e na consolidação da identidade dos cursos emergentes na área da saúde.
PODCASTS INSTITUCIONAIS: AMPLIANDO HORIZONTES, VALORIZANDO SABERES E ESTIMULANDO O DEBATE NO SUS
Pôster Eletrônico
1 ESPRN/SESAP
Período de Realização
Setembro de 2023 a janeiro de 2024, com a produção e disseminação de podcasts.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de podcasts da Revista Diálogos em Saúde Pública pelo Núcleo de Comunicação (NUCOM) da Escola de Saúde Pública do RN (ESPRN).
Objetivos
Criar conteúdos em formato de podcasts para ampliar o alcance da informação da Revista Diálogos em Saúde Pública; valorizar o conhecimento popular e científico; promover o diálogo entre profissionais e comunidade; fortalecer a imagem institucional da ESPRN; contribuir para a formação crítica.
Descrição da experiência
A experiência envolveu a criação, gravação e edição de podcasts institucionais com temáticas relacionadas às edições da Revista Diálogos em Saúde Pública. Os episódios abordaram temas relevantes, utilizando linguagem acessível. Os podcasts foram disponibilizados em plataformas digitais, promovendo debates e valorizando o conhecimento popular e científico. Essa iniciativa buscou ampliar o alcance das ações do NUCOM, fortalecer a comunicação institucional e estimular a participação da comunidade.
Resultados
Os cinco episódios de podcasts alcançaram ampla audiência, contribuindo para a disseminação de informações e debates sobre temas essenciais do SUS. A produção gerou maior engajamento nas redes sociais, com aumento de seguidores e interações. Os episódios facilitaram a problematização de práticas profissionais e promoveram a valorização do conhecimento científico. Além disso, fortaleceram a imagem da ESPRN como referência em produção de conteúdo formativo.
Aprendizado e análise crítica
A produção de podcasts mostrou-se eficaz na democratização do conhecimento, atingindo diferentes públicos de forma acessível. Contudo, desafios como a manutenção da frequência e a diversificação de temas ainda precisam ser aprimorados. A experiência revelou a importância de estratégias de divulgação e de avaliação para melhorar continuamente o conteúdo. A iniciativa reforça o potencial dos podcasts como ferramenta de comunicação e formação no setor de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A produção de podcasts é uma estratégia valiosa para ampliar o alcance da comunicação institucional e promover debates qualificados no SUS. Recomenda-se investir na diversificação de temas, melhorar a infraestrutura física e os equipamentos da sala de gravação, ampliar a divulgação por meio de parcerias e incorporar feedbacks. A continuidade dessa ação pode fortalecer a formação crítica ao consolidar práticas comunicacionais inovadoras.
LABCULT: ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO E POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA SOBRE ALIMENTAÇÃO E CULTURA
Pôster Eletrônico
1 UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
Período de Realização
Abril de 2023 até o momento
Objeto da experiência
Produção de materiais educativos e comunicacionais sobre alimentação e cultura em mídias diversas.
Objetivos
Promover a aproximação entre a produção científica no campo da alimentação e cultura e a sociedade por meio da elaboração de produtos comunicacionais. Visa também integrar atividades de ensino, extensão e pesquisa na UFES e fomentar práticas de educação alimentar e nutricional e popularização da ciência.
Descrição da experiência
O projeto desenvolve ações dialógicas e interdisciplinares integradas ao ensino de graduação em nutrição da UFES, com foco na criação de infográficos, vídeos, materiais impressos e peças digitais. As produções ocorrem em articulação com disciplinas como Antropologia da Alimentação e Educação Integrada em Nutrição. As atividades são realizadas em salas de aula, espaços externos, envolvendo docentes, estudantes e profissionais externos.
Resultados
Foram produzidos diversos materiais comunicacionais alinhados às demandas sociais e utilizados em escolas, unidades de saúde e mídias sociais. O projeto contribuiu para ampliar o acesso à informação científica, promover a educação alimentar e nutricional, e fortalecer a identidade da UFES como Universidade Promotora da Saúde. Estabeleceu parceria com o Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares (Fiocruz Brasília).
Aprendizado e análise crítica
A experiência reafirma o potencial da extensão universitária na popularização da ciência e na transformação social. Destaca-se a relevância do diálogo com diferentes públicos e a importância de estratégias de comunicação acessíveis, esteticamente atrativas e cientificamente fundamentadas. O processo revelou o desafio da sustentabilidade de ações extensionistas e da integração plena entre ensino, pesquisa e extensão.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se ampliar e institucionalizar experiências semelhantes, fortalecendo políticas de apoio à comunicação pública da ciência e à formação interprofissional. A integração entre universidade e sociedade, por meio de práticas culturais e educativas, é fundamental para a promoção da saúde e para o enfrentamento das desigualdades alimentares e informacionais.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESCOLA CIDADÃ POR MEIO DA VISÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESCOLA CIDADÃ POR MEIO DA VISÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
Ocorreu dia 28/05/2025, Centro de Ensino Médio Paulo Freire, Asa Norte, Brasília, Distrito Federal.
Objeto da experiência
No Escola Cidadã buscamos trabalhar o tema da saúde de maneira leve e lúdica. Integrando a relação entre universidade, pesquisa e educação.
Objetivos
O objetivo como comunicação é relacionar os fatores que estão acontecendo, os ensinamentos que estão sendo passados como forma de aprendizado para outras mídias.
Descrição da experiência
Atuando como um meio de educação em saúde durante as oficinas, registrando os momentos para que conseguíssemos com esses vídeos e fotos captar as emoções e registrar o aprendizado daqueles adolescentes. Todas as dinâmicas foram apresentadas de formas diferentes, tiveram públicos diferentes e pelas imagens é possível identificar isso. Conseguimos observar diversas vezes a relação entre a comunicação, educação e população, em como essa comunicação é necessária para realizar as ações.
Resultados
Com os materiais captados também conseguimos produzir e repassar esses conhecimentos pela internet, para aqueles que estão nas mídias sociais. Repassando o conhecimento e a diversão em conhecer e aprender a saúde de um jeito dinâmico e educativo. Para que todos consigam ter o acesso à informação.
Aprendizado e análise crítica
A comunicação ajuda na relação entre a educação e os adolescentes, em como passar essas informações tão importantes da saúde para pessoas tão jovens. Pessoas essas que aprendem e se relacionam de diferentes formas. A comunicação é justamente para intermediar essa relação entre emissor e receptor. E o audiovisual está ali para traduzir essas formas de conhecimento para a linguagem dos jovens, para as mídias sociais. Em linguagens simples mas completas de serem interpretadas.
Conclusões e/ou Recomendações
Podemos concluir que a comunicação é utilizada em todos os meios como forma de educar, transmitir e viabilizar. Pelo faço acesso as redes hoje em dia, conseguimos captar esses momentos e expandir esse conhecimento por diversos grupos, incluindo crianças e adolescentes, o público atual alcançado na dinâmica do Escola Cidadã.
COMER PRA QUÊ? E A EXPERIÊNCIA NO SOCIAL MÍDIA ACCELERATOR: COMUNICAÇÃO E JUVENTUDES NA CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS SOBRE ALIMENTAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UNIRIO
2 UFRJ
3 UFLA
Período de Realização
A atividade apresentada neste relato de experiência ocorreu no período de fevereiro a abril de 2025.
Objeto da experiência
Impulsionamento do Instagram do Comer pra Quê? para ampliar o alcance, o engajamento e o diálogo com juventudes nacionalmente.
Objetivos
O impulsionamento teve como objetivo ampliar o alcance das redes sociais do CPQ para dialogar com juventudes nacionalmente, fortalecendo a comunicação digital e promovendo engajamento crítico sobre alimentação, sustentabilidade e justiça social, educando e conscientizando jovens.
Metodologia
A experiência consistiu em impulsionar o Instagram do CPQ, com acompanhamento técnico do IDEC, que ofereceu capacitação em uso da ferramenta Meta Business. Foram definidos público-alvo e conteúdos estratégicos, com foco no diálogo com juventudes. O processo possibilitou crescimento das redes e desenvolvimento da equipe em comunicação digital e gestão de campanhas.
Resultados
O Instagram do Comer pra Quê? atingiu 6.000 seguidores. Do público, 74,8% têm entre 18 e 34 anos, e 68,5% são mulheres. Durante o projeto, foram alcançadas 18 mil visualizações em reels e posts, evidenciando o crescimento do alcance e engajamento qualificado com o público jovem nas redes sociais.
Análise Crítica
A experiência trouxe aprendizados valiosos ao CPQ. A pesquisa para os posts aprofundou o entendimento sobre os temas e promoveu aprendizado pessoal e coletivo. O suporte técnico agregou saberes digitais, fortalecendo competências em comunicação digital, gestão de anúncios e definição de público, aplicadas até hoje. A experiência mostrou que comunicar com juventudes exige estratégias específicas, formação contínua e adaptação às redes, além de impulsionar o desenvolvimento da equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que investir em comunicação digital qualificada é fundamental para ampliar o impacto dos movimentos sociais. Apoio técnico e financiamento são cruciais. Fortalecer o protagonismo das juventudes e promover narrativas críticas sobre alimentação contribui para práticas alimentares mais justas, sustentáveis e culturalmente valorizadas, ampliando a consciência e o engajamento social.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: EFEITOS DA PRODUÇÃO MUSICAL COM IA NO APRENDIZADO E MUDANÇA DE HÁBITOS EM AÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM PESSOAS IDOSAS
Pôster Eletrônico
1 FCMSCSP
Período de Realização
Maio de 2025
Objeto da produção
Produção de conteúdos musicais em áudio e vídeo apoiados por inteligência artificial como recurso educativo em saúde.
Objetivos
Promover hábitos saudáveis com educação em saúde por meio de música autoral criada com IA, valorizando saberes populares, incentivando o autocuidado e fortalecendo o vínculo entre a extensão do curso de Medicina e pessoas idosas da comunidade, de forma lúdica e acessível.
Descrição da produção
Foi produzida uma música autoral educativa com vídeo dublado, ilustrado e animado, abordando tipos, funções e fontes de vitaminas. Com linguagem simples, ritmo envolvente e rimas, a canção teve voz e melodia geradas por IA após múltiplos testes. Utilizada como ferramenta lúdica de educação em saúde, foi apresentada a 10 idosos (1 homem, 9 mulheres). Aplicou-se questionário antes e após a intervenção para avaliar o conhecimento.
Resultados
Análise crítica da produção
A produção uniu arte e IA para facilitar o aprendizado de temas nutricionais. A linguagem simples e o ritmo musical estimularam o engajamento, especialmente entre idosos, que, apesar da experiência de vida, podem ter dificuldade de foco diante do excesso de informações. A recepção positiva reforça o potencial da música como ferramenta lúdica e eficaz na promoção da saúde e na educação de públicos diversos.
Considerações finais
A produção evidenciou o potencial da música como ferramenta educativa, facilitando o aprendizado e ampliando o acesso a informações de saúde. Com linguagem simples, ritmo envolvente e apoio da IA, a música se mostrou um recurso eficaz para a promoção e comunicação em saúde, especialmente entre pessoas da comunidade.
PARA NÃO MORRER DAS MESMAS COISAS: UM PODCAST SOBRE MORTALIDADE MATERNA
Pôster Eletrônico
1 UFAL
2 UFPE
Período de Realização
Maio de 2025
Objeto da produção
Trata-se de um podcast da Rede Rema - Rede Transnacional de pesquisas sobre Maternidades destituídas, violadas e violentadas.
Objetivos
O objetivo do podcast é compartilhar histórias de mulheres, mães, lideranças, ativistas e profissionais que através de suas lutas, suas falas e de suas experiências têm transformado casos em causas políticas.
Descrição da produção
A partir do diálogo com duas enfermeiras obstetras, Anvete Leal e Larissa Lages, esse episódio aborda experiências e desafios do enfrentamento à mortalidade materna. Com especial atenção à Alagoas e Pernambuco, revisitamos a atuação desses Estados na investigação, prática e formação de profissionais de saúde.
Resultados
Análise crítica da produção
Os casos retratam a “evitabilidade” do óbito materno no Brasil, que perpassa questões como qualidade da assistência ao ciclo gravídico puerperal e ao aborto, falta de vinculação dos equipamentos de saúde, falhas na formação e atualização profissional, rotatividade e sobrecarga dos profissionais de saúde, intensa medicalização da atenção ao parto, peregrinação na rota de parturição, violência e racismo obstétrico e a criminalização do aborto.
Considerações finais
É preciso compreender que as mortes maternas e as situações de near miss materno caminham juntas com a noção de violência e racismo obstétrico, já que as primeiras englobam uma série de situações que podem ser consideradas como violência.
CAMPANHA “TODAS AS VOZES, TODAS” ARTE E CULTURA PELO DIREITO A SAÚDE DAS PESSOAS ACOMETIDAS PELA DOENÇA DE CHAGAS. REGISTROS TERRITORIAIS DE 5 MUNICÍPIOS DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 CUIDA Chagas, INI-Fiocruz
2 Universidade Federal da Bahia; CUIDA Chagas INI-Fiocruz
Período de Realização
Abril e maio 2025
Objeto da produção
Ações artísticas e culturais no contexto da campanha “Todas as vozes, todas” pelo dia mundial da doença de Chagas (DC
Objetivos
Promover a mobilização social e a apropriação de conhecimentos sobre a DC por meio de linguagens criativas e lúdicas.
Fortalecer e divulgar a estratégia de testar-tratar-cuidar do projeto CUIDA Chagas.
Aproximar à temática da DC a públicos infanto-juvenis no contexto do Dia Mundial da DC (DMC)
Descrição da produção
No contexto do DMC 2025, o projeto CUIDA Chagas lançou a campanha “Todas as vozes, todas” arte e cultura pelo direito à saúde. Essa iniciativa mobilizou ações culturais e educativas envolvendo à temática da DC em 5 municípios do estudo de implementação no Brasil. As ações realizaram-se em parceria com gestores, instituições e artistas locais, promovendo a intersetorialidade, o diálogo com públicos infantis e adolescentes e o uso de equipamentos e expressões culturais de cada local.
Resultados
Análise crítica da produção
As ações contribuíram na ampliação do alcance, diversidade e impacto local da campanha. A escolha de expressões culturais e artísticas evidenciou o seu potencial para favorecer a apropriação social do conhecimento científico, problematizar o estigma em relação a DC e conscientizar sobre a importância do diagnóstico e tratamento oportuno. A articulação local e intersetorial foi crucial na divulgação e o engajamento, porém apresentou desafios no planejamento.
Considerações finais
A aliança entre saúde e cultura evidenciou seu potencial para mobilizar e conscientizar sobre DC. O planejamento de base territorial permitiu que cada conjunto de agentes locais possa se apropriar da campanha conforme possibilidades e linguagens próprias. Houve evidência do fortalecimento de vínculos comunitários e da apropriação de conhecimentos. Porém, é necessário avançar em metodologias de avaliação de impacto e sustentabilidade.
NARRATIVA AUDIOVISUAL SOBRE SAÚDE EM UMA PERSPECTIVA NÃO COLONIAL
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Período de Realização
Ano de 2023
https://youtu.be/mOumHMR8K3s?si=Q6tK5qcek0ETfpsw
Objeto da produção
Narrativa audiovisual realizada como processo reflexivo em outra linguagem conjunto á escrita de um capítulo.
Objetivos
O trabalho buscou acessar a dimensão estética da saúde (Maciel, 2023) para experimentar “O que podem as narrativas em saúde coletiva” (Ceccon; Garcia-Jr; Dallmann; Portes, 2022, p.107).
Descrição da produção
O trabalho audiovisual faz parte da elaboração coletiva feita durante a disciplina “Educação Intercultural: viver, conviver e gerar vida em plenitude”, do programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conduzida pelo mestre-educador Reinaldo Fleuri durante o ano de 2023.
Resultados
Partindo da pergunta “Qual o imaginário social sobre saúde?” e “O que é saúde para você?” entrevistamos alguns colegas. Entendendo que o cuidado em saúde que tem outro tempo, outras dimensões, que não estão nos livros de biologia e química que embasam a formação, registramos o cotidiano da disciplina e das relações criadas buscando outros elementos.
Análise crítica da produção
A formação em saúde ainda prioriza narrativas reducionistas, fragmentando o corpo em aspectos químicos e biológicos, enquanto negligencia dimensões socioculturais. Essa abordagem limita a compreensão dos processos saúde-doença, apagando saberes narrativos e coletivos. É urgente construir novas narrativas que resgatem a complexidade da vida, fortaleçam resistências e ampliem o entendimento do cuidado para além do modelo biomédico hegemônico.
Considerações finais
Outros atores entram em cena desconstrói as monoculturas da saúde, os padrões únicos de comunicação que só servem para sustentar um processo de dominação e colonização. Para responder a pergunta "Qual o repertório dos profissionais de saúde frente ao imaginário narrativo do cuidado?” a universidade deve disputar narrativas, descolonizando os saberes e ampliando os entendimentos sobre saúde.
A PROMOÇÃO EMANCIPATÓRIA DA SAÚDE E O CULTIVO DO ALIMENTO EM TERRITÓRIOS INDÍGENAS PARA DEFESA DOS BIOMASS AMEAÇADOS
Pôster Eletrônico
1 Núcleo Ecologias e Encontros de Saberes para a Promoção Emancipatória da Saúde/ENSP/Fiocruz
2 PPGP/Instituto de Psicologia/UFAL e Coletivo Audiovisual Indígena Tingui Filmes
3 Coletivo Audiovisual Indígena Ororubá Filme
4 CProdutora Indígena Olhar da Alma Filmes
Período de Realização
Entre setembro de 2023 e abril de 2005
Objeto da produção
Um curta, em formato de relato audiovisual construído ao longo do processo investigativo junto com três coletivos audiovisuais indígenas.
Objetivos
O objetivo é promover reflexões teórico-metodológicas, avançando na dimensão epistemológica da cocriação audiovisual como constituinte da produção de conhecimentos, assim como construir formas mais participativas e engajadas de comunicação ao longo da pesquisa em seus processos produção e circulação
Descrição da produção
Este relato audiovisual expressa uma cocriação entre um grupo acadêmico Neepes(ENSP/Fiocruz) e coletivos audiovisuais indígenas, Tingui Filmes (AL), Ororubá Filmes (PE) e Olhar da Alma Filmes (PE). A proposta foi registrar e criar sínteses sobre as discussões da Oficina de abertura do projeto “A promoção emancipatória da saúde, o cultivo do alimento e o manejo da floresta em Territórios Indígenas para defesa de biomas ameaçados”.
Resultados
O relato audiovisual, com 14 minutos de duração, expressa um encontro de saberes em direção a uma ciência sensível e colaborativa. Além de ser enviado para Mostra Audiovisual da Fiocruz no 26º FICA de 2025, será circulado tanto nas disciplinas e cursos de pós graduação em que os autores são discentes, como pelos coletivos audiovisuais indígenas que fazem parte do Movimento Indígena, Apoinme e Apibe.
Análise crítica da produção
Adotamos uma abordagem sensível e crítica da divulgação científica, pois nosso objetivo não é apenas disseminar resultados, mas construir formas mais participativas e engajadas de comunicação ao longo da pesquisa e em seus processos de circulação, tanto na academia quanto na sociedade. Neste contexto, os territórios e etnias integrantes dasta pesquisa são sujeitos efetivos na produção, circulação e apropriação dos conhecimentos e das lutas.
Considerações finais
Buscamos validar diferentes concepções e visões de mundo do Sul Global com um esforço epistemológico que descolonize e coracione a academia. Neste contexto, a reflexão metodológica é importante pois implica em um realinhamento que possa superar a indolência da razão moderna expresso em sua ciência. Incorporar conhecimentos tradicionais junto com a arte sensível do cinema na produção de conhecimentos é um dos caminhos possíveis.
AFROGAMES PARA UMA EDUCAÇÃO EM SAÚDE CENTRADA NO POVO NEGRO
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Período de Realização
O desenvolvimento dos jogos para educação em saúde acontece desde 2022 ininterruptamente.
Objeto da produção
Jogos de tabuleiro para mediar educação em saúde em distintos cenários desenvolvidos a partir do conceito de afrogames.
Objetivos
Desenvolver, validar e disponibilizar afrogames pra mediar processos de educação em saúde em distintos cenários de aprendizagem, incluindo o SUS.
Descrição da produção
Para desenvolvimento utilizamos a metodologia do design thinking aliado à metodologia iterativa e ao conceito de afrogame, sendo este um jogo que traz em sua narrativa e/ou jogabilidade aspectos afrorreferenciados e que respeita três pilares: representação positiva da cultura africana e afrodiaspórica; protagonismo; e a transmissão de uma perspectiva afrocentrada de mundo. Para avaliação dos jogos utilizamos a Escala MEEGA+ que considera a experiência do jogador e a percepção de aprendizagem.
Resultados
Foram desenvolvidos 5 afrojogos: Istar – uma batalha pela saúde: dialoga sobre educação sexual; Guerreiros de Saludis – ataque ao Stress: aborda o estresse e ações de autocuidado em uma narrativa colaborativa; Kongo – ecos de um Império: busca promover conhecimento sobre sua história e autoamor; Mó Jubà - discute promoção da saúde da pessoa idosa, resgatando a senioridade; Guardião da Pele - dialoga sobre prevenção de lesão incluindo especificidades da pele negra melaninada.
Análise crítica e impactos da produção
Há o consenso que os jogos são seguros, prazerosos e boas escolhas metodológicas para educação em saúde. Mas isso parte da versão universalista dos jogos, do mundo e das pessoas. Frequentemente, o jogo é centrado na cultura branca-colonial-europeia sendo violento para pessoas não brancas. A sociedade racista produz inúmeros sistemas de controle que se estendem além dos espaços físicos das cadeias, chegando até os jogos. Por isso, é preciso assumir outra epistemologia de desenvolvimento tecnológico.
Considerações finais
Assumindo que o desenvolvimento de jogos é também um ato político, o grupo de pesquisa Comunidades Virtuais vem criando afrogames para mediar a educação em saúde e dialogar melhor com o povo negro, que é maioria no Brasil e no SUS. Os jogos estão em fase final de registro de marca e desenho industrial no INPI para posterior publicização gratuita.
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS ATRAVÉS DA VIVÊNCIA DE PACIENTES DE CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA
Pôster Eletrônico
1 HUCAM/UFES
Período de Realização
Período de outubro de 2019 a março de 2020.
Objeto da produção
Cartilha informativa para pacientes de um Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Objetivos
Construir e validar cartilhas educativas para pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica de um hospital universitário da região sudeste.
Descrição da produção
Estudo metodológico de desenvolvimento de tecnologia educacional com abordagem participativa, realizado em três etapas:
1) Elaboração dos conteúdos através de revisão integrativa de literatura e entrevista com pacientes;
2) Desenvolvimento das cartilhas segundo as etapas de Echer;
3) Validação de conteúdo, estrutura e apresentação, linguagem e adequação ao público-alvo pela equipe multiprofissional, utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC).
Resultados
As respostas obtidas pelas entrevistas aos pacientes e a revisão da literatura embasaram a elaboração de três cartilhas: Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Orientações sobre o Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica; e Orientações sobre pré e pós-operatório de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Na validação com oito juízes, os materiais obtiveram Índice de Validade de Conteúdo global de 0,85; 0,80 e 0,86.
Análise crítica e impactos da produção
Pesquisa aplicada que traduz saber técnico em linguagem acessível, valorizando a escuta do paciente. As cartilhas validadas fortalecem o cuidado multiprofissional, promovem adesão ao tratamento e humanizam o processo cirúrgico. Iniciativa replicável, com potencial de impacto local e nacional na qualificação da educação em saúde e na produção de tecnologias sociais no SUS.
Considerações finais
As cartilhas são usadas pela equipe multiprofissional do Programa de Cirurgia Bariátrica e por outros serviços, com potencial de impacto local, regional e nacional. Visam difundir informações, apoiar o cuidado em saúde, orientar ações da equipe e qualificar a assistência prestada ao paciente nas etapas do tratamento cirúrgico da obesidade.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE: COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO DO CONHECIMENTO PRODUZIDO PELA CIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
Período de Realização
A 1ª fase foi de ago/2023 a jul/2024; a 2ª começou em ago/2024 e ainda está em curso.
Objeto da produção
Projeto de extensão sobre comunicação científica e difusão sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde à sociedade e decisores públicos.
Objetivos
Realizar a difusão e divulgação científica sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde para a sociedade civil, e ampliar o debate público por meio de comunicação clara, confiável e baseada em evidências.
Descrição da produção
As atividades de difusão foram realizadas utilizando a rede social Instagram. Realizou-se curadoria de conteúdo em fontes confiáveis, incluindo artigos científicos e publicações de órgãos governamentais, seguida da produção de diferentes peças (cards e stories). As postagens foram planejadas com foco em engajamento, utilizando elementos visuais atrativos e legendas informativas. O conteúdo foi publicado conforme cronograma definido, com monitoramento de interações e ajustes conforme desempenho.
Resultados
O perfil alcançou aproximadamente 1000 contas, com maior engajamento de mulheres (67,7%) entre 25 e 44 anos nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro, com média de 150 visualizações por postagem e cerca de 20 interações (curtidas, comentários e compartilhamentos). Observou-se engajamento qualitativo, com feedbacks positivos nos comentários e aumento gradual de seguidores. Os dados indicam potencial de crescimento com ajustes na frequência, divulgação e estratégias visuais.
Análise crítica e impactos da produção
As postagens sobre mudanças climáticas e saúde despertaram interesse pontual, mas enfrentaram desafios de alcance e engajamento, refletindo a dificuldade de comunicar temas complexos em mídias rápidas. Apesar disso, o conteúdo contribuiu para a sensibilização de parte do público, promovendo reflexões sobre a relação entre meio ambiente e saúde. A abordagem acessível e visualmente atrativa foi essencial para gerar impacto informativo, ainda que em escala limitada.
Considerações finais
O projeto interdisciplinar focou em estratégias de comunicação para educar a sociedade sobre riscos climáticos e prevenção. Essencial para adaptar a sociedade às mudanças e mitigar impactos na saúde, a iniciativa aprimorou a disseminação de conhecimento científico acessível. A integração desses elementos demonstra o impacto positivo do projeto na ampliação do entendimento e na promoção de ações informadas contra os desafios climáticos.

Realização: