
Programa - Pôster Eletrônico - PE09 - Deficiência, Inclusão e Acessibilidade
SISTEMA DE GESTÃO DE ÓRTESES, PRÓTESES E MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO - SGOPM -: UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DIGITAL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca, AL
Apresentação/Introdução
A reabilitação de pessoas com deficiência também requer acesso a Órteses, Próteses e Meios auxiliares de Locomoção (OPM). A saúde digital é um campo em crescimento que utiliza tecnologias digitais para melhorar a prestação de serviços de saúde, além de distribuição e acesso equânime a esses dispositivos. Promovendo eficiência, transparência e melhorando o atendimento à população.
Objetivos
Desenvolver e implantar um sistema informatizado de gestão de OPM na 2ª Macrorregião de Alagoas, otimizando distribuição, controle e rastreabilidade, além de qualificar os profissionais e avaliar os impactos do sistema.
Metodologia
Este estudo adota uma abordagem mista: qualitativa e quantitativa, utilizando métodos de pesquisa documental através de entrevistas e análise de dados para a construção de um sistema de gestão de OPM, além da metodologia de desenvolvimento de software (MDS). O levantamento de dados foi feito a partir da coleta de informações sobre a demanda de OPM na 2ª macrorregião por meio de dados secundários (relatórios da produção SIASUS e APAC). Posteriormente foram aplicados entrevistas e questionários com profissionais de saúde, pacientes e gestores para identificar dificuldades no processo atual.
Resultados
A implantação do sistema de gestão de OPM (SGOPM) promoveu rastreabilidade e controle financeiro, maior transparência e eficiência para a gestão municipal. A integração entre os sistemas municipais e regionais também favoreceu a elaboração de relatórios gerenciais mais precisos, subsidiando a tomada de decisões estratégicas e o planejamento de ações futuras. Em julho de 2023, o uso do sistema foi oficializado em 100% das instituições da 2ª macrorregião de saúde de Alagoas, resultando em mais agilidade na regulação, melhora na comunicação entre unidades e maior satisfação dos usuários com o acesso aos dispositivos.
Conclusões/Considerações
A implantação de um SGOPM, na 2ª Macrorregião de Saúde de Alagoas representa um avanço significativo na assistência a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A informatização desse processo possibilita um controle mais eficiente, reduzindo desperdícios e otimizando recursos. A correta dispensação e regulação dos OPMs nos CERs assegura que as pessoas com deficiência tenham acesso a dispositivos que promovem maior independência e inclusão.
AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO À DEFICIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) DE SÃO PAULO APÓS A PANDEMIA: COMO FOI O DESEMPENHO DE SERVIÇOS?
Pôster Eletrônico
1 UNIOESTE
2 UNESP
3 UniFSP
4 Prefeitura de Tietê
Apresentação/Introdução
A atenção à deficiência requer organização dos serviços de APS para ações de prevenção, detecção precoce e assistência. No entanto, ainda são incipientes as práticas voltadas a esse tema. Diante dos desafios do sistema de saúde para enfrentamento da pandemia de covid-19, buscou-se compreender como os serviços se organizaram para ampliar os cuidados voltados à deficiência.
Objetivos
Avaliar o desempenho dos serviços de APS do estado de São Paulo segundo uma matriz avaliativa validada para atenção à deficiência, considerando ações de prevenção, detecção e assistência após o período da pandemia.
Metodologia
Trata-se de pesquisa avaliativa de 2.269 serviços de APS em 356 municípios paulistas obtidos pela aplicação do QualiAB em 2022. Foram analisados 128 indicadores de qualidade organizacional agrupados em cinco domínios: Estrutura (17), Atenção ao Pré-natal (24), Atenção à Criança (32), Prevenção de Incapacidades Relacionadas a Condições Crônicas (32) e Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Cuidador (23). Os indicadores são mensurados por meio de um sistema binário, em que “1” corresponde à resposta afirmativa para a ação preconizada. A análise foi realizada com o software SPSS, e os indicadores foram expressos em escores percentuais por domínio e pela dimensão total de atenção à deficiência.
Resultados
Participaram 49,3% de unidades de saúde da família, 31,7% unidades “mistas” e 18,9% unidades básicas de saúde, localização urbano-periférica em 55,9%. O desempenho médio geral dos serviços foi de 63,6%, com melhores resultados nos domínios de Atenção ao Pré-natal (70,5%) e Estrutura (70,4%) e os piores foram com os domínios Atenção à Criança (59,9%), Atenção à PcD e ao Cuidador (59,1%) e por fim, Prevenção de Incapacidades Relacionadas a Condições Crônicas (58,2%), que mostraram cobertura parcial das práticas preconizadas pelos indicadores selecionados do instrumento QualiAB, demonstrando como as ações seguem pouco estruturadas, como já vinha se apresentando em estudos anteriores.
Conclusões/Considerações
Apesar das diretrizes da Rede de Cuidados à PcD, a APS apresenta limitações tanto no cuidado integral à PcD, como na prevenção da deficiência e no diagnóstico precoce. A incipiência de ações evidencia a necessidade de reorganização e de apoio institucional. O estudo aponta caminhos para fortalecer políticas públicas, capacitação de equipes e articulação em rede para atenção à deficiência.
BARREIRAS DE ACESSO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES AUTISTAS NA INTERFACE ENTRE A APS E O CAPSI
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 FAN
Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio do neurodesenvolvimento infantil de grande magnitude social, demanda uma rede articulada de cuidados em saúde mental, especialmente na infância e adolescência. Atualmente, a população infanto-juvenil enfrenta diversos desafios ao longo do percurso entre a Atenção Primária à Saúde e os serviços especializados, como o CAPSi.
Objetivos
Analisar o itinerário de crianças e adolescentes com TEA entre os serviços da APS e do CAPSi, através das produções científicas nos últimos 10 anos, identificando barreiras, estratégias de cuidado e o grau de articulação entre os níveis de atenção.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases SciELO, BVS, Scopus e PubMed, utilizando os descritores “Transtorno do Espectro Autista”, “Itinerário Terapêutico” e “Serviços de Saúde Mental”, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos estudos publicados em português entre 2015 e 2025, os artigos selecionados foram analisados com base em categorias temáticas. A busca inicial retornou 4 artigos, distribuídos em SciELO (2), BVS (1), PubMed (1) e nenhum na Scopus. Não houveram artigos duplicados e aplicou-se os critérios de inclusão e exclusão, os 4 artigos foram analisados integralmente.
Resultados
A partir da leitura integral dos quatro artigos selecionados, foram identificadas quatro categorias temáticas: o papel das escolas na sinalização e encaminhamento, que se refere ao reconhecimento inicial de comportamentos atípicos; fragilidade da Atenção Primária como porta de entrada, evidenciando que a APS é vista mais como espaço de encaminhamento do que de cuidado contínuo; fragmentação da rede de atenção à saúde mental, destacando a desarticulação entre os serviços; e itinerários marcados por barreiras estruturais e burocráticas, que abordam a falta de vagas, burocracias e desinformação, impactando o acesso e a continuidade do cuidado.
Conclusões/Considerações
A análise dos itinerários terapêuticos de crianças e adolescentes com TEA evidenciou fragilidades significativas na articulação entre a Atenção Primária à Saúde e os serviços especializados, como o CAPSi. As escolas surgem como importantes agentes na identificação inicial de sinais de autismo, mas o cuidado ainda é marcado por burocracias e barreiras de acesso.
INCLUSÃO NO BRASIL: O DESCOMPASSO ENTRE OS DIREITOS E A REALIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO E NO TRABALHO, A PARTIR DA PNAD 2022.
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no Brasil constitui um campo de tensões entre avanços legais e entraves práticos. A promulgação de dispositivos como a Lei Brasileira de Inclusão e a Lei de Cotas representa um marco no reconhecimento dos direitos dessa população. Todavia, a efetivação desses direitos encontra sérias limitações, permanecendo barreiras estruturais, sociais e culturais.
Objetivos
Analisar, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2022, os limites estruturais e sociais da inclusão de pessoas com deficiência na educação e no mercado de trabalho no Brasil.
Metodologia
Análise documental, de abordagem qualitativa, com ênfase em dados provenientes do módulo “pessoas com deficiência”, da Pnad Contínua 2022, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O estudo consistiu na seleção, interpretação e problematização crítica do relatório público da PNAD, para apreender as condições de inclusão de pessoas com deficiência na educação e no trabalho. A análise é orientada pela perspectiva crítica, indo além da descrição dos dados, buscando revelar os limites estruturais, sociais e políticos que sustentam as desigualdades enfrentadas por essa população.
Resultados
No campo da educação, as PcD apresentam taxa de analfabetismo de 19,5%, cinco vezes maior que a população sem deficiência. Apenas 25,6% concluíram o ensino médio, e menos de um quarto dos jovens com deficiência (18 a 24 anos) frequentam o ensino superior. A evasão escolar cresce com a idade, sendo que 84,6% permanecem na escola entre 15 e 17 anos. No mercado de trabalho, apenas 26,6% das PcD estão empregadas, em comparação a 60,7% das pessoas sem deficiência. A informalidade atinge 55% dessas pessoas, e mesmo entre as com ensino superior, só metade consegue emprego. Além disso, as PcD recebem, em média, 30% menos que trabalhadores sem deficiência.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços sociais e políticos, a inclusão das PcD é marcada por desigualdade estrutural, expondo a distância entre os direitos garantidos e a realidade material. Tais disparidades denunciam o capacitismo estrutural. É urgente romper com a invisibilização e subalternização das PcD e construir, com elas, políticas públicas interseccionais e transformadoras, comprometidas com a equidade e justiça social, em especial no âmbito do SUS.
DESIGUALDADES NO ACESSO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL: UMA ANÁLISE COM BASE NO CENSO DEMOGRÁFICO DE 2022
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 UFPB
Apresentação/Introdução
No Brasil, historicamente, barreiras limitam o exercício pleno de direitos das pessoas com deficiência, especialmente no acesso à saúde, educação e transporte. O Censo 2022 do IBGE evidenciou a persistência de desigualdades estruturais, influenciadas por fatores sociais, econômicos e étnico-raciais, reforçando a urgência de políticas públicas inclusivas.
Objetivos
Analisar os dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE sobre pessoas com deficiência, com enfoque nas desigualdades de acesso a direitos sociais, especialmente saúde e educação, à luz da equidade e dos determinantes sociais da saúde.
Metodologia
Este estudo descritivo utiliza dados secundários do Censo Demográfico 2022, do IBGE, com ênfase na população com deficiência e no transtorno do espectro autista (TEA). Foram analisados indicadores de prevalência, perfil socioeconômico, escolaridade e condições domiciliares, com base nos referenciais da saúde coletiva sobre acesso (Travassos e Martins, 2004), justiça social (Diniz, 2012) e no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015). A interpretação considerou recortes territoriais, etários, raciais e socioeconômicos para compreender melhor as desigualdades.
Resultados
O Censo 2022, 14,4 milhões de brasileiros acima de 2 anos relataram algum tipo de deficiência, o que representa 7,3% da população nessa idade. Observou-se que 16% dos domicílios brasileiros vive ao menos uma pessoa com deficiência. As regiões Norte e Nordeste têm maiores proporções de pessoas com deficiência, indicando desigualdades territoriais significativas, 63,1% destas não completaram o ensino fundamental e apenas 7,4% possuem ensino superior completo. Mulheres, pessoas negras e moradores de áreas vulneráveis, possuem piores indicadores. A inclusão de dados sobre TEA revelou 2,4 milhões de diagnósticos concentrados na infância, revelando um foco importante de atenção precoce.
Conclusões/Considerações
Os dados do Censo 2022 mostram desigualdades que afetam pessoas com deficiência, especialmente em regiões vulneráveis, entre mulheres, negros e moradores de áreas com baixa infraestrutura. A baixa escolaridade e o acesso limitado a direitos reforçam a urgência de políticas públicas intersetoriais baseadas na justiça social e na equidade, promovendo inclusão e fortalecendo a saúde coletiva.
INCLUSÃO SOCIAL E A ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: UM CHAMADO AO FORTALECIMENTO DA INTERSETORIALIDADE NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE AUDITIVA
Pôster Eletrônico
1 PPGIOS/UFF
2 ISC/UFF
3 ISNF/UFF
Apresentação/Introdução
Pessoas com deficiência auditiva (DA) são diversas quanto aos níveis de percepção sonora e meios de comunicação. Suas principais barreiras sociais são comunicativas e demandam políticas públicas intersetoriais para assegurar acessibilidade, direitos, emancipação e autonomia. É essencial eliminar obstáculos comunicacionais para promover participação social efetiva e melhor qualidade de vida.
Objetivos
Analisar barreiras de acessibilidade e inclusão enfrentadas por usuários de próteses auditivas inseridas na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, discutir os impactos em sua qualidade de vida para embasar políticas públicas mais inclusivas.
Metodologia
Estudo de caso de caráter qualitativo descritivo, usuário centrada, por meio da realização de 30 entrevistas individuais com pessoas com DA, de graus diversos, usuárias de próteses auditivas, inseridas em duas Redes regionais de Cuidados à Pessoa com Deficiência Auditiva do estado do Rio de Janeiro. Os dados apresentados neste resumo foram tratados por meio de Análise de Conteúdo Temática e correspondem a uma parte dos resultados de uma pesquisa de doutorado, realizada no Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (parecer nº 6.738.049).
Resultados
Questões sobre acessibilidade comunicacional e linguística surgiram de forma contundente nas falas dos participantes. Dentre as crianças, a falta de clareza sobre a diversidade da DA e suas necessidades específicas intensificou sofrimentos emocionais e prejuízos de aprendizagem no ambiente escolar. Entre os participantes adultos, sobressaiu a falta de acessibilidade em atividades culturais e de lazer, como assistir filme nacional legendado no cinema ou acessar áudios através do arco magnético. Participantes questionaram o papel do Estado como provedor da inclusão social, pois, ainda que esta integre textos normativos, não a experimentam em seu cotidiano de vida ou só a alcançam arduamente.
Conclusões/Considerações
Apesar do avanço normativo, a efetiva inclusão por intermédio de mecanismos de acessibilidade ainda é exceção. Urge implementar políticas que materializem os princípios de equidade, que garantam a participação social plena e acesso a direitos básicos – como educação, lazer e cultura –, reconhecidos como o direito a saúde e do exercício de cidadania.
COMUNICAÇÃO ENTRE USUÁRIOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ E PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE JOINVILLE/SC
Pôster Eletrônico
1 IFSC
Apresentação/Introdução
A inclusão das pessoas com deficiência auditiva ou surdez se faz a partir de uma comunicação efetiva, que possibilite o compreender e o ser compreendido em diversos contextos sociais. Nos serviços de saúde, a comunicação entre profissionais e usuários é essencial para a construção de vínculos e para realização de ações de promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação.
Objetivos
O objetivo geral da pesquisa é avaliar como ocorre a comunicação entre profissionais de saúde e usuários com deficiência auditiva ou surdez em uma maternidade pública de Joinville/SC a partir da ótica dos profissionais de saúde.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa do tipo survey realizada na Maternidade Darcy Vargas (MDV), Joinville/SC, em 2023/1. Do público-alvo de 556 profissionais que atuam na área assistencial, a amostra obtida foi de 200 respondentes (nível de confiança: 90%, erro amostral: 4,64%). A coleta de dados foi realizada em junho/2023 por meio de questionário anonimizado com 17 perguntas. Todos os questionários respondidos, mesmo que de forma incompleta, foram considerados válidos. A análise considerou os respondentes de cada questão utilizando estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelos CEPs IFSC e do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (pareceres no 6.034.154 e 6.091.752).
Resultados
Dentre os participantes, prevaleceu o gênero feminino (n=168, 84%), com idade média de 36 (±3,89) anos e até cinco anos de atuação na MVD (n=94, 47%). As categorias técnico de enfermagem (n=76, 38%), médicos (n=56, 28%) e enfermeiros (n=42, 21%) tiveram mais profissionais respondentes. Constatou-se que os profissionais utilizam duas ou mais formas de comunicação (n=86, 62,31%) com predominância de gestos e mímicas (n=87, 38,7%), e do português escrito (n=84, 37,3%). Se autoavaliaram com algum domínio da Libras (n=48, 25,26%) dos participantes e sete afirmaram utilizar Libras para se comunicar. Cursos extracurriculares foram o principal meio de aprendizagem da Libras (n= 31, 63,2%).
Conclusões/Considerações
Avalia-se que a comunicação é uma barreira para o acesso das pessoas com deficiência auditiva e surdez no serviço de saúde analisado, já que a instituição não dispõe de intérprete próprio, os profissionais falantes da Libras são poucos e com domínio básico da língua. Também, o uso de aplicativos de tradução é pouco explorado. Sugere-se maior incentivo ao desenvolvimento de competência em Libras nas formações acadêmicas da área da saúde.
CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS DA ATENÇÃO BÁSICA DIANTE DAS FISSURAS LABIOPALATINAS: LIMITES E POSSIBILIDADES
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
As fissuras labiopalatinas (FLP) são malformações congênitas que comprometem o desenvolvimento do lábio e/ou palato que impactam a qualidade de vida dos indivíduos acometidos e seus familiares nos aspectos biológico, psicológico e social. Os cirurgiões-dentistas atuam de forma longitudinal no processo de cuidado das pessoas com FLP, desde ações de promoção e educação em saúde as reabilitadoras.
Objetivos
Compreender o conhecimento e as práticas de cirurgiões-dentistas da atenção básica acerca das FLPs, considerando os processos de identificação, manejo clínico, encaminhamento e construção do cuidado longitudinal e interprofissional na atenção básica.
Metodologia
Pesquisa com abordagem quantitativa e qualitativa com a participação de 109 cirurgiões-dentistas (CD) de equipes de saúde bucal da Estratégia Saúde da Família de uma capital do nordeste do Brasil, considerando os cinco Distritos Sanitários. Os dados foram coletados através de questionário sobre o conhecimento, a prática dos CD na atenção básica diante de pessoas com FLP. Utilizou-se a estatística descritiva para os dados quantitativos e, e análise temática para os qualitativos. Projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP/CCS/UFPB.
Resultados
Observou-se que 51,4% dos profissionais referiram terem recebido formação sobre FLP, 69,8% apresentaram pouca experiência, 79,8% não haviam encaminhado para um serviço especializado, 83,6% sentiam-se pouco aptos/não aptos a orientar um paciente e 88,1% desconheciam a existência de alguma pessoa no seu território. Observou-se que os profissionais apresentaram lacunas de conhecimento sobre FLP, em identificar os usuários e em reconhecer o período mais adequado para início da reabilitação. Identificou-se a necessidade do trabalho interprofissional e em Rede na construção de um plano de cuidado centrado no usuário com FLP, bem como reconhecimento da educação permanente.
Conclusões/Considerações
É importante que se discuta e reconheça o papel da atenção básica orientada pela estratégia saúde da família diante de pessoas com FLP e suas famílias. Reforça-se a importância da educação permanente em saúde como estratégia para melhoria da produção de cuidado. Como também, melhor organização de seu processo de trabalho, a fim de fortalecer a coordenação do cuidado e o ordenamento da Rede de Atenção à Saúde de forma mais resolutiva e integrada.
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE DOCENTES ACERCA DA ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
Os saberes e práticas pedagógicas dos docentes são cruciais para uma educação superior inclusiva. Além do acesso, é essencial garantir metodologias, recursos e avaliações que favoreçam a permanência e o sucesso dos estudantes, promovendo, assim, uma universidade verdadeiramente democrática e acessível.
Objetivos
Compreender os conhecimentos e as práticas pedagógicas de docentes acerca da acessibilidade e da inclusão de estudantes com deficiência no contexto acadêmico em uma instituição de ensino superior (IES).
Metodologia
A pesquisa foi realizada com 48 docentes da IES entre março e maio de 2025. A coleta de dados se deu por meio de formulário eletrônico aplicado via Google Forms. Foram coletados dados referentes ao perfil do participante, conhecimento sobre políticas inclusivas, formação acadêmica e educação continuada, e práticas pedagógicas. Realizou-se análise descritiva através de frequências absolutas e relativas utilizando o software stata 15.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e seguiu os princípios éticos vigentes.
Resultados
A maioria dos docentes pertencia à área da saúde (43,0%), possuía mais dez anos de experiência profissional (68,7%) e tinha o doutorado presencial como maior titulação (79,1%). Cerca de 45,8% dos docentes buscaram, por conta própria, capacitação na área de acessibilidade. Por outro lado, 43,7% afirmaram não ter buscado formação devido à falta de oportunidades. Paradoxalmente, embora a instituição ofereça cursos sobre práticas pedagógicas inclusivas, 35,4% relataram não participar dessas iniciativas.A maioria já lecionou para estudantes com deficiência (85,4%) e eventualmente planeja atividades específicas para esse público (45,8%), utilizando tecnologias assistivas de modo ocasional (45,8%).
Conclusões/Considerações
Os achados deste trabalho indicam que, embora os docentes possuam experiência com estudantes com deficiência, persistem lacunas na formação continuada e implementação de práticas inclusivas. Os dados evidenciam a necessidade de ampliar oportunidades de capacitação e fomentar uma cultura institucional que valorize a inclusão como compromisso ético pedagógico.
DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA: PERCEPÇÃO DAS GENITORAS
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A exposição de mães ao vírus Zika durante a gestação tornou-se um desafio na área da saúde, especialmente pelo nascimento de crianças com Síndrome Congênita do vírus Zika (SCZ), caracterizada por uma série de manifestações neurológicas. O recebimento do diagnóstico e o cuidado de uma criança com SCZ é marcado por sentimentos que atingem as famílias, mas, principalmente, as mães.
Objetivos
Descrever como aconteceu o diagnóstico de crianças com SCZ na percepção das genitoras.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado nos serviços que atendem as crianças com SCZ na cidade de Feira de Santana-BA. A entrevista semiestruturada e a observação sistemática foram as técnicas utilizadas na coleta de dados. Participaram do estudo sete mães de crianças com SCZ, maiores de 18 anos e que a criança sob sua responsabilidade estava cadastrada na Vigilância Epidemiológica como caso associado e/ou confirmado de SCZ. Este quantitativo foi definido a partir do critério de saturação. Os dados foram analisados pela Análise de Conteúdo Temática. Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana (Parecer 3.153.876/ 2019).
Resultados
Os resultados apontam que a realidade enfrentada a partir do diagnóstico da SCZ foi difícil para as mães, reforçado principalmente pela posição na estrutura familiar como única ou principal responsável pelos cuidados com o filho com deficiência, caracterizado por sentimentos dolorosos e angustiantes, expressos através do choque e da tristeza. Nesse contexto, destaca-se a importância da equipe de saúde na redução do sofrimento psíquico. Entretanto, na realidade pesquisada, esse apoio não existiu o que reverberou negativamente na saúde mental das genitoras, agravando a situação angustiante e de tristeza vivenciados e no estado de sofrimento mental e ou depressivo.
Conclusões/Considerações
Reitera-se a relevância do acolhimento e suporte dispendido pelos profissionais de saúde no momento do diagnóstico da SCZ. Entretanto, entende-se que este pode ser um momento difícil para o profissional. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de processos educativos que colaborem para a promoção de um cuidado e comunicação cuidadosa dos profissionais com as mães de crianças com diagnóstico de alguma deficiência, em especial a SCZ.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DO DISTRITO FEDERAL.
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília (UNB)
Apresentação/Introdução
A articulação entre saúde, assistência social e educação é crucial para enfrentar a institucionalização de PCDs, vista como forma de proteção social do Estado. No DF, onde 3,8% da população era PCD em 2021, a Lei nº 4.176/2008 regula a Política de Assistência Social, reforçando a necessidade de políticas de acolhimento e proteção.
Objetivos
Caracterizar a institucionalização de PCD nos serviços de acolhimento institucional do DF, identificando serviços que acolhem PCD, além de analisar semelhanças e diferenças nas trajetórias, e causas da institucionalização dessa população no DF.
Metodologia
Estudo transversal descritivo analisou a institucionalização de PCDs em serviços de acolhimento no DF, mapeando 42 instituições que atendem esse público, com base no Censo SUAS 2020 e apoio da SEDES-DF. Foram excluídas as ILPIs, focando em PCDs com deficiência adquirida na adolescência ou vida adulta. Foram selecionadas instituições estratégicas no DF, em Ceilândia e Taguatinga, para a realização da pesquisa de campo. Após reuniões virtuais com 16 instituições, cinco aceitaram participar do estudo. A coleta de dados, com apoio da Central de Vagas e análise de prontuários, ocorreu entre agosto de 2022 e julho de 2023, incluindo PCDs institucionalizadas desde a primeira infância.
Resultados
A maioria dos serviços de acolhimento institucional está em Taguatinga e Ceilândia, afastadas do centro de BSB, situadas em áreas periféricas ou rurais. Residências Inclusivas, essenciais para desinstitucionalização, somam apenas quatro unidades (7%). A pesquisa ocorreu em 2022 e 2023 em 5 instituições principais, além de levantamento documental de prontuários. Realizou-se 180 diários de campo e 25 entrevistas com acolhidos (44-71 anos), baixa escolaridade, abandono, múltiplos acolhimentos e uso de tecnologia assistiva, e 20 recebem BPC; vem de outros estados, institucionalizados desde a primeira infância, e alternam entre casas lares, abrigos e esperam vaga nas residências inclusivas.
Conclusões/Considerações
O perfil dos acolhidos mostra alta vulnerabilidade, com maioria de homens, baixa escolarização, deficiências sem diagnóstico e população majoritariamente negra ou parda. A institucionalização prolongada evidencia falta de políticas eficazes. A desinstitucionalização deve promover autonomia. A pouca oferta de residências inclusivas e a gestão indireta indicam fragilidades na rede, exigindo fortalecimento do SUAS.
PRONAS/PCD COMO ESTRATÉGIA DE EXPANSÃO DO ACESSO À ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 CGSPD/DAET/SAES/Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
O Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD) é uma iniciativa do Ministério da Saúde (MS) que tem a finalidade de captar e canalizar recursos para o desenvolvimento de projetos médico-assistenciais, pesquisa e formação profissional direcionados às pessoas com deficiência, promovendo sua inclusão e participação social, por meio de incentivo fiscal.
Objetivos
Descrever os projetos PRONAS/PCD aprovados pelo MS nos anos de 2023 e 2024 considerando sua contribuição para a ampliação do acesso e qualificação do cuidado direcionadas às pessoas com deficiência.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, baseado na análise de dados secundários acerca dos projetos aprovados pelo PRONAS/PCD em 2023 e 2024. Foram analisadas as seguintes variáveis: unidade federativa de execução, campo de atuação (médico-assistencial e apoio), valor total dos projetos aprovados e número de atendimentos previstos. Os dados foram organizados em planilha eletrônica e analisados por meio de estatísticas descritivas (frequências absolutas, relativas e medidas de tendência central).
Resultados
No período analisado foram aprovados pelo MS 187 projetos PRONAS/PCD, com investimento total de R$ 265.977.530,88. Para o ano de 2023, foram 103 projetos, concentrados nas regiões Sudeste (33%) e Sul (30,1%), com predominância de propostas médico-assistenciais (89,3%) e mais de 1,9 milhões de atendimentos previstos. Já em 2024, foram aprovados 84 projetos, também com destaque para Sudeste (36,9%) e Sul (26,2%), em que as ações médico-assistenciais representaram 79,8% do total, com cerca de 1,6 milhões de atendimentos e 8 projetos aprovados (4,3%) foram exclusivamente de apoio à saúde com 49.942 atendimentos previstos. O valor médio por projeto superou R$ 1,4 milhões em ambos os anos.
Conclusões/Considerações
Evidenciou-se a relevância do PRONAS/PCD como estratégia para o cuidado às pessoas com deficiência, de forma complementar ao SUS, como o volume de atendimentos previstos por projetos médico-assistenciais. Apesar disso, a abrangência regional foi limitada, concentrando-se nas regiões Sul e Sudeste. Sugere-se o fortalecimento de estratégias para equidade na distribuição regional dos projetos aprovados e qualificação da informação desta iniciativa.
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR ITINERANTE NA NEUROPEDIATRIA COM FOCO NO DIANÓSTICO NA REDE SUS-BH, EM 2024 E 2025
Pôster Eletrônico
1 SMSA/PBH
Apresentação/Introdução
O aumento da demanda por avaliação de crianças com suspeita de TEA tem sobrecarregado a rede assistencial, especialmente a neuropediatria e psiquiatria infantil. Para qualificar o atendimento, foi criado um projeto com atuação multiprofissional, suporte matricial e participação ativa das famílias, promovendo planos de cuidado integrados e alinhados às necessidades dos envolvidos.
Objetivos
Reduzir a espera por atendimento de neuropediatria, com avaliação multiprofissional voltada para crianças com suspeita de TEA e qualificação da rede assistencial com profissionais de diferentes áreas e promoção do plano de cuidado individualizado.
Metodologia
O projeto foi desenvolvido com a participação de uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e neuropediatras. Entre abril de 2024 a janeiro de 2025, foram avaliadas crianças com idades entre 1 e 16 anos, com destaque para a faixa etária de 2 a 6 anos, considerada crucial para intervenções precoces. As avaliações foram realizadas de forma compartilhada e itinerante nos Centros de Reabilitação da Rede SUS-BH. Após o diagnóstico, elaborou-se, juntamente com os pais ou responsáveis, um plano de cuidados personalizado.
Resultados
Durante o período, foram avaliadas 200 crianças. Os resultados preliminares indicaram que cerca de 50% das crianças avaliadas, inicialmente com a suspeita de TEA, foram diagnosticadas com outras condições clínicas que exigiam planos de cuidados específicos, e tiveram o diagnóstico de TEA descartado. Os pais e responsáveis demonstraram satisfação com o fato de poderem compreender a condição de saúde de seus filhos e as possibilidades de manejo assistencial. Por parte da equipe multiprofissional, observou-se um fortalecimento e uma maior qualificação para atuar nas avaliações e no acompanhamento contínuo desses usuários, contribuindo para melhor gestão do cuidado e acompanhamento mais eficaz.
Conclusões/Considerações
O projeto mostrou-se eficaz na redução da demanda por atendimento especializado e qualificou a Rede no manejo de Transtornos do Neurodesenvolvimento. A atuação multiprofissional e o envolvimento dos pais foram essenciais para o sucesso da iniciativa. Os resultados preliminares apontam avanços no diagnóstico e no cuidado, destacando a importância da atuação integrada e do cuidado personalizado a crianças com suspeita de TEA.
O CUIDADO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA PANDEMIA COVID-19: UMA ANÁLISE DO ACESSO A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 IAM - FIOCRUZ PERNAMBUCO
2 UFPE
3 UFPB
4 IAM FIOCRUZ PERNAMBUCO
Apresentação/Introdução
(Pessoas com deficiência (PcD) correspondem a uma parte da população que busca mais serviços de saúde, por possuírem maior predisposição a comorbidades e condições crônicas. Na pandemia do Covid-19, a invisibilidade das PcD passa a ser escancarada, desde a ausência de registros e informações nos sistemas, às barreiras de acesso e falta de acessibilidade comunicacional em tempos de isolamento social).
Objetivos
(Analisar o acesso ao cuidado das pessoas com deficiência na atenção básica do Recife, considerando o contexto da pandemia Covid-19).
Metodologia
(Trata-se de uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso. Como fonte de dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com PcD, usuárias no território adscrito pelo distrito sanitário VIII do Recife e profissionais das equipes de atenção básica. Foi utilizada como categoria analítica, o acesso e suas dimensões formuladas por Levesque, Harris e Russel (2013), sendo realizada correlação entre duas das dimensões do acesso identificadas do lado da oferta - disponibilidade e acomodação e adequação, e os roteiros das entrevistas. Para a análise das entrevistas, foi utilizada a técnica Análise de Conteúdo (AC), através da técnica Condensação de Significados).
Resultados
(A atenção básica do município é pouco acessível para PcD, sendo mais evidente no contexto da pandemia. Pôde-se observar, nas dimensões adequação e disponibilidade e acomodação, que foram ampliadas ainda mais as barreiras de acesso com diminuição na oferta de cuidado na realização de procedimentos agendados e nas visitas domiciliares. Salienta-se que essa última tem enorme relevância, sobretudo por vivenciarem no cotidiano, as barreiras urbanísticas da cidade para chegar até os serviços de saúde. Houve baixa articulação entre os serviços da rede na perspectiva da continuidade do cuidado, sobrecarga de familiares cuidadores, barreiras comunicacionais e atitudinais na relação entre profissionais e PcD).
Conclusões/Considerações
(A intersecção entre a vulnerabilidade social vivenciada pelas PcD e os problemas relacionados à disponibilidade e acomodação e adequação dos serviços de saúde tem distanciado a Rede de Cuidados de uma atenção equânime e integral. Apesar das recomendações, incluindo o marco legal no Recife, as barreiras de acesso aos serviços de saúde ainda são um grande desafio, sobretudo quando os impactos sociais se tornam duramente potencializados para as PcD).
CARACTERIZAÇÃO DAS BARREIRAS DE ACESSIBILIDADE EM EQUIPAMENTOS PÚBLICOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E SEUS IMPACTOS PSICOSSOCIAIS SOBRE A POPULAÇÃO AUTISTA ADULTA
Pôster Eletrônico
1 PUC-SP
Apresentação/Introdução
A pesquisa buscou analisar possíveis barreiras de acessibilidade nos serviços de saúde (UBS, CAPS e CER) e seus impactos sobre a população autista adulta, identificando entraves concretos e subjetivos que dificultam o acesso e permanência do usuário nos equipamentos ao estabelecer um diálogo com os principais usufruidores dos serviços.
Objetivos
Como objetivo geral, delineou-se caracterizar barreiras de acessibilidade que estão envolvidas no acesso do recorte de equipamentos inscritos no município de São Paulo e discutir seus impactos psicossociais sobre a população autista adulta.
Metodologia
Definiram-se como participantes pessoas autistas entre 18 e 59 anos, laudadas e que tenham frequentado, frequentam ou tentaram frequentar (e por algum motivo não conseguiram) pelo menos um dos equipamentos analisados. A coleta de dados foi estruturada em dois momentos: divulgação do formulário online com amostragem em Bola de Neve e realização de entrevistas semiestruturadas online com cinco participantes. Foram obtidas respostas de 15 participantes pelo Forms, dentre os quais 14 já frequentaram UBS, seis já acessaram CAPS e somente uma pessoa tentou acessar CER, ainda que sem sucesso.
Resultados
Grande parte das queixas expressas têm relação direta com aspectos administrativos e estruturais da composição dos serviços, que diz respeito não somente ao recorte populacional, mas à população geral. Ainda que haja essa intersecção de pautas macroestruturais, também foram evidenciadas dificuldades mais particularmente evidentes para o recorte populacional, que englobam dificuldades na comunicação, vivências de reprodução de estereótipos por profissionais e o fator sensorial associado a intensificação de desorganização interna. Dentre impactos manifestos, um primeiro subproduto mais evidente trata-se da geração de um padrão comportamental evitativo na frequência de serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
Concluiu-se a influência de barreiras de acessibilidade multifatoriais envolvidas no acesso e permanência nos equipamentos, que envolviam desde aspectos mais amplos e cujo efeito abrange a população geral, como elementos mais direcionados à identidade e às particularidades do TEA. A pesquisa apresentou limitações que incluem a abrangência restrita e amostra reduzida de participantes.
O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL DE ADOLESCENTES SURDOS FILHOS DE PAIS OUVINTES
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Considerando que crianças surdas são, em sua maioria, filhos de pais ouvintes, as interações são prejudicadas desde o nascimento. Na adolescência a surdez se constitui como uma condição que pode afetar o desenvolvimento psicoafetivo. Nesse sentido, torna-se revelante estudos que abordem as interações entre familiares ouvintes e o adolescente surdo, e seu impactam no desenvolvimento psicoafetivo.
Objetivos
O presente estudo objetivou compreender o papel das interações familiares no desenvolvimento socioemocional de adolescentes surdos
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo e transversal. Participaram quatro adolescentes entre 12 e 18 anos, fluentes em LIBRAS e filhos de pais ouvintes. Como critérios de inclusão, foram considerados: nível de perda auditiva, o momento da vida em que ocorreu a perda e a composição familiar considerando adolescentes surdos filhos de pais ouvintes. Como instrumentos foram utilizados um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada. As entrevistas foram registradas em áudio e vídeo e o conteúdo transcrito, tabulado e analisado a partir da Análise de Conteúdo de Bardin
Resultados
Foram identificadas duas categorias e três subcategorias: 1. Modos de comunicação e 2. Competências emocionais. Subcategorias: 2.1. Identificação das emoções; 2.2. Expressão emocional e 2.3 Regulação emocional. Para pessoas surdas usuárias da Libras, a característica gestovisual da língua de sinais favorece a identificação precisa das emoções a partir do reconhecimento de expressões faciais e pistas contextuais. Entretanto, o aprendizado tardio da língua e o contato restrito com referenciais surdos prejudica o desenvolvimento de um vocabulário adequado para a diferenciação e expressão satisfatória das emoções. Como consequência, a regulação emocional da pessoa surda pode ser prejudicada.
Conclusões/Considerações
A língua media as interações comunicacionais que possibilitam o desenvolvimento de habilidades importantes ao longo da vida, e a família é o primeiro ambiente de socialização e desenvolvimento socioemocional. Desta forma, o diagnóstico precoce possibilita a construção de intervenções que permitam o desenvolvimento satisfatório de pessoas surdas.
ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA ESPECIALIZADA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: CAMINHOS PARA A INTEGRALIDADE E QUALIFICAÇÃO DA REDE DE CUIDADOS
Pôster Eletrônico
1 CGSPD/DAET/SAES/Ministério da Saúde
2 CGSB/DESCO/SAPS/Ministério da Saúde
3 DAET/SAES/Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) preconiza o acesso integral à saúde das pessoas com deficiência, articulando diferentes pontos de atenção. Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) são essenciais para ofertar assistência especializada e adaptar suas práticas às necessidades dessa população, podendo atuar junto aos Centros Especializados em Reabilitação (CER).
Objetivos
Analisar a quantidade de Centros de Especialidades Odontológicas para atendimento às pessoas com deficiência com adesão à RCPD, e verificar a existência de estabelecimentos simultaneamente habilitados pelo Ministério da Saúde como CEO e CER.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo, com abordagem quali-quantitativa. Foram utilizadas informações públicas disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), além de relatórios técnicos do Ministério da Saúde. A análise considerou dados atualizados até dezembro de 2024, com foco nos CEO e CER habilitados à RCPD, à luz das Portarias de Consolidação GM/MS nº 3 e 6, de 28 de setembro de 2017. Para análise qualitativa, foram examinados documentos normativos para compreender as características de estruturação dos serviços.
Resultados
Foram identificados 1.256 CEO em funcionamento, dos quais 656 (52,2%) têm adesão à RCPD, com maior concentração nas regiões Nordeste (259) e Sudeste (239). Apesar de mais da metade dos estabelecimentos possuírem adesão à RCPD, há desafios como falta de infraestrutura e equipes completas. Nove unidades localizadas em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste, atuam habilitadas como CEO e CER no mesmo local. Observou-se a necessidade de expansão da adesão à RCPD, especialmente na região Norte, onde há menor adesão (25). Notou-se necessidade de qualificação de serviços, como aquisição de equipamentos para sedação com óxido nitroso e maior articulação intersetorial.
Conclusões/Considerações
A qualificação dos CEO é um avanço importante para ampliar o acesso das PcD aos serviços especializados em saúde bucal. Apesar da adesão à RCPD acima de 50%, há fragilidades estruturais, de gestão e articulação na Rede. É essencial induzir o fortalecimento da RCPD principalmente no Norte e Centro-Oeste e fortalecer a qualificação profissional, infraestrutura e integralidade em todas as regiões como estratégia efetiva de inclusão no SUS.
ACESSIBILIDADE E COMUNICAÇÃO NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTES SURDOS
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
Pessoa surda é aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Frequentemente enfrentam dificuldades de comunicação e exclusão na sociedade por desconhecimento desta língua, em especial em serviços de saúde, afetando a qualidade da atenção.
Objetivos
Investigar as dificuldades de acessibilidade e comunicação do paciente surdo no atendimento odontológico, assim como o preparo do cirurgião dentista para o atendimento destes pacientes e seu conhecimento sobre a LIBRAS.
Metodologia
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, visando discutir o tema sob seu ponto de vista teórico e contextual. Analisou-se a legislação vigente e realizaram-se buscas bibliográficas em repositórios institucionais e nas bases de dados Pubmed, Scielo e LILACS, limitando-se a artigos em língua portuguesa de 2005 a 2023, disponíveis na íntegra, sendo incluídas as referências listadas nos artigos selecionados.
Resultados
A legislação brasileira assegura os direitos e a inclusão da pessoa surda, com normas para a promoção da acessibilidade e supressão de barreiras, sendo a LIBRAS a segunda língua oficial do Brasil. Contudo, a literatura aponta para pacientes surdos insatisfeitos com os atendimentos odontológicos, dificuldade de comunicação e percepção de despreparo profissional para atendê-los. Em geral os próprios pacientes precisam trazer o intérprete, transferindo a responsabilidade do Estado para o indivíduo. Ressalta-se que embora o acompanhante facilite a comunicação, sua presença compromete o sigilo, a confiança e o vínculo, que são a base para a atenção humanizada.
Conclusões/Considerações
Destaca-se a importância da formação de cirurgiões dentistas e da capacitação dos profissionais de saúde para o uso básico da LIBRAS, assim como a incorporação de tecnologias acessíveis, como aplicativos e materiais bilíngues. A comunicação efetiva com o paciente surdo, sem a presença de uma terceira pessoa na consulta, favorece a oferta de um cuidado digno e resolutivo, com garantia de confidencialidade e sigilo.
PERCEPÇÕES DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SEUS CUIDADORES SOBRE A AVALIAÇÃO BIOPSICOSSOCIAL REALIZADA COM O IFBRM EM MUNICÍPIOS DO PIAUÍ
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília, Escola de Governo
2 SEDES, DF
3 UNIFESP
4 Centro de Atenção Psicossocial Infantil Região Central e Morros
Apresentação/Introdução
O modelo biopsicossocial é central para a avaliação da deficiência no Brasil. Contudo, há pouca escuta estruturada sobre a vivência da avaliação por parte das pessoas com deficiência e seus cuidadores. Esta pesquisa analisa suas percepções sobre o processo de aplicação do IFBrM em seis municípios do Piauí, em contexto de formação profissional e implementação territorial.
Objetivos
Analisar a percepção de pessoas com deficiência e seus cuidadores sobre o processo de aplicação do IFBrM, considerando aspectos de escuta, respeito, acessibilidade e protagonismo.
Metodologia
Estudo qualitativo com aplicação de questionário estruturado a 18 pessoas com deficiência e/ou cuidadores após participação em avaliação com o IFBrM, com aprovação do comité de ética em pesquisa da Fiocruz Brasília. A coleta foi realizada em seis municípios do Piauí entre outubro e novembro de 2024, no contexto da formação de avaliadores. As respostas foram analisadas com base em categorias temáticas pré-definidas e emergentes, com foco na experiência durante a entrevista, compreensão da proposta e percepção de respeito, escuta, privacidade e impacto no cotidiano.
Resultados
A maioria dos participantes referiu ter sido ouvida com atenção, compreendido a proposta da avaliação e considerado o processo respeitoso. Destacaram como aspectos positivos o cuidado na escuta, tempo dedicado e linguagem acessível dos profissionais. Entre os desafios, apontaram falta de familiaridade com o instrumento, cansaço pela duração da entrevista e dúvidas sobre a continuidade do processo. O protagonismo da pessoa com deficiência foi valorizado, assim como a presença de cuidadores em casos específicos.
Conclusões/Considerações
A pesquisa mostra que o IFBrM pode ser aplicado com respeito, escuta e acessibilidade, desde que com profissionais capacitados e estrutura acolhedora. A participação ativa das pessoas com deficiência deve ser central no processo, e os dados indicam a importância de políticas que fortaleçam práticas interseccionais, inclusivas e humanizadas nos territórios.
QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS E DESIGUALDADES NO SUS: UMA ANÁLISE DOS PROCEDIMENTOS DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA (RCPD) NO BRASIL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 Ministério da Saude
Apresentação/Introdução
A equidade racial é pilar da justiça social em saúde e questões raciais se apresentam como determinantes sociais em saúde. No SUS, o racismo impacta o acesso e a qualidade dos serviços, gerando barreiras à população negra na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD). Diante da interseccionalidade, é pertinente mapear essa população para reduzir desigualdades e promover o cuidado equânime.
Objetivos
Analisar a distribuição dos procedimentos realizados na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no ano de 2024 a partir da raça/cor nas regiões geográficas brasileiras fim de identificar o perfil dos atendimentos no âmbito da RCPD.
Metodologia
Trata-se de um levantamento de dados a partir do Sistema de Informação Ambulatoriais (SIA/SUS) referente aos procedimentos realizados na RCPD em 2024. As variáveis analisadas foram raça/cor (branca, preta, parda, indígena e amarela) e a região geográfica brasileira. Os dados foram organizados em planilhas em Excel, com cálculo de frequência absoluta, e relativa das regionais sobre o total nacional. A análise buscou apresentar o perfil racial e territorial no acesso aos serviços.
Resultados
Em 2024, foram registrados 50.620.839 procedimentos na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência do SUS. Desse montante, a Região Sudeste concentrou 45,8% dos procedimentos, seguidas pelas regiões Nordeste e Sul, com 28,4% e 13,2%, respectivamente, restando 7,4% à Região Norte e 5,2% à Região Centro-Oeste - regiões com vazios assistenciais importantes. Quanto à raça/cor, 30,5% dos procedimentos foram realizados em pessoas pardas, 22,2% em brancas e apenas 3,8% em pessoas pretas. Populações indígenas representaram 0,04%. . Além disso, 40,8% dos registros (mais de 20 milhões) não informaram raça/cor - efeito da não obrigatoriedade de registro dessa informação no SIA/SUS.
Conclusões/Considerações
A análise revelou desigualdades raciais e regionais nos procedimentos de cuidado na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. Porém, por conta do viés metodológico no registro de dados, os autores do presente estudo apontam que dados de raça/cor não representam o perfil populacional brasileiro. Por fim, urge a necessidade de qualificar os registros dos dados nos sistemas de informação e ampliar a RCPD, tendo como premissa as estratégias anticapacitistas e antirracistas no cuidado.
CORPOS DISSIDENTES: DIÁLOGOS SOBRE DEFICIÊNCIA, GÊNERO E SEXUALIDADE.
Pôster Eletrônico
1 PUC-Rio
Apresentação/Introdução
A representação social da deficiência, ao longo da história, foi majoritariamente compreendida a partir do viés biomédico, associando a deficiência a lesões, a incapacidade do corpo, e à condição de anormalidade. Dessa forma, é possível tensionar os debates sobre gênero e sexualidade, como dimensões atravessadas pela dominação ideológica, que incidem sobre esses corpos considerados dissidentes.
Objetivos
Analisar a interseccionalidade entre gênero e deficiência, compreendendo como as normas sociais moldam as experiências com a sexualidade, a partir de corpos dissidentes, refletindo o corpo, para além do aspecto biológico, debatendo o direito à saúde.
Metodologia
Este estudo adota uma abordagem qualitativa, tratando-se de um ensaio teórico-reflexivo, fundamentado na revisão sistemática de literatura sobre os debates de gênero, corpo, deficiência e sexualidade, buscando a partir da lente interseccional, compreender como os marcadores sociais da diferença impactam na autonomia da sexualidade dessas mulheres, bem como o acesso no cuidado em saúde. As reflexões foram conduzidas a partir da interlocução e contribuição de Collins (2010), Butler (2001), Diniz (2007), Costa (2024) e Cafer (2013).
Resultados
O corpo, enquanto unidade de produção de subjetividade e de relações sociais, é incorporado à sociedade moderna como vetor da materialização de mais-valor. No que tange à sexualidade e autonomia desses corpos, Maia e Ribeiro (2010), analisam que o tabu sobre a sexualidade de mulheres com deficiência serve como forma de dominação ideológica. Kafer (2013), propõe a reflexão da corponormatividade, e como a padronização reforça processos de exclusão e marginalização desses corpos. Melo et. all (2024), destaca que o feminismo ganha novas lentes ao incorporar a discussão sobre corpos atípicos, ressaltando a necessidade de ampliar e qualificar o diálogo interseccional, nos estudos da deficiência.
Conclusões/Considerações
Diversos fatores contribuem para a sobreposição dos estigmas ligados à deficiência. O debate é atravessado pelo capacitismo, que considera o corpo deficiente incapaz de produzir desejo, afeto e outras expressões da sexualidade. Essa análise evidencia que as pessoas com deficiência permanecem à margem dos estudos feministas e de gênero, apontando a necessidade de aprofundamento teórico, indicando uma lacuna epistemológica.
CAMUFLAGEM SOCIAL EM MULHERES AUTISTAS ADULTAS E OS IMPACTOS DAS INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA SAÚDE MENTAL E INCLUSÃO SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Mulheres autistas adotam estratégias de camuflagem social para mascarar características autisticas e melhorar adequação social. Apesar de reduzir estigmas, isso pode gerar sofrimento psicológico. Compreender esses processos e investigar intervenções psicológicas, considerando a perspectiva da saúde coletiva, favorece repensar práticas de cuidado, inclusão e políticas públicas de saúde integral.
Objetivos
Investigar os efeitos de diferentes intervenções psicológicas sobre os níveis e impactos da camuflagem social em mulheres autistas adultas destacando implicações clínicas e psicossociais relacionadas à inclusão social e acessibilidade.
Metodologia
Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória com abordagem quantitativa. Participarão 30 mulheres autistas adultas diagnosticadas formalmente, com idade entre 18 e 45 anos, recrutadas por conveniência via grupos online e clínicas especializadas. Utilizar-se-ão os instrumentos CAT-Q, BDI-II e WHOQOL-bref, além de questionário sociodemográfico e clínico sobre tipos específicos de acompanhamento psicológico (ex: psicoterapia afirmativa, TCC ou ausência de terapia). Serão aplicadas análises descritivas e comparativas pré e pós-intervenção, avaliando estatisticamente a redução na camuflagem social e sintomas correlacionados.
Resultados
Espera-se uma redução significativa nos níveis de camuflagem social após as intervenções psicológicas, acompanhada por reduções expressivas nos índices de ansiedade e depressão relacionados à menor necessidade de mascaramento. Prevê-se que as participantes relatem maior aceitação pessoal, melhor comunicação social e redução do desgaste emocional após intervenções específicas. A análise quantitativa deverá demonstrar melhora nas dimensões de autenticidade e menor uso de estratégias de camuflagem social, contribuindo para reflexões sobre práticas inclusivas e políticas de saúde coletiva.
Conclusões/Considerações
Espera-se que esta pesquisa forneça subsídios importantes para práticas clínicas e políticas públicas inclusivas voltadas ao acolhimento e suporte de mulheres autistas adultas. Evidencia-se a relevância das intervenções psicológicas na promoção da saúde mental e qualidade de vida dessa população, ampliando discussões sobre acessibilidade e inclusão na perspectiva da saúde coletiva.
O ACESSO À REDE DE CUIDADOS EM SAÚDE SOB A PERCEPÇÃO DAS MÃES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA RESIDENTES DE UMA COMUNIDADE CAMPESINA NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição caracterizada por dificuldades na comunicação e por apresentar padrões de comportamento na interação social. Para as comunidades campestre, o acesso para pessoas com TEA aos serviços de saúde é mais limitado devido ao distanciamento do território, acarretando em muitos casos, a desistência de acessar a rede de cuidados.
Objetivos
Objetivou-se compreender o acesso à rede de cuidado em saúde sob a percepção das mães de crianças com TEA, residente em uma comunidade campesina do Distrito Federal, visando identificar as barreiras de acesso.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, em que mães de crianças com diagnóstico de TEA foram selecionadas por uma amostra de conveniência, sendo o total de 5 participantes, moradoras do Núcleo Rural Vila Basevi, em Planaltina – DF, assistidas pela Unidade Básica de Saúde n° 05. Foi realizada a aplicação de entrevistas semiestruturadas e audiogravadas para transcrição, com duração média de 25 minutos, que aconteceram na residência durante a visita domiciliar. As entrevistas foram analisadas com base na técnica de análise temática, conforme proposta por Minayo, a qual envolve uma fase exploratória seguida pela organização, sistematização e interpretação dos dados.
Resultados
Os relatos das mães revelaram um percurso marcado por insegurança e sofrimento, intensificado após o diagnóstico de TEA, sobretudo pela ausência de rede de apoio. Essa vivência é atravessada pela sensação de invisibilidade que contribui para o sentimento de abandono. Descreveram, de forma recorrente, as dificuldades enfrentadas para acessar os serviços de reabilitação, as extensas filas de espera e os entraves logísticos. Apontaram como alternativas a regionalização do cuidado e a articulação com instituições de ensino superior, com o objetivo de ampliar o acesso, qualificar os serviços e construir uma rede responsiva às reais necessidades das famílias e das crianças com TEA campesinas.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços, persistem desafios na atenção à saúde para crianças com TEA. As mães entrevistadas destacam a necessidade urgente de reorganização das políticas públicas para o campo. Para enfrentar essas barreiras e garantir o cuidado efetivo e equânime, este estudo reforçou a importância da escuta ativa das famílias e da produção de dados que valorizem suas vivências e contribuam para o promoção de práticas mais inclusivas e acessíveis.
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA E INTERNACIONAL SOBRE O MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
É indispensável entender a deficiência não com um viés reducionista da condição clínica de uma pessoa e sim a partir das organizações e barreiras espaciais, políticas e sociais impostas. Sendo assim, a deficiência passa a ser entendida como um problema sistêmico, envolvendo estruturas sociais, culturais e políticas que precisam ser transformadas para garantir a inclusão ampla e irrestrita.
Objetivos
O objetivo do estudo é realizar uma análise da produção do conhecimento brasileira e internacional sobre o Modelo Social da Deficiência. A área foi escolhida por conta da sua relevância para inclusão social, a fim de divulgar e consolidar o conhecimento.
Metodologia
O estudo é exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa e utiliza o método de análise bibliométrica. Foram utilizados os termos livres "Modelo Social da Deficiencia" e "Social Model of Disability", nos campos de título/resumo/palavra-chave (Web of Science e Scopus) e título/resumo (BVS). Os dados foram recuperados na Web of Science, Scopus e BVS, no período de 1992 a 2024, com a limitação a artigos científicos. Do total de 935 artigos recuperados, foi consolidado um total de 872 dados após a retirada das duplicatas. Com isso, foram elaborados gráficos de produtividade no Excel e mapas de rede de relacionamento no Vosviewer.
Resultados
A partir das análises, foi observado que a produção científica do modelo social da deficiência teve fenômenos de aumentos significativos nos anos 2000, 2015 e 2024, indicando que a continuidade da sua discussão é necessária. Os países mais produtivos foram Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, com 277, 173 e 55 artigos, respectivamente. Além disso, foi possível estabelecer redes de colaborações entre os principais países, instituições de pesquisa e autores. Quanto à análise dos títulos e resumos, educação (131), conceito (119), entrevista (107), direito (93) e saúde (91) foram os termos mais recorrentes.
Conclusões/Considerações
Com base nos levantamentos realizados neste trabalho, é possível visualizar um determinado panorama da produção científica sobre o modelo social da deficiência. Pela compreensão do que tem sido tratado sobre o Modelo Social da Deficiência e suas implicações sociais, faz-se necessário discutir esse tema na Saúde Coletiva, visando a garantia dos direitos humanos, a equidade de cuidados e a justiça social.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RESULTADOS DE UM ESTUDO EM DESENVOLVIMENTO NA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 SMS/Salvador
3 Universidad de Chile/ PPGREAB/UFBA
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) é um dos componentes da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, todavia, poucos estudos têm se debruçado para compreender sobre o acesso e a percepção sobre a atenção recebida pelas pessoas nesses serviços. Dados do Censo IBGE 2022 apresentam que pessoas com deficiência correspondem a 7,3% da população de Salvador, município com 63% de APS (eGestor-jan/25).
Objetivos
Apresentar resultados parciais de um estudo sobre o perfil e o acesso à saúde de pessoas com deficiência cadastradas em uma Unidade de Saúde (USF) de Salvador – Bahia.
Metodologia
Estudo quantitativo, transversal, com amostra definida por conveniência, composta por pessoas com deficiência indicadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A USF em questão está situada em um bairro central da cidade, com densidade demográfica aproximadamente 14.000 hab/km² e conta com três equipes de Saúde da Família, uma equipe de Saúde Bucal e uma equipe multiprofissional (eMulti). O recorte dos dados aqui apresentados refere-se a entrevistas de 45 usuários que responderam, no período de novembro a maio de 2025, a um questionário que continha questões sobre o perfil sociodemográfico, percepção sobre sua saúde e acesso a serviços.
Resultados
O perfil foi de pessoas pretas ou pardas (93%), com 19 a 59 anos (44%), mulheres cis (51%), com deficiência física (56%) e adquirida (61%), residiam com 3 ou mais pessoas (45%). Consideravam sua saúde como boa ou muito boa (56%), possuíam alguma doença crônica (56%), não trabalhavam (87%) ou estudavam (78%), tinham grande dificuldade ou não conseguiam sozinhos pegar transporte (64%) ou ir a uma consulta médica (60%). Em relação à USF, a maior parte procurava o serviço para cuidados à saúde (82%), sendo que 89% tiveram consulta médica no último ano, 67% nunca foi à consulta odontológica ou foi há mais de 3 anos e apenas 27% recebem visita do ACS mensal ou a cada 2 meses.
Conclusões/Considerações
Os dados correspondem, em parte, ao Censo 2022, com maioria em Salvador de pessoas com deficiência pretas/pardas e mulheres, diferindo em relação à idade e tipo de deficiência. Os serviços da APS e do SUS foram acessados, contudo, há fragilidades na atenção odontológica e no acompanhamento dos ACS. Trata-se de um público com poucas oportunidades de participação social e que demandam de rede de apoio para deslocamentos e acesso a consultas.
DESEMPENHO FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA E FATORES AMBIENTAIS
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Reconhecer as necessidades ambientais de crianças com Síndrome Congênita do Zika pode facilitar a inclusão social e a participação social dessas crianças, além de identificar fatores que podem ser modificáveis e que interferem direta ou indiretamente no desempenho das crianças e nos diversos contextos em que ela está inserida
Objetivos
Investigar a associação entre funcionalidade de crianças com SCZ e fatores ambientais.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal realizado com 113 crianças com Síndrome Congênita do Zika. Tem como variável dependente o desempenho funcional, descrito por atividade diária, mobilidade e funcionamento social/cognitivo. As variáveis independentes são aquelas relacionadas ao componente de fatores ambientais que foram agrupadas em blocos distal (privação material, posição social, condições de moradia e recebimento de benefícios sociais), intermediário (acesso à educação e saúde) e proximal (qualidade do estímulo doméstico e saúde mental materna). Foi realizada uma regressão logística com análise hierarquizada.
Resultados
A prevalência de desempenho funcional abaixo do esperado nos componentes de atividade diária, mobilidade e social-cognitivo foi de 35,4%, 25,7% e 30,1%, respectivamente. Crianças sem acesso à educação apresentaram um menor desempenho funcional nos três componentes. O recebimento de bolsa família esteve associado com melhor desempenho funcional, sendo a associação maior para o componente social-cognitivo (OR=0,02; IC95%=0.02-0.22), seguido de mobilidade (OR=0,06; IC95%=0.00-0.51) e atividade diária (OR=0,10; IC95%=0.01-0.61). Um estímulo doméstico de baixa qualidade mostrou associação com melhor desempenho funcional no componente de mobilidade (OR=0,22; IC95%=0.06-0.82).
Conclusões/Considerações
Nossos achados mostram uma forte associação entre desempenho funcional e recebimento de benefícios, acesso à educação e qualidade do estímulo doméstico. É importante que os profissionais de saúde estejam atentos a esses fatores e que políticas públicas, como acesso a benefícios sociais e educação, sejam ampliadas e estimuladas com vistas a melhorar o desempenho funcional de crianças com Síndrome Congênita do Zika.
OS DESAFIOS DE PESSOAS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NA SAÚDE: UMA REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UniCesumar
Apresentação/Introdução
Apesar de comporem de 3 a 5% da população mundial, pessoas que estão para as Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD) não apresentam tanto destaque entre as neurodivergências. Identificadas por meio de testes de inteligência, principalmente o Quociente de Inteligência (QI), as AH/SD apresentam desafios inerentes à condição, que levam a entraves no cuidado em saúde.
Objetivos
Este trabalhou teve como objetivo a identificação, na literatura, de conceitos ligados à inteligência que interferissem com o processo saúde-doença de pessoas que estão para as AH/SD.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de literatura narrativa. As buscas foram a partir de descritores gerais de AH/SD nos portais Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMED e Web of Science. Foram utilizados os descritores “altas habilidades” e “superdotação”, nos idiomas português e inglês. A revisão foi realizada em março de 2025 com 18 artigos, como busca por entendimento de conceitos primários para a construção de projeto de iniciação científica aplicado sobre cognição, saúde e inteligência. Os artigos encontrados foram descritos por meio de fichamento, com supervisão dos orientadores. Foi dispensada apreciação ética do estudo, por se tratar de dados secundários.
Resultados
Dentre os achados, destaca-se a dificuldade de definir o que é inteligência para além do QI e dos professores e profissionais de reconhecer aspectos que fogem do ambiente acadêmico. Ainda, os estudos indicaram a relação entre as AH/SD com a vulnerabilidades psicossociais, a partir de fatores de não pertencimento e não reconhecimento de si com os pares. Pessoas que estão para as AH/SD apresentam relações com diagnósticos como depressão, ansiedade, bullying e a assincronia. Destaca-se, ainda, a dificuldade de reconhecimento das AH/SD por profissionais, principalmente aqueles atuantes na Atenção Primária à Saúde, gerando atrasos na identificação da condição e aumento as vulnerabilidades.
Conclusões/Considerações
A construção da revisão indicou diversos aspectos que se relacionam diretamente com a saúde das pessoas com AH/SD. Ainda, desvelou limitações com relação à quantidade e qualidade dos estudos que investigaram esta relação. A saúde coletiva deve ter olhar atento para as AH/SD, que gera sofrimentos psicossociais importantes, reconhecendo o papel de profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos e educadores especiais neste processo.
REFLEXÃO CONTEMPORÂNEA SOBRE DEFICIÊNCIA, NORMALIZAÇÃO, EXCLUSÃO E SUBJETIVAÇÃO.
Pôster Eletrônico
1 UFC
2 Fiocruz
Apresentação/Introdução
A deficiência é uma construção social cuja compreensão varia historicamente. Este trabalho propõe refletir sobre suas interfaces com base nos conceitos de corpo utópico e normalização (Foucault), modernidade líquida (Bauman) e sociedade do cansaço (Han). A partir desse diálogo, buscamos problematizar as exigências normativas que atravessam os corpos das pessoas com deficiência na contemporaneidade
Objetivos
Analisar como os conceitos de corpo utópico, modernidade líquida e sociedade do cansaço contribuem para compreender os mecanismos de exclusão e normalização que afetam as pessoas com deficiência no contexto atual.
Metodologia
Realizou-se uma revisão de literatura e análise comparativa (identificação de semelhanças, diferenças, convergências e divergências) das perspectivas dos autores, bem como a construção de um marco conceitual unificado. Foram contemplados para o trabalho os conceitos corpo utópico, modernidade líquida e sociedade do cansaço, a fim de identificar as compreensões contemporâneas de “normalidade” e suas interfaces com pessoas com deficiência. Foram analisados para este propósito obras originais dos autores, além de artigos complementares que discutem suas ideias em relação às pessoas com deficiência.
Resultados
A análise permite identificar quatro categorias desenvolvidas pelos autores: o corpo como forma de controle, resultado social, exclusão e sua compreensão com corpos inatingíveis.
Conceito(°)- Foucault (F); Bauman (B); Han (H)
Forma de controle(°) Disciplinamento do corpo(F); Fluidez da norma, obsolescência dos corpos(B); Autovigilância, autoexploração (H)
Resultado social(°) Produção de sujeitos dóceis(F); Sujeitos descartáveis(B); Sujeitos exaustos(H)
Exclusão(°) Institucional e simbólica(F); Invisibilização e flexibilização(B); Isolamento emocional e burnout(H)
Corpo utópico(°) Forte, saudável, eficiente(F); Capital estético e funcional(B); Projeto pessoal infinito e esgotante(H)
Conclusões/Considerações
A normalização do corpo a partir do olhar destes três autores torna a exclusão mais sutil, silenciosa e mais internalizada, promovida por discursos de superação e meritocracia, e sobrepondo responsabilidades individuais às coletivas. Nesse contexto, o corpo que não atende às demandas produtivas e estéticas permanece fora do ideal sofrendo exclusão institucional e emocional. Desvelar esses mecanismos é essencial para construir práticas mais justas
GRAVIDADE DO AUTISMO E FUNCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO COM FATORES SOCIAIS E CLÍNICOS
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2
Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por limitações na comunicação, interação social e presença de comportamentos repetitivos. A avaliação da funcionalidade, por meio da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), permite compreender o impacto do TEA nas atividades diárias e participação social, essencial para estratégias de saúde pública.
Objetivos
Investigar a associação entre a gravidade do TEA, fatores sociais e clínicos, e os domínios de funcionalidade descritos na CIF em crianças e adolescentes atendidos em ambulatório de psiquiatria.
Metodologia
Estudo observacional, analítico e transversal com 51 crianças e adolescentes diagnosticados com TEA, com idades entre 2 e 16 anos, atendidos em ambulatório de psiquiatria de hospital de ensino. Foram utilizados: escala Childhood Autism Rating Scale (CARS) para avaliar a gravidade do TEA, o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) para segmentação por poder aquisitivo e a CIF para descrever aspectos de funcionalidade e incapacidade. As análises estatísticas incluíram testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, Qui-quadrado de Pearson e correlação de Spearman, considerando significância estatística de p ≤ 0,05.
Resultados
A amostra foi predominantemente masculina (94,12%) e pertencente à classe C2 do CCEB (34,6%). Observou-se associação estatisticamente significativa entre a gravidade do TEA (CARS) e as categorias da CIF d315 (comunicação-recepção de mensagens não verbais, p=0,027) e d330 (fala, p=0,09). Crianças com TEA grave apresentaram maiores limitações nessas funções, refletindo em comprometimento na comunicação e fala, essenciais para a participação social e escolar.
Conclusões/Considerações
A gravidade do TEA está associada a limitações significativas nas funções de comunicação e fala, conforme a CIF, impactando a funcionalidade e participação social. Esses achados destacam a importância de incorporar a avaliação da funcionalidade em políticas de saúde, visando promover a inclusão social de crianças e adolescentes com TEA, especialmente em grupos com maior risco social.
AÇÕES DO NASF VOLTADAS AO CUIDADO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E AS REGIÕES BRASILEIRAS: ANÁLISE DESCRITIVA DO TERCEIRO CICLO DO PMAQ-AB
Pôster Eletrônico
1 Instituto Leônidas & Maria Deane – Fiocruz Amazônia
2 Universidade Federal do Amazonas – UFAM
3 Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
4 Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
5 Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Apresentação/Introdução
A Portaria nº 793/2012 institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no SUS, estabelecendo diretrizes para a atuação na Atenção Básica. O 3º ciclo do PMAQ-AB foi realizado em 2017/18 e contém informações sobre ações das equipes NASF relacionadas a referida portaria. No entanto ainda não foi explorado os seus resultados segundo as regiões brasileiras.
Objetivos
Descrever as ações das equipes NASF relacionadas ao cuidado à pessoa com deficiência para cada região geográfica brasileira, com base nos componentes da Portaria nº 793/2012 e nas variáveis avaliadas no PMAQ-AB.
Metodologia
Estudo descritivo que integrou pesquisa maior baseada no 3º ciclo do PMAQ-AB. Foram analisadas as ações das equipes NASF mapeadas a partir do Módulo IV do instrumento de avaliação externa. A seleção das variáveis seguiu curadoria própria com base na Portaria nº 793/2012, considerando práticas como identificação precoce de deficiências, acompanhamento domiciliar, avaliação funcional, estimulação precoce, orientação sobre órteses e próteses, grupos terapêuticos, participação intersetorial e outras relacionadas ao crescimento e desenvolvimento infantil. As variáveis foram apresentadas em proporções, com intervalos de 95% de confiança (IC95%), organizadas por região geográfica.
Resultados
A maioria das ações diretamente voltadas ao cuidado da pessoa com deficiência apresentou maiores percentuais de realização na região Nordeste, com 90,6% (IC95%: 89,2–92,0), seguida da região Norte, com 84,7% (IC95%: 80,6–88,8). Todas as regiões, no entanto, superaram 70% de realização. A principal atividade identificada foi o suporte na detecção precoce de alterações no crescimento e desenvolvimento infantil. Observou-se maior frequência de ações no eixo da Qualificação do Cuidado na Atenção Básica. As equipes NASF desenvolvem práticas que promovem autonomia e inclusão, com adesão parcial à RCPD, variando entre regiões e equipes, conforme a Portaria nº 793/2012.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam adesão parcial às diretrizes da RCPD, com destaque para as regiões Nordeste e Norte. As ações mais frequentes envolveram a detecção precoce de alterações no desenvolvimento infantil e a qualificação do cuidado na Atenção Básica. As práticas desenvolvidas pelas equipes NASF favorecem a inclusão e autonomia das pessoas com deficiência.
SURDEZ, LIBRAS E SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA ACERCA DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE ÀS PESSOAS SURDAS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Apresentação/Introdução
A Constituição Federal de 1988 garante a saúde como direito de todos. No entanto, as políticas de saúde voltadas à população surda ainda se baseiam na concepção orgânico-biológica, priorizando a reabilitação auditiva e a comunicação oral, em detrimento da abordagem socioantropológica, que valoriza a Língua Brasileira de Sinais, a identidade surda e uma perspectiva inclusiva e respeitosa.
Objetivos
A presente pesquisa tem como objetivo a identificação e análise da produção científica publicada acerca da assistência à saúde para pessoas surdas.
Metodologia
Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: LILACS e Medline, utilizando os descritores nas línguas portuguesa e inglesa: “Saúde” and “Surdos” and “Língua Brasileira de Sinais” and “Deficente Auditivo”, indexados nos Descritores em Ciências da Saúde - DeCSMeSH. Os critérios de inclusão foram artigos originais, gratuitos, no idioma português, inglês e espanhol. Foram excluídas revisões de literatura, dissertações de mestrado, teses de doutorado, estudos de caso, reflexões, relatos de experiências e artigos que analisavam estudos internacionais. Não foi necessário a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
A comunicação configura-se como a principal barreira no atendimento às pessoas surdas, comprometendo a efetividade diagnóstica e terapêutica. A escassez de profissionais capacitados em Libras e a inadequação do uso da língua escrita agravam as desigualdades no acesso. A presença de intérpretes é limitada, e o recurso a familiares compromete a autonomia e a confidencialidade. Estratégias como a formação continuada, materiais visuais e tecnologias assistivas são fundamentais. A inclusão da Libras como componente curricular obrigatório nos cursos da área da saúde é imperativa para promover uma assistência acessível e culturalmente sensível.
Conclusões/Considerações
O estudo revelou falhas na formação de profissionais de saúde quanto à Libras, evidenciando a hegemonia da concepção orgânico-biológica da surdez. A ausência de preparo compromete a equidade no atendimento, dificultando a comunicação e a autonomia da pessoa surda. A competência em Libras qualifica a atenção, fortalece a humanização do cuidado e amplia a inclusão no sistema de saúde.
MÃES ATÍPICAS: REPERCUSSÕES DO DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA
Pôster Eletrônico
1 UFC
2 UEMA
Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento e classificado por níveis de suporte, marcado por grandes desafios no que tange os aspectos da comunicação social, barreiras na interação e com comportamentos repetitivos e interesse restritos. O diagnóstico do TEA repercute diretamente sobre a família e provoca um impacto considerável na vida das genitoras,
Objetivos
Descrever as repercussões do diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista sobre as mães atípicas
Metodologia
A pesquisa é de caráter descritivo, com abordagem qualitativa. O cenário da investigação foi o município de colinas – MA, mais especificamente, no Núcleo de Acompanhamento Multiprofissional Especializado, tendo como participantes, 20 mães atípicas, selecionadas de forma aleatória e não probabilística. O levantamento dos dados ocorreu entre abril e maio de 2024, por meio de entrevistas individuais, utilizando como suporte, um formulário estruturado com perguntas abertas. Os dados foram analisados com base no método proposto por Bardin. E a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da Universidade Estadual do Maranhão com o número de parecer: 6.563.528.
Resultados
O diagnóstico do TEA, repercute de forma direta sobre as mães atípicas, com destaque para as seguintes situações: pessimismo, medo, tristeza, choro em excesso, desorientação, ansiedade. Tais situações, impacta diretamente na vida das genitoras, o que provoca mudanças bruscas em suas vidas.
Conclusões/Considerações
O diagnóstico do TEA, carrega consigo, sentimentos que impactam diretamente o emocional das mães atípicas, o que as tornas vulneráveis no processo de cuidado. Portanto, é relevante pensar em estratégias de intervenção para promoção da saúde e melhora na qualidade de vida dessas mulheres.
ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS PARA DEFICIENTES VISUAIS E AUDITIVOS, PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Pôster Eletrônico
1 FCMMG
Apresentação/Introdução
Introdução: O direito ao acesso universal à saúde, garantido pela Constituição de 1988 e implementado pelo SUS, é um dos pilares da cidadania. No entanto, pessoas com deficiência sensorial ou locomotora, como cegos, surdos e indivíduos com limitações motoras, ainda enfrentam desafios nos serviços públicos de saúde no Brasil.
Objetivos
Objetivo: Descrever o acesso aos serviços de saúde por pessoas com deficiência visual, auditiva e de locomoção no Brasil, identificando fatores sociodemográficos possíveis desigualdades com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019.
Metodologia
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo utilizando dados secundários da PNS, 2019. A amostra foi composta por 88.531 indivíduos com 18 anos ou mais. Foram selecionados os participantes que declararam deficiência visual, auditiva ou de locomoção permanente. As variáveis incluíram características sociodemográficas e de acesso aos serviços de saúde. Foi realizada análise descritiva com cálculo de intervalos de confiança (IC95%) utilizando o software Stata 14.0 em modo survey, com pesos amostrais e nível de significância de 5%.
Resultados
Resultados: A deficiência foi mais prevalente entre mulheres (9,9%; IC95%: 9,5–10,4), pessoas pretas (10,1%; IC95%: 9,2–11,1), residentes da zona rural (9,8%; IC95%: 9,1–10,4), idosos ≥60 anos (21,4%; IC95%: 20,5–22,4) e indivíduos com até 1 salário mínimo (9,9%; IC95%: 9,4–10,4). Entre pessoas com deficiência, observou-se maior autorrelato de saúde ruim/muito ruim (27,9%; IC95%: 26,4–29,6), menor acesso a plano odontológico (7,2%; IC95%: 6,1–8,6), maior uso do SUS (79,5%) e das UBS (53,2%; IC95%: 50,9–55,5), e menor uso de consultórios particulares (17,5%; IC95%: 15,8–19,4). As diferenças foram significativas (p<0,001), evidenciando desigualdades no cuidado.
Conclusões/Considerações
Conclusão: O estudo confirma barreiras significativas no acesso à saúde por pessoas com deficiência, agravadas por desigualdades socioeconômicas. A análise de dados nacionais atualizados reforça a relevância da pesquisa e sua contribuição à formulação de políticas públicas equitativas. Os achados evidenciam a necessidade de fortalecer o SUS com acessibilidade comunicacional e estrutural.
SEXUALIDADE, DEFICIÊNCIA E NEURODIVERGÊNCIA NA ADOLESCÊNCIA: INVISIBILIDADES E DESAFIOS PARA A PROMOÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UPE
2 IBAC
Apresentação/Introdução
A sexualidade na adolescência de pessoas neurodivergentes, especialmente autistas e com TDAH, é marcada por apagamentos institucionais e práticas capacitistas (Garland-Thomson, 1997; Skliar, 2018). Esse processo nega esses corpos como sujeitos de desejo, afetando diretamente seus direitos sexuais, sua autonomia e o cuidado integral na saúde coletiva (OMS, 2010).
Objetivos
Analisar como os discursos capacitistas atravessam o apagamento da sexualidade na adolescência neurodivergente, refletindo sobre os desafios éticos, comunicacionais e de cuidado na saúde coletiva (Crenshaw, 2019).
Metodologia
Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, com abordagem qualitativa e ancorada na análise crítica-discursiva (Davis, 2016; Butler, 2019). As buscas foram realizadas nas bases SciELO, BVS, PubMed e Google Acadêmico, utilizando os descritores: “Adolescente”, “Sexualidade”, “Deficiência”, “Neurodivergência”, “Capacitismo”, “Direitos Sexuais” e “Saúde Coletiva”. Foram incluídas publicações entre 2013 e 2024, em português, inglês e espanhol, que discutissem sexualidade, deficiência e neurodivergência na adolescência, em interface com saúde coletiva e direitos humanos. A análise focou nos sentidos discursivos que atravessam a construção social da sexualidade de adolescentes neurodivergentes.
Resultados
A sexualidade de adolescentes neurodivergentes permanece invisibilizada ou tratada sob a lógica da patologização (Kafer, 2013; Greiner, 2016). O silenciamento perpassa práticas clínicas, escolares e familiares, sustentando uma lógica biomédica que nega subjetividades e experiências sexuais. A ausência de políticas públicas específicas e a formação insuficiente de profissionais reforçam o capacitismo estrutural (BRASIL, 2008). Reconhecer esses sujeitos como corpos desejantes e de direitos demanda práticas de cuidado que incorporem comunicação inclusiva, escuta qualificada e promoção dos direitos sexuais (OMS, 2010).
Conclusões/Considerações
A sexualidade na adolescência neurodivergente é um direito sistematicamente negado. Superar esse apagamento exige práticas interdisciplinares, enfrentamento ao capacitismo e formação crítica dos profissionais (Garland-Thomson, 1997). A comunicação em saúde torna-se estratégia fundamental para promover autonomia, cuidado e cidadania.
FORTALECENDO CAMINHOS E SUPERANDO DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA FORMAÇÃO PARA MÃES ATÍPICAS E CUIDADORES
Pôster Eletrônico
1 ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA
2 SECRETARIA DA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE
Período de Realização
Março a Junho de 2025
Objeto da experiência
RELATAR UMA EXPERIÊNCIA DE UMA FORMAÇÃO PARA MÃES ATÍPICAS E CUIDADORES
Objetivos
Relatar a experiência de uma formação voltada a mães atípicas e cuidadores, construída a partir de suas necessidades, com o intuito de promover apoio emocional, fortalecimento da rede de cuidado, acesso a informações qualificadas e valorização do protagonismo no processo de cuidar.
Descrição da experiência
A experiência iniciou-se com um levantamento das necessidades de aprendizagem de mães e cuidadoras atípicas. Com base nas demandas identificadas, como seletividade alimentar, manejo das emoções e direitos sociais, foi desenvolvido um curso com cinco encontros temáticos, realizados entre março e junho de 2025 na Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia. Cada encontro iniciou com acolhida afetiva e apresentação dialógica do facilitador, promovendo escuta, troca e construção coletiva.
Resultados
O curso teve ampla adesão, com média de 120 participantes por encontro. As mães e cuidadoras relataram ganhos emocionais e práticos no cuidado, destacando o acolhimento, a oportunidade de compartilhamento de vivências e o acesso facilitado a orientações de psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e enfermeira. O espaço favoreceu trocas significativas, fortalecimento da rede de apoio e valorização do protagonismo destas pessoas no cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de escutar diretamente as cuidadoras e de desenvolver ações pautadas nas suas reais demandas. Verificou-se que, ao oferecer informação, acolhimento e partilha, promove-se autonomia e bem-estar. Contudo, desafios persistem, como garantir continuidade e integrar ações com a rede de saúde e assistência. A formação revelou-se potente na construção de um cuidado mais humanizado e equitativo.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou o potencial do curso em promover inclusão, fortalecer redes e ampliar o olhar das cuidadoras sobre os desafios do cuidado. As participantes relataram maior compreensão das necessidades dos filhos. É essencial reconhecer o papel central dessas pessoas no cuidado, valorizando seus saberes. Recomendamos a realização de ações semelhantes no SUS, com apoio intersetorial e continuidade das formações.
ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CUIDADO MULTIDISCIPLINAR DE PESSOAS COM TEA NA SAÚDE SUPLEMENTAR.
Pôster Eletrônico
1 CASSI-AL
Período de Realização
Fevereiro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Relatar a atuação da APS na coordenação do cuidado a pessoas com TEA na saúde suplementar.
Objetivos
Descrever a experiência de um serviço de Atenção Primária à Saúde na saúde suplementar na coordenação do cuidado de pessoas com TEA, evidenciando a atuação da equipe multiprofissional, os benefícios assistenciais envolvidos e os impactos na integralidade do cuidado.
Descrição da experiência
O serviço de APS desenvolve ações voltadas ao cuidado de pessoas com deficiência, incluindo TEA, com equipe multiprofissional que realiza avaliação integral, emite parecer técnico e organiza o acesso a benefícios assistenciais, como isenção de coparticipação e apoio aos cuidadores. Os encaminhamentos para reabilitação são organizados conforme critérios clínicos, com foco na integralidade.
Resultados
A experiência evidenciou o papel central da APS na saúde suplementar, promovendo cuidado contínuo e qualificado. A articulação entre profissionais e a qualificação técnica da equipe favoreceram maior adesão das famílias, ampliação do acesso a terapias e consolidação de uma abordagem centrada na pessoa e na família.
Aprendizado e análise crítica
A vivência reforça o potencial da APS na saúde suplementar como coordenadora do cuidado. Destacam-se desafios na integração com outros níveis de atenção e na padronização de fluxos, mas observam-se avanços significativos na qualidade assistencial, no vínculo com as famílias e na efetividade das ações terapêuticas.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a valorização da APS na saúde suplementar como eixo estruturante do cuidado às pessoas com TEA, com investimentos na formação das equipes, fortalecimento da rede de apoio e aprimoramento dos protocolos assistenciais que garantam cuidado integral, acessível e centrado na pessoa.
NEUROCONEXÕES E INCLUSÃO EM FOCO: DIREITOS DAS PCDS E NEURODIVERGENTES NO PROJETO PRIMEIRO EMPREGO DO ESTADO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 FESF-SUS
Período de Realização
O projeto piloto foi iniciado no mês 07/2024 e segue em execução.
Objeto da experiência
Promover a inclusão das PCDs e neurodivergentes no mundo do trabalho com base em suas potencialidades e perfil.
Objetivos
Ampliar o debate, o apoio ao diagnóstico e a troca de informações, com estratégias que assegurem às PCDs e neurodivergentes vagas compatíveis com suas potencialidades e perfil, promovendo integração ao Mundo do Trabalho.
Descrição da experiência
Desde 2016, o Projeto Primeiro Emprego, política pública do Governo da Bahia, insere egressos da educação profissional no mercado formal. Em junho de 2024, adotou a estratégia do Emprego Apoiado, priorizando a inserção de PCDs e neurodivergentes em funções compatíveis com suas habilidades. Atualmente, 15 pessoas recebem acolhimento, adaptação e acompanhamento, promovendo uma cultura institucional inclusiva
Resultados
Por meio do Emprego Apoiado no Projeto Primeiro Emprego, alinhamos potencialidades a ambientes inclusivos, promovendo crescimento profissional e pertencimento. As unidades piloto demonstram que é possível criar espaços empáticos e acessíveis. Reafirmamos o compromisso com a política pública, oferecendo trabalho digno, acolhimento e desenvolvimento integral às pessoas acompanhadas.
Aprendizado e análise crítica
Aprendemos que a escuta ativa e o acolhimento são essenciais para a adaptação. Ambientes inclusivos beneficiam a todos, não apenas os trabalhadores acompanhados. A parceria com as chefias fortalece o processo, e a autonomia se desenvolve com apoio contínuo. A inclusão exige ajustes constantes e mudança cultural, além de avaliação permanente para aprimorar práticas e garantir resultados sustentáveis
Conclusões e/ou Recomendações
A inclusão no PPE por meio do Emprego Apoiado vem se mostrando eficaz na promoção da autonomia e pertencimento de trabalhadores neurodivergentes e PCDs. Para ampliar os resultados, recomenda-se fortalecer parcerias com as unidades de saúde, investir em capacitação contínua e manter avaliação constante. Assim, será possível consolidar ambientes de trabalho mais inclusivos, acessíveis e humanizados, beneficiando toda a organização
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA AMPLIADA (CAA): COMO AÇÕES DE PARCERIA ENTRE SERVIÇOS AMPLIAM A INCLUSÃO NO ATENDIMENTO À PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS (PCDS)
Pôster Eletrônico
1 FURB
Período de Realização
A experiência começou no mês de agosto de 2024 e continua acontecendo atualmente, junho de 2025.
Objeto da experiência
Implementação de estratégias intersetoriais para uso de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) no atendimento de PCDs em unidades de saúde.
Objetivos
Apresentar como o Serviço Único de Saúde (SUS) de Blumenau, o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET) e a Secretaria de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Paradesporto (SEIDEP) estão articulando ações para reduzir iniquidades no cotidiano de pessoas com deficiências no SUS.
Metodologia
Houve uma reunião com a SEIDEP, durante a qual a secretaria propôs a implementação de CAA no SUS. Esta reunião foi seguida por uma roda de conversa numa unidade de ESF, para identificação das necessidades de comunicação. Depois foi aplicado um questionário no CAPSI, para levantamento dos conteúdos a serem planejados para aplicação de CAA no contexto da saúde. Diante disso, optou-se por iniciar-se no contexto do atendimento odontológico, cujas pranchas estão em desenvolvimento.
Resultados
A experiência da SEIDEP com PCDs indicou para a necessidade de aplicação de ferramentas de CAA na área da saúde. Ouvidos os profissionais de saúde, percebeu-se que o trabalho odontológico era prioridade para aplicação, por conta das PCDs e da dificuldade inerente do uso da linguagem falada. Atualmente, estão sendo elaboradas as pranchas de comunicação voltadas ao cenário específico. Infere-se a necessidade da prancha ser facilmente representativa das ideias e conceitos a serem comunicados.
Análise Crítica
Dessa forma, percebe-se o poder transformador e potente que as parcerias intersetoriais promovem para a inclusão de pessoas com deficiências nos serviços de saúde. A ideia, e todo o processo, da aplicação da CAA para outros serviços mostra-se uma estratégia promissora para a autonomia de usuários, visto que o impacto comunitário está relacionado ao acesso à comunicação, como um direito humano fundamental, especialmente para aqueles que não utilizam a fala como forma de expressão.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, a proximidade com diferentes populações parece crucial para a identificação de necessidades, e para a criação de novas estratégias de inclusão no SUS. Ao ampliar as possibilidades de comunicação, a experiência reforça e fortalece o cuidado humanizado, assim como o acesso equitativo aos serviços de saúde, com empatia e compromisso com a cidadania, além de destacar a importância da inclusão como prática cotidiana nos serviços de saúde.
PROJETO PARAPRAIA: VERÃO INCLUSIVO E A CHANCE DO VOLUNTARIADO PARA ESTUDANTES DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNIFACS
2 Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública
Período de Realização
O projeto ocorreu durante o verão de Salvador, nos quatro finais de semana do mês de fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Banho de mar assistido para indivíduos com deficiência
Objetivos
O objetivo do Projeto Parapraia foi tornar o banho de mar acessível para pessoas com deficiência - de natureza física, mental, intelectual ou sensorial - e/ou mobilidade reduzida, consolidando a praia como um verdadeiro espaço de inclusão e cidadania.
Descrição da experiência
Foram selecionados 400 voluntários e a estrutura do projeto contou com uma pista de acesso ao mar para cadeiras de rodas anfíbias e quiosques de atendimentos dos usuários, de acordo com suas necessidades específicas. Todos os voluntários foram treinados por uma equipe de professores a fim de atuarem em toda cadeia de ação planejada, desde a triagem, transferência do usuário para a cadeira adaptada, condução para o mar, assim como para o acolhimento pós-banho.
Resultados
Foram contabilizados 754 banhos assistidos, ratificando o compromisso e a responsabilidade social do projeto de promover inclusão social. Para os estudantes e professores, a experiência do voluntariado revelou consciência humanista, maturidade socioafetiva e sobretudo ética, reforçando a importância da aprendizagem fora do ambiente da sala de aula, porém numa situação tão relevante para todos os envolvidos, permitindo exercitar as relações humanas num ambiente de tantas adversidades.
Aprendizado e análise crítica
A experiência de assistir o banho de mar permitiu, aos voluntários, conhecer as histórias e peculiaridades do grupo de usuários, no que diz respeito aos desafios de acessibilidade enfrentados por esta população na cidade de Salvador, que por meio de depoimentos emocionantes e carregados de histórias inspiradoras, revelou a satisfação sentida pelo objetivo do projeto, pela dignidade do acesso e pela chance de vivenciar o banho com total assistência técnica dos voluntários.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência do Projeto ParaPraia promoveu acessibilidade de pessoas com deficiência às atividades de lazer, em especial ao banho de mar no verão de Salvador. Acredita-se que o projeto tenha também contribuído para a conscientização da importância do tema e para possibilidade de expansão dessa iniciativa, com realização em outras localidades.
EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NO TRATAMENTO COM ÓLEO DE CANNABIS: RELATO DE PROFISSIONAL DE SAÚDE E MÃE SOBRE ALTERNATIVA TERAPÊUTICA.
Pôster Eletrônico
1 UFMT
Período de Realização
De 2019 a 2023.
Objeto da experiência
Relato de profissional de saúde e mãe de paciente com TEA sobre uso de óleo de Cannabis como alternativa terapêutica no TEA, envolvendo desafios e aprendizados.
Objetivos
Este relato busca compreender o tratamento com óleo de Cannabis no TEA, e discutir os desafios enfrentados para acesso ao produto, refletir sobre a mobilização social em torno dessa alternativa, na perspectiva de uma profissional voluntária na associação e mãe de paciente com TEA.
Descrição da experiência
Diante da dificuldade em encontrar tratamentos convencionais eficazes para os sintomas de epilepsia refratária e TEA, uma profissional e mãe iniciou o uso do óleo de cannabis no tratamento do filho, observando melhorias na comunicação, controle de crises e qualidade do sono. A ARPTA tornou-se um espaço de troca de experiências e apoio, permitindo a ampliação do debate sobre terapias alternativas e enfrentamento de estigmas sociais.
Resultados
O relato aponta melhoras significativas na interação social, aprendizado e redução da ansiedade. No entanto, ainda há desafios legais e institucionais que dificultam o acesso ao tratamento, especialmente pelo elevado custo do medicamento. A mobilização da mãe e profissional voluntária contribuiu para ampliar o debate sobre o uso da cannabis medicinal, promovendo discussões sobre o acesso ao tratamento como uso compassivo.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou que, apesar dos avanços científicos sobre os benefícios do óleo de cannabis, o acesso ao tratamento enfrenta barreiras culturais e jurídicas. A mobilização da mãe e profissional voluntária destacou a importância da informação baseada em evidências científicas e do fortalecimento da rede de apoio. Além disso, reforçou a necessidade de regulamentação eficaz, garantindo o acesso seguro ao medicamento, especialmente para famílias sem recursos financeiros para custear o tratamento.
Conclusões e/ou Recomendações
As discussões da ARPTA sobre cannabis no TEA apontam desafios legais, econômicos e sociais. Incluem: burocracia regulatória, custos elevados, falta de cobertura por planos de saúde, estigma social e poucos profissionais capacitados. Recomendações: políticas públicas de apoio com subsídios; campanhas educativas contra preconceitos; capacitação profissional; e incentivo à pesquisa para ampliar conhecimento sobre eficácia e segurança do tratamento.
INCLUSÃO UNIVERSITÁRIA E AUTISMO: ENTRE O ACOLHIMENTO INICIAL E A FRAGILIDADE ESTRUTURAL NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO BRASILEIRO
Pôster Eletrônico
1 UFTM
Período de Realização
Março de 2024 a fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Vivência de estudante autista no curso de Medicina em universidade pública, analisando práticas institucionais de inclusão e seus limites.
Objetivos
Analisar criticamente os limites e potências do processo de inclusão de uma estudante com TEA no ensino superior público, evidenciando contradições entre diretrizes institucionais, suportes efetivos e barreiras estruturais à permanência qualificada.
Metodologia
A experiência ocorreu na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), após ingresso via política de cotas no curso de Medicina. O acolhimento inicial pelos setores pedagógico e de acessibilidade apresentou recursos institucionais como a monitoria inclusiva. No primeiro semestre, a não adesão ao suporte — por imaturidade pessoal — dificultou a adaptação. No semestre seguinte, com apoio específico, houve progresso acadêmico, ainda que persistissem desafios estruturais e pedagógicos à inclusão plena.
Resultados
A inclusão da monitoria específica contribuiu para a melhoria do desempenho acadêmico e para a assimilação de conteúdos em disciplinas complexas. Ainda assim, foi possível identificar limitações institucionais, como a ausência de espaços sensoriais e estratégias pedagógicas adaptadas. Apesar do esforço institucional inicial, os desafios à permanência de estudantes autistas evidenciam a necessidade de aprimoramento contínuo das práticas inclusivas no ensino superior.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que a inclusão vai além do acolhimento inicial: requer continuidade, escuta ativa e adequações estruturais e pedagógicas. Mesmo com políticas institucionais disponíveis, sua efetivação depende de sensibilidade, preparo e corresponsabilidade entre setores e docentes. A vivência revelou a importância de uma abordagem que reconheça as singularidades do estudante autista, promovendo pertencimento, autonomia e saúde integral.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência aponta que promover inclusão vai além do acolhimento inicial: exige continuidade, sensibilidade institucional e ambientes que respeitem as singularidades. Garantir a permanência de estudantes autistas implica reconhecer suas necessidades específicas como parte legítima da diversidade acadêmica e do compromisso com uma universidade mais justa.
A ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO MAPEAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM BOTUCATU/SP
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina de Botucatu/FMB/UNESP
2 Organização Social de Saúde/OSS Pirangi
3 Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu
Período de Realização
Agosto e setembro de 2024 – oficinas de capacitação de Agentes Comunitários de Saúde de Botucatu/SP
Objeto da experiência
Compreensão do papel dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no atendimento às crianças com síndrome de Down (SD) na Atenção Primária à Saúde (APS)
Objetivos
Identificar ações necessárias, oportunidades e fragilidades no processo de mapeamento e atendimento de crianças com SD em Botucatu. Compreender o conhecimento e a percepção dos ACS sobre a condição e o acolhimento às crianças com SD realizado nas unidades de saúde.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, através do google forms, com ACS do município de Botucatu, com foco na identificação de crianças com SD em seus territórios de atuação. As perguntas exploraram o tempo disponível para capacitação, capacidade de identificação durante visitas domiciliares, conhecimento sobre o atendimento prestado às crianças e percepções sobre as necessidades de saúde e educação dessas crianças. A coleta ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2024.
Resultados
Foram entrevistados 117 ACS e 29,0% relataram conhecer crianças com SD em seus territórios e, que a maioria das crianças eram atendidas nas Unidades de Saúde (74,3%). Cinco ACS afirmaram não conseguir reconhecer crianças com a síndrome e mais de um quarto referiram que o melhor local para fornecer educação às crianças com SD era em escola especial. A maioria deles (77,0%) acreditavam que o atendimento às crianças deveria ser realizado por médicos especialistas em serviço terciário de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da formação contínua dos ACS para garantir o reconhecimento e o acompanhamento adequado de crianças com SD no município de Botucatu. Mostrou-se fundamental fortalecer o papel ordenador da APS, promovendo um cuidado integral e centrado nas necessidades das crianças e de suas famílias, como previsto no projeto de pesquisa, que compõe a experiência aqui relatada e, que objetiva elaborar um protocolo de assistência integral às crianças com SD no município.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o fortalecimento da capacitação dos ACS é essencial para um atendimento mais efetivo e inclusivo às crianças com Síndrome de Down, a partir do reconhecimento e, da inclusão desta criança, no cadastro da família, pela ACS na APS. Recomenda-se implantar estratégias de educação permanente, criar fluxos de referência articulados e realizar buscas ativas em territórios, visando à equidade no acesso à saúde.
COMO NÃO INCOMODAR, SEM ME INCOMODAR: ACESSIBILIDADE, CONVIVÊNCIA E RESISTÊNCIA DE UMA MÉDICA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE UNICAMP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL SAÚDE COLETIVA
2
Período de Realização
Critica mecanismos sutis e explícitos de exclusão de PCD física na formação médica
CORPO QUE INCOMODA
Objeto da experiência
COMO NÃO INCOMODAR, SEM ME INCOMODAR: ACESSIBILIDADE, CONVIVÊNCIA E RESISTÊNCIA DE UMA MÉDICA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO BRASIL
Objetivos
O CORPO INCOMODA
Como não incomodar?desde o momento em que retornei ao ambiente acadêmico com uma deficiência física visível. Essa inquietação me levou a observar que a presença do corpo com deficiência. Muitas vezes, ele é lido como exceção, como obstáculo ou até como “desalinho” em relação à norma.
Descrição da experiência
um acidente automobilístico interrompeu minha trajetória na Odontologia a 6 meses da formatura. Três anos depois, com reabilitação retornei ao curso de Medicina, iniciado em 1996. Concluir foi possível, mas não sem enfrentar sucessivas barreiras estruturais, atitudinais e curriculares.
A experiência de retorno marcada por uma ambivalência constante: ser acolhida como exceção ou ser descartada como incômoda. Repetiu na residência médica revelando não apenas um sistema exigente e falho.
Resultados
Atuação médica que respeitava minhas possibilidades e potencialidades.
A experiência como médica da família ampliou a escuta, a empatia e o entendimento sobre como a deficiência me aproximava das vulnerabilidades do outro. Homeopatia outras formas.
Tomei posse na PMC vivenciei na prática que o sistema ainda não está preparado para absorver as diversidades. Outubro de 2024, atuei como médica do trabalho no DPSS, possibilidades de atuação mais inclusiva e respeitosa às minhas necessidades surgiram.
Aprendizado e análise crítica
O incômodo gerado por corpos e mentes dissidentes revela o pacto de normalidade que sustenta muitas práticas institucionais. As “pequenas exclusões” são formas de dizer: “você pode estar aqui, desde que não nos dê trabalho”.
Débora Diniz (2012), a deficiência é politicamente invisibilizada pela ausência de escuta. Fanon (2008) nos lembra que o corpo com deficiência, carrega o peso da alteridade radical: está sempre em tradução, tentando se adequar a uma linguagem que não foi feita para ele.
Conclusões e/ou Recomendações
EU TAMBÉM SOU NORMAL – SÓ QUE DE OUTRO JEITO
“Como não incomodar, sem me incomodar?”
A pergunta inicial se transforma em denúncia e em convite. Denúncia de uma sociedade que se diz inclusiva, mas não deseja se adaptar. Convite a construir práticas pedagógicas, institucionais e humanas que reconheçam que todo corpo tem direito de ocupar o espaço sem se diminuir para caber nele.
ANÁLISE DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA REGIÃO DE SAÚDE DA XII GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 XII Gerência Regional de Saúde
2 Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco
Período de Realização
27/11/2023 a 06/06/2025
Objeto da experiência
Rede de Pessoa com deficiência da XII Região de Saúde de Pernambuco
Objetivos
Analisar a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) na XII Região de Saúde de Pernambuco, estabelecer correlação entre a RCPD e a necessidade de fortalecê-la por meio da implantação de serviços.
Descrição da experiência
Foi realizada análise dos relatórios de visitas técnicas realizadas nos serviços ambulatoriais de assistência à pessoa com deficiência, Sistemas de Informação: CNES, TABNET, SIGTAP, CECAD/MDS, IBGE e o Plano de Ação Regional (PAR) da RCPD (2024-2026), aprovado pela Resolução CIR da XII GERES Nº 273 de 17/07/ 2024 e formação do Grupo Condutor Regional (RCPD), com reuniões programadas para discussões técnicas e tomada de decisão, com composição aprovada em Resolução nº 266 de 20/03/2024.
Resultados
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o principal ponto assistencial às PCD, fornecida pelas Equipes: ESF, Saúde Bucal e e-MULTI. A Atenção Especializada é garantida pelos ambulatórios como também, pela regulação Estadual. Não há leitos de reabilitação, oficina ortopédica e Centros Especializados em Reabilitação (CER). No Hospital Regional, há reabilitação, com equipe multiprofissional. Existe pelo menos um serviço de reabilitação em cada município, CEO e Núcleo de Atendimento ao TEA em quatro.
Aprendizado e análise crítica
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência (PNAISPD), normatizada pela Portaria GM/MS nº 1526 de 11 de outubro de 2023 visa o adequado cuidado às Pessoas com Deficiência, que no Estado de Pernambuco, é uma das cinco redes temáticas prioritárias. Tem como objetivo uma efetiva integração das pessoas com deficiência no contexto social, econômico e político com garantia à assistência integral em saúde através de uma rede organizada em todos os níveis assistenciais.
Conclusões e/ou Recomendações
Embora haja um serviço de reabilitação ambulatorial em cada município, há uma fragilidade nos cuidados à pessoa com deficiência. Com ausência de CER, oficinas ortopédicas e leitos hospitalares. Na reorganização da RCPD, foi aprovado um CER tipo III na microrregional 1 e tipo IV na microrregional 2. O novo desenho da rede, fortalecimento da APS nos cuidados da PCD e apoio técnico da XII GERES, contribuirá para o fortalecimento do cuidado integral.
LEVANTAMENTO SOBRE O USO E INTERESSE EM LIBRAS ENTRE PROFISSIONAIS DE UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS- GO EM PARCERIA COM O PROGRAMA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Evangélica de Goiás-UniEVANGÉLICA.
Período de Realização
Abril e maio de 2025.
Objeto da experiência
Mapeamento do nível em letramento da Língua Brasileira de Sinais e o interesse em aprendizagem entre profissionais de saúde da atenção primária de Anápolis GO
Objetivos
Identificar, no âmbito da atenção primária, quais profissionais tinham habilidades prévias em Libras e quais membros demonstravam interesse em aprender o uso funcional da linguagem de sinais no contexto ambulatorial. A experiência visou reconhecer a aptidão em libras.
Descrição da experiência
Como membros do Programa PET-SAÚDE EQUIDADE, realizamos uma intervenção em 49 unidades de saúde no município. Foi aplicado um questionário aos profissionais da unidade, sobre a habilidade de se comunicar em Libras, experiências com pacientes surdos e o interesse em participar de uma capacitação promovida pela Universidade Evangélica de Goiás, foi identificado que 58% das unidades possuem pacientes portadores desta deficiência, um número relativamente alto frente a quantidade de colaboradores.
Resultados
Ao analisar os dados coletados pode-se concluir que cerca de 16% dos profissionais tinham domínio em Libras, geralmente aprendido por iniciativa própria. Por outro lado, uma quantidade significativa demonstrou interesse em realizar um curso, reconhecendo a importância da comunicação acessível e a falha no processo de gestão em saúde em promover equidade para populações minoritárias e assegurar acesso à saúde de maneira eficaz.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a carência de capacitação em Libras no contexto da atenção básica, ressaltando o desacerto entre número profissionais aptos e número de usuários de sistema saúde. O contato direto com os profissionais e com a realidade do SUS ampliou nossa percepção sobre barreiras comunicacionais e nos motivou a seguir propondo ações inclusivas, uma vez que, o acesso adequado aos serviços de saúde é fundamental para promover o letramento em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A limitação de profissionais da saúde quanto ao domínio da Libras configura uma barreira significativa na comunicação com pessoas surdas, resultando em um acesso à saúde desigual e, muitas vezes, ineficaz para esse grupo. A inclusão de cursos voltados para equipes da atenção primária deve ser incentivada. Essa capacitação promove não apenas o acolhimento de pessoas surdas, mas reforça o compromisso ético com a humanização e equidade.
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CURSO DE FORMAÇÃO PRÁTICAS INCLUSIVAS JUNTO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA A PROFISSIONAIS DO SUS/SUAS EM SANTOS-SP
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP
2 Secretaria Municipal de Saúde de Santos -SP
Período de Realização
Início do planejamento em dezembro/2023, atualmente em andamento, previsão de finalização agosto/2025
Objeto da experiência
Apresentar a experiência do Curso de Formação em Práticas Inclusivas em Saúde para trabalhadores da rede SUS/SUAS e conselheiros de direitos
Objetivos
Promover a transformação de práticas na atenção às pessoas com deficiência alinhadas com o modelo biopsicossocial e arcabouço jurídico por meio de curso de curta duração (40 horas), em parceria da Secretaria de Saúde de Santos/SP, Unifesp/Santos e Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania.
Descrição da experiência
Foram oferecidas 320 vagas em 8 turmas a trabalhadoras/es da rede SUS/SUAS de Santos. Os temas foram desenvolvidos por meio de aulas presenciais dialogadas, trabalhos em pequenos grupos ou roda de conversa. Os cursistas desenvolveram um projeto de intervenção no território e apresentaram no último encontro. As atividades semanais, conteúdos e metodologias das aulas foram definidos em encontros virtuais da equipe formada por 7 docentes da Unifesp e 3 docentes profissionais do SUS local.
Resultados
Para o primeiro ciclo do curso, 158 pessoas inscreveram-se e 109 finalizaram a formação. Destes, 79% responderam o formulário de avaliação do curso, sendo que para 86,1% o curso superou ou atingiu as expectativas e 84% concordam totalmente que o curso ajudou a compreender o modelo biopsicossocial da deficiência. Os cursistas sugeriram ampliação das metodologias participativas nas próximas ofertas. Foram preenchidas 81% das vagas do segundo ciclo e a formação está em andamento
Aprendizado e análise crítica
Tendo em vista a precarização dos serviços, com número reduzido de profissionais e concorrendo com outras formações em curso, nem todas as vagas foram preenchidas e alguns trabalhadores não conseguiram finalizar a formação. No entanto, dentre os cursistas que finalizaram a formação, a percepção sobre a compreensão do modelo biopsicossocial foi satisfatória, o que pode favorecer mudanças de atitudes e melhores práticas no cuidado de pessoas com deficiência.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação em Práticas Inclusivas foi uma estratégia potente para difundir o modelo biopsicossocial e baseado em direitos humanos da deficiência. No entanto, é necessário empreender ações de educação permanente dentro dos serviços e em rede, com abordagens mais implicadas com as situações concretas do cotidiano dos serviços.
CUIDADO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA (PCD), O ENCONTRO MULTIPROFISSIONAL E A CONSTRUÇÃO DE SABERES EM SAÚDE DURANTE GRADUAÇÃO: COM A PALAVRAS OS(AS) DISCENTES
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
A organização do evento teve início em fevereiro de 2025 e realização em 10 de abril de 2025.
Objeto da experiência
Necessidade de contato e troca de saberes entre os discentes de saúde da Universidade Federal Fluminense sobre temáticas de inclusão da PCD na saúde.
Objetivos
Preencher as lacunas curriculares dos cursos da área da saúde, relacionadas ao tema PCD; Fomentar conhecimentos críticos e construção de cuidado multiprofissional; e Auxiliar a formação de profissionais humanizados, comprometidos com a equidade, promoção da saúde e os princípios da saúde coletiva.
Descrição da experiência
O 1º Simpósio da Liga Acadêmica de Saúde e Inclusão da Pessoa com Deficiência (LISIPD), realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 10/04/2025, tem como destaque principal o protagonismo de discentes que organizaram e decidiram promover espaço de ensino para novos ligantes, abordando temática ausente ou pouco trabalhada nos cursos da área da saúde, que é o cuidado a PCD. Assim, estruturaram o evento com termos básicos de LIBRAS e Anamnese Médica e Psicológica diferencial.
Resultados
De forma inédita, 93 estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Psicologia e Serviço Social foram reunidos sob a perspectiva do trabalho multiprofissional durante a graduação, com objetivo de construir cuidado em saúde inclusivo para PCD. Dessa maneira, consideramos ser possível contribuir com a formação de profissionais sensíveis, comprometidos com a promoção de cuidado integral, que respeitem e concretizem os direitos da PCD e percebam a importância do trabalhar junto.
Aprendizado e análise crítica
A análise dos organizadores e participantes, autores deste relato, identifica o valor dos conteúdos pela ênfase na comunicação direta com o paciente. Rompe-se, neste ensino, a prática de priorizar o acompanhante, que compromete a autonomia da PCD, bem como o uso exclusivo da escrita com surdos. Evidenciando a necessidade do aprendizado prático de Libras e de recursos inclusivos e humanizados para a comunicação direta com a PCD, evitando infantilização e superproteção, enquanto garante direitos.
Conclusões e/ou Recomendações
Os currículos das graduações devem estar em sintonia com a realidade contemporânea, atendendo à população, especialmente os grupos considerados “minoritários”. Nesse sentido, tal intervenção propõe à universidade e aos outros espaços, a imperatividade da inclusão aos PCD, simultaneamente posiciona o discente como agente de sua própria formação, onde ocupa o duplo papel, isto é, cidadão preocupado com a realidade e profissional em formação.
EXPERIÊNCIA COLETIVA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E INCLUSÃO DA PESSOA SURDA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2 Associação de Surdos de Santa Cruz (ASSC)
Período de Realização
Realizado em 13 de setembro de 2023, no campus FACISA da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Objeto da experiência
Relato de ação coletiva para promoção da saúde da pessoa surda, priorizando acessibilidade e inclusão no ambiente comunitário
Objetivos
Promover um espaço de escuta, informação e diálogo sobre saúde voltado a pessoas surdas; ampliar a acessibilidade linguística em ambientes universitários; fomentar o protagonismo da comunidade surda e sensibilizar a comunidade acadêmica para os direitos das pessoas com deficiência.
Metodologia
Em alusão ao Setembro Surdo, a FACISA/UFRN e a Associação de Surdos de Santa Cruz realizaram, no interior do RN, o Dia de Atenção à Pessoa Surda. Com interpretação em Libras, houve apresentação cultural e palestras sobre acesso à universidade, saúde sexual e reprodutiva, alimentação e emoções. A ação reafirmou o direito à saúde com acessibilidade e protagonismo surdo em contexto historicamente marcado pela invisibilização.
Resultados
O evento contou com cerca de 60 participantes, entre pessoas surdas e ouvintes. Houve expressiva interação e valorização da Libras como língua de instrução e comunicação. O espaço permitiu que as pessoas surdas protagonizassem suas demandas em saúde. A iniciativa favoreceu o reconhecimento institucional da importância de ações acessíveis e contribuiu para o fortalecimento das redes locais.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a ausência histórica de espaços acessíveis à comunidade surda nos serviços de saúde e educação. Mostrou-se necessário o envolvimento institucional contínuo para garantir acessibilidade e combater o capacitismo. A articulação com movimentos sociais e cursos de Letras-Libras fortaleceu a prática intersetorial e dialógica entre universidade, comunidade e serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que ações como essa devem ser contínuas, institucionais e articuladas com políticas públicas. Recomenda-se ampliar a formação de profissionais em acessibilidade e direitos linguísticos, garantir a presença de intérpretes de Libras e consolidar práticas que reconheçam a pessoa surda como sujeito de direitos e participante ativa na produção do cuidado em saúd
DO OLHAR AO CUIDAR: EXPERIÊNCIAS DE ESTUDANTES DA SAÚDE COM A HISTÓRIA E OS DESAFIOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
No dia 12 de maio de 2025, realizou-se o encontro expositivo, com duração de duas horas.
Objeto da experiência
Evidenciar aos estudantes os contextos históricos, em diferentes sociedades, e revelar experiências pessoais atuais das pessoas com deficiência.
Objetivos
Apresentar a formação histórica da identidade da pessoa com deficiência (PCD) a estudantes de saúde da Universidade Federal Fluminense (UFF). Observar relações entre cultura, religião, educação e modelo biomédico. Promover compreensão sobre a conjuntura atual, estruturando uma formação humanizada.
Descrição da experiência
28 estudantes das graduações de Enfermagem, Medicina, Nutrição, Psicologia e Serviço Social da UFF participaram de um encontro expositivo-reflexivo, estruturado em dois momentos: mostra histórico-cultural da deficiência e apresentação do cotidiano de uma atleta paralímpica. A potência desse encontro ocorre nos questionamentos, que permitem a construção de uma visão crítica sobre a sociedade, os direitos sociais e o processo de cuidado - relacionado ou não à saúde, incluindo afeto e dignidade.
Resultados
A aula, descrita como necessária a todos, impactou fortemente ao promover uma consciência crítica sobre o capacitismo e a exclusão das PCD ao longo do tempo. A combinação entre o impacto das raízes históricas e o relato pessoal gerou empatia, reflexão profunda e mobilização para a ação. Considerada essencial para a formação em saúde, destacou a importância do cuidado humanizado, da escuta do “lugar de fala” e inspirou propostas concretas para tornar os ambientes mais inclusivos e acolhedores.
Aprendizado e análise crítica
A trajetória histórica das PCD revela que as barreiras atuais originam-se de práticas excludentes, como a segregação educacional. Na saúde, onde deveria haver acolhimento, o desconhecimento sobre suas especificidades gera atendimentos inadequados, perpetuando exclusão. Isso evidencia que a deficiência está na incapacidade de promover inclusão efetiva. Romper esse cenário exige adaptações estruturais e uma transformação profunda na forma como encaramos e valorizamos a diversidade humana.
Conclusões e/ou Recomendações
Nota-se que os currículos desses cursos ainda não incorporam temas sobre as PCD para além do enfoque no processo saúde-doença. Assim, torna-se fundamental incluir atividades que não apenas apresentem, mas, também, reforcem a luta histórica e os direitos das PCD, permeando a formação acadêmica. Tal abordagem busca ir além do técnico, cultivando um olhar ético e empático, capaz de reconhecer a diversidade e as múltiplas dimensões dos indivíduos.
A CONSTRUÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE E INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (LISIPD): QUANDO ALUNOS AGEM PARA PROMOVER CUIDADO EM SAÚDE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCDS)
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
Em outubro de 2024, foi iniciada a elaboração da LISIPD, que foi oficializada em janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Projeto ensino-pesquisa-extensão interdisciplinar da área da saúde da Universidade Federal Fluminense (UFF) para promover inclusão na saúde para PCD.
Objetivos
Contribuir na inclusão, convivência social e construção de cuidado para a PCD, na área da saúde, na sociedade e na universidade. Promover habilidades e conhecimentos relacionados às PCDs, para estudantes. Experienciar atividades interdisciplinares durante a formação na área da saúde da UFF.
Descrição da experiência
A ideia da LISIPD surge do questionamento de discentes sobre como promover o cuidado em saúde das PCDs de forma efetiva e não apenas no discurso, visto que, diante da análise dos currículos de graduação de cursos da saúde da UFF, a temática é pouco abordada. Assim, com vontade de serem agentes da mudança, acreditando que o profissional da área da saúde não deve agir como alicerce de desigualdades, e sim colocar-se na direção da construção do respeito à autonomia da PCD, surgiu a Liga.
Resultados
A LISIPD é multidisciplinar, sendo formada por 32 discentes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição e Psicologia, organizados entre diretores e ligantes. Estrutura-se como a única liga fluminense dedicada à promoção de cuidado em saúde a PCD e a terceira do país com essa temática. Suas frentes de atuação incluem ensino, ainda ausente no currículo formal; extensão, com ações em escolas e organizações sociais; e pesquisa, que visa fomentar discussão e inovação no tema.
Aprendizado e análise crítica
A LISIPD tem intenção de participar da formação de profissionais da saúde que irão promover a inclusão, hoje e no futuro, através, por exemplo, das intervenções em diferentes locais, divulgação científica e garantia dos direitos das PCDs. O protagonismo estudantil gera ação, aprimoramento da criticidade e busca de melhorias no sistema de saúde, na universidade e na sociedade, mirando o objetivo de acolhimento da PCD, estímulo ao cuidado e à conscientização no combate ao preconceito e exclusão.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção da LISIPD convida à reflexão dos atuais currículos das graduações da área da saúde na UFF para inclusão do tema cuidado à PCD nos cursos, o protagonismo estudantil e o desenvolvimento interdisciplinar durante a formação. Nesse aspecto, a LISIPD propõe que a universidade incorpore tanto o protagonismo e construção do conhecimento de discentes da graduação quanto as demandas sociais articulando os eixos ensino-extensão-pesquisa.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS (PCD) TÊM PROTOCOLO PARA FACILITAR O ATENDIMENTO NO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO (GHC)
Pôster Eletrônico
1 HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Período de Realização
A experiência foi iniciada em 2023 e permanece ativa no GHC.
Objeto da experiência
Implementar no prontuário a identificação da tipologia de PCD, o símbolo do girassol para doenças ocultas e o quebra cabeça para o autismo.
Objetivos
priorizar e qualificar o atendimento adequado às PCDs; facilitar o reconhecimento das pessoas que possuem doenças invisíveis; capacitar os trabalhadores em relação às doenças invisíveis; e capacitar os trabalhadores quanto ao correto preenchimento do cadastro dos prontuários
Descrição da experiência
A Comissão Especial de Políticas de Promoção da Acessibilidade e Mobilidade (CEPPAM) solicitou para a informática do GHC a inclusão da tipologia do PCD, os símbolos de girassol (doenças ocultas), e quebra cabeça (autismo) nos prontuários dos usuários do SUS que utilizam o GHC. Conforme o exposto na Lei Brasileira de Inclusão de 2015, incluímos o Campo PCD (PCD) à tela de cadastro do GHC. Ao clicar em PCD abre as opções “sim” e “não”. Ao selecionar a opção “sim” abrirá uma janela com a tipologia de PCD.
Resultados
O processo correto de cadastramento do paciente tem se mostrado eficiente, pois a partir dele é identificado a necessidade dos cuidados prestados considerando as especificidades de cada deficiência. Com a tipologia no prontuário o profissional de saúde conduz a PCD ao atendimento prioritário, sem desgastes tanto para o paciente quanto para seu acompanhante, se houver. Com o atendimento preferencial, tivemos a redução do tempo de espera dos PCDs e qualificou o cuidado.
Aprendizado e análise crítica
O protocolo funciona por meio de um sistema que não desconsidera a classificação de risco (escala de Manchester) e se faz necessário o adequado preenchimento do prontuário realizado pelos trabalhadores. Assim como, a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde e a revisão sistemática do processo quando necessária
Conclusões e/ou Recomendações
a partir dessa experiência várias ações foram implementadas em diferentes setores do hospital, buscando melhorar o ambiente, a ambiência e o acolhimento de acordo com as necessidades de cada pessoa. Melhorando os processos de trabalho para os profissionais, para as Pessoas com Deficiência e seus acompanhantes
MINICURSO SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: EXPERIÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DA INCLUSÃO E CIDADANIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Pará - UFPA
Período de Realização
O minicurso foi realizado em abril-2025, na Associação Paraense das Pessoas com Deficiência-APPD, em Belém-PA.
Objeto da experiência
Relatar a experiência de graduandas de Enfermagem na realização de minicurso sobre os direitos das pessoas com deficiência.
Objetivos
Descrever a experiência de estudantes de Enfermagem na condução de um minicurso voltado à conscientização e disseminação dos direitos das pessoas com deficiência, abordando legislações específicas e fortalecendo o protagonismo deste público na busca por equidade, acesso à saúde e cidadania plena.
Descrição da experiência
A atividade foi conduzida por estudantes de Enfermagem com mediação docente, em parceria com a APPD. A metodologia incluiu apresentação expositiva e roda de conversa sobre legislações como a Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015), a Lei nº 12.764/2012 e a Lei nº 8.080/1990. Os temas abordaram direitos a acompanhante, medicamentos, transporte e acesso a serviços. A escuta ativa permitiu acolher dúvidas e relatos de exclusão vivenciados por participantes.
Resultados
O debate evidenciou o desconhecimento de direitos entre os participantes e a dificuldade de acesso igualitário aos serviços. Houve ampla interação, denúncias de barreiras e fila de espera prolongada. O minicurso contribuiu para esclarecer garantias legais e fortalecer o protagonismo das pessoas com deficiência, especialmente quanto ao uso da Carteira APPD como instrumento de cidadania. A atividade reafirmou a enfermagem como mediadora de direitos e facilitadora da informação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a urgência de ampliar ações de educação em direitos voltadas a populações historicamente invisibilizadas. Para os estudantes, a vivência reforçou a importância da prática profissional alinhada à justiça social e à acessibilidade. A APPD se mostrou espaço estratégico para fomentar ações de escuta, orientação e fortalecimento do protagonismo das pessoas com deficiência nos serviços de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O minicurso demonstrou que iniciativas formativas contribuem claramente para a construção de uma sociedade mais inclusiva. Recomenda-se a adesão sistemática de temas sobre deficiência nos currículos de Enfermagem, bem como o fortalecimento de vínculos com organizações da sociedade civil em territórios urbanos/periféricos. É essencial reconhecer/promover o protagonismo das pessoas com deficiência na formulação de políticas e na produção de cuidado em saúde.
VIVÊNCIAS NA 10ª CAMINHADA DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES COLETIVAS PARA A PROMOÇÃO DA EMPATIA, DA INFORMAÇÃO E DA INCLUSÃO SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
A experiência foi realizada no dia 27/04/2025 com início às 9h30 na praia de Icaraí em Niterói - RJ
Objeto da experiência
Participação de estudantes da área da saúde em uma caminhada de conscientização do autismo, mais articulações e conversas com familiares.
Objetivos
Relatar a experiência e observações de estudantes da Liga Acadêmica de Saúde e Inclusão da Pessoa com Deficiência (LISIPD) da Universidade Federal Fluminense (UFF), na participação da 10ª Caminhada de Conscientização do autismo ao observarem os pilares da inclusão e diversidade das pessoas com TEA.
Descrição da experiência
A atuação na Caminhada começou com a mobilização dos diretores da Liga para participar ativamente da atividade. Em 27/04/2025, a Liga se reuniu na reitoria da UFF, com a organização do evento e os integrantes da LISIPD começaram a distribuir panfletos e balões para os passantes, sendo, muitas vezes, menosprezados. O percurso foi até MAC, no qual foram levantados cartazes e músicas sobre a temática foram tocadas. E, ao fim, um grito coletivo foi declamado: “Lugar de Autista é onde ele quiser”.
Resultados
A participação da LISIPD na caminhada promoveu interação entre os diretores, pessoas com TEA e familiares, destacando a importância da inclusão. Apesar da desvalorização por alguns passantes, a distribuição de materiais e atividades lúdicas (cartazes, músicas) fortaleceu a conscientização e conseguiu gerar engajamento. O grito coletivo final, "Lugar de autista é onde ele quiser", simbolizou a luta por autonomia, consolidando o impacto do evento na defesa dos direitos das pessoas com TEA.
Aprendizado e análise crítica
A ação evidenciou a dificuldade em sensibilizar a sociedade sobre o TEA, com situações de menosprezo durante a atividade. Contudo, mostrou que estratégias criativas podem aumentar o alcance da mensagem. A falta de receptividade de parte do público reforça a necessidade de mais campanhas educativas e de se manter na resistência dentro desse movimento. A experiência destacou a importância da persistência e adaptação em ações de inclusão, além da parceria entre universidade e movimentos sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
A LISIPD na Caminhada destacou o papel de uma liga diversa e multiprofissional na inclusão, sendo a 3ª do Brasil com esse perfil. A experiência mostrou que, mesmo com resistências, ações coletivas e educativas quebram estigmas e promovem o diálogo. Para futuras edições, sugere-se ampliar estratégias de comunicação e incluir atividades interativas, fortalecendo a conexão entre academia, pessoas com TEA e a comunidade.
BENGALAS, JOGOS E IMPRESSÃO 3D: COMO AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PROMOVEM A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E INCLUSÃO EM UM AMBIENTE ESCOLAR – UM RELATO DE EXTENSÃO
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
A atividade de extensão foi realizada no dia 13 de agosto de 2024 pelo período da tarde.
Objeto da experiência
O objeto da ação extensionista foram alunos do Ensino Fundamental (EF), entre 9 a 10 anos de idade, estudantes de uma escola pública de Niterói/RJ.
Objetivos
Promover Educação em Saúde através da apresentação de tecnologias assistivas para PCDs e disseminar os direitos e as potências desse grupo com jogos lúdicos e experiências interativas, fortalecendo a integração universidade-escola-comunidade.
Descrição da experiência
Estudantes de Medicina, na disciplina de Trabalho de Campo Supervisionado (TCS), abordaram o tema da PCD com crianças do EF, utilizando jogos lúdicos sobre atletas paralímpicos e Libras, além do uso de materiais em 3D de ensino e Braille – com definição, importância e utilização do reglete -, além de experimentações com bengalas e cadeiras de rodas, demonstrando percalços enfrentados pelos PCD e tecnologias assistivas disponíveis.
Resultados
Para a atividade de extensão, a escola disponibilizou uma sala de aula, que foi preparada pelos discentes da disciplina com a distribuição das 8 atividades (estações) em mesas e duplas ficaram responsáveis por apresentar e acompanhar entre 3 e 4 crianças, que circularam pelas estações ofertadas simultaneamente. Três turmas participaram da feira e acessaram a sala separadamente. A participação das crianças chamou atenção, facilitou e animou todas(os) envolvidos(as).
Aprendizado e análise crítica
A interação entre profissionais e estudantes da área da saúde com alunos do EF representou uma estratégia fundamental para fomentar, desde a infância, uma consciência crítica acerca das desigualdades enfrentadas pelas PCD. Essa aproximação permitiu provocar reflexões sobre os estigmas historicamente construídos, as barreiras atitudinais e estruturais ainda presentes na sociedade e a urgência de um compromisso coletivo ativo com a acessibilidade e a inclusão dessa população.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação configura-se como um dos primeiros passos para a promoção de um meio inclusivo e com redução de estigmas. A ação de extensão, por meio das atividades apresentadas, atuou como ferramenta para conscientização de crianças ao instigar a valorização da diversidade e do respeito com a PCD. Assim, o evento propiciou a desenvoltura da empatia nos estudantes, tornando-os ativos no processo educativo e com perspectiva de uma sociedade plural.
VIVÊNCIA SENSORIAL E EDUCAÇÃO EMPÁTICA SOBRE TEA E TDAH ENTRE ACADÊMICOS DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Descomplica UniAmérica
Período de Realização
Abril de 2024
Objeto da experiência
Atividade imersiva e educativa com acadêmicos da saúde envolvendo a criação de uma sala sensorial e rodas de conversa sobre TEA e TDAH.
Objetivos
Estimular empatia, reduzir estigmas e promover a formação humanizada entre acadêmicos da saúde, por meio de vivências práticas com foco nos transtornos do espectro autista (TEA) e no transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH
Descrição da experiência
A atividade ocorreu na Faculdade Descomplica UniAmérica com acadêmicos da saúde. Foi dividida em duas etapas: sala sensorial com estímulos do TEA e TDAH e roda de conversa com especialistas, incluindo uma psicopedagoga com diagnóstico. Os dados foram obtidos via formulário digital e registros orais. Houve adesão voluntária e autorização institucional
Resultados
Participaram 135 acadêmicos e foram registradas cerca de 60 perguntas relacionadas ao diagnóstico, inclusão e manejo de crises. Observou-se alto engajamento e percepção de lacunas no conhecimento sobre neurodiversidade, mesmo entre estudantes da área da saúde. A vivência sensorial aumentou a compreensão e a empatia dos participantes em relação às realidades de pessoas com TEA e TDAH.
Aprendizado e análise crítica
A vivência demonstrou o potencial formativo de metodologias ativas baseadas em experiências sensoriais. Os acadêmicos relataram maior sensibilidade para acolher, escutar e lidar com crianças neurodivergentes. Identificou-se a necessidade de incorporar conteúdo sobre TEA e TDAH nos currículos da saúde, com foco prático e interdisciplinar, favorecendo o preparo ético e inclusivo dos futuros profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a proposta é replicável e eficaz no desenvolvimento de competências emocionais e sociais relevantes à prática em saúde. Recomenda-se que experiências similares sejam incorporadas sistematicamente aos processos formativos na graduação, promovendo profissionais mais preparados para o cuidado integral e inclusivo.
DA UNIVERSIDADE À TRANSFORMAÇÃO: APRENDIZADOS DE ESTUDANTES DE MEDICINA SOBRE A REALIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD)
Pôster Eletrônico
1 UFF/ISC
2 UFF/FM
Período de Realização
Ocorreu de 19/03/2024 a 22/08/2024, durante a disciplina Trabalho de Campo Supervisionado (TCS)
Objeto da experiência
Observações e vivências juntos às PCDs, com destaque para potências e entraves, compreensão e busca de soluções inclusivas
Objetivos
Apresentar e sensibilizar estudantes de graduação do 2º período de Medicina, para a temática PCD, com vistas à construção e sustentação de cuidado. Vivenciar experiências em visitas institucionais e com pessoas. Estimular o uso da criatividade para pensar/agir inclusão e cuidado a PCD.
Metodologia
Durante o semestre da disciplina TCS, 13 discentes da Medicina vivenciaram a temática da PCD por meio de leituras e discussões de textos de políticas públicas, vídeos, filme, visitas às instituições de reabilitação, por exemplo o Instituto Benjamin Constant (IBC) e Associação Fluminense de Reabilitação (AFR), receber em sala de aula paratleta, ir até a casa de adolescente cego em uma comunidade, percorrer os muitos e distintos territórios e realização de processamentos em roda de conversa.
Resultados
A vivência de TCS impactou tanto a formação acadêmica quanto a perspectiva humanizada de futuros profissionais, visto que conseguiu fornecer conhecimento teórico em sala de aula e teórico-prático ao promover as visitas à AFR e IBC, sendo possível observar o que foi discutido em aula. Além disso, concretizou oportunidade de desenvolvimento de empatia, sensibilidade profissional, reflexões sobre acessibilidade e inclusão.
Análise Crítica
Aproximar o estudante de Medicina, sujeito à grade conteudista, à realidade social rompe com os limites biomédicos, como os do modelo saúde-doença. Ao tratar das PCDs fora do “eixo médico”, são reveladas necessidades, desejos e singularidades. Expande-se o cuidado às múltiplas expressões do ser humano, visualizando as PCDs no esporte, na arte, no lazer e na educação, ampliando a inclusão. A saúde torna-se um dos pilares que permite o desenvolvimento dessas potências.
Conclusões e/ou Recomendações
A disciplina TCS e sua ruptura com a forma tradicional de educação no meio acadêmico estimula uma abordagem humanizada aos futuros profissionais de saúde, ao mesmo tempo em que propicia um olhar crítico ao modelo biomédico na promoção da saúde. Assim, ao abordar essa temática, há a expectativa do aumento da inclusão na saúde e o desenvolvimento de agir inclusivo que compreenda a totalidade, singularidade e complexidade dos indivíduos.
PILOTO DO PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO INTELECTUAL COM CRIANÇAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EXPERIÊNCIA NO TERRITÓRIO DO DISTRITO SANITÁRIO II DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 IAM/Fiocruz Pernambuco
2 SESAU-Prefeitura do Recife
3 UFRPE
Período de Realização
Outubro de 2024 a Junho de 2025.
Objeto da experiência
Aplicação do Piloto do Protocolo Assistencial e de Acesso para Reabilitação Intelectual na Atenção Primária à Saúde em 15 crianças no Distrito Sanitário II.
Objetivos
Fortalecer a atuação e dar subsídios a equipe de saúde da família na atenção básica, identificação precoce, cuidado compartilhado e articulação em rede para crianças com deficiência intelectual, a partir da aplicação do Protocolo de Reabilitação Intelectual no Distrito Sanitário II do Recife.
Descrição da experiência
A experiência envolve o acompanhamento de crianças de 4 a 12 anos nas Unidades de Saúde da Família, com construção de Projetos Terapêuticos Singulares, visitas domiciliares, articulação com a eMulti e encaminhamentos para Centro Especializado de Reabilitação e Núcleo de Desenvolvimento Integral. Foram criados fluxos didáticos para melhor sistematização do protocolo, a partir da escuta das famílias pela equipe de saúde, conforme a Política Nacional da Pessoa com Deficiência.
Resultados
No Distrito Sanitário II, fortaleceu-se a Atenção Primária à Saúde (APS) com foco na escuta ativa, apoio intersetorial e vínculo com o território. Houve adesão parcial das famílias ao papel da APS após alta especializada. Foram realizados cursos, ações educativas, reuniões matriciais e encaminhamentos qualificados. Divulgaram-se sinais de alerta para transtornos intelectuais na infância via QR code e implantou-se fluxo didático para qualificar o cuidado contínuo à infância com deficiência.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou o potencial da Atenção Primária à Saúde na articulação do cuidado, mas também os desafios relacionados à resistência familiar, qualificação profissional em algumas unidades e descontinuidade do fluxo da equipe de saúde da família em momentos-chave. Mostrou-se fundamental o apoio da gestão, a escuta dos cuidadores e o monitoramento territorial para fortalecer a política da Pessoa com Deficiência na saúde pública em Recife.
Conclusões e/ou Recomendações
A aplicação do protocolo fortaleceu a Atenção Primária no cuidado à deficiência intelectual na infância, promovendo a estimulação precoce e reabilitação. Recomenda-se investir em formação continuada, institucionalizar o monitoramento territorial, garantir escuta ativa às famílias e fomentar práticas intersetoriais, ampliando o acesso, a integralidade e a humanização do cuidado às infâncias com deficiência.
GOVERNANÇA COLABORATIVA E PRODUÇÃO DE CUIDADO: O GRUPO DE TRABALHO TEA COMO ESTRATÉGIA NA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS INCLUSIVAS EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Período de Realização
O relato descreve a experiência do Grupo de Trabalho TEA entre o período de março de 2024 até a presente data
Objeto da experiência
GT atuante em uma secretaria estadual de saúde para construção de políticas de atenção integral à saúde da pessoa com TEA e demais Neurodiversidades
Objetivos
Contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas em saúde que qualifiquem o acesso e a prática assistencial às pessoas com TEA e demais Neurodiversidades no âmbito do SUS, orientado por seus princípios, diretrizes, dispositivos de cuidado e redes de atenção à saúde.
Descrição da experiência
Entre 2024 e 2025, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco criou a Coordenação Geral de Políticas Estratégicas e a Coordenação de Atenção à Saúde da Pessoa com TEA e outras Neurodiversidades, visando qualificar a atenção à saúde em âmbito estadual. Nesse contexto, instituiu-se o GT TEA, integrando áreas como regulação, atenção primária e educação em saúde, para diagnosticar a situação de saúde deste grupo e propor ações conforme as demandas identificadas
Resultados
Com encontros mensais, o GT TEA integrou processos de trabalho entre diversas áreas técnicas, resultando no mapeamento dos serviços e equipamentos voltados ao público com TEA em Pernambuco, na elaboração de relatório técnico com perfil epidemiológico e assistencial e no desenvolvimento da Linha de Cuidado e do Fluxo Assistencial no âmbito do estado. O trabalho conjunto qualificou os conhecimentos sobre o tema e fortaleceu a articulação entre setores, promovendo ações mais alinhadas e efetivas.
Aprendizado e análise crítica
A questão da assistência em saúde às pessoas com TEA e outras Neurodiversidades tornou-se nó crítico no âmbito do SUS. O aumento da demanda, a mercantilização do cuidado, a qualificação dos profissionais e a capacidade instalada de serviços são algumas das barreiras encontradas para desenvolvimento de respostas qualificadas da gestão pública em saúde. O GT TEA se apresenta como estratégia de integração de esforços e saberes no desenvolvimento de novas e sustentáveis políticas de saúde
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia do GT TEA tem se mostrado exitosa por seu potencial transformador como espaço coletivo de governança na formulação de políticas públicas de saúde. Recomenda-se sua ampliação em outros contextos federativos, além da produção e disseminação de materiais que orientem políticas e práticas de cuidado alinhadas ao SUS, com base em uma abordagem ética, inclusiva, antimanicomial, anticapacitista e comprometida com os direitos humanos
UM OLHAR SOBRE O CUIDADO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: EXPERIÊNCIA DO GRUPO TUTORIAL DO PET-SAÚDE EQUIDADE.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Feira de Santana
Período de Realização
Realizada durante a atuação do Grupo Tutorial II no cenário de prática, no período de 2024-2025.
Objeto da experiência
Vivência do PET-Saúde/Equidade na Unidade de Saúde da Família voltada à compreensão e sensibilização sobre a realidade das pessoas com deficiência.
Objetivos
Descrever experiência de alunos, docentes e preceptores do PET-Saúde/Equidade sobre a implantação de um questionário para reconhecimento de pessoas com deficiências na comunidade com o intuito de consolidar esta ferramenta para monitoramento e avaliação das pessoas com maior vulnerabilidade social.
Metodologia
Trata-se de relato de experiência sobre vivência do grupo tutorial II do PET Saúde/Equidade composto por 13 integrantes, no período entre maio de 2024 e maio de 2025, em que tem como cenário a Unidade de Saúde da Família (USF) em um município baiano. A ação contava com visitas domiciliares junto com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com informações sobre acesso, comunicação e acolhimento. Neste contexto, era aplicado um questionário para fazer um desenho do perfil dessa população.
Resultados
Observou-se adversidades enfrentadas pela comunidade e limitações dos trabalhadores na prestação de cuidados às pessoas com deficiência, principalmente relacionadas à estrutura física, localização, comunicação e acessibilidade aos serviços de saúde especializados. A análise dos questionários revelou a necessidade de qualificação da equipe multiprofissional da USF, das barreiras estruturais/comunicacionais/ atitudinais que dificultam o acesso dessa população aos serviços avaliados.
Análise Crítica
O conhecimento oriundo da aplicação dos questionários às pessoas com deficiências da USF evidenciou as barreiras estruturais, comunicacionais e atitudinais enfrentadas por essa população no acesso aos serviços de saúde, especialmente na atenção primária, apontando para necessidade de melhorias significativas tais como capacitação dos profissionais em Libras, adaptação física das unidades de saúde e priorização das PCD nas listas de espera.
Conclusões e/ou Recomendações
As políticas de inclusão das pessoas com deficiência ao SUS precisam ser reformuladas. Os desafios enfrentados destacam a necessidade de investir na estruturação física e capacitação dos profissionais, visando garantir um atendimento acolhedor e humanizado. Programas de Educação Permanente em Saúde devem fomentar discussões sobre cuidado integral, fortalecendo vínculos, reconhecendo necessidades e aprimorando as práticas de todos os envolvidos. (
HORTAS INCLUSIVAS COMO ESTRATÉGIA DE INCLUSÃO E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Período de Realização
O projeto é contínuo e esta produção se refere aos meses de maio de 2024 e junho de 2025
Objeto da produção
Refere-se à implantação de três hortas inclusivas, nos municípios de Vitória de Santo Antão, Pombos e Gravatá, no estado de Pernambuco.
Objetivos
O objetivo do projeto é a implantação de 03 hortas inclusivas com espécies vegetais que promovam experiências sensoriais, realizar oficinas sobre cultivo de espécies vegetais e capacitações em produtos para estímulo ao empreendedorismo de famílias atípicas.
Descrição da produção
Foram selecionadas espécies vegetais, considerando dimensões relativas a experiências sensoriais de visão, tato, olfato e paladar, inseridas em uma Instituição Federal de Ensino Superior, outra numa creche municipal e a terceira em uma escola de ensino médio, em diferentes cidades do interior do estado de Pernambuco. Nestes espaços são desenvolvidas atividades de apoio a serviços públicos multiprofissionais para pessoas com deficiência, ampliando-se com capacitações para as famílias atípicas.
Resultados
As configurações das 03 hortas obedeceram a especificidades de cada localidade, como público-alvo, terreno e arquitetura local. Durante este primeiro ano de desenvolvimento do projeto foi possível atender duas instituições de apoio multiprofissional a pessoas com deficiência (PCD) na cidade de Vitória de Santo Antão, com atividades direcionadas. Capacitações foram ofertadas nos três municípios, destacando-se as formações em cultivo de espécies vegetais, saboaria artesanal e alimentação afetiva.
Análise crítica e impactos da produção
Durante o processo, identificaram-se atores sociais e formas de organização das famílias atípicas por meio de escutas, permitindo adequar as ações do projeto. No campo acadêmico, esse percurso representou um desafio formativo, com a participação ativa de estudantes de licenciatura em Saúde Coletiva e Ciências Biológicas. Um dos principais aprendizados da equipe tem sido planejar e executar ações respeitando a autonomia dos beneficiários quanto ao uso das oportunidades oferecidas.
Considerações finais
O projeto revela diferentes vocações das hortas inclusivas, em Vitória de Santo Antão, apoia serviços multidisciplinares de saúde para PCDs, enquanto em Pombos, integra-se à Associação de Mães Anjos Azuis e oferece suporte pedagógico à creche. Em Gravatá, o projeto promove a convivência e integração entre adolescentes típicos e atípicos, com perspectiva de articulação futura com os serviços de saúde.
DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO E SAÚDE DA COMUNIDADE SURDA: O USO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais
Período de Realização
De fevereiro de 2024 até hoje.
Objeto da produção
Garantir o acesso humanizado da comunidade surda aos equipamentos de saúde do município de São José dos Pinhais.
Objetivos
Capacitar profissionais de saúde para utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Garantir que todos os equipamentos de saúde municipais tenham profissionais com o conhecimento de LIBRAS
Melhorar a comunicação dos profissionais de saúde com a comunidade surda
Descrição da produção
Para promover um acesso mais justo e humanizado aos usuários surdos, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Departamento de Educação Especial, organizou um Curso Básico de Libras para profissionais da saúde. O curso, iniciado em 2024, na Escola Bilíngue Ilza de Souza Santos, contou com 24 participantes e foi ministrado por um professor surdo. As aulas foram presenciais, com agenda protegida durante o expediente dos profissionais.
Resultados
Após um ano de curso, 16 dos 24 profissionais concluíram a formação em Libras, aprendendo os principais sinais voltados à saúde e aprimorando a comunicação com os usuários surdos. Agora, atuam como referência no acolhimento em suas unidades. A ação intersetorial entre as secretarias garantiu profissionais capacitados, valorizando o trabalhador e promovendo um atendimento mais inclusivo e humanizado no sistema público de saúde.
Análise crítica e impactos da produção
Aprender Libras é essencial para a inclusão e garantia de direitos das pessoas surdas, especialmente na saúde, onde a comunicação eficaz evita erros e assegura um cuidado humanizado. A ação intersetorial que promoveu o curso de Libras para profissionais da saúde reforça a importância de ações entre entes governementais. Após mais de um ano, a iniciativa fortaleceu a empatia, acessibilidade e tornou o atendimento mais democrático e acolhedor para a comunidade surda.
Considerações finais
Garantir que profissionais de saúde saibam Libras é essencial para incluir e assegurar o acesso das pessoas surdas aos serviços de saúde. O curso valorizou os trabalhadores ao aprimorar sua comunicação. A linguagem é um direito básico e, na saúde, é crucial para um acolhimento adequado e cuidado humanizado. Profissionais que saibam comunicar-se por Libras ajudam a eliminar barreiras e garantir atendimento digno.
MANUAL INSTRUCIONAL E DE ORIENTAÇÃO DO IFBRM PARA APOIO A PROFISSIONAIS NOS PROCESSOS OFICIAIS DE AVALIAÇÃO BIOPSICOSSOCIAL DA DEFICIÊNCIA NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília, Escola de Governo
2 SEDES, DF
3 UNIFESP
4 SNDPD/MDHC
5 MTE
Período de Realização
Maio a julho de 2024, com revisão técnica, construção participativa e validação do conteúdo instrucional.
Objeto da produção
Manual técnico de apoio à aplicação do IFBrM por avaliadores nos processos oficiais de avaliação biopsicossocial da deficiência.
Objetivos
Apoiar profissionais avaliadores na condução técnica da avaliação biopsicossocial com o IFBrM, padronizando a aplicação, reduzindo erros de preenchimento e fortalecendo o uso do instrumento nos processos de reconhecimento de direitos das pessoas com deficiência no Brasil.
Descrição da produção
A produção do manual envolveu revisão normativa e técnica do IFBrM, análise de práticas de aplicação e escuta de profissionais capacitados. O conteúdo foi organizado em formato instrucional, com linguagem acessível e foco na redução de dúvidas recorrentes, promovendo orientação prática detalhada. A estrutura do manual abrange contextualização legal, passo a passo da aplicação, exemplos e orientações para diferentes perfis profissionais.
Resultados
O manual foi validado por especialistas e testado em campo com profissionais da saúde, da assistência social e da educação de seis municípios do Piauí. Sua aplicação resultou em maior segurança técnica dos avaliadores, redução de inconsistências nos registros e aumento da confiança institucional no uso do IFBrM. Tornou-se referência prática para padronização e formação continuada, sendo incorporado a estratégias de expansão nacional da avaliação biopsicossocial.
Análise crítica e impactos da produção
O manual preenche lacuna normativa e operacional no uso do IFBrM, com impacto direto na qualificação das avaliações biopsicossociais. Ao tornar o processo mais claro e uniforme, fortalece o reconhecimento de direitos e reduz assimetrias institucionais. É replicável em outros territórios e adaptável a diferentes contextos federativos, sendo ferramenta estratégica para implementação da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.
Considerações finais
A produção do manual instrucional representa avanço técnico e político na institucionalização do modelo biopsicossocial. Com aplicabilidade imediata, amplia a segurança jurídica e técnica das avaliações, fortalece o profissional avaliador e contribui para um SUS baseado na equidade e integrado com outras políticas sociais como o SUAS e a política de educação. Seu uso nacional pode potencializar o acesso a direitos com justiça e padronização.

Realização: