
Programa - Pôster Eletrônico - PE14 - Envelhecimento e saúde
FATORES ASSOCIADOS À RESTRIÇÃO DE MOBILIDADE EM IDOSAS DA COMUNIDADE POMERANA: RESULTADOS DO ESTUDO SHIP-BRAZIL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Regional de Blumenau
Apresentação/Introdução
O envelhecimento no Brasil é crescente, com destaque para as mulheres, que representam cerca de 56% dos idosos. Fatores sociodemográficos, estilo de vida, condições de saúde e perda de força muscular podem estar associados a restrição de mobilidade. São escassos os estudos que abordam a associação entre restrição de mobilidade e fatores associados em populações de descendência pomerana.
Objetivos
Analisar a prevalência e os fatores associados à restrição de mobilidade em idosas da comunidade pomerana de Pomerode, SC, considerando aspectos sociodemográficos, estilo de vida e condições de saúde.
Metodologia
Estudo transversal com dados do Estudo Vida e Saúde em Pomerode- SHIP-Brazil (2014–2018), com 393 mulheres com idade entre 60 e 79 anos. A restrição de mobilidade foi avaliada pelo teste TUG (≥13s). As variáveis independentes analisadas foram faixa etária, escolaridade, cultura alemã, situação conjugal, classe social, fumo, atividade física, álcool, hipertensão arterial, AVC, diabetes, doença articular degenerativa, osteoporose, depressão, insuficiência cardíaca, Parkinson e dinapenia (preensão palmar <20,10 kgf). Foi realizada regressão logística simples e múltipla (stepwise forward). Variáveis com p<0,20 foram incluídas no modelo múltiplo; mantiveram-se aquelas com p≤0,05.
Resultados
A prevalência de restrição de mobilidade em idosas de Pomerode foi de 26,5%. A restrição esteve associada à faixa etária de 70–79 anos (OR=3,22) em relação à 60- 69 anos, hipertensão (OR=3,29), AVC (OR=8,05) e dinapenia (OR=2,16).
Conclusões/Considerações
A restrição de mobilidade em idosas pomeranas associa-se à idade, hipertensão, AVC e dinapenia. Estratégias de saúde devem incluir avaliação da força muscular, rastreamento funcional e promoção da atividade física, visando à autonomia e à qualidade de vida no envelhecimento. Reforça-se a importância de intervenções preventivas, especialmente em mulheres idosas com doenças crônicas, para preservar a força muscular e a autonomia funcional.
ATIVIDADE FÍSICA MULTICOMPONENTE EM PESSOAS IDOSAS DO CENTRO-SUL BAIANO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UNEB
3 UFBA
Apresentação/Introdução
Introdução: As diretrizes de atividade física recomendam, para pessoas idosas, a prática multicomponente, que inclui treinamento de caráter aeróbicos, equilíbrio postural e de fortalecimento muscular. No entanto, a maioria das investigações tem se concentrado nas atividades aeróbicas, apesar de os demais componentes serem fundamentais para a redução de desfechos negativos à saúde da pessoa idosa.
Objetivos
Objetivo: Avaliar a prática de atividade física multicomponente em pessoas idosas em Guanambi, Bahia, Brasil.
Metodologia
Métodos: Estudo transversal, realizado entre março e abril de 2023, com uma amostra final de 449 em pessoas idosas. A inatividade física, déficit de equilíbrio e dinapenia manual foram as variáveis dependentes. Já as variáveis independentes foram componentes domiciliares, sociodemográficos, comportamentos e condições de saúde, qualidade de vida, incapacidade física e utilização de serviços de saúde. Foram realizadas análises descritivas, bivariadas e multivariadas para cada desfecho, segundo variáveis de interesse, utilizando regressão de Poisson com variância robusta.
Resultados
Resultados: As prevalências da inatividade física, déficit de equilíbrio e a dinapenia entre as pessoas idosas do estudo foram de 39,0% (34,5-43,5%), 38,3% (33,9-42,9%) e 32,5% (28,3- 37,0%), respectivamente. Os fatores associados aos três desfechos foram: ter 80 anos e mais de idade (RP=1,56; IC95% 1,14-2,13; RP=2,06; IC95% 1,47-2,91; e RP=2,35; IC95% 1,62-3,41), acidente vascular cerebral (AVC) (RP=1,54; IC95% 1,17-2,01; RP=1,54; IC95% 1,17-2,04; e RP=1,30; IC95% 1,12-1,81), e limitações nas atividades básicas de vida diária (ABVD) (RP=1,41; IC95% 1,12-1,77; RP=1,48; IC95% 1,20-1,83; e RP=1,71; IC95% 1,33-2,20).
Conclusões/Considerações
Conclusão: A prática insuficiente de atividade física teve baixa prevalência no componente inatividade física, mas alta no déficit de equilíbrio e dinapenia. Pessoas idosas mais velhas, com histórico de AVC e com limitações funcionais nas ABVD necessitam prioritariamente de atividades direcionadas, específicas e guiadas por um profissional de Educação Física, especialmente em municípios de menor porte e com menos acesso a serviços especializados.
CRITÉRIOS DE ORDENAÇÃO DE FILAS CIRÚRGICAS NO SUS: ANÁLISE DA NECESSIDADE DE EFETIVA PRIORIZAÇÃO DA PESSOA IDOSA EM LISTAS DE ESPERA.
Pôster Eletrônico
1 UECE
Apresentação/Introdução
Os sistemas universais de saúde enfrentam desafios na gestão de filas cirúrgicas eletivas, com desequilíbrio entre demanda crescente e oferta limitada. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas aguardam procedimentos no SUS. A ordenação atual baseia-se em critérios cronológicos e risco clínico, desconsiderando vulnerabilidades específicas como a condição etária.
Objetivos
Analisar a necessidade de incluir a condição de pessoa idosa como critério de priorização nas filas de cirurgias eletivas do SUS, considerando marcos legais, princípios bioéticos de equidade e justiça distributiva.
Metodologia
Estudo descritivo-reflexivo baseado em revisão narrativa da literatura científica e análise documental de marcos regulatórios brasileiros. Foram analisados: Estatuto do Idoso, Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Programa Nacional de Redução de Filas e sistemas de classificação internacionais. A análise considerou três dimensões: aspectos bioéticos da priorização, impacto do envelhecimento populacional e direitos da pessoa idosa. Utilizou-se abordagem qualitativa para interpretar a convergência entre princípios éticos, marcos legais e necessidades específicas do envelhecimento no contexto das filas cirúrgicas.
Resultados
A análise revelou que o envelhecimento populacional brasileiro acelera a demanda por cirurgias eletivas, mas os critérios atuais de ordenação ignoram especificidades etárias. O Estatuto do Idoso e a PNSPI garantem prioridade legal, porém há lacuna na operacionalização prática. O tempo de espera para idosos pode resultar em perda irreversível de capacidade funcional, diferentemente de outros grupos etários. Sistemas internacionais como SWALIS consideram impacto nas atividades diárias, mas não incluem idade explicitamente. A vulnerabilidade socioeconômica frequentemente se sobrepõe à condição etária, potencializando iniquidades no acesso.
Conclusões/Considerações
A inclusão da condição etária como critério de priorização em filas cirúrgicas constitui medida de equidade alinhada aos princípios constitucionais e bioéticos. Representa operacionalização efetiva dos direitos da pessoa idosa, considerando que o tempo de espera impacta desproporcionalmente sua funcionalidade. Recomenda-se desenvolvimento de protocolos que integrem a faixa etária aos critérios existentes.
ANÁLISE DA INTERSECCIONALIDADE NA MORTALIDADE GERAL E POR CAUSAS ESPECÍFICAS EM BRASILEIROS COM 50 ANOS OU MAIS: EVIDÊNCIAS DO ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Instituto René Rachou - Fiocruz Minas
Apresentação/Introdução
A mortalidade em adultos com 50 anos ou mais é um desafio para a saúde pública devido ao seu caráter multifacetado e complexa rede de fatores. O envelhecimento populacional e a prevalência de doenças crônicas (DCNT) exigem compreensão dos padrões e determinantes da mortalidade. No Brasil, observa-se uma sobreposição da crescente carga das DCNT com a persistência de doenças infecciosas.
Objetivos
Investigar a influência da interseccionalidade na mortalidade geral e segundo grupos de causas de óbito entre participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil).
Metodologia
Estudo longitudinal com dados do ELSI-Brasil (linha de base 2015-2016 e seguimento 2019-2021), representativo de brasileiros com 50+ anos. Dados de mortalidade obtidos por linkage com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O desfecho foi o óbito, classificado por capítulos da CID-10 e Códigos Garbage (CG). A exposição principal foi a interseccionalidade, analisada a partir da interação de marcadores sociais relevantes para o contexto brasileiro e população estudada. Análise de sobrevida (Kaplan-Meier, Cox) foi utilizada para estimar o risco de óbito, investigando a influência da interseccionalidade no tempo até o evento, ajustando por variáveis sociodemográficas e de saúde.
Resultados
As causas de óbito mais frequentes foram as do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho respiratório. Durante a pandemia de COVID-19, houve aumento da proporção de óbitos por doenças infecciosas e parasitárias e diminuição por aparelho circulatório e neoplasias. Observou-se relação entre a interseccionalidade e o risco de óbito, indicando que quanto maior o número de marcadores de desigualdade, maior o risco de óbito, com diferenças significativas entre as causas de óbito. Variáveis como estado civil, tabagismo, uso de álcool e morar sozinho também influenciaram a sobrevida.
Conclusões/Considerações
A mortalidade em brasileiros com 50+ anos é influenciada por um complexo entrelaçamento de fatores sociais. A interseccionalidade demonstrou ser um construto relevante, associando-se a piores desfechos de sobrevida. Os resultados reforçam a necessidade de políticas que considerem múltiplas dimensões de desigualdade para promover envelhecimento mais saudável e equitativo, abordando vulnerabilidades específicas de diferentes grupos populacionais.
CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS ADSCRITOS À ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 UFJF
2 Unicamp
3 Ufscar
4 UFMG
Apresentação/Introdução
O conhecimento dos fatores que afetam a funcionalidade da pessoa idosa torna-se fundamental para o planejamento e a realização de medidas de prevenção e intervenção, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS), responsável pela coordenação do cuidado ao indivíduo e comunidade.
Objetivos
O estudo investigou a prevalência de declínio da capacidade funcional e seus fatores associados em idosos adscritos à Estratégia Saúde da Família (ESF), em um município do sul de Minas Gerais.
Metodologia
Estudo observacional, transversal, de base populacional, com 406 idosos. A capacidade funcional foi avaliada pelo Short Physical Performance Battery (SPPB); seus fatores associados foram avaliados por um questionário estruturado incluindo aspectos sociodemográficos, econômicos, clínicos e físicos. Regressão linear múltipla foi usada para as análises (p < 0,05).
Resultados
A prevalência de declínio funcional na amostra foi de 57,6% e os fatores associados à capacidade funcional foram: idade avançada, sexo feminino, número de medicamentos, sintomas depressivos e baixa força de preensão palmar. Os resultados mostraram que a capacidade funcional foi associada a uma rede de fatores multidimensionais.
Conclusões/Considerações
O presente estudo contribui para a prática de profissionais na ESF ao apontar os principais fatores que podem nortear as ações de promoção e prevenção do declínio da capacidade funcional na população idosa.
CARACTERIZAÇÃO DA SAÚDE E DA LITERACIA DA POPULAÇÃO IDOSA COM DIABETES MELLITUS EM UM MUNICÍPIO DO NORTE PARANAENSE.
Pôster Eletrônico
1 Mestranda no programa de pós graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina - UEL
2 Docente do programa de pós graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina -UEL
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil aumentou de 30,7% (2010) para 55,2% (2022), com alta incidência de doenças como diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em idosos (Umane, 2023; Censo,2021). Nesse contexto, a literacia em saúde, influenciada por fatores sociais e culturais, é essencial para o autocuidado e uso consciente dos serviços (Peres et al., 2021).
Objetivos
Caracterizar a situação de saúde e analisar o nível de literacia em saúde de pessoas idosas com DM2, por meio da aplicação de um questionário específico.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, realizado com idosos com DM2 atendidos na Atenção Primária à Saúde no município de Sabáudia-PR. Foram incluídos participantes de ambos os sexos, com 60 anos ou mais e diagnóstico da doença há pelo menos seis meses. A coleta ocorreu em duas etapas: a primeira inclui entrevista com dados sociodemográficos e clínicos; a segunda, a aplicação do questionário “ Spoken Knowledge in Low Literacy Patients with Diabetes” - SKILLD, instrumento validado e aplicado oralmente, que avalia o conhecimento sobre diabetes em pessoas com baixa alfabetização, por meio de dez perguntas objetivas com pontuação de até 100%. (Souza et al., 2016)
Resultados
O estudo foi aprovado pelo CAAE nº 81193024.6.0000.5231. A média de idade dos participantes foi 69,07 anos (±6,89) e o tempo médio de escolaridade, 3,92 anos (±3,95). Os idosos referiram usar em média 5,67 medicamentos (±2,84) e apresentaram 2,67 comorbidades (±1,14). A amostra contou com 73,3% de mulheres e 26,7% de homens. Cerca de 75% utilizavam antidiabéticos orais ou insulina para o tratamento, e 58,3% conviviam com DM2 há mais de cinco anos. Notavelmente, 95% não haviam participado de grupos educativos sobre a condição. Em relação à literacia em saúde, 71,5% demonstraram conhecimento inadequado, com pontuação inferior a 50% no questionário SKILLD.
Conclusões/Considerações
Com base no estudo, conclui-se que o aumento da população idosa no Brasil e a elevada prevalência do diabetes tipo 2 exigem maior atenção à literacia em saúde. A baixa compreensão sobre a doença e aliada ao pouco acesso a programas educativos, compromete o autocuidado e o manejo adequado do DM2, reforçando a necessidade de estratégias educativas mais eficazes na atenção primária.
QUALIDADE DE VIDA E POLÍTICAS PÚBLICAS: PERCEPÇÕES E PERSPECTIVAS DOS IDOSOS DE JOINVILLE (SC)
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
o envelhecimento bem-sucedido é o grande desafio das pessoas que atingem os 60 anos. a qualidade de vida na velhice tem sido tema de primeira escolha em muitas discussões sobre o envelhecimento na sociedade. envelhecer mantendo a capacidade funcional e a autonomia é reconhecidamente a meta de toda ação de saúde e eixo principal das políticas públicas destinada aos idosos.
Objetivos
conhecer o conceito de qualidade de vida na perspectiva dos próprios, analisando os indicadores de qualidade de vida (domínios físico, psicológico, ambiental e social), e associá-los às estratégias locais no atendimento ao idoso e ao envelhecimento.
Metodologia
o tamanho da população objeto do estudo foi 1040 idosos participantes dos 21 grupos de convivência localizados nas áreas urbana e rural da cidade de joinville/sc, a amostra aleatória foi constituída por 535 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, utilizou-se uma entrevista estruturada contendo 2 partes: um questionário abrangendo os aspectos sociodemográficos e o instrumento abreviado da organização mundial da saúde, o word health organization quality of life instrument bref (whoqol-bref) para avaliação de qualidade de vida da população idosa, nos domínios, físico, psicológico, social e ambiental, questionário com perguntas objetivas de múltipla escolha. uma pesquisa qualitativa.
Resultados
domínio físico: 71,59% necessitam de tratamento médico ou medicamentoso para viver, enquanto 62,43 % afirmaram conviver com dor. domínio psicológico: declararam estarem muito satisfeito consigo mesmo, o que foi revelado no score de 85,61% de respostas positivas. e 83,93% afirmaram que a vida tem muito sentido para eles. domínio social: 92,34% estavam muitos satisfeitos com suas relações pessoais, e da mesma forma, 89,72% estavam satisfeitos com o apoio que recebem de parentes e amigos. domínio ambiental: 42,81% dos idosos revelaram certa insegurança, seja no aspecto das condições vivenciadas no seu ambiente doméstico, seja em relação a sua integridade física considerando o risco de quedas.
Conclusões/Considerações
os escores do instrumento whoqol-bref, representam uma avaliação empírica da qualidade de vida, do ponto de vista do respondente, esta investigação transcultural é central para o desenvolvimento de políticas públicas em que questões relativas à qualidade de vida são decisivas, envelhecer com qualidade de vida engloba a responsabilidade de toda a sociedade, numa mudança de paradigmas sobre direitos sociais, atenção à saúde, educação e justiça.
ASSOCIAÇÃO ENTRE RISCO DE SARCOPENIA E DESEMPENHO FUNCIONAL EM PESSOAS IDOSAS DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UFPG
3 UFJF
Apresentação/Introdução
O processo de envelhecimento é caracterizado por alterações e adaptações fisiológicas, que podem causar impactos biológicos, físicos e funcionais, entre outros. Neste contexto destaca-se a sarcopenia, uma condição definida como a diminuição progressiva e generalizada da massa muscular e esquelética, com consequente redução da força muscular e no desempenho físico.
Objetivos
Verificar a associação entre risco de sarcopenia e desempenho funcional em pessoas idosas residentes em um município de pequeno porte do nordeste do Brasil.
Metodologia
Estudo transversal realizado na cidade de Jacaraú/PB entre dezembro de 2023 e maio de 2024 (CAAE: 74096623.7.0000 .5188), com uma amostra aleatória de pessoas idosas. O risco de sarcopenia foi mensurado pelo instrumento SARC-F e o desempenho funcional pela força depreensão palmar, teste de velocidade da marcha, de sentar e levantar cinco vezes e do equilíbrio (em pé com os pés juntos (side-by-side), pés um ao lado do outro (semi-tandem) e pés um a frente do outro (tandem)). A regressão logística estimou as associações por odds ratio (IC95%). Foram ajustados seis modelos, um para cada variável dependente, controlados por sexo, idade, atividade física e comorbidades.
Resultados
A amostra deste estudo foi composta por 253 pessoas idosas, residentes na área urbana (53%) e rural (47%), com predomínio feminino (66%), média de idade de 71,61 anos (DP=8,72) e completamente independentes nas AVDS (94,1%). A prevalência de rico de sarcopenia foi estimada em 20,2% e associou-se ao baixo desempenho em: força de preensão (OR=2,45; IC95%:1,69–6,40), velocidade da marcha (OR=10,98; IC95%:5,18–25,37), força de membros inferiores (OR=9,95; IC95%:4,81–22,16) e equilíbrio nas posições: pés juntos (OR=12,72), semi-tandem (OR=9,93) e tandem (OR=12,55), todas com IC95% significativos e p<0,005.
Conclusões/Considerações
A prevalência de risco de sarcopenia foi elevada na amostra e associou-se à redução do desempenho funcional. A SARC-F mostrou-se útil para identificar limitações funcionais, reforçando a importância do rastreio precoce e da intervenção para preservar a funcionalidade na população idosa, potencializando assim, a promoção do envelhecimento saudável.
ABUSO FINANCEIRO E VULNERABILIDADE DA PESSOA IDOSA: COMPARANDO IVCF-20 E VES-13
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
O abuso financeiro é uma violência que atinge as pessoas idosas na fase mais complexa da vida. A avaliação da vulnerabilidade das pessoas idosas é fundamental para a identificação de riscos e a implementação de intervenções, é de suma importância um estudo que vise comparar os instrumentos, Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20) e o Vulnerable Elders Survey (VES-13).
Objetivos
Avaliar a vulnerabilidade clínico-funcional em pessoas idosas utilizando os IVCF-20 e o VES-13, presente na caderneta da pessoa idosa e compará-los e analisar a capacidade desses instrumentos em identificar riscos para abuso financeiro em pessoas idosas.
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa transversal com 42 idosos atendidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) num município gaúcho, de março a maio de 2025, sendo 18 do sexo feminino e 24 do sexo masculino. Com o IVCF-20, que avalia 20 itens relacionados à saúde e funcionalidade das pessoas idosas. Os resultados foram classificados em três categorias: idosos robustos (score ≤ 6), potencialmente frágeis (score 7-10) e frágeis (score ≥ 11). E aplicando o VES-13, que avalia a vulnerabilidade da pessoa idosa em 13 itens, e a classificados como, acompanhamento de rotina (score 0-2) e atenção/ação (score ≥ 3).
Resultados
Os resultados mostraram que 18 idosos (42,9%) foram classificados como robustos, 15 (35,7%) como potencialmente frágeis e 09 (21,4%) como frágeis pelo IVCF-20. Conforme o VES-13 da caderneta da pessoa idosa, 11 (26,2%), classificados para acompanhamento de rotina e 31 (73,8%) com necessidade de atenção/ação. A comparação entre IVCF-20 e o VES-13 mostrou que ambos os instrumentos identificaram pessoas idosas vulneráveis, com diferenças na classificação, foi observado os instrumentos são deficitários em relação à análise de risco para abuso financeiro. A comparação entre o IVCF-20 e o VES-13 mostrou que ambos os instrumentos são úteis para avaliar a vulnerabilidade clínico-funcional em pessoas idosas.
Conclusões/Considerações
A avaliação da vulnerabilidade em idosos é fundamental para a identificação de riscos e a implementação de intervenções preventivas e terapêuticas. É preciso desenvolver instrumentos que avaliem especificamente o risco de abuso financeiro em pessoas idosas suprindo uma lacuna importante, contemplando melhor a avaliação da saúde das pessoas idosas.
ASSOCIAÇÃO ENTRE EXCESSO DE PESO E DOR CRÔNICA COM AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE E SATISFAÇÃO GLOBAL COM A VIDA EM ADULTOS MAIS VELHOS BRASILEIROS: EVIDÊNCIAS DO ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Santa Catarina
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Santa Catarina
3 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz - Minas e Universidade Federal de Minas Gerais
4 Departamento de Fisioterapia , Universidade Federal de Santa Catarina
5 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Santa Catarina
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional global e no Brasil impulsiona o aumento de condições crônicas como excesso de peso e dor crônica. Essas condições podem impactar negativamente a autoavaliação de saúde e a satisfação com a vida de idosos, indicadores subjetivos do estado de saúde. Compreender essas relações é crucial para estratégias de promoção de qualidade de vida e redução da morbidade associada.
Objetivos
Analisar as associações isoladas e combinadas do excesso de peso e da dor crônica com autoavaliação negativa de saúde e baixa satisfação global com a vida em adultos mais velhos brasileiros.
Metodologia
Estudo transversal com participantes da 2ª onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-2021) com idade ≥50 anos. Exposição: excesso de peso (IMC ≥27,0 kg/m²) e dor crônica (dor que incomoda frequentemente autorrelatada). Desfechos: autoavaliação negativa de saúde (regular/ruim/muito ruim) e baixo nível de satisfação global com a vida (pontuação de 1-4/10). Realizadas análises descritivas e análise de regressão logística para investigar a associação entre exposições e desfechos com ajuste para sexo, faixa etária, escolaridade, multimorbidade, cognição e nível de atividade física. Análise realizada no software STATA®, versão 14.0, com significância de 5%.
Resultados
Foram incluídos 9.875 participantes, com média de idade de 66,3 anos (DP: 10,0 anos), sendo 54,3% (IC95%: 52,0–56,7) do sexo feminino. O excesso de peso isolado não teve associação significativa com os desfechos. A dor crônica isolada aumentou significativamente as chances de autoavaliação negativa de saúde (OR: 2,88; IC95%: 2,15–3,85) e baixo nível de satisfação global com a vida (OR: 1,84; IC95%: 1,28–2,65). A coocorrência de excesso de peso e dor crônica aumentou significativamente as chances de autoavaliação negativa de saúde (OR: 3,03; IC95%: 2,26–4,06) e baixo nível de satisfação global com a vida (OR: 2,04; IC95%: 1,22–3,40), comparados aos que não apresentavam essas condições.
Conclusões/Considerações
A presença de dor crônica isolada e em combinação com o excesso de peso foi associada à pior autoavaliação de saúde e menor satisfação global com a vida em adultos mais velhos brasileiros. Esses achados reforçam a importância de abordagens interdisciplinares na atenção à saúde de pessoas idosas, que considerem tanto os aspectos físicos quanto os subjetivos da saúde para promoção de um envelhecimento mais saudável.
ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRESENÇA CONCOMITANTE DE SARCOPENIA E OBESIDADE E A AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS BRASILEIROS: EVIDÊNCIAS DO ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Santa Catarina
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Santa Catarina
3 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz - Minas e Universidade Federal de Minas Gerais
4 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Santa Catarina
Apresentação/Introdução
Com o envelhecimento, a sarcopenia e a obesidade são condições prevalentes que podem coexistir e agravar desfechos clínicos, como a qualidade de vida. Ambas podem impactar negativamente a autopercepção de saúde, indicador subjetivo relevante do estado de saúde. Compreender a relação entre essas variáveis pode aprimorar estratégias de prevenção e promoção de qualidade de vida em idosos.
Objetivos
Investigar associações entre as presenças concomitantes de sarcopenia e obesidade geral, e de sarcopenia e obesidade abdominal, com a autoavaliação negativa de saúde em idosos do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil).
Metodologia
Estudo transversal com idosos (≥60 anos) da 2ª onda do ELSI-Brasil, 2019-2021. Exposição: sarcopenia, definida pelo SDOC (força de preensão manual ≤20,0kg - mulheres e ≤35,5kg - homens + velocidade da marcha ≤0,8m/s para ambos) concomitante à obesidade geral (IMC ≥30kg/m²) e sarcopenia concomitante à obesidade abdominal (circunferência da cintura ≥88cm - mulheres e ≥102cm - homens) (critérios OMS). Desfecho: autoavaliação negativa de saúde (regular/ruim/muito ruim). Realizada análise descritiva e regressão logística, ajustada por sexo, faixa etária, escolaridade, estado civil, multimorbidade, sintomas depressivos, cognição e atividade física usando o software STATA® 14.0, com p<0,05.
Resultados
Foram analisados dados de 6887 idosos, com média de idade de 71,1 anos (desvio padrão: 8,2 anos), sendo 54,4% (IC95%: 51,9–56,8) do sexo feminino. Na análise ajustada, ambas as exposições foram significativamente associadas à autoavaliação negativa de saúde. Idosos com sarcopenia concomitante à obesidade geral apresentaram 1,60 vezes maiores chances de avaliar negativamente sua saúde (OR: 1,60; IC95%: 1,21–2,11), comparados àqueles que não apresentavam essas condições. Já aqueles com sarcopenia e obesidade abdominal combinadas apresentaram 1,54 vezes maiores chances de relatar avaliação negativa da saúde (OR: 1,54; IC95%: 1,25–1,90), também comparados aos que não apresentavam tais condições.
Conclusões/Considerações
As presenças concomitantes de sarcopenia e obesidade, seja geral ou abdominal, foram associadas a pior autoavaliação de saúde em uma amostra nacionalmente representativa da população idosa brasileira. Esses achados ressaltam a importância do rastreamento e do manejo integrado dessas condições na atenção à saúde da pessoa idosa, visando promover melhorias na saúde geral e, consequentemente, uma autoavaliação da saúde mais positiva.
ACESSO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS À ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA NO SUS NO DISTRITO FEDERAL: INVISIBILIDADE, BARREIRAS E DESAFIOS PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO.
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 UFG
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional impõe desafios ao Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente quanto ao cuidado integral às pessoas idosas que vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos. O direito à saúde esteja legalmente assegurado, mas persistem lacunas no acesso aos serviços de saúde bucal para este grupo, frequentemente invisibilizado no planejamento e na organização dos serviços.
Objetivos
Analisar o acesso de idosos institucionalizados à assistência odontológica no SUS no Distrito Federal.
Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa realizado em quatro ILPIs no Distrito Federal, no período de 10/2024 a 01/2025. Foram realizadas entrevistas com gestores, profissionais de saúde, responsáveis técnicos e idosos, além de pesquisa documental. A produção de dados foi guiada por questões sobre as práticas de cuidado, condições de acesso aos serviços odontológicos e aderência às diretrizes das políticas públicas, sendo os dados tratados pela técnica de análise temática de conteúdo.
Resultados
Existe precarização do acesso à assistência odontológica nas Instituições de Longa Permanência para Idosos, assim como desarticulação entre os serviços, ausência de fluxos institucionais claros e inexistência de protocolos específicos. Equipes de saúde bucal não atuam sistematicamente nas ILPIs. E, apesar das políticas públicas reconheçam os direitos da pessoa idosa, não apresentam diretrizes operacionais para garantir o cuidado odontológico em contextos de institucionalização. Barreiras estruturais, organizacionais e simbólicas, como transporte, recursos humanos insuficientes, estigma social e invisibilidade desse grupo comprometem o acesso e a integralidade do cuidado.
Conclusões/Considerações
O cuidado odontológico de idosos institucionalizados no Distrito Federal permanece negligenciado, revelando contradições entre os princípios do SUS e as práticas cotidianas. É urgente a formulação de políticas públicas específicas, a inclusão das ILPIs como território de atuação da atenção primária e o fortalecimento dos processos de planejamento, financiamento e controle social, para efetivar o direito à saúde bucal deste segmento populacional.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM CUIDADOS PALIATIVOS: EXPLORANDO EXPERIÊNCIAS E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UFG
Apresentação/Introdução
Este artigo discute a atuação do psicólogo em equipes de cuidados paliativos, destacando sua importância no acolhimento ao paciente, à família e à equipe. A partir de revisão bibliográfica, aborda-se a evolução histórica da prática e suas contribuições na promoção da dignidade e qualidade de vida.
Objetivos
Analisar a atuação do psicólogo em cuidados paliativos, destacando estratégias de intervenção junto ao paciente, à família e à equipe multiprofissional, com base em experiências e revisão bibliográfica.
Metodologia
Este estudo utiliza abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica e relatos de experiência profissional na psicologia hospitalar. Foram analisadas produções científicas, diretrizes institucionais e contribuições teóricas de autores da área de cuidados paliativos, buscando compreender o papel do psicólogo e suas estratégias de intervenção no contexto hospitalar, especialmente no cuidado integral ao paciente em fase final de vida, seus familiares e a equipe multiprofissional.
Resultados
A atuação do psicólogo em cuidados paliativos mostrou-se essencial no manejo emocional de pacientes, familiares e equipes, promovendo escuta qualificada, acolhimento, fortalecimento de vínculos e apoio ao luto. Evidenciou-se também a importância do psicólogo na mediação da comunicação entre os envolvidos e na humanização do cuidado. A tríade paciente-família-equipe foi destacada como central para a efetividade das intervenções.
Conclusões/Considerações
A presença do psicólogo em cuidados paliativos é fundamental para a promoção de um cuidado humanizado e integral. Sua atuação contribui para o alívio do sofrimento, fortalecimento de vínculos e suporte emocional. Destaca-se a necessidade de ampliar a formação acadêmica sobre o tema e superar o tabu da morte na sociedade.
CARACTERÍSTICAS DO USO DE MEDICAMENTOS CONFORME PRESENÇA DA SÍNDROME DE FRAGILIDADE EM PESSOAS IDOSAS: EVIDÊNCIAS DO ESTUDO SABE (SAÚDE, BEM-ESTAR E ENVELHECIMENTO)
Pôster Eletrônico
1 Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública
Apresentação/Introdução
A transição epidemiológica no Brasil ocorre em meio a desigualdades, com aumento da prevalência de doenças crônicas e síndrome de fragilidade. Esta ocasiona a redução da resposta a estressores, tornando o indivíduo mais vulnerável. Conhecer o perfil de medicamentos em uso favorece a adoção de práticas e políticas para melhores resultados com o tratamento e contribui para o envelhecimento saudável.
Objetivos
Descrever o perfil dos medicamentos e classes utilizados pelas pessoas idosas no município de São Paulo, considerando os componentes da síndrome de fragilidade.
Metodologia
Estudo transversal, descritivo, de base populacional, com 1.224 pessoas com 60 anos ou mais que viviam no município de São Paulo e entrevistadas pelo “Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento” na coorte de 2015. Este é um estudo de múltiplas coortes, que avalia as condições de saúde e de vida da população idosa do município. O fenótipo de fragilidade foi definido por meio dos cinco componentes propostos por Fried (2001). Os medicamentos em uso foram classificados conforme Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), e polifarmácia foi considerada como uso de cinco ou mais medicamentos. As análises comparativas foram feitas pelo teste Qui-Quadrado de Pearson com correção Rao-Scott.
Resultados
O uso de pelo menos um medicamento foi relatado por 85,4% dos indivíduos, sendo 45,5% em polifarmácia. Este percentual aumentou com os componentes de fragilidade, sendo 30,4% em não frágeis, 42,2% em pré-frágeis e 46,7% em frágeis. A classe terapêutica mais usada foi a de anti-hipertensivos que atuam no sistema renina-angiotensina (46,1%), sendo maior em frágeis (51,3%, valor-p: 0,010). Estatinas (dislipidemia – 28,1%), inibidores da bomba de prótons (para distúrbios gástricos – 23,6%) e inibidores da enzima conversora de angiotensina (anti-hipertensivos – 23,1%) foram as classes farmacológicas mais utilizadas, com maior percentual em pessoas frágeis (29,9, 25,8 e 28,0%, respectivamente).
Conclusões/Considerações
A avaliação do perfil do uso de medicamentos, considerando a síndrome de fragilidade, reflete os padrões de tratamento farmacológico e uma perspectiva sobre a própria assistência à saúde da pessoa idosa. A elevada prevalência de polifarmácia reforça a complexidade do cuidado, sendo a farmacoterapia adequada essencial para o manejo das doenças crônicas e outras condições que acometem os indivíduos com a síndrome de fragilidade.
CAPACIDADE INTRÍNSECA E CORE SET DA CIF COMO PREDITORES DE MORTALIDADE EM IDOSOS: ESTUDO LONGITUDINAL COM SEGUIMENTO DE SEIS ANOS EM CONTEXTO COMUNITÁRIO
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A capacidade funcional abrange aspectos multidimensionais que são considerados pela Organização Mundial de Saúde por meio da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e, mais recentemente, pelo conceito de Capacidade Intrínseca (CI). Entender a capacidade de predição de mortalidade desses conceitos em pessoas idosas pode informar serviços e políticas de saúde.
Objetivos
Avaliar a capacidade do core set da CIF para classificação da saúde física de pessoas idosas e da CI em predizer a mortalidade no contexto comunitário após um seguimento de seis anos.
Metodologia
Estudo observacional longitudinal, realizado em Santa Cruz/RN, 101 pessoas idosas (≥60 anos) comunitárias foram avaliadas em 2018 quanto à saúde física por meio do core set da CIF (componentes: estrutura, função do corpo, atividade e participação, fatores ambientais) e da CI (domínios: locomoção, cognição, vitalidade e psicológico). Informações sobre mortalidade até 2024 foram coletadas por meio do Sistema de Informação sobre Mortalidade e contato com os participantes/familiares. O teste Mann-Whitney e a regressão logística binária avaliaram a relação entre os resultados da CIF (índice de prejuízos/problemas) e da CI (escore de capacidade) e a mortalidade em seis anos.
Resultados
Dos 101 avaliados na linha de base, 13 (12,9%) faleceram no período de seguimento. Aqueles que faleceram apresentaram escores de CI significativamente mais baixos que os sobreviventes (mediana 65,1 vs 75,0, respectivamente) (p=0,01), com maiores escores sendo fator de proteção para mortalidade (OR=0,95, p=0,04). Considerando os domínios da CI separadamente, os resultados foram significativos apenas para “locomoção” (p=0,02). Quanto ao core set da CIF, maiores índices de prejuízo/problema são fatores de risco para mortalidade (OR=1,1, p=0,04). Aqueles que faleceram apresentaram piores índices nos domínios "Função do corpo" (p=0,04) e "Atividade e participação" (p=0,02).
Conclusões/Considerações
Embora ambos os instrumentos tenham capacidade de predizer mortalidade, os domínios que envolvem aspectos específicos da função física, como o de locomoção da CI e os domínios de funções do corpo e atividade e participação do core set da CIF, parecem ser os mais relevantes na identificação de pessoas vulneráveis. Tais aspectos devem ser considerados nos esforços de identificar aqueles sob maior risco e direcionar estratégias preventivas.
IMPORTÂNCIA DA SAÚDE BUCAL E ESTADO NUTRICIONAL NO CONTEXTO DA FRAGILIDADE EM PESSOAS IDOSAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE ATRAVÉS DE DOIS INSTRUMENTOS
Pôster Eletrônico
1 FMJ
Apresentação/Introdução
Investigações sobre à fragilidade ganha relevância nas políticas públicas de saúde, especialmente diante do aumento da expectativa de vida. Investigar os fatores associados a aspectos do envelhecimento como a fragilidade se fazem necessários e neste sentido o estado nutricional adequado e a saúde bucal se destacam pela sua interconexão e influência nas condições clínicas.
Objetivos
Analisar a associação da saúde bucal e do estado nutricional com a fragilidade mensurada por dois instrumentos em pessoas idosas atendidas na atenção primária à saúde.
Metodologia
Estudo transversal, com pessoas idosas, idade ≥60 anos, selecionados aleatoriamente em 5 Uni-dades Básicas de Saúde de Jundiai/SP. Foram coletados dados sociodemográficos, comporta-mentos de saúde, número de dentes, qualidade da mastigação, estado nutricional (Mini Nutritional Assessment - MAN) e fragilidade (FRAIL-BR e IVCF-20). Foram realizadas análises descritivas e teste qui-quadrado entre os desfechos e as variáveis independentes. Todas as variáveis com p<0,20, foram incluídas no modelo de regressão logística múltipla multinomial para o desfecho fragilidade, utilizando o Frail-BR e regressão logística bivariada foi realizada com o IVCF-20, significância p<0,05.
Resultados
211 participaram do estudo sendo 72% mulheres, com idade média 70,41(69,4-71,4). Quanto ao Frail-BR, foram identificados 24,6% de idosos frágeis e 37,9% pré-frágeis e associados: IMC-baixo peso (OR=3,59) e obesidade (OR=3,54), usar 4 ou mais medicamentos (OR=3,29), tristeza (OR=3,02) e estado nutricional (OR=6,81), a prática de atividade em pré-frágil (OR=0,39) e frágil (OR=0,25), e boa mastigação (OR=0,26). Foi identificado risco alto de Vulnerabilidade Clínica Funcional em 9,5% (n=19) e moderado em 34,6% (n=73) e associados: menor renda (OR= 1,90), mastigação ruim (OR=5,18) e regular (OR= 2,36), risco de desnutrição ou desnutrido (OR= 2,36) e baixa literacia (OR=1,86).
Conclusões/Considerações
Os dois instrumentos de avaliação de fragilidade demostraram associação ao estado nutricional e saúde bucal (mastigação), demonstrando necessidade de atenção a estes fatores. Dada a natureza complexa da Síndrome da Fragilidade, estratégias de saúde pública preventivas e de promoção da saúde, que visem a integralidade, equidade e universalidade no cuidado da pessoa idosa, podem possibilitar um envelhecimento saudável.
PROGRAMA BRASIL SORRIDENTE: ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS DOS INQUÉRITOS NA POPULAÇÃO IDOSA:.
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Icesp
2 Centro Universitário ICESP
3 Centro Universitário ICESP; UnB
Apresentação/Introdução
O rápido envelhecimento no Brasil traz desafios à saúde bucal dos idosos, marcada por práticas mutiladoras e baixa integração ao cuidado integral, resultando em altos índices de edentulismo e impactos no bem-estar físico, mental e social. Apesar de políticas como Brasil Sorridente, persistem desigualdades que limitam o acesso a cuidados adequados.
Objetivos
Descrever a situação da saúde bucal da população idosa brasileira, com ênfase nas principais condições epidemiológicas, à luz dos dados do SB Brasil 2023 em comparação aos anteriores e à PNS 2013 e 2019.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, fundamentado na análise comparativa dos inquéritos epidemiológicos nacionais SB Brasil (2003, 2010 e 2023), com ênfase nos dados referentes à faixa etária de 65 a 74 anos, e da Pesquisa Nacional de Saúde (2013 e 2019). Complementarmente, foi realizada pesquisa bibliográfica em bases como BIREME, LILACS, BVSalud e SciELO, além da consulta a relatórios oficiais sobre saúde da pessoa idosa e saúde bucal. No total, foram examinadas 35 fontes, entre artigos científicos e documentos técnicos, que subsidiaram a discussão e a fundamentação teórica do estudo.
Resultados
A análise dos inquéritos SB Brasil e da Pesquisa Nacional de Saúde evidencia que, apesar de reduções pontuais no índice CPOD e incremento na proporção de elementos dentários restaurados, o quadro epidemiológico da saúde bucal em idosos permanece preocupante. Persistem taxas elevadas de edentulismo total (acima de 70%) e crescimento na demanda por prótese total bimaxilar (de 15,3% em 2003 para 29,2% em 2023). A baixa utilização dos serviços odontológicos (menos de 35% em 12 meses) e a elevada autopercepção positiva (superior a 65%) contrastam com os achados clínicos, indicando possível subestimação dos agravos e naturalização das perdas dentárias no envelhecimento.
Conclusões/Considerações
Embora políticas públicas como o Brasil Sorridente tenham sido implementadas, os avanços permanecem insuficientes. Persistem desafios como ampliar o acesso universal e equitativo, melhorar a atenção básica com enfoque preventivo e incluir os idosos institucionalizados nos levantamentos nacionais. A superação dessas barreiras demanda investimento constante, monitoramento contínuo e ações integradas com foco no envelhecimento digno e saudável.
DOR CRÔNICA E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS COMUNITÁRIOS
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
A dor crônica é uma condição comum em pessoas idosas, caracterizada por dor persistente por mais de três meses. Estudos indicam que sua prevalência na comunidade varia entre 29,7% e 89,9%. Ela pode influenciar o humor, a qualidade do sono, a cognição e a funcionalidade, impactando negativamente a qualidade de vida, principalmente quando associada a outras comorbidades.
Objetivos
Estimar a prevalência de dor crônica em idosos residentes na comunidade e a identificar os fatores associados à sua ocorrência.
Metodologia
Estudo quantitativo, transversal e inferencial, conduzido em Jacaraú/PB com uma amostra aleatória de 253 pessoas idosas, de ambos os sexos, residentes nas áreas urbanas e rurais e capazes de se locomover entre dezembro de 2023 e maio de 2024 (CAAE: 74096623.7.0000 .5188). O desfecho foi o autorrelato de ponto(s) doloroso(s) persistente(s) há pelo menos de três meses. As variáveis independentes foram: área do domicilio, sexo, faixa etária, renda per capita, autoavaliação de saúde, diagnósticos autorreferidos, no. de visitas ao médico, de quedas, grau de independência nas AVDs e AIVDs e para levantar cinco kg e subir 10 degraus. Foi executado um modelo de regressão logística no software R®.
Resultados
A média de idade da amostra foi de 71,61 anos (DP=8,72), sendo a maioria mulheres (66%), com distribuição homogênea entre as zonas urbana (53%) e rural. A prevalência de dor crônica foi de 74,3%, mais frequente entre as mulheres (78,9%) quando comparadas aos homens (65,5%). Pessoas idosas que fizeram mais visitas ao médico no último ano tiveram maior prevalência de dor (65,4%), indicando uma maior necessidade de acompanhamento de saúde. Na regressão logística, a autoavaliação negativa da saúde (OR=3,35), dificuldade para levantar e carregar (OR=3,23) e artrose (OR=3,24) aumentaram significativamente a chance de relatar dor crônica.
Conclusões/Considerações
O autorrelato de dor crônica teve elevada prevalência entre a amostra especialmente entre as mulheres e associando-se com percepção negativa da saúde, múltiplas comorbidades, histórico de artrose, quedas e dificuldades funcionais, sugerindo a necessidade de execução de intervenções preventivas e de reabilitação direcionadas à saúde funcional de pessoas idosas.
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE DETERMINANTES DO USO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR PESSOAS IDOSAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UFJF
Apresentação/Introdução
Introdução: o envelhecimento populacional e as crescentes demandas de saúde podem aumentar a sobrecarga desses serviços e prejudicar sua eficiência, inclusive na Atenção Primária à Saúde (APS). Para sua avaliação, em busca da otimização do uso dos recursos, é importante a existência de ferramentas que avaliem determinantes do uso dos serviços de saúde com foco nas especificidades das pessoas idosas.
Objetivos
Objetivo: desenvolver e validar o conteúdo de um instrumento de avaliação dos determinantes de uso dos serviços de saúde por pessoas idosas na APS, fundamentado no Modelo Comportamental de Andersen.
Metodologia
Método: estudo metodológico de validação de conteúdo. A validade foi avaliada por dois painéis: (1) especialistas doutores da área da saúde com expertise em envelhecimento e APS; e (2) pessoas idosas, usuários da APS. O instrumento foi desenvolvido contemplando fatores predisponentes, capacitantes, necessidades de saúde e fatores relacionados ao uso dos serviços. Os especialistas avaliaram quantitativamente a clareza, relevância teórica e pertinência prática dos itens, através de uma escala Likert. O painel de pessoas idosas avaliou organização e significado das perguntas. O Coeficiente de Validade de Conteúdo Final (CVCf) e por item (CVCi) foi utilizado para análise quantitativa.
Resultados
Resultados: o painel de especialistas contou com 15 juízes, com tempo médio de 15,8 anos de atuação na área de envelhecimento. O CVCf geral do instrumento, após duas análises feitas pelos especialistas, foi de 0,92, com CVCi variando entre 0,80 e 1,00. O painel de pessoas idosas, composto por 15 participantes com idade média de 69,8 anos, destacou boa organização do instrumento e fácil compreensão das perguntas e sessões. Sugestões relacionadas à linguagem em uma das perguntas foram integradas sem comprometer a essência conceitual. Após as rodadas de avaliação e sugestões, o instrumento final foi consolidado e composto por 38 perguntas.
Conclusões/Considerações
Conclusão: o instrumento desenvolvido apresentou excelente validade de conteúdo, demonstrando clareza, relevância e pertinência para avaliar o uso dos serviços de saúde na APS por pessoas idosas. Ele se mostrou promissor para aplicação em estudos populacionais e pode contribuir para identificar barreiras e promover melhorias para o uso e qualidade do cuidado à população idosa.
PERCEPÇÕES DAS PESSOAS IDOSAS SOBRE O AGEÍSMO EM SERVIÇOS DE SAÚDE E AS REPERCUSSÕES NA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
Ageismo se constitui em estereótipos, preconceitos e discriminação de idade e pode ocorrer nos níveis individual e institucional. Quando se manifesta dentro dos serviços de saúde, geram práticas discriminatórias, de descuidado e de abreviação da vida, além de violação de direitos, sentimentos negativos, adoecimento mental e desconfiança nos serviços de saúde.
Objetivos
Compreender como as pessoas idosas percebem o ageismo em serviços de saúde e as repercussões para a saúde.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tipo exploratória descritiva, realizada com pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade, vinculada à Universidade Estadual de Feira de Santana, no ano de 2024 e que tem cerca de 900 pessoas cadastradas. Foram incluídas pessoas idosas que participaram ao menos de 3 atividades mensais durante 1 ano e que utilizam serviços públicos de saúde. Excluiu-se pessoas com comprometimento auditivo ou cognitivo, percebidas nas entrevistas ou com diagnóstico prévio, por limitação técnica da pesquisadora. A técnica de coleta de dados foi entrevista semi-estruturada e a análise de dados foi temática reflexiva.
Resultados
A análise dos dados permitiu o desenvolvimento das seguintes categorias: 1) “Uma carta fora do baralho”: percepções da pessoa idosa sobre o ageismo em serviços de saúde, trata do tema acesso, comunicação, cuidados recebidos pelos familiares e crença e comportamento negativo relacionado ao envelhecimento.
2)“Minha pressão sobe logo”: repercussões do ageismo em serviços de saúde, aborda os impactos na saúde mental, sentimentos negativos, isolamento social, depressão, alteração dos sinais vitais e surgimento de patologias. 3)“Tem que fazer um trabalho muito sério”: enfrentamento do ageismo na visão da pessoa idosa, trata do diálogo, comunicação e criação de diferentes espaços de fala.
Conclusões/Considerações
Este estudo estimula o debate, que é atual e traz avanços científicos ao revelar que o ageismo é percebido nos serviços de saúde pelas pessoas idosas, contextos que deveriam ser de cuidado e respeito, e evidencia as repercussões negativas na saúde e as formas de enfrentamento. Revela as implicações para serviços de saúde, profissionais e pessoas idosas e a inter-relação com a equidade, justiça social e dignidade das pessoas que envelhecem.
FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS VINCULADAS À APS: ASSOCIAÇÃO COM A PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS DE ATENDIMENTO DE FISIOTERAPIA
Pôster Eletrônico
1 UFJF
Apresentação/Introdução
Introdução: A atuação da fisioterapia na Atenção Primária à Saúde (APS) tem se ampliado com foco em ações coletivas que promovem autonomia e funcionalidade, sobretudo em populações vulneráveis. Grupos de atendimento fisioterapêutico coletivo configuram uma estratégia relevante para o envelhecimento ativo, embora ainda pouco explorada quanto aos seus impactos em desfechos como qualidade de vida.
Objetivos
Objetivo: Analisar a associação entre a participação em grupos de fisioterapia e os níveis de capacidade funcional e qualidade de vida de pessoas idosas acompanhados em uma Unidade de Atenção Primária no município de Juiz de Fora, MG.
Metodologia
Método: Estudo observacional, transversal e analítico, com amostra de 32 idosos comunitários divididos em dois grupos: participantes (n=16) e não participantes (n=16) de um grupo de fisioterapia coletivo realizado em uma Unidade de APS. Os grupos foram pareados por sexo e idade. Foram aplicados instrumentos validados para avaliar capacidade funcional (Índice de Katz, Lawton e Brody, TUG e POMA) e qualidade de vida (WHOQOL-Bref). A análise estatística foi realizada no SPSS 21.0, utilizando-se testes Qui-quadrado, t de Student e Mann-Whitney, conforme a normalidade das variáveis. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05).
Resultados
Resultados: Os participantes do grupo de fisioterapia apresentaram melhores médias nas AIVD (Lawton e Brody: 24,63 vs. 20,5), mobilidade (TUG: 13,11s vs. 38,56s) e equilíbrio/marcha (POMA total: 52,75 vs. 43,69), todas com significância estatística. Quanto à qualidade de vida, os domínios físico, psicológico, relações sociais e QV geral também foram superiores no grupo participante. Além disso, este grupo apresentou menor ocorrência de quedas (37,5% vs. 87,5%), menor prevalência de sintomas depressivos (12,5% vs. 81,2%) e maior participação em atividades de lazer. Não houve diferença significativa no domínio “meio ambiente”.
Conclusões/Considerações
Conclusão: A participação em grupos coletivos de fisioterapia na APS demonstrou associação positiva com melhores níveis de funcionalidade e qualidade de vida em pessoas idosas. Os achados reforçam o papel estratégico das práticas coletivas fisioterapêuticas como ferramentas promotoras de autonomia e prevenção de agravos no envelhecimento, e apontam para sua ampliação como política efetiva no cuidado integral à pessoa idosa.
DESEMPENHO FÍSICO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: RESULTADOS DO ESTUDO SABE
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
2 Hospital de Transplantes Euryclides de J. Zerbini
3 USP
4 UNIFESP
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional global eleva a prevalência de multimorbidades, que reduzem a funcionalidade e a qualidade de vida da população mais velha. O Brasil segue a mesma tendência. A incontinência urinária, afeta milhões e está associada a redução na qualidade de vida e saúde mental, autonomia e independência, impondo ônus biopsicossocial e financeiro para pacientes e sistemas de saúde.
Objetivos
Investigar a prevalência de incontinência urinária na população maior de 60 anos com base no estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), realizado na cidade de São Paulo, assim como sua associações com outras condições crônicas e funcionalidade.
Metodologia
Foi realizada uma análise transversal com dados da 4ª onda (2015) do Estudo SABE, com 1224 participantes representando cerca de 1365514 idosos. As entrevistas foram feitas por entrevistadores treinados, com formulários padronizados. A incontinência urinária foi avaliada pelo ICIQ-SF. As variáveis independentes foram escolhidas com base em modelos da OMS e literatura, incluindo dados demográficos, moradia, recursos, APGAR de família, violência contra o idoso, percepção geral de saúde, doenças crônicas, depressão, declínio cognitivo, desempenho físico e qualidade de vida. Análise bivariada e regressão logística foram utilizadas para avaliar a significância de cada variável.
Resultados
A prevalência ponderada de incontinência urinária foi de 24,45%, maior entre mulheres (29,24%) do que homens (18,33%) (p = 0,0001). Após ajuste multivariado, seis variáveis mantiveram associação significativa com IU: idade entre 70–74 anos (OR = 1,73), doença cardiovascular (OR = 1,88), depressão (OR = 1,93), dificuldade em atividades básicas da vida diária (OR = 2,52) e melhores escores físico (OR = 0,464) e mental (OR = 0,613) do SF-12 com relação ao grupo com menor pontuação. A IU mostrou impacto negativo na qualidade de vida e associação com piores condições clínicas e funcionais em idosos, evidenciando a necessidade de estratégias de prevenção e cuidado para essa condição.
Conclusões/Considerações
Os resultados de nosso estudo sobre a prevalência de incontinência urinária (IU) na população idosa de São Paulo foram consistentes com a literatura. A IU possui associação idade avançada, sexo feminino, doenças cardiovasculares (DCV), depressão, menor funcionalidade e menor percepção de qualidade de vida física e mental. Novos estudos longitudinais são necessário para esclarecer essas associações, particularmente com as DCV e funcionalidade.
BARREIRAS E FACILITADORES DA IMPLEMENTAÇÃO DA REDE BEM CUIDARNO CICLO PESSOA IDOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE MUNICÍPIOS GAÚCHOS
Pôster Eletrônico
1 UFSM
2 UPF
Apresentação/Introdução
O RS, estado mais envelhecido do Brasil, projeta que 29% da população terá mais de 60 anos em 2060. Para qualificar a Atenção Primária, criou o PIAPS e a Rede Bem Cuidar RS, com incentivos aos municípios. O primeiro ciclo focou na pessoa idosa, com avaliação multifuncional, cuidado integral e educação permanente.
Objetivos
O trabalho analisou barreiras e facilitadores da implementação da Rede Bem Cuidar na Atenção Primária à Saúde em municípios do RS com certificação ouro no ciclo da pessoa idosa.
Metodologia
A pesquisa, de caráter descritivo, envolveu municípios do RS que aderiram à RBC/RS e conquistaram o selo ouro. Na primeira fase, foram analisados dados secundários disponíveis no site da RBC/RS. A etapa qualitativa buscou compreender barreiras e facilitadores da implementação da Rede, por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais responsáveis pela RBC em municípios sorteados (um por macrorregião). As entrevistas, realizadas por videoconferência, seguiram roteiro baseado nos critérios do selo ouro, foram transcritas e analisadas por conteúdo com o software MAXQDAPlus®. O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética da UFSM e da Secretaria Estadual de Saúde.
Resultados
Foram entrevistados 8 profissionais responsáveis pela RBC nas unidades de saúde. Barreiras foram definidas como dificuldades para cumprir metas e obter certificação. As principais foram: desafios técnicos (como falta de tempo), falta de apoio, resistência de profissionais/usuários, questões sociais, rotatividade da equipe e efeitos da pandemia. Facilitadores, entendidos como fatores que favorecem o alcance das metas, incluíram: equipe engajada, incentivo financeiro, educação permanente, conhecimento do território e proximidade com a gestão municipal.
Conclusões/Considerações
As barreiras (desafios técnicos, falta de apoio, resistência) e facilitadores (equipe engajada, incentivo financeiro, educação permanente) são fundamentais para monitorar e avaliar a implementação de Políticas Públicas. Compreendê-los é essencial para aprimorar estratégias futuras, garantir a sustentabilidade das ações e fortalecer a longitudinalidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde.
AS POLÍTICAS DE SAÚDE DO IDOSO NO SUS: UMA ANÁLISE DA DIMENSÃO ACESSO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UFBA
Apresentação/Introdução
O envelhecimento demográfico e seus impactos na estrutura etária têm gerado inquietações e mobilizado inúmeros setores da sociedade, mas embora existam normativas que abordem os direitos da pessoa idosa à saúde, na prática o acesso, categoria fundamental para análise das interrelações entre os usuários e os serviços, ainda é focalizado, seletivo e excludente.
Objetivos
Analisar a dimensão política do acesso à saúde do idoso no Sistema de Saúde (SUS) a partir dos documentos e diretrizes nacionais que normatizam o cuidado a esta população específica, à luz da proposta teórica de Assis e Jesus.
Metodologia
Estudo documental cujo corpus de análise foram os marcos legais que normatizam a saúde do idoso no Brasil: Política Nacional do Idoso; Política Nacional de Saúde do Idoso; Estatuto do Idoso; Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; Caderno de Atenção Básica n. 19 (Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa); Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS; Orientações técnicas para a implementação de Linha de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no SUS, à luz da proposta teórica de Assis e Jesus, sob o olhar metodológico da Hermenêutica Dialética a partir do qual foram analisadas as convergências, divergências, complementaridades e diferenças entre os documentos.
Resultados
Os documentos convergem quanto ao objetivo de promover um envelhecimento saudável e ativo, bem como em diversas ações propostas; além disso, se complementam na proposição de criar um sistema de informação para divulgação das ações, reformular os serviços e programas disponíveis na Rede de Atenção à Saúde (RAS), estimular e apoiar a criação de unidades de cuidados diurnos, centros de convivência e grupos de auto ajuda, além de programas educativos e assistenciais. Não foram identificados aspectos em que os documentos diferem ou divergem em suas proposições ou objetivos, configurando que existe coerência entre os documentos, conforme estabelece o Postulado de coerência de Mario Testa.
Conclusões/Considerações
Embora exista coerência entre os documentos analisados, evidencia-se a necessidade de se empreender estudos sobre como essas normativas têm se refletido no acesso da população idosa aos serviços de saúde. Assim, poder-se-á monitorar e avaliar a efetividade das políticas, programas e ações de saúde voltadas para o cuidado da pessoa idosa no Brasil.
ENVELHECIMENTO E ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO SUS: CONSTRUINDO UM MODELO DE ANÁLISE
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
Embora o envelhecimento seja um direito reconhecido por lei e a proteção social da pessoa idosa uma obrigação do Estado, a existência dessas normativas não tem se refletido no acesso dessa população aos serviços de saúde. Torna-se necessária, então, a criação de um instrumento que permita avaliar em que medida os municípios têm implementado o que os documentos determinam para o cuidado ao idoso.
Objetivos
Elaborar uma matriz de análise do acesso aos serviços de saúde no SUS pela população idosa, a partir do que determinam os documentos norteadores do cuidado ao idoso no Brasil, tomando como aporte teórico as dimensões de acesso de Assis e Jesus.
Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa, que tomou como objeto de análise os documentos que normatizam o cuidado à saúde do idoso no SUS: Política Nacional do Idoso; Política Nacional de Saúde do Idoso; Estatuto do Idoso; Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; Caderno de Atenção Básica n. 19 (Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa); Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS; Orientações técnicas para a implementação de Linha de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no SUS. À luz da proposta teórica de Assis e Jesus, construiu-se uma matriz de análise do acesso aos serviços de saúde no SUS pela população idosa.
Resultados
A partir da análise dos sete documentos foram identificados aspectos considerados fundamentais e avançados em relação ao acesso da população idosa aos serviços de Saúde. Dentro dos aspectos fundamentais, foram elencadas quatro categorias: os serviços, os dispositivos, a organização e os pressupostos; já nos aspectos avançados, foram identificadas as propostas que ainda não foram implementadas, mas que não impedem o funcionamento da rede, são elas: a realização de estudos avaliativos da implantação das propostas e o apoio e incentivo a pesquisas científicas nas áreas de geriatria e gerontologia. Por fim, a matriz de análise foi elaborada graficamente e explicitados seus indicadores.
Conclusões/Considerações
Existe a necessidade de realizar estudos que mensurem a implementação, por estados e municípios, das ações propostas pelos documentos que norteiam a saúde da pessoa idosa nos espaços do SUS. A matriz de análise do acesso elaborada neste estudo, após validação, poderá ser utilizada por gestores e/ou pesquisadores para avaliar a implementação da rede de cuidados à saúde do idoso.
CONTRIBUIÇÕES DA ABORDAGEM “WHAT’S THE PROBLEM REPRESENTED TO BE (WPR)” NA ANÁLISE DE POLITICAS DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UNIFOR
2 UNIFOR – SME-AEE
3 UNINASSAU
Apresentação/Introdução
Envelhecimento é pauta de discussões com a acelerada transição etária da população. As projeções mostram que em 2060 mais de 25% da população brasileira será idosa. Nesse cenário, as políticas para a pessoa idosa abordam os reais problemas desse grupo? Diante disso, analisá-las com a abordagem WPR mostra possibilidades de reorientação de rumos na atenção à saúde da pessoa idosa.
Objetivos
Nesse cenário o estudo desenvolve uma análise crítica das narrativas de políticas de saúde relacionadas à população idosa norteada pela abordagem What’s the problem represented to be?.
Metodologia
Estudo qualitativo, exploratório, documental e analítico, baseado na abordagem WPR. O estudo integra a primeira fase de projeto de tese sobre linha de cuidado a pessoa idosa. Como corpus analítico, incluíram-se cinco políticas sobre a saúde do idoso disponíveis em sites oficiais e BVS, Ministério da Saúde, a partir de 2006. A análise constou da leitura dos documentos, respondendo as seis perguntas da abordagem WPR. A criação de categorias de análise foi a última etapa, fruto da compilação das respostas das questões contidas na WPR. A avaliação crítica do conteúdo resultou em três categorias: problemas representados; narrativa dominante; silêncios subjacentes aos problemas.
Resultados
Os discursos representados abordam o crescimento acerelado de pessoas idosas no mundo e no Brasil e a relevância do tema para a saúde. A estrutura de saúde brasileira não está preparada para cuidar e acolher o envelhecimento. O idoso retratado nos documentos é caracterizado pela fragilidade e dependência, receptor de cuidados e invisível como protagonista. O retrato é cristalizado pelo perfil epidemiológico, tripla carga de doença, predomínio das condições crônicas e medicalização. Nesse âmbito, observam-se alguns silêncios: responsabilização feminina do cuidado informal, não alusão à segurança financeira, proteção e fortalecimento dos direitos da(o) idosa(o).
Conclusões/Considerações
Os documentos evidenciam a complexidade do processo do envelhecimento priorizando problemas e perdas. Porém é necessário um olhar ampliado para as interseccionalidades, que silenciam e acarretam as invisibilidades do ser e envelhecer na contemporaneidade. Para além dos sistemas de saúde, a sociedade necessita compreender e reconhecer a heterogeneidade do envelhecimento, contribuindo com ambiente equitativo, harmônico e intergeracional.
PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO PARA DEMÊNCIA EM IDOSOS USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
2 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Graduação em Psicologia.
3 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Graduação em Biomedicina.
4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas.
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional tem contribuído para o aumento da frequência de síndromes demenciais. Embora a idade seja fator de risco, a demência não constitui consequência natural do envelhecimento. Trata-se de uma síndrome multifatorial, com bases genéticas e ambientais. A escassez de dados regionais sobre 14 fatores de risco modificáveis justifica a realização deste estudo.
Objetivos
Investigar a prevalência de fatores de risco para demência e sua associação com o comprometimento cognitivo em uma amostra de idosos usuários da atenção primária em saúde.
Metodologia
Estudo quantitativo, transversal, com amostragem estratificada. A população foi composta por pessoas ≥60 anos, cadastradas em UBS de município do Estado do Rio Grande do Sul. Foram excluídos sujeitos com diagnóstico prévio de demência. A coleta de dados foi realizada em entrevistas estruturadas, com instrumentos validados (GDS-15, AUDIT, Fagerström, IPAQ) e testagem cognitiva (ACE-R). As análises estatísticas incluíram medidas de frequência absolutas e relativas. A associação entre os fatores de risco e o resultado da testagem cognitiva foi realizada por teste Qui-quadrado. Todas as análises consideraram um nível de significância de 5%.
Resultados
Até o presente momento, foram avaliados 30 participantes (56,6% mulheres, idade média de 69,7 anos). A baixa escolaridade foi o fator de risco mais prevalente, em que 73,3% da amostra tem apenas ensino fundamental incompleto. Os demais fatores de risco com prevalência ≥50% foram hipertensão arterial (63,3%), perda auditiva (53,3%) e obesidade (50,0%). Metade da amostra apresentou 6 ou mais fatores de risco concomitantes. No ACE-R, os escores de 30% da amostra indicaram comprometimento cognitivo leve e, em 26,7%, possível demência. Baixa escolaridade (p=0,007) e histórico de trauma na cabeça (p=0,004) foram associados a presença de declínio cognitivo.
Conclusões/Considerações
Os resultados contribuirão para o aprimoramento da vigilância em saúde, subsidiando práticas clínicas na atenção primária e a formulação de políticas públicas voltadas à prevenção de demência. O estudo reforça o papel estratégico da atenção primária na identificação precoce de fatores de risco e na promoção do envelhecimento saudável.
CUIDADOR SOCIAL: A OPERACIONALIZAÇÃO DO CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE NA ATENÇÃO A IDOSOS NO PROGRAMA MAIOR CUIDADO (PMC) EM SALVADOR-BA E CONTAGEM-MG
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 FOUFBA/ISC/UFBA
3 IPSS/UFBA
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional impõe desafios às políticas públicas. Em 2023, o projeto piloto do PMC em Salvador-BA e Contagem-MG, parceria entre MS e ISC/UFBA, buscou articular saúde e proteção social, operacionalizando o conceito ampliado de saúde. Urge analisar o processo de trabalho do cuidador social (CS) no contexto de prestação do cuidado à pessoa idosa dependente e semidependente.
Objetivos
Analisar o processo de trabalho dos cuidadores sociais em sua relação com as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) e de Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa, realizado no período de setembro e dezembro de 2024, nos quatro territórios do projeto piloto (2 em Salvador e 2 em Contagem), por meio de entrevistas semiestruturadas com seis supervisoras e oito grupos focais (GF) (4 com cuidadores sociais e 4 com equipes locais da APS e do CRAS). As entrevistas e GF foram gravados, transcritos e categorizados com apoio do software NVivo 11. Posteriormente, procedeu-se à análise temática do conteúdo, adotando o referencial teórico do processo de trabalho em Saúde (MENDES-GONÇALVES, 1988; 1992) e da Vigilância em Saúde (TEIXEIRA et al., 1998). O estudo foi aprovado no CEP-ISC/UFBA e os participantes assinaram o TCLE.
Resultados
O objeto de trabalho do CS, para além do cuidado relativo à funcionalidade biológica do idoso, engloba condições socioeconômicas e ambientais, ao entender os assistidos em sua integralidade, promovendo o suporte ao cuidador familiar e mediando o acesso do idoso a serviços socioassistenciais e de saúde. Os CS utilizam meios de trabalho lúdicos para desenvolver habilidades motoras e de socialização do idoso com a família e a comunidade. Esses cuidados são registrados pelos CS e acompanhados pelas equipes da APS e do CRAS. Aspectos relacionados ao vínculo trabalhista e às diversas formas de violência, seja no domicílio, seja nos territórios, são desafios encontrados na sua prática profissional.
Conclusões/Considerações
O cuidado prestado por CS no PMC operacionaliza o conceito ampliado de saúde, pois atende além das necessidades biológicas do idoso. A atuação do CS promoveu a autonomia dos idosos nas atividades básicas e instrumentais da vida diária, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e preveniu a agudização de doenças crônicas e institucionalização. Regulamentar o PMC e esses profissionais é essencial para o cuidado integral e contínuo.
"FIQUE EM CASA!" UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL DO ISOLAMENTO SOCIAL DAS PESSOAS IDOSAS NA PANDEMIA DE COVID-19
Pôster Eletrônico
1 FMUSP
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa busca compreender, a partir da interseccionalidade, como foi o isolamento social para pessoas idosas durante a pandemia de Covid-19. A medida mais restritiva para este grupo pode ser um fator de exclusão social em virtude da perspectiva etarista que tal medida pode conter. Para esta investigação, eles foram ouvidos sobre suas experiências durante a pandemia.
Objetivos
Investigar a medida de isolamento social de idosos durante a pandemia de Covid-19, a partir de suas narrativas, abordadas em uma perspectiva interseccional.
Metodologia
A partir da compreensão da intersecção dos marcadores sociais de raça/cor da pele, gênero e classe social na produção de uma velhice feminina, branca e de mais alta renda e do etarismo que trata este grupo de forma homogênea, foram feitas 16 entrevistas semiestruturadas com idosos a partir de 60 anos em quatro regiões da cidade de São Paulo, inicialmente contemplando a diversidade proporcionada por tais marcadores. Posteriormente, a análise do material transcrito foi feita a partir da interseccionalidade e informou outros marcadores sociais que produziram experiências de privilégio, opressão e resistência a partir de suas intersecções.
Resultados
Três categorias surgiram na análise do material: a morte como fatalidade, o cuidado para além do isolamento social e o isolamento social como confinamento nas experiências de raça, classe e idade
A primeira categoria revela as histórias de vida com maior ou menor proximidade com a morte, a percepção sobre a Covid-19 e a previsibilidade ou fatalidade sobre a morte. A segunda explicita as relações com profissionais e serviços de saúde, a infodemia e as formas de cuidado. A terceira reflete sobre o confinamento, a velhice, a pandemia e a possibilidade de escolha
Conclusões/Considerações
O isolamento social para pessoas idosas foi um pacto de branquitude (Bento, 2022), um reforço da Reprivatização da velhice (Debert, 1999) e expôs um etarismo, na medida em que contemplou uma população branca e rica, reforçou a responsabilidade individual e das famílias na proteção deste grupo e o considerou de forma homogênea. A interseccionalidade iluminou a heterogeneidade do grupo na adoção do isolamento social e suas formas de resistência.
ASSOCIAÇÃO ENTRE O MEDO DA COVID-19 E OS SINTOMAS DE DEPRESSÃO MAIOR ENTRE IDOSOS DA ZONA RURAL DE UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 FURG
2 UNOESC
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 elevou os casos de depressão e ansiedade, afetando especialmente idosos em áreas rurais, mais vulneráveis pelo isolamento e pelo menor acesso à saúde. Este estudo analisa a associação entre sintomas de depressão maior e medo da COVID-19 entre idosos rurais de um município do sul do Brasil.
Objetivos
Analisar a associação entre o medo da COVID-19 e os sintomas de depressão maior entre idosos da zona rural de um município do sul do Brasil
Metodologia
Estudo transversal, com aplicação de questionários por meio de entrevistas domiciliares com pessoas ≥ 60 anos residentes em áreas rurais entre novembro de 2020 e janeiro de 2022. Utilizou-se o instrumento Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) para analisar os sintomas de depressão, e a Fear of COVID-19 Scale (FCV-19S) para a variável de exposição medo da COVID-19. As análises bruta e ajustada foram realizadas por regressão de Poisson. A análise de regressão foi realizada com 3 modelos. O Modelo 1 apresentou a análise bruta. O Modelo 2 ajustou por sexo, idade, morar sozinho, renda e período da pandemia. O Modelo 3 ajustou pelas variáveis anteriores, além da autoavaliação de saúde e comorbidades.
Resultados
Participaram 621 indivíduos. A prevalência geral de depressão maior foi de 7,1% (IC95% 5,3;9,4), enquanto entre os que apresentaram alto medo da COVID-19 foi de 16,2% (IC95% 10,1;24,9). Após ajuste no modelo 2, ter muito medo da COVID-19 aumentou em 2,02 vezes (IC95% 1,02;3,98) a razão de prevalência de sintomas de depressão maior em relação a ter pouco medo, enquanto no modelo 3, essa razão aumentou em 2,27 vezes (IC95% 1,10;4,65).
Conclusões/Considerações
Houve uma associação positiva e direta entre os sintomas de depressão maior e o medo intenso da COVID-19.
AÇÕES INTERSETORIAIS DE SAÚDE E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA A PESSOA IDOSA, EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR CEARENSE.
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 URCA
3 UNIFAP
4 ESMP
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno das sociedades industrializadas e tecnologicamente avançadas, ocorrendo mudanças epidemiológicas e demográficas que resultaram na elevação da expectativa de vida. Para que as gerações consigam alcançar o envelhecimento ativo e saudável, fazem-se necessárias ações intersetoriais e o estímulo à participação no controle social e da saúde das pessoas idosas.
Objetivos
Conhecer as ações de saúde e da assistência social voltadas à pessoa idosa, em um município do interior cearense.
Metodologia
Estudo descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido em uma cidade do interior cearense, na região da “macrocariri”, que conta com 41,96% de sua população, acima de 65 anos (IBGE, 2022). Realizou-se 25 entrevistas, gravadas com profissionais da Assistência Social, da gestão, da assistência da Atenção Primária à Saúde e usuários idosos, as quais foram transcritas e processadas pelo software IRaMuTeQ, pelo método de similitude, ou de semelhança que fundamenta-se, na teoria dos grafos, que possibilita por meio de indicadores estatísticos visualizar a relação presente entre as palavras em um corpus. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, com parecer nº 6.732.712.
Resultados
Sobre os setores do município citados que desenvolvem as ações estudadas, o gráfico de similitude revelou 6 grupos, sendo que as palavras “centro de referencia a assistência social e centro de referência ao idoso” distribui ramificações entre a maioria dos grupos, e apresentando mais espessuras em suas ramificações. Em relação ao conhecimento dos profissionais e gestores, os setores relacionados à assistência social foram mais presente, em seguida dos setores da saúde e organizações não governamentais. No entanto, os usuários desses serviços revelaram uma lacuna de conhecimento sobre as atividades presentes no município, voltadas à população idosa no âmbito da Atenção Primária.
Conclusões/Considerações
Constatou-se que os profissionais que oferecem cuidados à pessoa idosa conhecem muitas ações prestadas pelo município, porém, sem atuarem intersetorialmente. Os idosos conhecem os serviços oferecidos pelo setor da assistência social, desconhecendo os outros serviços no âmbito da saúde, que podem favorecer a efetivação de seus direitos quanto cidadão, como os oferecidos pela Atenção Primária à Saúde.
FATORES ASSOCIADOS ÀS QUEDAS E À UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ENTRE PESSOAS IDOSAS BRASILEIRAS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz e UFPE
2 UFPE
Apresentação/Introdução
A maioria dos países tem observado um aumento significativo na proporção de pessoas idosas. Os principais usuários dos serviços de saúde se encontram nesse grupo populacional. Frente a isto, as quedas se tornaram um importante problema de saúde pública. Entretanto, as informações são limitadas sobre como os pacientes percorrem o sistema de saúde e o tipo de atendimento que recebem após uma queda.
Objetivos
Investigar fatores associados às quedas e à utilização de serviços de saúde relacionada a este evento, usando dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, controlados por fatores sociodemográficos, condições clínicas e de utilização desses serviços.
Metodologia
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram incluídos indivíduos com 60 anos ou mais. As variáveis dependentes foram constituídas pelas questões referentes à ocorrência de queda e à utilização dos serviços de saúde devido a quedas. As variáveis independentes foram sociodemográficas, condições clínicas e relacionadas ao uso dos serviços de saúde. Foram realizadas análises simples e múltipla com testes de Rao-Scott e regressão de Poisson. Mesmo em um estudo transversal, a ocorrência de quedas no último ano foi tratada como uma medida de incidência, haja vista serem eventos pontuais e que não se prolongam nos indivíduos, sendo sempre novas ocorrências.
Resultados
Houve uma incidência de 16,1% de quedas relatadas no último ano com uma prevalência de 45,9% de utilização dos serviços de saúde. Os fatores associados a quedas foram: região nordeste, sexo feminino, idade acima de 70 anos, viver sem o cônjuge, percepção negativa do estado geral de saúde, presença de animais de estimação no domicílio, uso contínuo de medicamentos e presença de doenças crônicas. Estiveram associados ao uso dos serviços de saúde: região sudeste, raça branca, divórcio e viuvez, posse plano de saúde e doenças circulatórias. Estes também apresentaram maiores prevalências no atendimento de urgência e emergência no domicílio e no internamento com um tempo maior ou igual 24h
Conclusões/Considerações
As evidências apontam que o fenômeno das quedas possui implicações complexas, reforçando os desafios do sistema de saúde. A incidência de quedas e o perfil de uso dos serviços podem variar conforme as condições de saúde da população, sociodemográficas e de acesso aos serviços de saúde. Cabe rever as políticas preventivas e reabilitadoras sob um olhar multidimensional, observando os preceitos da equidade e integralidade.
MEDO DA COVID-19 E FATORES ASSOCIADOS ENTRE IDOSOS DA ÁREA RURAL DE UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 FURG
2 UNOESC
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 gerou não apenas uma crise sanitária global, mas também uma “pandemia do medo”, especialmente entre idosos, grupo mais vulnerável aos desfechos graves da doença. Em áreas rurais, o impacto foi intensificado por barreiras no acesso à informação e aos serviços de saúde. Avaliar o medo nesse contexto é essencial para orientar ações de cuidado físico, psicológico e social.
Objetivos
Avaliar o medo da COVID-19 e identificar seus fatores associados entre idosos (≥60 anos) residentes na zona rural do município de Rio Grande (RS), Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com dados do segundo seguimento do estudo de coorte EpiRural, realizado entre novembro de 2020 e janeiro de 2022. A amostra foi composta por 628 idosos entrevistados presencialmente em seus domicílios. Os dados foram coletados presencialmente com questionários estruturados no REDCap. O desfecho foi medido pela Escala de Medo da COVID-19 (FCV-19S), validada no Brasil. As variáveis independentes incluíram dados sociodemográficos, presença de comorbidades, hábitos de vida, medidas de distanciamento social e período da entrevista. Foram realizadas análises descritivas, teste t/ANOVA e regressão linear ajustada, em modelo hierárquico de três níveis.
Resultados
A média do escore na Escala de Medo da COVID-19 foi de 18,2 pontos (±8,9), indicando nível moderado de medo entre os participantes. Níveis mais baixos de medo foram observados entre homens (ß = -2,26; IC95% -3,52; -1,00), idosos entrevistados após o início da vacinação (ß = -1,71; IC95% -2,97; -0,45), aqueles que saíam apenas para necessidades essenciais (ß = -1,74; IC95% -3,17; -0,31), que recebiam familiares ou amigos em casa (ß = -3,35; IC95% -4,69; -2,02) e que praticavam atividades religiosas ou espirituais (ß = -1,97; IC95% -3,77; -0,16). Por outro lado, o aumento no consumo de cigarros durante o distanciamento foi associado ao maior medo da COVID-19 (ß = 7,27; IC95% 2,23; 12,32).
Conclusões/Considerações
O medo da COVID-19 esteve ligado a fatores individuais e sociais entre idosos rurais. Estratégias públicas devem incluir dimensões físicas, emocionais e espirituais, especialmente em contextos de emergência. O cuidado integral é fundamental para reduzir o impacto psicológico em populações vulneráveis.
APOIO SOCIAL FUNCIONAL E LIMITAÇÃO FUNCIONAL ENTRE IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO DE REVISÃO
Pôster Eletrônico
1 CIDACS
2 Rede APS
3 UFPel
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional e a redução do núcleo familiar acentuam os desafios relacionados à limitação funcional de idosos. Sabe-se que a capacidade funcional é essencial ao envelhecimento saudável e depende de fatores físicos, cognitivos e sociais. Porém, estudos de revisão sobre a existência, direcionalidade e magnitude da associação entre o apoio social e a limitação funcional são escassos.
Objetivos
Revisar a literatura sobre a existência e os sentidos da associação entre o apoio social funcional e as limitações funcionais nas atividades de vida diária em idosos não institucionalizados.
Metodologia
Foi realizada uma revisão, com busca conduzida nas bases PubMed, Web of Science, Biblioteca Virtual em Saúde e PsycINFO. Dois revisores realizaram a triagem e extração dos dados de forma independente, com resolução de discrepâncias por um terceiro revisor. Utilizaram-se descritores controlados e livres relacionados a suporte social, participação social, funcionalidade e envelhecimento. Os estudos incluídos foram analisados qualitativamente, com avaliação da qualidade metodológica e da robustez das evidências.
Resultados
Dos 17.565 títulos avaliados após a remoção das duplicatas e aplicação dos critérios de elegibilidade nas etapas do estudo, 20 artigos foram incluídos. A maioria dos estudos avaliou a limitação funcional como desfecho e indica que o apoio social funcional esteve associado à limitação funcional entre os idosos não institucionalizados. A qualidade da evidência foi considerada muito baixa para a associação investigada.
Conclusões/Considerações
Os achados, em sua maioria, sugerem que o apoio social funcional pode influenciar a limitação funcional em idosos não institucionalizados e apontam lacunas que orientam novas investigações para melhoria da saúde dos idosos e autonomia dessa população.
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E PRESENÇA DE DOENÇAS CRÔNICAS AUTORRELATADAS EM IDOSOS
Pôster Eletrônico
1 Unoesc
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional é um desafio para a saúde pública, exigindo estudos que identifiquem fatores que afetam a qualidade de vida dos idosos. A prática de atividade física atua na prevenção e no manejo de doenças crônicas, além de promover o envelhecimento saudável.
Objetivos
Avaliar o nível de atividade física e a presença de doenças crônicas autorrelatadas em idosos de 60 a 74 anos residentes em área urbana de São Miguel do Oeste-SC, participantes de encontros comunitários.
Metodologia
Estudo quantitativo, observacional e transversal, conduzido entre julho e setembro de 2022 em encontros de grupos comunitários. Foram incluídos 118 idosos de ambos os sexos, com idades entre 60 e 74 anos. Aplicaram-se o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), questionário sociodemográfico adaptado de Moraes e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ - versão curta). Foram excluídos idosos com pontuação no MEEM <23 ou sem capacidade de resposta. Para análise estatística, utilizaram-se testes qui-quadrado e correlação de Spearman, considerando p≤0,05, no IBM SPSS Statistics versão 29.
Resultados
Participaram 118 idosos (média de idade 68 anos), 59,32% com 60-69 anos e 40,67% com 70-74 anos, predominando mulheres. Observou-se baixa incidência de sedentarismo. Entre 60 e 69 anos, 23,1% dos homens e 76,9% das mulheres eram muito ativos ou ativos; entre 70 e 74 anos, as proporções foram 25% homens e 75% mulheres. Não houve associação significativa entre nível de atividade física e escolaridade, polifarmácia ou número de doenças. Houve associação significativa apenas entre gênero e nível de atividade física na faixa etária de 70 a 74 anos (p=0,033), com maior prevalência de mulheres ativas.
Conclusões/Considerações
Os dados indicam predomínio de idosos fisicamente ativos e menor prevalência de sedentarismo, especialmente entre as mulheres. A única associação estatisticamente significativa ocorreu entre gênero e nível de atividade física para idosos de 70 a 74 anos. Reforça-se a importância de novos estudos que considerem fatores socioculturais e contextuais para promover o envelhecimento saudável e entender melhor o perfil de saúde dos idosos no município.
ESTUDO DA POPULAÇÃO IDOSA RURAL NA AMAZÔNIA (ESPIRA): PROPÓSITO DE VIDA, COGNIÇÃO E FUNCIONALIDADE
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), Universidade Federal do Amazonas, Manaus - Brasil. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus - Brasil. Progr
2 Universidade Federal do Amazonas/ Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (UFAM/FEFF)
3 Universidade de São Paulo
4 Instituto Politécnico de Saúde do Norte, Portugal
5 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo
Apresentação/Introdução
Envelhecer no meio rural de um país em desenvolvimento é um desafio, mas também é cheio de possibilidades e potencialidades que precisam ser descritos em estudos científicos. Se envelhece de maneira particular nos rincões do Amazonas no Brasil.
Objetivos
Avaliou-se e descreveu-se a forma de envelhecer do idoso rural amazonense sob as escalas de cognição, funcional e de propósito de vida.
Metodologia
Uma amostra representativa de 215 idosos que fazem parte do Estudo da População Idosa Rural do Amazonas (ESPIRA) compõe esse estudo. As comunidades rurais eram visitadas via barco e algumas delas ficavam uma distância de até 4 horas da zona urbana, o primeiro contato foi realizado com os idosos que aceitaram participar do estudo; avaliou-se a cognição através do Miniexame do Estado Mental; a função física e a funcionalidade foram avaliadas através do Short Physical Performance Battery (SPPB) e o propósito de vida através da Escala de Propósito de Vida.
Resultados
Nesse estudo o envelhecimento rural amazonense é feminino, jovem (60 a 69 anos), com agricultoras que apresentam risco cognitivo, boa funcionalidade e relatam ter prazer e satisfação com a vida e com a função que exercem; escolaridade, ter uma função laboral mesmo após aposentadoria e capacidade funcional moderada tiveram forte associação com o propósito de vida avaliado.
Conclusões/Considerações
Ter a presença de propósito de vida, trabalhar nos afazeres do mundo rural mesmo sendo aposentado, ter e viver em comunidade/família revelam a força e potencialidade do envelhecimento rural na zona rural da Amazônia.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DO CUIDADO À PESSOA IDOSA EM TERRITÓRIOS RURAIS
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
2 Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social de Nova Roma do Sul
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional apresenta desafios para a atenção à saúde, especialmente em territórios rurais, onde a oferta de serviços é limitada e as características socioculturais influenciam no acesso e na adesão aos cuidados. As práticas integrativas e complementares de saúde (PICS) têm sido incorporadas como estratégias para ampliar o cuidado e a promoção da saúde da pessoa idosa.
Objetivos
Identificar desafios e estratégias na implementação do cuidado à pessoa idosa em territórios rurais e pequenos municípios, com foco nas práticas integrativas e complementares utilizadas na atenção primária à saúde.
Metodologia
Realizou-se uma revisão bibliográfica, analisando-se artigos publicados nos últimos cinco anos em bases como BVS e PubMed. Foram selecionados estudos que abordassem o cuidado ao idoso e o uso de práticas integrativas e complementares na atenção primária (APS), que refletissem maior qualidade de vida para a faixa etária em análise, considerando-se as dificuldades. A análise envolveu a categorização dos desafios enfrentados e das estratégias adotadas para o atendimento ao idoso em áreas rurais, considerando os aspectos sociais, econômicos e organizacionais.
Resultados
A análise revelou que os principais desafios são fundamentados:
escassez de recursos humanos e materiais;
dificuldade de acesso geográfico;
baixa capacitação dos profissionais;
resistência cultural às práticas integrativas.
As estratégias identificadas como importantes para alcançar os objetivos incluem capacitação contínua, fortalecimento permanente da rede de atenção, integração das PICS com o atendimento convencional e ações comunitárias para sensibilização e participação dos idosos.
Conclusões/Considerações
O cuidado ao idoso rural enfrenta desafios como distância, barreiras culturais e resistência às PICs. Exige estratégias que valorizem o território, saberes locais e qualificação da APS. É essencial investir em formação e articulação territorial, promovendo acesso, acolhimento e autonomia, com foco no planejamento centrado no usuário, escuta ampliada e intersetorialidade.
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS NA PREDIÇÃO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA EM PESSOAS IDOSAS RESIDENTES NA COMUNIDADE
Pôster Eletrônico
1 UNITINS
2 UFT
3 UESB
4 MS
Apresentação/Introdução
A hipertrigliceridemia apresenta-se como um fator de risco para doenças cardiometabólicas em pessoas idosas, representando um problema de saúde pública, especialmente em países como o Brasil. Dificuldades em exames laboratoriais reforçam a importância de propor ferramentas de baixo custo para o rastreamento desse desfecho.
Objetivos
Investigar a capacidade preditiva de indicadores antropométricos de obesidade em relação à hipertrigliceridemia em pessoas idosas.
Metodologia
Estudo epidemiológico populacional, com delineamento transversal, conduzido com 223 pessoas idosas (57% mulheres; 71,80 ± 7,70 anos) de Aiquara, Bahia, Brasil, selecionadas a partir de um censo baseado nos cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Os indicadores antropométricos analisados foram: índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), razão cintura-quadril (RCQ), razão cintura-estatura (RCE) e índice de conicidade (IC). A hipertrigliceridemia (desfecho) foi definida por níveis de triglicerídeos ≥ 150 mg/dL. Nas análises inferenciais, foram utilizadas curvas receiver operating characteristic (α = 5%).
Resultados
A prevalência de hipertrigliceridemia foi de 35% (homens: 32,30%; mulheres: 37%). Nos homens, os indicadores com maior sensibilidade foram a CA (88,87%, ponto de corte: 91 cm) e o IC (77,42%, ponto de corte: 1,33); com maior especificidade, destacaram-se a RCQ (83,08%, ponto de corte: 1,04) e o IMC (76,92%, ponto de corte: 26,98 kg/m²). Nas mulheres, os maiores valores de sensibilidade foram da CA (95,74%, ponto de corte: 89 cm) e do IMC (87,23%, ponto de corte: 23,48 kg/m²), enquanto a maior especificidade foi do IC (72,50%, ponto de corte: 1,38) e da RCE (68,75%, ponto de corte: 0,64).
Conclusões/Considerações
Nos homens, a CA e o IC mostraram maior capacidade para identificar a presença de hipertrigliceridemia, enquanto a RCQ e o IMC foram mais eficazes na identificação da ausência da condição. Entre as mulheres, a CA e o IMC apresentaram melhor desempenho na detecção da hipertrigliceridemia, e o IC e a RCE se destacaram na identificação da ausência do desfecho.
SABERES, RESISTÊNCIA E ALIMENTAÇÃO: UM MODELO TEÓRICO SOBRE O ENVELHECER EM COMUNIDADES VULNERABILIZADAS
Pôster Eletrônico
1 UNIFOR
2 FATENE
3 UNIFANOR
Apresentação/Introdução
As práticas alimentares no envelhecimento vão além da nutrição, expressando memórias, afetos e resistências culturais. O presente estudo parte do entendimento de que a alimentação ultrapassa o aspecto nutricional e se constitui como prática cultural e simbólica fundamental para a construção identitária de pessoas idosas em territórios vulnerabilizados.
Objetivos
Desenvolver um modelo teórico que revele como as práticas alimentares entre pessoas idosas configuram-se como expressões de memória coletiva, resistência cultural e estratégias de enfrentamento da escassez em contextos de vulnerabilidade social.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado com pessoas idosas moradoras da Comunidade do Dendê, Fortaleza–CE, Brasil, fundamentado em 20 entrevistas semiestruturadas com pessoas idosas, idade média 60 a 80 anos, e observação participante, realizado de abril a maio de 2024, com base em critérios de inclusão: ter residência na Comitê de Ética em Pesquisa nº 6.704.029. A análise integrou teoria fundamentada, análise do discurso e análise temática, resultando na construção de um modelo teórico de significados simbólicos da alimentação. A articulação desses temas possibilitou a elaboração de uma descrição conceitual que sustenta o modelo teórico proposto.
Resultados
Os resultados deram origem a um modelo conceitual de resistência simbólica com três dimensões interligadas: comida como memória alimentar; prazer alimentar em tensão com prescrições médicas e normas biomédicas; escassez enfrentada por meio de condições socioeconômicas. Os idosos acionam a alimentação como um espaço de resistência simbólica e reafirmação identitária, constroem resistências cotidianas na escassez alimentar, e contra prescrições que desconsideram sua história de vida e memória. Práticas alimentares mobilizam afetos, pertencimento e crítica à medicalização. Escutar essas experiências implica valorizar epistemologias populares e dialogar com as subjetividades envolvidas.
Conclusões/Considerações
A alimentação no envelhecimento configura-se como espaço de memória, identidade e resistência. O modelo desenvolvido oferece uma ferramenta conceitual para apoiar intervenções interdisciplinares e políticas públicas culturalmente sensíveis, para incorporar dimensões simbólicas e culturais da comida, promovendo a valorização dos saberes tradicionais, a autonomia dos idosos e a preservação intergeracional desses vínculos afetivos e sociais.
CONDIÇÕES LABORAIS E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ADULTOS MAIS VELHOS DO ELSI-BRASIL: DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS
Pôster Eletrônico
1 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Santa Catarina, Brasil; Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina.
3 Departamento de Ciências Médicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Santa Catarina, Brasil.
4 Centro Universitário Santa Rita, Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, Brasil.
5 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) da Fundação Oswaldo Cruz - Minas e Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
6 Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá, Santa Catarina, Brasil.
Apresentação/Introdução
Os sintomas depressivos em adultos mais velhos têm se tornado mais frequentes e, embora tenham origem multifatorial, costumam estar associados a fatores laborais estressantes que variam entre os sexos, como a insegurança no emprego entre os homens e o excesso de demandas físicas entre as mulheres. Esses fatores impactam negativamente a saúde mental, tornando essencial sua identificação e manejo adequados.
Objetivos
Analisar a associação entre condições laborais e a presença de sintomas depressivos, segundo o sexo, em adultos mais velhos brasileiros.
Metodologia
Estudo transversal com adultos com 50 anos ou mais participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-21). Os sintomas depressivos foram avaliados pela Center for Epidemiological Studies Depression Scale de oito itens (≥4 pontos). As condições laborais investigadas incluíram a satisfação no trabalho, exigência física, pressão constante, liberdade de decisão e de desenvolver habilidades, recebimento de suporte em situação difíceis, salário adequado e trabalho seguro (sim ou não). Realizou-se regressão logística ajustada para sexo, faixa etária, escolaridade, renda domiciliar per capita, comprometimento cognitivo e nível de atividade física no lazer.
Resultados
Foram analisados dados de 2.557 participantes (59,7±6,4 anos). Para os homens, observaram-se maiores chances de sintomas depressivos entre aqueles que relataram insatisfação com o trabalho (OR: 5,09; IC95%: 2,59-10,00) e percepção de insegurança no trabalho (OR: 2,30; IC95%: 1,35-3,91), quando comparados àqueles que não relataram essas condições laborais. Para as mulheres, as maiores chances de sintomas depressivos foram observadas entre aquelas que relataram muita exigência física no trabalho (OR: 1,80; IC95%: 1,00-3,22), carga horária pesada (OR: 1,83; IC95%: 1,18-2,85) e salário inadequado (OR: 2,05; IC95%: 1,20-3,49), em comparação com aquelas que não relataram as mesmas condições.
Conclusões/Considerações
As condições laborais associaram-se aos sintomas depressivos de modo distinto entre os sexos. Houve maiores chances de sintomas depressivos entre os homens com insatisfação e insegurança no trabalho, enquanto, e entre as mulheres com exigência física excessiva, carga horária elevada e remuneração inadequada. Esses achados reforçam a importância de intervenções por gênero no ambiente de trabalho, visando a prevenção de impactos negativos na saúde mental.
LIMITAÇÃO FUNCIONAL, MULTIMORBIDADE E DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS EM IDOSOS BRASILEIROS: UM ESTUDO COM DADOS NACIONAIS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Alfenas – Unifal-MG, Faculdade de Odontologia, Alfenas, MG, Brasil.
2 Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, Instituto René Rachou, Belo Horizonte, MG, Brasil.
3 Universidade de Itaúna, Itaúna, MG, Brasil.
Apresentação/Introdução
A limitação funcional em idosos reflete desigualdades acumuladas ao longo da vida. Suas relações com a multimorbidade e a vulnerabilidade socioeconômica impõem desafios à equidade em saúde. Investigar tais associações contribui para fortalecer políticas públicas que assegurem envelhecimento com dignidade e justiça social.
Objetivos
Avaliar a associação entre multimorbidade e limitação funcional nas atividades básicas (ABVD) e instrumentais da vida diária (AIVD) entre idosos brasileiros, além de verificar a moderação dessa associação pelas condições socioeconômicas.
Metodologia
Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS – 2019), com amostra representativa de brasileiros com 60 anos ou mais. As variáveis dependentes foram limitações funcionais, avaliadas pela dificuldade autorreferida em ≥1 de 6 ABVD ou 4 AIVD. As variáveis independentes incluíram multimorbidade (≥2 doenças crônicas autorreferidas) e condições socioeconômicas (renda domiciliar per capita, escolaridade e escore de bens). Modelos de regressão logística ajustados estimaram associações entre limitações funcionais e multimorbidade. O efeito moderador das condições socioeconômicas sobre tais associações foi avaliado pela inserção de termo de interação nos modelos de regressão.
Resultados
A amostra final incluiu 22.725 indivíduos com 60 anos ou mais. A prevalência de limitação funcional foi de 8,5% (IC95%: 7,9–9,2) nas ABVD e 18,6% (IC95%: 17,8–19,5) nas AIVD. A multimorbidade esteve associada à limitação funcional tanto nas ABVD (OR=2,30; IC95%: 1,93–2,74) quanto nas AIVD (OR=2,26; IC95%: 1,98–2,57). Indivíduos com menor escolaridade e renda apresentaram maiores chances de limitação funcional. Não foi observada interação entre multimorbidade e posição socioeconômica nas associações avaliadas.
Conclusões/Considerações
A limitação funcional em idosos brasileiros associou-se a multimorbidade e a condições socioeconômicas, sendo essa associação constante entre os diferentes níveis de posição socioeconômica. Políticas públicas intersetoriais devem priorizar ações preventivas e estratégias de cuidado integral, com foco na equidade, combate à pobreza e promoção da autonomia funcional, reafirmando o direito à saúde e ao envelhecimento digno.
ASSOCIAÇÃO ENTRE MULTIMORBIDADE E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS: ANÁLISE DO ELSI-BRASIL COM MEDIAÇÃO POR MOBILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UEM
Apresentação/Introdução
A população idosa é a que mais cresce em países em desenvolvimento e no Brasil estima-se que em 2060 essa população seja 3,75 vezes maior que em 2010. A multimorbidade, tem sido associada a desfechos negativos para a saúde mental em idosos, aumentando os riscos de depressão. Problemas de mobilidade pode influenciar significativamente essa relação, afetando a qualidade de vida e autonomia da população idosa.
Objetivos
Avaliar a relação entre multimorbidade e sintomas depressivos em idosos brasileiros com idade igual ou superior a 60 anos e verificar se a mobilidade funcional atua como mediadora dessa associação.
Metodologia
Estudo transversal baseado em dados secundários do ELSI-Brasil, com amostra de 5.432 idosos (idade mediana de 69 anos). A variável dependente foi a presença de sintomas depressivos, medida pela escala CES-D8 ≥ 4. A variável independente principal foi a multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais doenças crônicas. A mobilidade funcional foi analisada como variável mediadora. Foram incluídas covariáveis como sexo, idade, escolaridade, região e zona de residência. A análise estatística envolveu regressão logística e testes de mediação por meio do pacote “mediation” no R. O nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados
A prevalência de multimorbidade na amostra foi de 65,32%, mobilidade limitada 33,06% e sintomas depressivos 44,79%. A regressão logística indicou uma associação significativa entre mobilidade limitada e sintomas depressivos (OR = 1,78, p < 0,001), enquanto a multimorbidade não apresentou associação significativa direta com depressão (OR = 1,02, p = 0,74). A análise de mediação revelou um efeito indireto negativo e não significativo da multimorbidade sobre os sintomas depressivos via mobilidade funcional (ACME = -0,0018, p > 0,05), sugerindo que a mobilidade não atua como mediadora clara dessa relação. A análise por subgrupos mostrou variações conforme sexo e região, mas manteve a tendência geral.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam que a multimorbidade não está diretamente associada aos sintomas depressivos em idosos, mas a limitação de mobilidade é um fator de risco significativo para depressão. A mediação da mobilidade na relação entre multimorbidade e depressão não foi estatisticamente significativa. Esses resultados reforçam a importância de intervenções focadas na preservação da mobilidade funcional para mitigar impactos negativos na saúde mental dos idosos.
IMPACTO DO PROGRAMA ISUPPORT-BRASIL NA QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE PESSOAS QUE VIVEM COM DEMÊNCIA: EVIDÊNCIAS DE UMA INTERVENÇÃO ONLINE
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
2 UCB
Apresentação/Introdução
Cuidar de pessoas com que vivem demência impõe desafios que impactam a qualidade de vida dos cuidadores. Oferecer suporte eficaz é essencial para prevenir o estresse relacionado ao cuidado. O programa iSupport-Brasil visa treinar e oferecer apoio psicossocial aos cuidadores, por meio de uma abordagem estruturada, acessível e on-line.
Objetivos
Analisar o impacto do programa iSupport-Brasil sobre a qualidade de vida de cuidadores de pessoas que vivem com demência.
Metodologia
Estudo vinculado ao projeto “Avaliação dos efeitos do programa iSupport-Brasil”, realizado em parceria com o Ministério da Saúde entre 2023–2024. Participaram 46 cuidadores de pessoas que vivem com demência em diferentes regiões do Brasil. O iSupport-Brasil é uma adaptação da intervenção desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde, estruturada em cinco módulos sobre a demência, cuidados práticos, manejo de comportamentos, autocuidado e apoio social. Os participantes, responderam antes e três meses após o uso do programa os dados sociodemográficos e Quality of Life – Alzheimer’s Disease (QoL-AD). Utilizou-se o teste T de medidas repetidas. Todos os aspectos éticos foram respeitados.
Resultados
Entre os cuidadores participantes, a maioria era do sexo feminino (89,1%), com média de idade de 52,6 anos (±10,3), residentes no estado de São Paulo (52,2%), casadas (54,3%), de cor branca (58,7%) e com 12 anos ou mais de escolaridade (91,3%). A maioria atuava como cuidador principal (71,7%), era filho(a) da pessoa com demência (69,3%), cuidava entre 1 e 3 anos (50,0%), de 6 a 7 dias por semana (71,7%). A demência mais frequente era a Doença de Alzheimer (58,7%). Observou-se um aumento na média do escore de qualidade de vida, de 31,0 (±8,0) no pré-teste para 32,4 (±7,8) no pós-teste, após o uso do programa.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam uma melhora na qualidade de vida dos cuidadores após a utilização do programa iSupport-Brasil, sugerindo que intervenções on-line podem contribuir positivamente para o bem-estar dessa população. Tais achados reforçam a importância de políticas públicas voltadas ao suporte contínuo aos cuidadores de pessoas com demência, cumprido as metas mundiais do Plano de Ação Global e em uma política pública de atenção nacional.
MASSA MUSCULAR DIMINUÍDA EM IDOSOS COM 90 ANOS OU MAIS: PREVALÊNCIA CONFORME DOIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Goiás
Apresentação/Introdução
A identificação precoce da massa muscular diminuída em idosos longevos é essencial visto os desfechos negativos associados. Entre os diferentes tipos de métodos de avaliação de massa muscular diminuída, destaca-se a densitometria por absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA), considerada padrão-ouro e a circunferência de panturrilha (CP) para fins de rastreamento.
Objetivos
Comparar a prevalência de massa muscular diminuída em idosos longevos utilizando os dois métodos (DEXA e CP).
Metodologia
Este estudo transversal utiliza dados do Projeto Cuidar 90+, realizado com idosos ≥90 anos usuários do SUS em Goiânia, Goiás. Os dados foram coletados em entrevista domiciliar e na Clínica Escola da Universidade Federal de Goiás de outubro de 2024 a maio de 2025. A massa muscular foi avaliada pela DEXA e classificada conforme os critérios do European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2) (< 7.0kg/m2 para homens e < 5.5kg/m2 para mulheres). Para rastreamento, utilizou-se a CP (< 34cm para homens e <33cm para mulheres)2. A análise foi realizada no software Stata, versão 15.0, utilizando estatística descritiva e o teste de qui-quadrado com nível de significância de 5%.
Resultados
A amostra incluiu 23 idosos, com média de idade de 92,5 ± 3,0 anos, variação entre 90–103 anos, sendo os idosos predominantemente do sexo feminino (60,9%). Pela circunferência da panturrilha, 60,9% apresentaram massa muscular diminuída. Já pela densitometria (Índice de Massa Muscular Esquelética/altura²), a prevalência foi de 21,7%.
Conclusões/Considerações
A circunferência de panturrilha demonstrou-se um método de rastreamento sensível para a identificação de baixa massa muscular em idosos longevos, apresentando prevalência superior à obtida pela densitometria, conforme esperado para instrumentos de triagem.
ANALISANDO A MUDANÇA TEMPORAL DA SAÚDE DE PESSOAS IDOSAS BRASILEIRAS E O PAPEL DOS DETERMINANTES SOCIOECONÔMICOS
Pôster Eletrônico
1 FJP
2 UFMG
3 FIOCRUZ-Minas
Apresentação/Introdução
Nas últimas décadas, compreender se as pessoas idosas estão envelhecendo com mais saúde tornou-se essencial. Analisar as mudanças temporais nas condições de saúde dessa população e o papel dos fatores socioeconômicos é fundamental, considerando as profundas desigualdades sociais existentes no Brasil e seus impactos no envelhecimento.
Objetivos
Verificar a tendência geral da prevalência de distintas condições de saúde de pessoas idosas brasileiras ao longo dos anos e se as mudanças se diferenciam em função das condições socioeconômicas.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, que utilizou dados dos suplementos saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), dos anos de 1998, 2003 e 2008 e dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 e 2019. As variáveis dependentes foram incapacidade funcional mensurada pelas atividades básicas de vida diária (ABVD), autopercepção de saúde. Foram empregados modelos logísticos binários com a variável tempo como explicativa, com ajustes, além de modelos de interações entre a variável de ano e as socioeconômicas, comparando apenas 1998 e 2008 e 2013 com 2019. As análises dos dados foram realizadas no Stata, versão 15, usando o delineamento de amostragem complexa.
Resultados
Entre 1998 e 2008, dados da PNAD mostrou aumento da prevalência de incapacidade funcional de 8% (p=0,003) em ambos os sexos e de 12% entre mulheres (p=0,001). Em 2008, a chance de autopercepção de saúde ruim foi 11% menor do que em 1998 para ambos os sexos (p<0,001) e 21% menor entre mulheres (p<0,001). Na PNS, houve aumento de 45% na prevalência de incapacidade funcional entre 2013 e 2019, mesmo após ajuste por fatores de confusão. Para autopercepção de saúde, não houve efeito significativo. As interações sugerem que o efeito das condições socioeconômicas variou nos anos: riqueza com incapacidade funcional entre 1998 e 2008 e renda com autopercepção de saúde entre 2013 e 2019.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam que, embora haja avanços na autopercepção de saúde entre as pessoas idosas, a incapacidade funcional aumentou no período analisado. As desigualdades socioeconômicas influenciaram de
forma distinta os desfechos ao longo do tempo, indicando a necessidade de políticas públicas que considerem esses determinantes para promover um envelhecimento mais saudável e equitativo.
CUIDADORAS FAMILIARES DE PESSOAS IDOSAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA: A FRAGILIDADE DA REDE DE APOIO
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Durante a pandemia de COVID-19, cresceram os desafios das cuidadoras familiares de pessoas idosas no Brasil. Sem políticas públicas eficazes e com o distanciamento social, é urgente entender os apoios disponíveis a essas mulheres, responsáveis pelo cuidado doméstico, enfrentando desigualdade socioeconômica, impactos na saúde e sobrecarga física e emocional.
Objetivos
O estudo identificou o tipo de apoio recebido por cuidadoras familiares de pessoas idosas na pandemia e analisou fatores socioeconômicos, de saúde e do cuidado que influenciaram a presença de apoio contratado, familiar ou a ausência dele.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com base em dados do inquérito nacional CUIDA-COVID, conduzido entre agosto e novembro de 2020, com 2.023 cuidadoras familiares não remuneradas de pessoas idosas. A coleta foi feita por questionário online, com ampla divulgação institucional. As variáveis independentes incluíram raça/cor, pobreza, saúde, tempo de cuidado e convivência com o idoso. Os desfechos foram: apoio contratado, apoio familiar e ausência de apoio. As associações foram avaliadas por regressão de Poisson com variância robusta, com modelos multivariados ajustados por idade.
Resultados
Entre as cuidadoras, 48,6% relataram apoio familiar, 38,3% estavam sem apoio e 13,1% contavam com apoio contratado. O apoio contratado esteve associado a melhores condições de saúde e renda, menor dedicação integral ao cuidado e maior grau de dependência da pessoa idosa. O apoio familiar foi mais frequente entre cuidadoras mais pobres e que sofreram maior perda de renda na pandemia. Já a ausência de apoio esteve associada à coabitação com o idoso, dedicação integral ao cuidado, piores condições de saúde e menor rede de suporte. A pandemia acentuou as desigualdades preexistentes, agravando a sobrecarga das cuidadoras sem apoio e comprometendo sua saúde mental e física.
Conclusões/Considerações
A pandemia de COVID-19 revelou a precariedade do cuidado informal no Brasil, especialmente entre cuidadoras sem apoio. A falta de suporte está ligada à sobrecarga, pior saúde e vulnerabilidade econômica. O apoio familiar é importante, mas tem limitações, e o apoio contratado depende de melhores condições socioeconômicas. Políticas públicas devem fortalecer a proteção social e os serviços formais, focando na saúde, renda e divisão do cuidado.
PERFIL DE MORTALIDADE DOS IDOSOS DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS (MG): CONTRIBUIÇÃO DAS CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA (2013–2021)
Pôster Eletrônico
1 UFSJ
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional tem impactado o perfil de mortalidade entre idosos no Brasil, especialmente em cidades no interior do país. Ademais, as causas sensíveis à atenção primária (CSAP) são indicadores da efetividade da Atenção Primária à Saúde (APS). Assim, analisar a mortalidade por CSAP entre idosos permite direcionar políticas públicas e qualificar o cuidado à saúde dessa população.
Objetivos
Descrever o perfil de mortalidade de idosos em Divinópolis (2013–2021), por faixa etária e sexo, destacando a contribuição das condições sensíveis à atenção primária e sua proporção em relação à mortalidade total.
Metodologia
Trata-se de estudo de painel descritivo que utilizou dados de mortalidade por causas (CID-10) em idosos (≥60 anos) no município de Divinópolis, no período de 2013 a 2021, obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS. Os dados populacionais para cálculo das taxas foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também via DATASUS. Realizou-se análise descritiva estratificada por sexo e faixa etária (60–69, 70–79 e ≥80 anos). Foram calculadas taxas anuais de mortalidade por capítulo da CID-10 e por condições sensíveis à atenção primária (CSAP), assim como a mortalidade proporcional por CSAP, relacionando-se os óbitos por CSAP ao total de óbitos.
Resultados
Observou-se estabilidade nas principais causas de óbito entre 2013 e 2019, com doenças circulatórias, neoplasias, respiratórias e endócrinas liderando as quatro primeiras posições, nesta ordem. Em 2021, doenças infecciosas e parasitárias passaram a liderar, reduzindo a posição das demais. As taxas por faixa etária seguem padrões semelhantes, com variações na ordem das causas. Em ambos os sexos há um predomínio de doenças circulatórias, porém entre as mulheres a diferença em relação à segunda posição é maior. A mortalidade por CSAP manteve-se estável ao longo do período, representando cerca de 30% da mortalidade anual, com queda proporcional em 2021 devido ao aumento da mortalidade geral.
Conclusões/Considerações
Embora o aumento das doenças infecciosas em 2021 indique desafios emergentes para o cuidado dessa população, as doenças circulatórias permanecem como principal causa de mortalidade em idosos, evidenciando a necessidade de fortalecer a APS para prevenção e controle dessas condições de saúde. Ademais, a alta mortalidade proporcional por CSAP reforça o papel fundamental deste nível de atenção no manejo dessas doenças e para a saúde pública.
PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CUIDADO NOS INQUÉRITOS BRASILEIROS: INVISIBILIDADE OU VISIBILIDADE?
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O envelhecimento da população brasileira pressiona a sustentabilidade do cuidado de longa duração, tradicionalmente atribuído às famílias, especialmente às mulheres. A naturalização desse cuidado invisível expõe desigualdades estruturais de gênero, raça e classe, perpetuando a reprodução social sem reconhecimento nos sistemas de informação, políticas públicas e saúde coletiva.
Objetivos
Analisar a invisibilidade dos cuidadores familiares de pessoas idosas no Brasil, a partir de sua ausência nos inquéritos populacionais e na produção científica, refletindo sobre os impactos desse apagamento na garantia de direitos e na promoção da equidade
Metodologia
Estudo qualitativo documental e bibliográfico que analisou dois eixos: (1) a presença de informações sobre cuidadores familiares nos sistemas públicos de saúde e inquéritos populacionais no Brasil; (2) a produção científica nacional sobre cuidadores de pessoas idosas. No primeiro, foram examinados instrumentos dos principais inquéritos (PNS, PNAD, CUIDA-COVID e CONVID). No segundo, revisão nas bases BVS e PUBMED (2000-2020). As análises ocorreram por leitura temática e categorização, com base em marcos teóricos do envelhecimento, cuidado e determinantes sociais da saúde.
Resultados
A pesquisa evidencia um duplo apagamento. Nos inquéritos nacionais, inexistem variáveis específicas que identifiquem cuidadores familiares, suas condições de saúde, sobrecarga ou demandas. No campo científico, observa-se uma produção ainda limitada, fragmentada e predominantemente focada na dimensão psicossocial individualizada do cuidado, sem articular de forma robusta os determinantes sociais, as relações de gênero, raça e classe, ou a responsabilidade do Estado. Tal invisibilidade perpetua a desresponsabilização das políticas públicas frente ao cuidado de longa duração, sustentado, de forma desigual, pelo trabalho invisível de mulheres, majoritariamente negras e pobres.
Conclusões/Considerações
O não reconhecimento dos cuidadores familiares em dados, pesquisas e políticas configura grave violação de direitos, aprofundando desigualdades e precarizando vidas. A centralidade do cuidado de longa duração no envelhecimento exige sua inclusão urgente nas agendas públicas e na saúde coletiva, com políticas intersetoriais, valorização do trabalho reprodutivo e enfrentamento das desigualdades estruturais.
AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE EM IDOSOS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DE MINAS GERAIS.
Pôster Eletrônico
1 PPG CiPharma/UFOP
2 EFAR/UFOP
3 PPG CiPharma/UFOP e EFAR/UFOP
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional associado ao aumento das doenças crônicas gera situações de maior risco e vulnerabilidade. A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa, realizada pela Atenção Primária à Saúde (APS), representa o ponto de partida para o reconhecimento das especificidades e a organização de respostas às demandas dessa parcela crescente da população.
Objetivos
Avaliar o perfil de vulnerabilidade clínico-funcional e sociofamiliar de idosos atendidos em um serviço de APS, de um município de médio porte, em Minas Gerais (MG).
Metodologia
Estudo transversal, realizado de março/2024 a abril/2025. Participaram os indivíduos ≥ 60 anos, cadastrados no prontuário eletrônico e-SUS de uma Unidade Básica de Saúde. Utilizaram-se os instrumentos Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20) e Índice de Vulnerabilidade Sociofamiliar-10 (IVSF-10) para avaliar o perfil de fragilidade e suporte social, respectivamente. Os idosos foram classificados em baixo, moderado e alto risco de vulnerabilidade clínico-funcional ou sociofamiliar. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas, médias e desvio padrão. Considerou-se polifarmácia o uso concomitante de 5 medicamentos ou mais.
Resultados
Participaram do estudo 456 idosos, idade média de 69,9 anos (DP =7,5). A maioria era mulher (68,4%, n=312), autoavaliou a saúde como boa (68,9%, n=311) e morava com familiares (84,4%, n=374). A maioria (94,6%; n=419) possuía renda do tipo salário, aposentadoria ou outra fonte própria e 93,9% (n=416) disseram saber ler e escrever. Sentimento de tristeza foi relatado por 46,7% (n=213), 24,1% (n=110) gastaram mais de 5 segundos para andar 4 metros e 39,2% (n=179) estavam em polifarmácia. Cerca de 45,0% (n=205) dos entrevistados apresentavam risco moderado ou alto de vulnerabilidade clínico-funcional e 26,2% (n=116) encontravam-se em situação de vulnerabilidade sociofamiliar moderada ou alta.
Conclusões/Considerações
A avaliação multidimensional possibilitou a identificação de subgrupos em maior risco de vulnerabilidade clínico-funcional e sociofamiliar. Esses dados subsidiarão a implantação de um serviço de cuidado farmacêutico para os idosos no município e reforçam a importância do cuidado centrado na pessoa.
MORTALIDADE POR ACIDENTE DE TRÂNSITO ENTRE IDOSOS EM MARABÁ, PA
Pôster Eletrônico
1 UNIFESSPA
Apresentação/Introdução
Acidentes de trânsito são um grave problema de saúde pública, impactando vítimas, famílias e sociedade. No Brasil, esse fato se agrava com o envelhecimento populacional, resultando em um cenário crítico para idosos, que estão cada vez mais expostos. Embora doenças crônicas sejam a causa mais frequente de mortalidade nessa faixa etária, os acidentes de trânsito representam um agravo significativo.
Objetivos
Analisar a mortalidade por acidentes de trânsito em idosos no município de Marabá-Pará entre os anos de 2010 a 2021.
Metodologia
Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, sobre mortalidade de idosos por acidentes de trânsito, no município de Marabá-Pará, entre 2010 a 2021. Os dados de mortalidade foram coletados de registros de óbitos por acidentes de trânsito, definido segundo o (CID-10) e os dados da população foram obtidos, por meio do censo do IBGE (2010) e os demais anos, por estimativas da RIPSA. A pesquisa envolveu idosos vítimas fatais de acidentes de trânsito, desconsiderando o tipo de veículo. Calculou-se taxas de mortalidade geral, por ano, por faixa etária (60 a 69, 70 a 79 e 80+) e por categoria de condição do idoso envolvido (se pedestre ou motorista/passageiro.
Resultados
Observou-se que a mortalidade por acidente de trânsito entre idosos, apresentou tendência de elevação ao longo do período observado, com exceção dos anos pandêmicos de covid-19 (2020 e 2021). Entre os anos de 2010 a 2019, o aumento percentual foi de 117%, variando de 3,84 para 8,4/ 1000 habitantes, respectivamente. A análise por faixa etária mostrou que, embora tenha apresentado tendência de aumento de óbitos em todas as categorias, a taxa de mortalidade aumenta com a idade. Estratificando por condição do idoso, observou-se maiores taxas entre idosos jovens (60-69 anos) e na condição de motociclista (23,8/1000hab), configurando possivelmente, maior exposição dessa faixa etária no trânsito.
Conclusões/Considerações
Este estudo elucidou uma realidade alarmante em Marabá-Pará, visto que os óbitos entre idosos vítimas de acidentes de trânsito são evitáveis e necessitam de intervenção urgente por parte das autoridades e da participação social na construção de políticas públicas de urbanização, como por exemplo passarela, calçadas, sinalização, entre outros. Além disso, estudos futuros devem investigar o espaço geográfico dos óbitos (zona urbana ou rural).
FRAGILIDADE FÍSICA EM PESSOAS IDOSAS COMUNITÁRIAS DE UMA CIDADE DE PEQUENO PORTE DO NORDESTE DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2 UFPB
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno global, e o Brasil passa por essa transição demográfica rapidamente. Estima-se que, em 2030, 18,9% da população brasileira será idosa. Neste contexto, a fragilidade física é uma síndrome que aumenta a vulnerabilidade e diminui a capacidade de adaptação dos idosos às demandas do dia a dia. Pesquisas apontam a relevância do monitoramento no contexto nacional.
Objetivos
Identificar a prevalência da fragilidade física e analisar a contribuição de cada item do fenótipo na determinação da síndrome em idosos comunitários de uma cidade de pequeno porte do Nordeste brasileiro.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico, de delineamento transversal. Foi realizado com indivíduos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes nas áreas urbana e rural do município Jacaraú, do estado da Paraíba, Brasil. O tamanho amostral foi de 253 idosos, estratificada conforme a proporção de idosos de sete UBS’s do município. A avaliação da fragilidade física foi realizada por meio da aplicação do fenótipo de fragilidade, considerando os critérios originais e seus respectivos pontos de corte, conforme os seguintes itens: (1) Perda de peso, (2) Exaustão, (3) Nível de Atividade Física, (4) Diminuição da força muscular, (5) Lentidão na marcha.
Resultados
Entre os participantes, 20,2% foram classificados como frágeis (n=51), 59,3% como pré-frágeis (n=150) e 20,6 % como robustos (n=52), segundo o fenótipo da fragilidade de Fried. O critério mais prevalente foi a baixa força de preensão palmar (43,5%, n=110), seguido de lentidão da marcha (40,3%, n=102), baixo nível de atividade física (35,2%, n=89), exaustão (20,2%, n=51) e perda de peso (12,3%, n=31). Entre os pré-frágeis, 30,1% (n=76) apresentaram um critério e 29, 2% (n=74) dois, entre os frágeis, de 17,8% (n=45) tinham três e 2,4% (n=6) quatro critérios.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou maior proporção de indivíduos frágeis e menos robustos que a média nacional, sugerindo maior vulnerabilidade possivelmente ligada a fatores associados. A força de preensão palmar reduzida foi o critério mais frequente, seguida por marcha lenta e inatividade física. Os dados reforçam a importância de incluir a avaliação da fragilidade física na rotina dos serviços de saúde e promover ações para melhorar a funcionalidade da pessoa idosa.
CLIMATERIO E SEXUALIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
Climatério é definido como a fase de transição entre a vida reprodutiva e não reprodutiva da mulher (perimenopausa, menopausa e pós-menopausa). Nesta fase, há uma redução hormonal e frequentes relatos de mudanças fisiológicas que geram impacto na vida sexual. Alguns sintomas podem estar relacionados a esta mudança na vida sexual, como: alterações na vulva/vagina, sudorese noturna, fadiga.
Objetivos
Analisar os impactos do climatério na sexualidade feminina, considerando aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais.
Metodologia
Revisão bibliográfica de abordagem qualitativa a partir de busca nas bases de dados PubMed, SciELO, LILACS utilizando a combinação das seguintes palavras-chave: "menopause AND sexuality", "female sexual dysfunction AND aging". Foram incluídos de artigos publicados entre os anos de 2020 a 2025, estudos com amostras significativas e revisão por pares, excluindo-se artigos sem relevância clínica ou metodologia inadequada, estudos em português, inglês e espanhol com foco no climatério e na sexualidade feminina. Os artigos encontrados foram organizados em tabelas a fim de serem comparados e analisados.
Resultados
No Brasil, aproximadamente 30 milhões de mulheres estão na faixa etária do climatério, e este impacta significativamente a sexualidade feminina, com 75% das mulheres brasileiras relatando fogachos e 50% sofrendo com secura vaginal e redução da libido. Apesar disso, menos de 20% discutem esses sintomas com médicos, deixando evidente uma lacuna no cuidado. Dados do SUS mostram que apenas 15% das mulheres usam terapia hormonal, enquanto alternativas como lubrificantes têm alta eficácia. Fatores psicossociais, como baixa autoestima e estigma cultural, agravam o quadro, especialmente em populações vulneráveis assim como a dificuldade de acesso á especialistas.
Conclusões/Considerações
Os dados revelam que apesar dos avanços ainda há uma grande lacuna no cuidado especifico para lidar com as mudanças (fogachos, secura vaginal e impactos na saúde mental). Também foi possível notar que apenas uma porcentagem pequena das mulheres discutem estes sintomas com seus médicos, dificultando assim uma assistência de qualidade. Desta forma, é urgente a criação e inovação de mecanismos para facilitar o acesso à saúde destas mulheres.
APOIO MATRICIAL COMO DISPOSITIVO DE CONSTRUÇÃO E FORTALECIMENTO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Pôster Eletrônico
1 PMC e Faculdade São Leopoldo Mandic Araras
2 PMC
Apresentação/Introdução
O matriciamento objetiva fortalecer as relações entre as equipes da atenção básica e da atenção especializada, por meio de discussões de caso e intervenções terapêuticas. Neste sentido, o desenvolvimento de estudos sobre o matriciamento aplicado à linha de cuidado do envelhecimento parte da necessidade de compreender como tem se dado a aplicação dessa estratégia nas redes vivas de saúde.
Objetivos
O objetivo deste estudo é descrever e analisar a prática do apoio matricial, realizado no período de 2023 a 2024, entre as equipes de saúde da família (ESF) e a equipe do Centro de Referência à Saúde do Idoso de Campinas/SP (CRSI).
Metodologia
O presente trabalho se apoiou no método de estudo de caso, trata-se de um estudo qualitativo, narrativo-descritivo. Para tanto, foram utilizados registros escritos das atas de reunião por telematriciamento e a observação das práticas e das reuniões de equipe realizadas no Centro de Referência à Saúde do Idoso (CRSI). Após a coleta, os dados foram transcritos e organizados por meio de sistematização inicial. A seguir todo material foi categorizado utilizando a técnica de análise de conteúdo. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e o grupo de pesquisa se compromete a seguir as diretrizes da lei de proteção de dados pessoais (Lei no 13709/2018).
Resultados
Os resultados encontrados apontaram progressos quanto ao fortalecimento do trabalho compartilhado entre equipes, o aumento da realização de ações de continuidade do cuidado entre Atenção Básica e Atenção Especializada, a ampliação da compreensão sobre os processos de saúde-doença vivenciados pela população idosa em suas amplas dimensões: clínica, funcional e psicossocial. Esses resultados indicam que a prática do apoio matricial tem sido uma estratégia potente para a construção e fortalecimento das ações dirigidas a essa linha de cuidado. Por outro lado, dificuldades relacionadas à comunicação e organização estão entre os principais obstáculos encontrados para sua efetivação e expansão.
Conclusões/Considerações
No caso estudado, embora tenham sido levantados alguns impasses, o matriciamento vem se apresentando como uma estratégia de ampliação do acesso e continuidade do cuidado da pessoa idosa. Além disso, ressalta-se a contribuição dessa prática nos processos de formação continuada. Neste sentido, essa pesquisa recomenda que o matriciamento seja replicado em outras regiões de saúde, assim como aponta a necessidade de outros estudos sobre a temática.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ENVELHECIMENTO POPULACIONAL: CONSIDERANDO AS PESSOAS IDOSAS EM CONTEXTOS DE EVENTOS EXTREMOS
Pôster Eletrônico
1 FSP/USP
Apresentação/Introdução
Dois grandes fenômenos coexistem atualmente, o envelhecimento populacional e as mudanças climáticas. No Brasil, acontecem em contextos de enormes disparidades sociais e ambientais, demandando que sejam pautados na agenda pública de modo a minimizar possíveis efeitos negativos. Evidências apontam que eventos extremos têm efeitos adversos agudos e crônicos sobre a saúde das pessoas idosas.
Objetivos
Apresentar uma revisão da literatura e documental sobre a relação entre eventos extremos oriundos das mudanças climáticas e as populações idosas, de modo a contribuir para pautar essa questão, de forma preventiva, na agenda pública.
Metodologia
Foi realizada uma análise documental com base em artigos científicos, relatórios e documentos disponíveis na área da saúde, gerontologia, políticas ambientais, com especial atenção a temas como “Climate Change and Population Ageing”, entre outros. Foi feita a extração e síntese das principais informações acerca dos indicadores de saúde, de vulnerabilidade socioambiental, das implicações do problema central investigado, assim como de obstáculos e recomendações. A análise apontou para a ausência de dados desagregados por faixas etárias como um limitador para a proposição de políticas adaptativas que considerem as pessoas idosas, tema particularmente relevante em países em desenvolvimento.
Resultados
Entre os achados encontram-se a maior vulnerabilidade das populações idosas aos eventos extremos, que podem levar a um aumento nas hospitalizações e mortalidade por doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas. A criação de protocolos de emergência e ações de prevenção adaptadas às necessidades e heterogeneidade das velhices, em geral marginalizadas nos processos participativos. É fundamental incluir as pessoas idosas como agentes comunitários e lideranças locais nesses processos. No contexto do Brasil, é especialmente importante considerar a diversidade de regiões, pois aumenta a variedade de eventos extremos e exige planos de ação que atendam às características locais.
Conclusões/Considerações
É urgente integrar as demandas das pessoas idosas às ações de mitigação e adaptação climáticas. Sem isso, agravam-se os riscos à saúde, a sobrecarga nos serviços e as desigualdades socioambientais. São necessários: indicadores específicos, participação efetiva, ambientes acessíveis e seguros, além da capacitação de profissionais e gestores para o manejo dos riscos na saúde das pessoas idosas.
AUTOAVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE EM PESSOAS IDOSAS BRASILEIRAS: TENDÊNCIA TEMPORAL ENTRE 2006 E 2021
Pôster Eletrônico
1 UFMT
Apresentação/Introdução
O estado de saúde dos indivíduos pode ser avaliado de diferentes formas, objetivas ou subjetivas. A autoavaliação do estado de saúde é uma ferramenta útil e simplificada, que, a partir da avaliação subjetiva da pessoa, permite identificar possíveis problemas de saúde, necessidades de cuidados, qualidade de vida, capacidade funcional, bem-estar geral e acesso aos serviços de saúde.
Objetivos
Estimar a tendência temporal da autoavaliação do estado de saúde em pessoas idosas brasileiras segundo as macrorregiões.
Metodologia
Análise de série temporal de dados de idosos brasileiros (≥ 60 anos) do inquérito VIGITEL, entre 2006 e 2021. A autopercepção do estado de saúde foi obtida com a pergunta “O(a) Sr.(a) classificaria seu estado de saúde como”, sendo classificada em positivamente para as respostas Muito bom e Bom, regular para a resposta Regular e como negativamente para respostas Ruim e Muito ruim. As frequências da autoavaliação foram estimadas considerando o efeito do desenho do estudo e estratificadas por macrorregião. A tendência temporal foi avaliada com a regressão por Joinpoint e cálculo da variação percentual anual e da variação percentual anual média (VPAM).
Resultados
A autoavaliação positiva variou entre 51,4% em 2006 e 54,8% em 2021, com tendência de aumento para o Brasil (VPAM= 0,61) e regiões Norte (1,67), Nordeste (1,01), Sul (0,72) e Sudeste (0,34), a região Centro-Oeste apresentou estabilidade. A autoavaliação regular variou entre 40,2% em 2006 e 39,0% em 2021, com tendência de redução para o país (-0,78) e regiões Norte (-0,89), Nordeste (-0,60) e Sul (-1,45), as regiões Sudeste e Centro-Oeste tiveram estabilidade. A autoavaliação negativa variou entre 8,5% em 2006 e 6,3% em 2021, com tendência de redução para o país (-2,03) e regiões Norte (-3,72), Nordeste (-2,68), Sul (-2,35) e Centro-Oeste (-4,22), a região Sudeste apresentou estabilidade.
Conclusões/Considerações
De modo geral, foi observada melhora na autoavaliação do estado de saúde em pessoas idosas brasileiras entre 2006 e 2021, com particularidades de acordo com a macrorregião do país. Compreender as disparidades regionais na percepção do estado de saúde das pessoas idosas pode auxiliar o direcionamento de ações de promoção do envelhecimento saudável e a atenção a saúde.
RELAÇÃO ENTRE O SUPORTE SOCIAL DA VIZINHANÇA E A PRÉ-FRAGILIDADE EM ADULTOS MAIS VELHOS BRASILEIROS
Pôster Eletrônico
1 UFSC
2 UCL
Apresentação/Introdução
O suporte social da vizinhança é essencial para a saúde de adultos mais velhos, pois envolve interações e sentimento de pertencimento. Pesquisas indicam que redes sociais robustas estão associadas a menor risco de pré-fragilidade, condição de maior vulnerabilidade ligada a quedas e hospitalizações. Interações regulares reduzem o stress, promovem resiliência e a melhora capacidade funcional.
Objetivos
O objetivo do estudo é investigar a relação entre o suporte social da vizinhança e a pré-fragilidade em adultos mais velhos no Brasil.
Metodologia
Este estudo transversal utilizou dados do Estudo Longitudinal do Envelhecimento Brasileiro (ELSI-Brasil), coletados entre 2015-2016, de pessoas com 50 anos ou mais. A fragilidade foi avaliada por meio do Fenótipo de Fried e o suporte social da vizinhança, por questões que abordam aspectos como confiança e respeito. A regressão logística multinomial explorou a associação entre as variáveis, ajustadas por sexo, faixa etária, cor/etnia, estado civil, escolaridade, renda per capita, escore cognitivo global, multimorbidade e atividade física. As análises foram realizadas no software Stata SE 16. O ELSI-Brasil foi aprovado pelo Conselho de Ética em Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz.
Resultados
Dos 9.412 participantes no ELSI, 5.230 foram incluídos na análise. A maioria era do sexo feminino, com idade entre 50 e 59 anos, de cor branca, com companheiro, tinha 1 a 4 anos de educação formal e pertencia ao tercil superior de renda. Em relação ao desfecho primário do estudo e à exposição, 49,0% foram categorizados como frágeis e 75,0% referiram ausência de suporte social. Na análise de regressão logística bruta, a ausência de suporte social foi associada a prevalência 29% maior de pré-fragilidade. Após ajustes, a associação manteve-se significativa, com prevalência 28% superior de pré-fragilidade.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam a relação significativa entre a ausência de suporte social e a prevalência de pré-fragilidade em adultos mais velhos. Mesmo após ajuste para variáveis sociodemográficas, de saúde e comportamentais, a ausência de suporte social permaneceu associada a maior prevalência de pré-fragilidade, o que enfatiza a importância de abordar os determinantes sociais da saúde como estratégia de prevenção da fragilidade ao longo do envelhecimento.
ESTADO FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA PÓS-COVID-19 E FATORES ASSOCIADOS AO COMPROMETIMENTO FUNCIONAL: REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional impõe desafios crescentes ao sistema de saúde, onde a avaliação da capacidade funcional é essencial para o cuidado integral à pessoa idosa. No cenário pós-COVID-19, o agravamento de condições pré-existentes e o surgimento de novos comprometimentos funcionais, reforçam a urgência de fortalecer redes de cuidado e promover um envelhecimento ativo e com autonomia.
Objetivos
Mapear as evidências disponíveis sobre a avaliação da capacidade funcional de pessoas idosas no período pós-infecção por COVID-19 e os fatores associados ao comprometimento funcional.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo conduzida segundo as diretrizes do Joanna Briggs Institute. As buscas foram realizadas nas bases Cochrane, LILACS, MEDLINE, Scopus e Web of Science, além de consulta ao Google Scholar, Portal CAPES e busca manual nas referências dos estudos incluídos, considerando as publicações entre janeiro de 2020 e julho de 2024. Utilizou-se os descritores e palavras-chave “Aged”, “Elderly”, “Functional Status”, “Functionality”, “Post-COVID-19” e “Long COVID-19”, combinados com os operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos estudos que abordassem a capacidade funcional de pessoas idosas após infecção por COVID-19, bem como fatores associados.
Resultados
Foram incluídos nove estudos, publicados entre 2020 e 2023, todos em língua inglesa. De modo geral, a maioria dos estudos apresentaram comprometimento funcional pós-COVID-19 em pessoas idosas (77,8%), com influência de fatores como idade avançada (42,9%), tempo de internação hospitalar (42,9%), complicações da COVID-19 (28,7%), sexo feminino (28,7%), maior tempo de ventilação mecânica (14,3%) e inatividade física prévia (14,3%). As consequências desse comprometimento podem repercutir com baixa funcionalidade da pessoa idosa na realização das atividades de vida diárias, fato que impacta diretamente na qualidade de vida dessa população, uma vez que tem reduzida a sua própria independência.
Conclusões/Considerações
A COVID-19 pode gerar sequelas funcionais persistentes, afetando a autonomia e a qualidade de vida da pessoa idosa. Entender seus efeitos é essencial para orientar intervenções e prevenir o declínio funcional.Tais evidências reforçam a importância do cuidado integral, estruturado na avaliação multidimensional da pessoa idosa. Ampliar a compreensão do envelhecimento na Saúde Coletiva exige considerar suas dimensões clínicas, sociais e políticas.
EFEITO DO PROJETO PILOTO DO PROGRAMA MAIOR CUIDADO (PMC) NA VIDA DAS PESSOAS IDOSAS ASSISTIDAS NOS MUNICÍPIOS DE SALVADOR (BA) E CONTAGEM (MG)
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
Introdução: O projeto piloto do PMC oferece cuidados a pessoas idosas dependentes e semi-dependentes em situação de vulnerabilidade social. Os cuidadores sociais cuidam diariamente de idosos no domicílio, orientados por um plano de cuidado desenvolvido pelas equipes de Saúde da Família (eSF), multidisciplinar (e-Mult) e profissionais dos Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do seu território.
Objetivos
Objetivo: Analisar os efeitos do projeto piloto do PMC na vida de pessoas idosas assistidas nos municípios de Salvador-BA e Contagem-MG.
Metodologia
Metodologia: Estudo de caso com abordagem qualitativa, desenvolvido nos municípios de Salvador-BA (distritos sanitários de Cabula e Cajazeiras) e Contagem-MG (regionais Ressaca e Industrial). Foram entrevistados 40 idosos (25 de Salvador e 15 de Contagem) acompanhados pelo PMC e 57 cuidadores familiares (29 da capital baiana e 28 de Contagem). As perguntas abordaram a percepção sobre o efeito do cuidado prestado na saúde física e emocional da pessoa idosa, na dimensão social e na utilização dos serviços de saúde e de assistência social, a partir da intervenção do PMC. As falas foram gravadas, transcritas e analisadas com base na análise temática, com foco nos efeitos biopsicossociais do cuidado
Resultados
Os achados revelam que os cuidados de saúde e socioassistenciais prestados pelos cuidadores sociais resultaram em melhorias expressivas nas dimensões biopsicossociais das pessoas idosas, como maiores graus de mobilidade e autonomia para Atividades Básicas e Instrumentais da Vida Diária, autocuidado, autoestima e fortalecimento de vínculos afetivos familiares e comunitários. O acompanhamento contínuo dos idosos possibilitou a identificação precoce do declínio no quadro de saúde, bem como de situações com violação de direito. Isso permitiu uma resposta rápida e precisa dos serviços da atenção primária à saúde e da proteção social básica, promovendo o uso racional dos serviços especializados.
Conclusões/Considerações
O PMC gerou impactos positivos na vida dos idosos. A experiência demonstra a importância do cuidado domiciliar e o potencial sinérgico da articulação entre os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Sua continuidade e expansão podem consolidar uma política pública eficaz para idosos com incapacidade funcional, sobretudo em contextos urbanos marcados por profundas desigualdades sociais.
ESTUDO DESCRITIVO DA MORTALIDADE DE IDOSOS POR SUICÍDIO NOS ANOS 2010 A 2022 NA ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SUAS MESORREGIÕES.
Pôster Eletrônico
1 ENSP
Apresentação/Introdução
O suicídio é uma causa evitável e grave entre idosos, agravada por perdas, doenças e isolamento. No Rio de Janeiro, a desigualdade social torna essencial analisar o perfil das vítimas para identificar fatores de risco e orientar políticas públicas eficazes e humanizadas. O trabalho é relevante por contribuir com estratégias de prevenção e promoção da saúde mental do idoso.
Objetivos
Analisar a mortalidade por suicídio em idosos no RJ entre 2010 e 2022, por mesorregiões, sexo, raça/cor, escolaridade, situação conjugal e evolução temporal das taxas, identificando padrões e fatores de risco regionais para ações de prevenção.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo e quantitativo com dados secundários sobre suicídio em idosos (60+) no estado do Rio de Janeiro, entre 2010-2022. As informações foram extraídas do SIM/DATASUS e IBGE, organizadas em Excel®. Foram analisadas variáveis como idade, sexo, raça/cor, escolaridade, situação conjugal e local de residência, nas seis mesorregiões fluminenses. As taxas de mortalidade foram calculadas por 100 mil habitantes. As análises incluíram distribuição percentual anual por sexo, estado civil, raça/cor e escolaridade. As médias dessas variáveis foram calculadas para o período estudado, com o objetivo de identificar padrões e auxiliar na formulação de políticas públicas preventivas.
Resultados
O estudo confirma que idosos do sexo masculino apresentam maior taxa de suicídio, com razão de quase 3:1 em relação às mulheres. Entre 2012 e 2015, destacou-se a faixa etária de 70 a 79 anos, com aumento em 2020, possivelmente ligado à pandemia. Diferenças regionais apontam influência de fatores socioeconômicos e acesso à saúde. Idosos casados e com menor escolaridade também apresentaram maior risco, conforme reforça a literatura.
Conclusões/Considerações
O estudo aponta maior mortalidade por suicídio entre idosos homens, brancos e casados no RJ. Não houve faixa etária dominante, mas destaque para 70-79 anos em 2020, possivelmente devido à pandemia. As taxas variaram entre 0 e 1,96 por 100 mil, com tendência de aumento. Defende-se a criação de políticas públicas preventivas e o preparo das equipes de saúde para identificar riscos.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE MORADORES DE ILPI NO SUDESTE GOIANO: ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 Enfermeira Docente, Programa de Pós-graduação em Gestão Organizacional (PPGGO)/Universidade Federal de Catalão (UFCAT)
2 Enfermeira. Mestre em Gestão Organizacional. Doutoranda em Medicina Tropical e Saúde Pública pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
3 Discente de Medicina, Universidade Federal de Catalão (UFCAT)
4 Discente de Enfermagem da Universidade Federal de Catalão (UFCAT)
5 Enfermeira Mestranda em Gestao Organizacional pela Universidade Federal de Catalao (UFCAT)
6 Discente de Enfermagem da Universidade Federal de Catalão (UFCAT).
7 Enfermeira Docente, Universidade Federal de Catalão - UFCAT)
Apresentação/Introdução
Diante do cenário da longevidade, em que o processo de envelhecimento é contínuo, heterogêneo e multifatorial os possíveis déficits com o avançar da idade, pode fazer com que pessoas necessitem de cuidados de Longa Duração (CLD) e receba auxílio em seu autocuidado, sobretudo nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), quando isso não for possibilitado no seio familiar.
Objetivos
Descrever as condições sociodemográficas autorreferidas de moradores institucionalizados da microrregião estrada de Ferro.
Metodologia
Dados preliminares de um estudo observacional, analítico e de corte transversal, com moradores de residências coletivas de 5 cidades que compõem a Região de Saúde Estrada de Ferro no interior do Estado de Goiás. A coleta de dados iniciou em setembro de 2022 e segue até os dias atuais em virtude do quantitativo de pesquisadores de campo e calendário acadêmico. Além disso, muitos moradores não atenderam aos critérios de inclusão, comprometendo a amostra, assim como situações de transferências e óbitos ao longo do percurso da pesquisa. A análise dos dados foi realizada no programa R©, estimando as frequências absolutas e percentuais. Todos assinaram o TCLE – CAAE: 40481420.4.0000.8409.
Resultados
Participaram até o momento, 71 moradores, com média de idade de 73,9 anos (DP: 12,02; 43-101 anos), com idade ≥80 anos (38,0%), em sua maioria masculina (54,9%), até 4 anos de estudo (42,2%), raça/cor branca (77,4%), situação monetária aposentados (80,2%/n=57), com uso de medicamentos (84,5%), sendo ≥ 3 medicamentos (74,4%), com dores há mais de um ano (54,7%), nos membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII) (58,3%), com sinais sugestivos de sarcopenia (69%) e função cognitiva comprometida (90,1%). Pontos positivos encontrados até o momento de moradores sem quedas no último ano (56,3%) e sem Lesão Por Pressão (LPP) (92,4%).
Conclusões/Considerações
Estudo inovador com moradores de ILPIs no sudeste goiano, com predominância masculina, em idade avançada, baixa escolaridade, cor autorreferida branca. A polifarmácia indica presença de comorbidades e a necessidade de acompanhamento contínuo. Apesar das queixas de dores em MMII, a maioria não teve quedas no último ano nem há altas taxas de LPP. Contudo, implicam em ação multidisciplinar contínua nesses espaços coletivos de convivência e cuidado.
BEM-ESTAR ESPIRITUAL, SATISFAÇÃO COM A VIDA E FATORES ASSOCIADOS À SAÚDE DE ROMEIROS IDOSOS DEVOTOS DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS, EM CANINDÉ, CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 UECE; IDOMED
2 IDOMED
3 UECE
Apresentação/Introdução
A espiritualidade é um importante e complexo aspecto relacionado à saúde em diversas culturas. O bem-estar espiritual (BEE) é um componente crucial da saúde na perspectiva da integralidade, frequentemente negligenciado nos serviços e cuidados de saúde. Em idosos, especialmente aqueles engajados em práticas religiosas como as romarias, o BEE pode influenciar significativamente os desfechos de saúde.
Objetivos
Relatar a análise sobre a relação entre bem-estar espiritual, satisfação com a vida e fatores associados à saúde de romeiros idosos de baixa renda devotos de São Francisco das Chagas em Canindé, Ceará.
Metodologia
Estudo transversal, realizado na cidade de Canindé, Ceará, de agosto 2023 a julho 2024. Coleta dos dados entre 24 de setembro a 4 de outubro 2023, nos festejos de São Francisco das Chagas. A amostra, não probabilística, foi de 173 idosos. A variável dependente foi o nível de BEE e a satisfação com a vida, mensurado por meio da Escala EBEE e as variáveis independentes, sociodemográficas: sexo, faixa etária, estado civil, ocupação, escolaridade, raça, renda familiar e procedência; e clínicas: doenças associadas, promessas por motivos de saúde, dificuldade locomoção, audição e fazeres domésticos. Utilizou-se estatística descritiva e inferencial. Aprovado pelo comitê de ética, parecer 6.099.702.
Resultados
As variáveis que tiveram relação significativa com o desfecho foram: sexo (feminino); apresentam problemas de saúde (hipertensão; obesidade grau 1; obesidade grau 2); pagamento de promessa por motivos de saúde; apresentam dificuldades de locomoção; dificuldades nas tarefas domésticas; não praticam de atividade física; classificação do IMC (normal; sobrepeso e baixo peso); com procedência do interior; estado civil (casado; viúvo; divorciado); anos de estudo (menor ou igual que 8 anos); renda familiar (1 a 2 salários mínimos) e raça (preta e branca). Satisfação com a vida (concordam estarem satisfeitos, n=123; %=73,2%; concordam parcialmente, n=33; %=19,6).
Conclusões/Considerações
Nesse estudo, o Bem-Estar Espiritual (BEE) teve associação com os fatores sociodemográficos (sexo feminino, estado civil, renda, escolaridade, raça e origem) e as condições de saúde (hipertensão, obesidade, problemas de locomoção/domésticos, inatividade física, IMC, promessas por saúde). A maioria dos idosos romeiros reportou satisfação com a vida, indicando que a fé e o BEE promovem resiliência diante dos desafios da vida.
XEROSTOMIA E HIPOSSALIVAÇÃO INDUZIDAS POR MEDICAÇÃO EM IDOSOS: PREVALÊNCIA ESTIMADA, FATORES ASSOCIADOS E POTENCIAIS TRATAMENTOS
Pôster Eletrônico
1 Unochapecó
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil, aliado ao aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e ao uso frequente de medicamentos com efeito xerogênico tem contribuído para a elevação dos casos de xerostomia e hipossalivação entre idosos. Essas condições comprometem a sua qualidade de vida, atuando no surgimento de infecções oportunistas, dificuldade de fala, mastigação e deglutição.
Objetivos
Estimar a prevalência de xerostomia por medicação na população idosa e avaliar as alternativas de manejo/tratamento.
Metodologia
Três métodos distintos foram aplicados. O primeiro foi uma revisão sistemática com metanálise de prevalência de xerostomia/hipossalivação induzidas por medicamentos em idosos brasileiros (25 estudos observacionais a partir de seis bases e literatura cinzenta). Usou-se modelo de efeitos aleatórios, estatística I² e análise por subgrupos. O segundo, um estudo transversal com 128 idosos, aplicou questionários sociodemográficos, de xerostomia e coleta salivar para análise por regressão logística. O terceiro foi uma revisão sistemática de intervenções farmacológicas e não farmacológicas, com metanálise por modelo de efeitos aleatórios quando foi possível a comparação agrupada de intervenções.
Resultados
A metanálise revelou prevalência de xerostomia (40%), hipossalivação estimulada (39%) e não estimulada (37%), associadas a antidepressivos, anticolinérgicos e anti-hipertensivos. No segundo estudo, a xerostomia afetou 53,9% e a hipossalivação 43% dos idosos. A xerostomia associou-se à idade ≥70 anos, baixa escolaridade (OR=2,947), diabetes (OR=7,917). Escolaridade baixa dobrou o risco (OR=2,286) e diabetes aumentou seis vezes (OR= 6,283). No terceiro estudo (24 ensaios clínicos), substitutos salivares aliviaram sintomas, ácido málico aumentou o fluxo salivar com leves efeitos adversos e a fotobiomodulação teve eficácia limitada. A heterogeneidade metodológica dificultou comparações.
Conclusões/Considerações
O Brasil apresenta prevalências de xerostomia (40% a 53,9%) e hipossalivação (37% a 45%) em idosos, associadas à medicamentos xerogênicos. A xerostomia foi relacionada à idade, baixa escolaridade, diabetes, incontinência urinária e uso de antidiabéticos e betabloqueadores; e a hipossalivação ao uso de antidepressivos, depressão e anti-inflamatórios. Destaca-se a importância de cuidados personalizados e uso racional de medicamentos.
FREQUÊNCIA DE BANHO E COMPORTAMENTO DE HIGIENE ENTRE IDOSOS EM VULNERABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO MISTO
Pôster Eletrônico
1 UFMG/FJP
2 Northumbria University
3 Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
4 UFBA
Apresentação/Introdução
A higiene corporal é essencial para a saúde e o bem-estar dos idosos, especialmente aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social e com algum grau de dependência. Todavia, os principais inquéritos de saúde no Brasil, por vezes, negligenciam questões relacionadas à higiene corporal, incluindo a frequência do banho, possivelmente devido ao estigma e vergonha associados à higiene precária
Objetivos
Verificar os fatores associados a frequência de banhos e compreender os elementos que influenciam no comportamento de higiene em pessoas idosas atendidos pelo Programa Maior Cuidado (PMC), no município de Belo Horizonte
Metodologia
Estudo transversal, exploratório, de abordagem mista – quantitativo e qualitativo. A análise quantitativa foi baseada nos planos de cuidados pessoais da PMC (n = 306). Foram realizados testes qui-quadrado e regressão logística binária. Foram incluídas nos modelos as variáveis nas quais o p-valor foi <0,20, seguindo a literatura. As análises foram feitas pelo Stata 15. Para a análise qualitativa, foram realizadas 20 entrevistas semiestruturadas realizadas com cuidadores profissionais, idosos e familiares para um subconjunto de pessoas idosas do PMC. O roteiro baseou-se no marco conceitual COM-B, sobre aspectos que influenciam no comportamento do indivíduo. Foi empregada análise de conteúdo
Resultados
Os dados mostraram que 85,2% das pessoas idosas tomam banho diariamente e 14,8% com menor frequência. Nos testes de associação, observaram-se relações estatisticamente significativas entre a frequência de banho e: sobrecarga do cuidador pela escala Zarit (p = 0,037), restrição ao leito (p < 0,001), uso de recurso para mobilidade (p < 0,001) e ajuda para alimentação (p < 0,09). No entanto, nenhuma manteve associação significativa no modelo de regressão logística. Os achados qualitativos apontaram como principais barreiras aspectos estruturais, condições de saúde e falta de motivação da pessoa idosa para manter a higiene adequada
Conclusões/Considerações
O estudo destacou que, embora a maioria dos idosos tome banho diariamente, fatores como restrição ao leito, necessidade de ajuda para alimentação e mobilidade dificultam essa prática. As entrevistas revelaram barreiras diversas e complexas para a higiene adequada, reforçando a necessidade de ações integradas e alinhadas às condições reais vividas pelas pessoas idosas, especialmente aquelas em vulnerabilidade social
AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE SARCOPENIA E DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM MINAS GERAIS.
Pôster Eletrônico
1 PPG CiPharma/UFOP
2 Escola de Educação Física/UFOP
3 Escola de Farmácia/UFOP
4 PPG Biotec/UFOP
5 Campbell Family Mental Health Research Institute - Toronto-ON/Canada
6 Escola de Farmácia/UFOP; PPG Biotec/UFOP
7 Escola de Farmácia/UFOP; PPG CiPharma/UFOP
Apresentação/Introdução
O Brasil vivencia um acelerado processo de envelhecimento populacional. Esse fenômeno demográfico impõe desafios significativos à saúde pública, destacando-se entre eles a sarcopenia, caracterizada pela perda progressiva de massa e força muscular. Esta condição tem sido associada ao comprometimento cognitivo, impactando a autonomia e a qualidade de vida do idoso.
Objetivos
Avaliar os indicadores de sarcopenia e declínio cognitivo em idosos atendidos por um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), de um município de médio porte, em Minas Gerais (MG).
Metodologia
Estudo transversal, realizado de março/2024 a abril/2025. Participaram os indivíduos com 60 anos ou mais, cadastrados por três equipes de Saúde da Família da APS de um município de médio porte, em MG. A coleta de dados foi realizada pela aplicação do “Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20” (IVCF-20). Para a análise dos indicadores de sarcopenia e declínio cognitivo consideram-se os dados referentes às questões das sessões “mobilidade” e “cognição”, respectivamente. A coleta de dados foi realizada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas, médias e desvio padrão.
Resultados
Participaram do estudo 456 idosos, com idade média de 69,9 anos (DP =7,5). A maioria era do sexo feminino (68,4%, n=312) e autoavaliou a saúde como boa (68,9%, n=311). Com relação à mobilidade, 1,1% (n=5) dos entrevistados não foi capaz de manusear ou segurar pequenos objetos, 12,5% (n=57) apresentaram Índice de Massa Corporal < 22 kg/m² e 24,1% (n=110) gastaram mais de 5 segundos para andar 4 metros. Quanto ao aspecto cognitivo, 33,5% (n=153) mencionaram ter lapso de memória relatado por algum familiar ou amigo, 9,6% (n=44) afirmaram que o esquecimento estava piorando nos meses anteriores à entrevista e para 3,3% (n=15) o esquecimento impedia a realização de atividades do cotidiano.
Conclusões/Considerações
O estudo possibilitou a identificação de idosos em maior vulnerabilidade com relação à mobilidade e cognição. Estudos adicionais serão realizados com a população-alvo para avaliar a possível associação entre sarcopenia e declínio cognitivo, a fim de fornecer subsídios para o aprimoramento do cuidado ao idoso.
COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS INSTRUMENTOS DE FRAGILIDADE COMO PREDITORES DE MORTALIDADE EM PESSOAS IDOSAS NO CONTEXTO AMBULATORIAL
Pôster Eletrônico
1 PPGCR-UnB
2 UnB
3 SES-DF
Apresentação/Introdução
Síndrome da fragilidade no idoso (SFI) tornou-se relevante na prática gerontológica devido à associação com declínio funcional, hospitalização e morte. Diante dos diversos instrumentos desenvolvidos para sua avaliação, não está claro qual seria o mais adequado para predição de mortalidade. CEP FEPECS/SES-DF- Parecer 1.128.355/2015.
Objetivos
Comparar três instrumentos para medida de SFI quanto às suas relações com a ocorrência de óbito em pessoas idosas no contexto ambulatorial.
Metodologia
Estudo longitudinal prospectivo, utilizando a Escala Clínica de Fragilidade, a Escala de Fragilidade de Edmonton e o Fenótipo de Fried, com 698 pessoas idosas em acompanhamento ambulatorial. Os prontuários consultados eram datados entre os anos de 2015 e 2024. Os óbitos foram verificados entre agosto e dezembro de 2024 por meio de ligações para os indivíduos ou respectivos vínculos. Os dados foram tratados a partir de análises descritivas, testes de concordância de Kappa e Kendall e regressão logística binária com intervalo de confiança de 95%.
Resultados
Participaram do estudo pessoas idosas com idade entre 60 e 107 anos, a maioria do sexo feminino (79,1%), com ensino fundamental incompleto (50,9%). Entre 2015 e 2024, 21,1% dos participantes foram a óbito. A fragilidade foi associada ao óbito independentemente do instrumento utilizado. Entretanto, o fenótipo de Fried apresentou associação tanto para os pré-frágeis como para os frágeis, enquanto nos demais instrumentos somente os pré-frágeis e os levemente frágeis tiveram chance maior de óbito, mesmo após ajustes para sexo, idade e escolaridade.
Conclusões/Considerações
A SFI está associada a maior chance de óbito independentemente do instrumento de avaliação, entretanto, existem diferenças na chance de ocorrência de óbito entre pré-frágeis e frágeis, dependendo da medida utilizada.
DESIGUALDADES SOCIODEMOGRÁFICAS E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS NO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A capacidade funcional do indivíduo de realizar atividades instrumentais da vida diária (AIVD) pode ser um indicador da qualidade do envelhecimento. Limitações nessa capacidade podem se relacionar com características socioeconômicas, principalmente, em contextos de desigualdade, moldando condições de saúde e afetando a funcionalidade ao longo da vida.
Objetivos
Investigar as associações entre as características sociodemográficas e a ocorrência de limitação nas AIVDs em idosos brasileiros, verificando se a idade seria um modificador de efeito dessas relações.
Metodologia
Estudo transversal com idosos da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. A variável resposta foi a presença de limitação em AIVDs, enquanto as variáveis explicativas foram os fatores socioeconômicos (sexo, idade, raça/cor, escolaridade, renda, estado civil e plano de saúde). A análise foi realizada para a população total (≥ 60 anos) e estratos de idade: 60 - 69 anos, 70 - 79 anos, e ≥ 80 anos. As prevalências (IC 95%) das limitações nas AIVD foram descritas conforme os fatores socioeconômicos. Foram estimados modelos de regressão logística sem ajustes (Modelo 1) e ajustados para todos os fatores socioeconômicos (Modelo 2), mantendo-se apenas variáveis significativas (p < 0,05).
Resultados
Mulheres permaneceram associadas a limitação em AIVDs na população total e nos estratos etários, com maior magnitude da associação naqueles entre 70-79 anos (OR: 2.06; IC95% 1.63-2.61). Menor escolaridade também esteve associado a maior chance de AIVDs, especialmente entre aqueles com 80 anos ou mais (OR: 3.23; IC95% 1.51-6,93). Menor renda teve forte associação com limitação em AIVDs, principalmente entre aqueles de 70 -79 anos (OR: 4.92; IC95% 2.61-9.27), sem associação em idosos longevos. Raça, estado civil e plano de saúde não permaneceram associados a AIVDs quando considerou o ajustamento mútuo por todas as exposições de interesse.
Conclusões/Considerações
Fatores socioeconômicos estão associados à limitação em AIVDs em idosos brasileiros. Idade avançada, ser mulher, ter menor escolaridade e renda aumentam a chance de limitação em AIVDs, evidenciando a necessidade de políticas públicas para a inclusão e suporte a grupos mais vulneráveis, visando a promoção de envelhecimento mais saudável e com maior autonomia para a população.
MULTIMORBIDADES NA DÍADE IDOSOS E CUIDADORES FAMILIARES: SUBSÍDIOS PARA UMA POLÍTICA DE CUIDADOS
Pôster Eletrônico
1 UFG
2 UFCAT
Apresentação/Introdução
O envelhecimento da população mundial coloca em pauta a importância de discutir fenômenos crescentes nas últimas décadas, como o aumento de condições crônicas e multimorbidade em pessoas idosas e seus cuidadores familiares, os quais impactam sobremaneira os serviços de saúde. No entanto, a literatura é incipiente sobre a ocorrência desses eventos em idosos com alta expectativa de vida.
Objetivos
Estimar a prevalência de multimorbidade em pessoas idosas em idade avançada e seus cuidadores familiares segundo sexo, com dados da linha de base do Projeto Cuidar90+ em Goiânia-GO.
Metodologia
Estudo transversal com idosos de 90 anos ou mais e seus cuidadores cadastrados na APS. Definiu-se multimorbidade como ≥2 condições crônicas no mesmo participante, a partir de uma lista de 18 condições: Alzheimer, angina, artrite ou reumatismo, asma, câncer, colesterol alto, depressão, derrame, diabetes, enfisema, bronquite crônica ou doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão, infarto do coração, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica, osteoporose, Parkinson, problema de coluna e problemas psiquiátricos. Os dados foram coletados em entrevistas domiciliares após aprovação no CEP. Utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson (5%). Os dados foram analisados no software Stata 15.0.
Resultados
Entre outubro de 2024 e junho de 2025, foram entrevistados 89 idosos e 79 cuidadores. Entre os idosos, a prevalência de multimorbidade foi 79,8%, com média de 5,2 ± 6,0 condições crônicas autorreferidas (variando de 0 a 29). A prevalência foi de 64,8% entre mulheres e 35,2% entre homens, sem diferença estatisticamente significativa entre os sexos (p=0,115). Entre os cuidadores (n=79), 67,1% apresentaram multimorbidade com média de 2,8 ± 2,0 condições crônicas (mínimo: 0; máximo: 9). Também não foi observada diferença significativa na prevalência de multimorbidade entre mulheres (82,0%) e homens (18,0%) (p = 0,896).
Conclusões/Considerações
A coexistência de multimorbidades em ambos os grupos reforça a necessidade de estratégias integradas de cuidado, que considerem não pessoas idosas em idade avançada, mas a saúde e o suporte aos seus cuidadores. Trata-se de resultado importante para subsidiar a atual política nacional de cuidados em discussão no Brasil.
IMPACTOS DO DISTANCIAMENTO SOCIAL NA PANDEMIA DE COVID-19 EM IDOSOS COM ALZHEIMER: PROTOCOLO DE REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFF
2 UFF ISC
Apresentação/Introdução
No início da pandemia de COVID-19, ficou evidente que idosos eram mais vulneráveis ao agravamento de sua condição e foram orientados a seguir com rigor as medidas de distanciamento social. Aqueles com Alzheimer mostraram-se especialmente suscetíveis, lidando não só com os efeitos diretos da COVID-19, como agravamento e morte, mas também com as consequências indiretas ligadas ao isolamento social.
Objetivos
Realizar uma revisão de escopo visando identificar e mapear os impactos das medidas de distanciamento social adotadas durante a pandemia de COVID-19 sobre a saúde mental e emocional de pessoas idosas diagnosticadas com Alzheimer.
Metodologia
A revisão seguirá as diretrizes do Instituto Joanna Briggs e incluíra estudos qualitativos e quantitativos, sem restrição de idioma ou ano de publicação. A busca será realizada nas bases Scopus, MEDLINE, CINAHL, Cochrane, PsycINFO, além da checagem das referências dos estudos incluídos. Dois revisores independentes avaliarão os estudos segundo critérios estabelecidos, selecionando aqueles que abarcaram idosos com Alzheimer e as repercussões do distanciamento social imposto pela COVID-19 neste grupo. Dois pesquisadores farão a extração de dados de forma independente, utilizando formulário específico. Os resultados serão apresentados em quadros resumo, seguidos de uma discussão narrativa.
Resultados
A questão da revisão foi “quais foram as repercussões das medidas de distanciamento social devido à pandemia de COVID-19 para idosos com Alzheimer?” A busca localizou estudos em qualquer idioma, a partir de 2020, quando ocorreu a pandemia. Dois revisores independentes avaliaram os critérios de inclusão/exclusão e selecionaram os estudos que abarcaram os idosos com Alzheimer e as repercussões do distanciamento social imposto pela COVID-19. Dois pesquisadores fizeram a extração de dados de forma independente, utilizando formulário específico. Foi feita uma síntese das repercussões do distanciamento social em idosos com Alzheimer nas dimensões comportamentais, emocionais, sociais e funcionais.
Conclusões/Considerações
Os resultados incluíram uma síntese das repercussões do distanciamento social observadas em idosos com Alzheimer, categorizadas em dimensões comportamentais, emocionais, sociais e funcionais. Espera-se que esta revisão contribua para o entendimento das necessidades e desafios enfrentados por idosos com Alzheimer durante o distanciamento social, visando à formulação de intervenções mais eficazes para suporte durante futuras emergências sanitárias.
ENVELHECER NO INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO: DIREITO DOS IDOSOS A PARTIR DE UM ESTUDO DE FRAGILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2
Apresentação/Introdução
A identificação e manejo precoce da fragilidade são fundamentais para a saúde da população idosa. Resultado de mudanças biopsicossociais e condições clínicas acumuladas, a fragilidade aumenta a vulnerabilidade e a demanda por cuidados. Reconhecer essa condição orienta políticas públicas, promove ações de prevenção e reabilitação, e qualifica o cuidado, especialmente na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Discutir aspectos do direito do idoso a partir de um estudo de prevalência e fatores associados à fragilidade num município do interior do Nordeste do Brasil.
Metodologia
Este estudo transversal de base populacional, com abordagem domiciliar, foi realizado na população idosa do município de Guanambi, BA, entre março e abril de 2023. Foi aplicado questionário semiestruturado (ELSI-Brasil) e coleta de medidas objetivas, incluindo força de preensão manual e mobilidade. O desfecho fenótipo de fragilidade foi avaliado com base em fraqueza muscular, baixo nível de atividade física, exaustão, perda de peso e velocidade de marcha reduzida. A prevalência do fenótipo de fragilidade foi calculada e as associações com as variáveis explicativas foram avaliadas por meio de regressão logística multinomial.
Resultados
Entre 449 entrevistados, 25,6% eram frágeis, 51,7% pré-frágeis e 22,7% robustos. A fragilidade associou-se a residir na zona urbana (RP=3,51), idade ≥70 anos (RP=24,60), baixa escolaridade (RP=3,14), saúde regular/ruim (RP=21,69), saúde física ruim (RP=2,61) e ≥2 morbidades (RP=2,85). Foi encontrada alta prevalência de fragilidade entre os idosos, evidenciando a importância do cuidado e da assistência à saúde dessa população. O alto índice de pré-fragilidade sinaliza a necessidade de ações de prevenção e reabilitação. Destaca-se o direito à saúde do idoso e a urgência da Rede de Atenção à Saúde para garantir autonomia, qualidade de vida e dignidade, como prevê o Estatuto do Idoso.
Conclusões/Considerações
Identificar fatores associados à fragilidade ajuda a direcionar as necessidades de cada idoso, garantindo um envelhecimento saudável, revertendo pré-fragilidade ou fragilidade quando possível e promovendo dignidade e autonomia aos que precisam de mais cuidado. Desse modo, seria possível elaborar políticas efetivas que garantam à pessoa idosa proteção à vida e à saúde, fortalecendo o envelhecimento digno e saudável.
ANÁLISE DA AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA NO ESTADO DO PARÁ: UM ESTUDO RETROSPECTIVO.
Pôster Eletrônico
1 SESPA/FACULDAE DE ODONTOLOGIA GAMALIEL
2 UEPA
3 UNICAMP
4 FACULDAE DE ODONTOLOGIA GAMALIEL
5 SESPA
Apresentação/Introdução
A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMI) é uma abordagem que permite avaliar a vulnerabilidade do idoso, por meio do Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional 20 (IVCF-20), instrumento de rastreio que identifica precocemente fragilidades e risco de declínio funcional, permitindo estratificação de riscos e ações preventivas na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Analisar o levantamento acerca das produções do IVCF-20, nos municípios do estado do Pará no primeiro trimestre do ano de 2025, além de promover uma comparação relativa ao ano de 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo documental, baseado em dados secundários extraídos do Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB). Foram utilizados filtros de Unidade Geográfica (Município), SIGTAP, Competência, Faixa Etária de 60 a 120 anos e Procedimento. A análise contemplou os dados referentes a todo o ano de 2024 e ao primeiro trimestre de 2025, considerando os 144 municípios do estado do Pará.
Resultados
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará possui 876.332 idosos. Em 2024, foram realizados 56.383 procedimentos, com cobertura da AMI maior no Xingu (23,93%), Baixo Amazonas (13,64%) e Lago de Tucuruí (13,01%). As menores foram no Marajó II (0,11%), Metropolitana II (0,72%) e Marajó I (1,76%). No 1º trimestre de 2025, foram 34.069 procedimentos, com aumento na cobertura da AMI, destacando Caetés (14,5%), Araguaia (11,5%) e Xingu (6,28%). Observa-se que, em geral, o maior número de procedimentos reflete maior cobertura da AMI e está relacionado à maior cobertura da APS.
Conclusões/Considerações
Os dados evidenciam avanços na realização da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa no Pará, com aumento no número de municípios que aplicaram o instrumento em 2025, porém ainda é necessário ampliar a utilização. Destaca-se a importância de capacitar os profissionais e incorporar a AMI como rotina na APS, promovendo qualidade de vida e envelhecimento saudável.
AÇÕES DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NA ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
Em 23 anos, segundo o IBGE, a proporção de idosos no Brasil quase dobrou, de 8,7% para 15,6%, e a projeção para 2070 é de 37,8%. Essa transição demográfica exige avaliação das políticas públicas, em especial da saúde. A avaliação multidimensional na APS é essencial para identificar riscos precocemente e orientar intervenções multiprofissionais, garantindo cuidado adequado.
Objetivos
Identificar as ações de saúde na Atenção Primária que contribuem para a promoção da saúde e da qualidade de vida da pessoa idosa, a partir dos resultados do Censo das Unidades Básicas de Saúde de 2024.
Metodologia
O Censo Nacional das UBS foi realizado em 2024. O presente trabalho apresenta dados correspondentes ao universo de 44.938 UBS do país, com a seguinte distribuição pelas regiões: Norte (4.096), Nordeste (17.737), Sudeste (13.375), Sul (6.607) e Centro-Oeste (3.213). A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento eletrônico disponibilizado no sistema e-Gestor APS, respondido por um profissional responsável ou representante de cada UBS, após preenchimento de um termo de adesão pelo gestor municipal. A análise descritiva foi realizada com base nas respostas das UBS e concentrou-se nas variáveis da pergunta referente às ações para a atenção à saúde das pessoas idosas.
Resultados
O Censo de 2024 revelou que 62,8% das UBS do país realizam avaliação multidimensional, com maior prevalência no Sul (71,5%), seguido do Nordeste (63,4%), Centro-Oeste (60,5%), Sudeste (59,5%) e Norte (59,4%). Grupos de atividade física são ofertados em 45,6% das UBS brasileiras, sendo mais comuns no Sudeste (53%). Os Agentes Comunitários de Saúde realizam visita domiciliar em 86,2% das UBS, com destaque para o Nordeste (91,1%). A oferta e o preenchimento da caderneta do idoso ocorrem em 64,3% das unidades, com maior cobertura no Nordeste (74,2%) e Norte (72,5%), seguidos do Centro-Oeste (62,6%), Sul (56,6%) e Sudeste (52,8%).
Conclusões/Considerações
A Atenção Primária à Saúde acompanha a pessoa idosa, mas o Censo de 2024 indica a necessidade de fortalecer ações de cuidado, especialmente a avaliação multidimensional, fundamental para identificar riscos e prevenir agravos. Destaca-se a importância de ações de promoção da saúde, como exemplo orientações de alimentação adequada e saudável com base no Guia Alimentar, e a oferta de atividades coletivas.
SENTADOS DEMAIS? UMA ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO ENTRE PESSOAS IDOSAS: ACHADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFSC
2 FIOCRUZ-MG
Apresentação/Introdução
O comportamento sedentário (CS), caracterizado por atividades em vigília com baixo gasto energético na posição sentada ou reclinada, está associado a diversos desfechos adversos à saúde, especialmente em pessoas idosas. Diante do aumento do tempo despendido diariamente em CS pelos idosos, torna-se fundamental identificar os grupos mais suscetíveis para direcionar as ações de promoção da saúde.
Objetivos
Investigar os fatores associados ao CS prolongado entre pessoas idosas brasileiras.
Metodologia
Estudo transversal com dados de 6.322 participantes (≽60 anos) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI, Brasil, 2019-21). O desfecho foi o CS prolongado (≥6 horas/dias), estimado pela média ponderada do tempo sentado em dias de semana e fins de semana. As exposições incluíram características sociodemográficas, de saúde e funcionais. Utilizou-se regressão logística com modelo hierárquico de três níveis, adotando-se p<0,20 na análise univariada (teste de Wald) e p<0,05 em cada nível da análise multivariada, calculando-se razões de chances (OR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Realizou-se no software Stata 14.2, com ponderação amostral (svy).
Resultados
A prevalência do CS prolongado foi de 20,0% (IC95%: 16,9-23,9). Os fatores associados ao CS prolongado foram: sexo masculino (OR: 1,61; IC95%: 1,29-2,00), idade maior ou igual a 80 anos (OR: 1,72; IC95%: 1,22-2,42), autoavaliação negativa de saúde (OR: 1,28; IC95%: 1,00-1,65), cognição abaixo do esperado (OR: 1,39; IC95%: 1,03-1,89), limitação nas atividades básicas (OR: 1,93; IC95%: 1,39-2,68) e instrumentais de vida diária (OR: 1,82; IC95%: 1,33-2,50), baixa força de preensão manual (OR: 1,33; IC95%: 1,00-1,78) e lentidão na marcha (OR: 1,80; IC95%: 1,09-2,99).
Conclusões/Considerações
As variáveis sexo masculino, idade avançada, autovaliação negativa de saúde, cognição abaixo do esperado, limitações funcionais, baixa força muscular e lentidão na marcha foram significativamente associadas às maiores chances de CS prolongado. Os achados reforçam a necessidade de estratégias intersetoriais para promoção da saúde, substituição do tempo sedentário por atividades ativas e redução do CS para <6 horas/dia em pessoas idosas.
A AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA NA REGIÃO DO MARAJÓ, ESTADO DO PARÁ, COMO ESTRATÉGIA DE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO NA APS ENTRE OS ANOS DE 2024-2025
Pôster Eletrônico
1 FACULDDE DE ODONTLOGIA GAMALIEL
Apresentação/Introdução
A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMI) é uma ferramenta essencial para compreender o estado de saúde da população idosa, considerando aspectos físicos, funcionais, cognitivos, sociais e emocionais. No Pará, onde há mais de 870 mil idosos, a implementação da AMI representa um avanço para o cuidado integral. Este estudo analisa a cobertura da AMI nas regiões Marajó de 2024 - 2025.
Objetivos
Analisar a implementaçao da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMI) na região do Marajó, verificando a quantidade de procedimentos realizados e a distribuição entre os municípios nos anos de 2024 e primeiro quadrimestre de 2025.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, com base em dados secundarios do E-Gestor da APS/MS realizados pela Coordenação de Saúde da Pessoa idosa da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA). Foram analisados os procedimentos de AMI realizados em 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025 e organizados pelas Regiões de Saúde do Marajó. Os dados considerados incluíram: número total de procedimentos de AMI realizados por município, cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS), população idosa estimada com base no IBGE (2022) e cobertura percentual da AMI (calculada pela razão entre procedimentos realizados e população idosa estimada, multiplicada por 100).
Resultados
Em 2024-2025, a cobertura da AMI da região foi no geral baixa. A região do Marajó I teve cobertura de 1,76%, com Ponta de Pedras se destacando (273 procedimentos; 10,86%). Quatro municípios da região (Chaves, Muaná, Salvaterra e Santa Cruz do Arari) não registraram procedimentos. Em Marajó II, a cobertura foi de 0,11%, sendo Breves o único com volume relevante (23 procedimentos; 0,28%), e cinco municípios sem registros. Em outro levantamento, Marajó I alcançou 1,27%, com Soure à frente (120 procedimentos; 4,02%) e cinco municípios sem registros. Já Marajó II atingiu 1,01%, com Anajás liderando (86 procedimentos; 5,03%), e três municípios sem registros, destacando-se Gurupá e Bagre.
Conclusões/Considerações
Os dados evidenciam uma baixa execução da AMI nas regiões Marajó I e II, com disparidades entre os municípios. Apesar da importância da avaliação para o cuidado da população idosa, muitos municípios não realizaram nenhum procedimento. A ampliação da cobertura depende de estratégias que envolvam capacitação das equipes, apoio da gestão local e integração com a Atenção Primária para garantir o envelhecimento ativo e saudável.
DETERMINANTES SOCIOECONÔMICOS E CONDIÇÕES DE SAÚDE EM IDOSOS: UMA ANÁLISE DE RENDA, COGNIÇÃO E NUTRIÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal - SES/DF
3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil impõe desafios à saúde, especialmente diante das desigualdades econômicas que ampliam as vulnerabilidades em idade avançada. A renda per capita pode influenciar condições como o estado nutricional e o desempenho cognitivo, refletindo determinantes sociais.
Objetivos
Analisar a associação entre renda per capita, estado nutricional e desempenho cognitivo em pessoas idosas atendidas em serviço público de atenção especializada no Distrito Federal.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, transversal e analítico, realizado com dados de pacientes idosos atendidos no serviço público de acolhimento do Ambulatório de Geriatria e Gerontologia da Região Oeste de Saúde do Distrito Federal, no período de 2024 a 2025 (CAAE: 83572924.4.3001.5553). A amostra foi composta por 130 indivíduos com 60 anos ou mais. A renda per capita foi obtida por autorrelato, o estado nutricional avaliado por meio da Mini Avaliação Nutricional (MNA), e o desempenho cognitivo mensurado com o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Os dados foram analisados com coeficiente de correlação de Spearman e teste Qui-quadrado, considerando nível de significância de 5%.
Resultados
A amostra apresentou média de 78,9 anos e predominância feminina (66,9%). A mediana da renda per capita foi de R$1.400,00, sendo inferior a um salário-mínimo em 56,8% dos casos. A mediana no MEEM foi de 17 pontos, com 87,5% dos participantes com comprometimento cognitivo. Quanto ao estado nutricional, 36,7% estavam em risco de desnutrição e 18,3% desnutridos. Houve correlação positiva entre renda e desempenho cognitivo (r=0,310; p=0,001), mas sem diferença significativa na renda entre os grupos com e sem comprometimento (p=0,563). Apesar da ausência de associação, a prevalência de desnutrição foi maior entre idosos com renda inferior a um salário-mínimo (22,7% vs. 11,8%).
Conclusões/Considerações
A menor renda per capita associou-se a pior estado cognitivo, sugerindo a influência de fatores socioeconômicos no envelhecimento. Apesar da ausência de associação com o estado nutricional, a maior prevalência de desnutrição entre os idosos com menor renda reforça o possível impacto das desigualdades sociais nas condições de saúde. Esses achados ressaltam a importância de considerar o contexto social no cuidado integral à pessoa idosa.
USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA ESTUDOS COM A POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 CNS/MS
3 MS
4 Fiocruz/BA
Apresentação/Introdução
Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, cujo objetivo é o fornecimento de informações para compreensão de problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos diferentes níveis. Entretanto, o uso desses sistemas para estudos com a população idosa parece escasso.
Objetivos
Investigar o uso dos Sistemas de Informação em Saúde para estudos da população idosa no Brasil, a partir de uma revisão de literatura.
Metodologia
Foi realizada revisão de literatura nas bases de dados científicas Pubmed/Medline, Lilacs e Scielo, utilizando a seguinte combinação: “aging OR aged AND mortality or hospitalization AND “information system”). Foram selecionados estudos publicados entre 2000 e 2024, em inglês, português ou espanhol. Após exclusão dos duplicados foram identificadas 68 publicações, das quais, foram extraídos para descrição: autor, ano, abrangência, tema e sistemas utilizados.
Resultados
Do total, em 41,2% dos trabalhos os pesquisadores haviam estudado populações de outras faixas etárias e não exclusivamente pessoas idosas. Notou-se aumento progressivo da produção científica a partir de 2012 e picos nos anos 2017 e 2022. Quanto à abrangência, 57,4% eram nacionais, em detrimentos dos municipais e estaduais. Os temas mais investigados foram mortalidade por causas externas, por doenças respiratórias, geral e suicídio; 71,2% dos trabalhos foram realizados utilizando o SIM e 30,3% o SIH, sendo que 10,6% realizaram vinculações com bases do IBGE. O estudo da morbidade e mortalidade na população idosa brasileira a partir dos Sistemas de Informação em Saúde é bastante limitada.
Conclusões/Considerações
Considerando as mudanças dos padrões epidemiológicos e de uso de serviços de saúde em decorrência do envelhecimento populacional, é fundamental que os dados do Ministério da Saúde sejam mais explorados, periodicamente e com abrangência nacional, para apoiar a construção de indicadores epidemiológicos, a avaliação de políticas públicas e monitoramento dos custos de saúde e da doença na população idosa brasileira.
VULNERABILIDADES E PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA: MAPEAMENTO DE FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS EM PESSOAS IDOSAS NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA DO SERVIÇO PÚBLICO NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal - SES/DF
Apresentação/Introdução
A demência afeta 8,5% das pessoas idosas no Brasil. Estima-se que até 40% dos casos possam ser prevenidos com a modificação de fatores de risco ao longo da vida. Conhecer a prevalência desses fatores é o um passo importante para orientar ações intersetoriais de prevenção e promoção da saúde cognitiva, diante do avanço do envelhecimento populacional.
Objetivos
Identificar a prevalência de fatores de risco para demência em pessoas idosas atendidas no serviço público de acolhimento do Ambulatório de Geriatria e Gerontologia da região Oeste de Saúde do Distrito Federal.
Metodologia
Estudo observacional, transversal e descritivo, realizado entre 2024 e 2025 com dados de 130 pessoas idosas atendidas no serviço de acolhimento do Ambulatório de Geriatria e Gerontologia da Região Oeste de Saúde do Distrito Federal. Foram incluídos indivíduos com 60 anos ou mais. Aplicou-se um questionário estruturado com perguntas dicotômicas (sim/não) sobre fatores de risco modificáveis para demência: baixa escolaridade, perda auditiva e visual, dislipidemia, hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, inatividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool e isolamento social. Os dados foram analisados por estatística descritiva, por meio de frequências absolutas e relativas.
Resultados
A média de idade foi de 78,98(±6,97) anos, com predominância do sexo feminino (66,9%). Em relação aos fatores de risco, 26,2% não assinavam o próprio nome e 13,8% assinavam, mas não sabiam ler. Dificuldade auditiva foi referida por 51,9% dos participantes e problemas visuais por 84,7%. Dislipidemia, hipertensão e diabetes foram relatadas por 51,9%, 84,6% e 43,8%, respectivamente. Além disso, 45,4% apresentaram diagnóstico de depressão, 47,7% relataram sentir solidão e apenas 13,8% praticavam exercícios físicos. O tabagismo e o consumo de álcool foram baixos, com prevalências de 3,8% e 1,5%, respectivamente.
Conclusões/Considerações
Identificou-se elevada prevalência de fatores de risco modificáveis para demência, evidenciando a vulnerabilidade social da população atendida. O diagnóstico situacional realizado na atenção especializada reforça a importância do papel estratégico da atenção primária, ao revelar fatores sensíveis à prevenção que podem ser identificados e abordados precocemente nesse nível de cuidado.
DISCRIMINAÇÃO PERCEBIDA (DP) E CAPACIDADE INTRÍNSECA (CI) ENTRE ADULTOS MAIS VELHOS: EVIDÊNCIAS DO ELSI–BRASIL
Pôster Eletrônico
1 (1) Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil; (2) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo C
2 (2) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, Brasil; (3) Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz
3 (2) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, Brasil
Apresentação/Introdução
A DP, caracterizada por tratamento injusto de um indivíduo ou grupo em relação a outro grupo ou seus membros, em função de características ou atributos dessas pessoas, associa-se a desfechos adversos de saúde física e mental. É plausível supor que pessoas com relato de experiências discriminatórias apresentem piores níveis de CI, a combinação das capacidades físicas e mentais de um indivíduo.
Objetivos
Avaliar a associação entre DP e CI (escore global e dos domínios locomotor, sensorial, vitalidade, cognição e psicológico) entre adultos mais velhos (50 anos e mais) participantes da primeira onda (2015/2016) do ELSI-Brasil.
Metodologia
Estudo transversal, com 7.118 indivíduos ≥ 50 anos. A DP foi avaliada pelo relato de experiências discriminatórias nos últimos 12 meses. A CI foi mensurada como escore z, global e por domínios: locomotor (velocidade da marcha, equilíbrio), sensorial (audição/visão), vitalidade (força de preensão, perda de peso, exaustão), cognitivo (memória, fluência verbal) e psicológico (depressão, sono). Os escores de CI foram descritos por meio de medianas e intervalos interquartílicos. Modelos de regressão linear foram utilizados para estimar os coeficientes (β; IC95%) da associação entre DP e CI, ajustados por condições sociodemográficas e de saúde, considerando-se o nível de 5% de significância.
Resultados
Indivíduos com relato de DP apresentaram escore mediano de CI global de -0,170 e aqueles sem relato de discriminação, escore mediano de CI global de 0,041. A discriminação percebida associou-se a menores escores globais de CI (β=-0,181; p<0,001). Associações negativas também foram observadas entre DP e os domínios sensorial (β=-0,190; p<0,001), vitalidade (β=-0,271; p<0,001) e psicológico (β=-0,552; p<0,001). Contudo, participantes com relato de discriminação obtiveram maiores escores no domínio cognitivo (β=0,083; p=0,008) da CI, em comparação àqueles que não reportaram experiências discriminatórias. Não foram observadas associações significativas entre DP e CI no domínio locomotor.
Conclusões/Considerações
Fundamentando-se nas iniciativas da OMS sobre Envelhecimento Saudável e outras iniciativas globais, este estudo demonstra que a DP compromete a CI de brasileiros mais velhos, afetando especialmente os domínios sensorial, vitalidade e psicológico. Os resultados destacam a urgência de transformar atitudes em relação ao envelhecimento e reforçam que a discriminação não apenas viola direitos humanos como perpetua desigualdades estruturais.
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE LAZER EM IDOSOS, AO LONGO DE 10 ANOS: UM ESTUDO DA COORTE “COMO VAI?”
Pôster Eletrônico
1 UFPEL
Apresentação/Introdução
A atividade física (AF) de lazer tem o potencial de promover benefícios à saúde física e mental do idoso. Apesar disso, mais da metade dos idosos brasileiros não realizam nenhuma AF de lazer, principalmente os que pertencem à grupos de maior vulnerabilidade social. Frente a isso, se faz necessário monitorar a prática de AF de lazer em idosos e suas desigualdades ao longo do tempo.
Objetivos
Comparar as mudanças na prática de AF de lazer em uma coorte de idosos do sul do Brasil durante um período de 10 anos de acompanhamento, avaliando também as mudanças nas suas desigualdades.
Metodologia
Estudo longitudinal, de base populacional, com dados da coorte “COMO VAI?”, que é composta por idosos (≥ 60 anos), não institucionalizados, residentes da zona urbana da cidade de Pelotas, RS. A AF de lazer foi coletada na linha de base (2014) e 10 anos após, pela seção de lazer do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). A prevalência de idosos que relataram ter praticado alguma AF durante o lazer na semana precedente à avaliação foram apresentadas por sexo, nível socioeconômico (ABEP) e cor da pele. Medidas simples de desigualdade absoluta foram calculadas e avaliadas ao longo do tempo.
Resultados
Foram incluídos 1391 participantes na linha de base e 649 foram acompanhados 10 anos depois (527 óbitos). Na linha de base 30,3% dos idosos praticavam alguma AF de lazer, aumentando para 41,8% em 10 anos. Entre os homens, essa proporção passou de 36,3% para 51,2%, e entre as mulheres, passou de 26,7%, para 37,0%, evidenciando um aumento da desigualdade absoluta em quase 5 pontos percentuais (pp). Em relação ao nível socioeconômico e a cor da pele, as desigualdades absolutas de 15 pp e 5 pp, respectivamente, permaneceram estáveis ao longo do tempo, visto que o aumento da prevalência de AF foi semelhante em todos os grupos.
Conclusões/Considerações
Esses achados mostram que, ao longo de 10 anos, a prática de AF de lazer aumentou entre os idosos participantes do estudo “COMO VAI?”. Porém, a desigualdade de sexo aumentou e as desigualdade de nível socioeconômico e cor da pele permaneceram. Apesar da necessidade de refletir esses resultados à luz do possível viés de sobrevivência, esse cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas ao envelhecimento ativo e de suas desigualdades.
DISPARIDADES DE GÊNERO NO DIABETES MELLITUS ENTRE ADULTOS MAIS VELHOS BRASILEIROS: A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO SOCIOECONÔMICO - EVIDÊNCIAS DO PROJETO ELSI-URBE
Pôster Eletrônico
1 (1) Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH), Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
2 (2) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas)
3 (1) Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH), Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); (3) Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
4 (1) Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH), Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); (2) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Oswaldo
Apresentação/Introdução
As desigualdades socioeconômicas desempenham um papel importante na distribuição de doenças crônicas, como o diabetes mellitus (DM), especialmente entre adultos mais velhos. Apesar do envelhecimento acelerado das populações urbanas na América Latina e do aumento da carga do DM, ainda são escassas as pesquisas que consideram simultaneamente os determinantes sociais em nível individual e contextual.
Objetivos
Investigar a associação entre condições socioeconômicas individuais e contextuais e o DM autorreferido entre adultos mais velhos residentes em áreas urbanas brasileiras, segundo o sexo.
Metodologia
Estudo transversal com dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2015–2016), incluindo 6.611 pessoas com 50 anos ou mais (54,4% mulheres; 61,5±9,0 anos), residentes em 605 setores censitários urbanos de 69 municípios (subamostra ELSI-Urbe). O DM foi autorreferido. As exposições individuais foram escolaridade, renda domiciliar per capita e demanda física da ocupação principal ao longo da vida. A privação contextual foi medida pelo Índice Brasileiro de Privação (IBP). Na análise dos dados, utilizou-se regressão logística multinível (indivíduo e setor censitário), estratificada por sexo e ajustada por idade e tempo de residência no município.
Resultados
16,0% das mulheres e 15,2% dos homens reportaram DM. Em mulheres, maior privação contextual associou-se a menores chances de DM (OR por DP do IBP: 0,94; IC95% 0,88–0,99), enquanto menor escolaridade (analfabeta: OR: 1,78; IC95% 1,22–2,60; 1-4 anos: OR: 1,41; IC95% 1,07–1,87) e maior demanda física da ocupação (em pé/caminhando a maior parte do tempo: OR: 1,43; IC95% 1,06–1,93; esforço físico intenso: OR: 1,56; IC95%: 1,06–2,28) aumentaram as chances. Em homens, maior privação contextual (OR por DP: 0,89; IC95% 0,82-0,96) e maior demanda física da ocupação (algum esforço físico: OR: 0,62; IC95% 0,44-0,87; esforço físico intenso: OR: 0,64; IC95% 0,45-0,91) associaram-se a menor chance de DM.
Conclusões/Considerações
As desigualdades socioeconômicas influenciam o risco de DM de forma distinta entre homens e mulheres, e em diferentes níveis de determinação. Evidencia-se, assim, a necessidade de políticas públicas que considerem as questões de gênero e o contexto territorial, com o objetivo de promover um envelhecimento saudável e reduzir as iniquidades em saúde nas áreas urbanas brasileiras.
ANÁLISE DA ESPIRITUALIDADE COMO RECURSO DE ENFRENTAMENTO FRENTE A DOR CRÔNICA NOS IDOSOS
Pôster Eletrônico
1 UNIFOR
2 WYDEN
Apresentação/Introdução
Introdução:
A dor é uma experiência desagradável associada,a uma lesão tecidual real ou potencial,influenciada por fatores biológicos,psicológicos e sociais.Nos idosos,a dor crônica reduz a qualidade de vida e a dimensão dos cuidados paliativos,traz a espiritualidade como enfrentamento,proporcionando sentido frente as adversidades da dor e inserindo a fé no plano de cuidados integrado ao paciente.
Objetivos
Objetivo:
Analisar a espiritualidade como recurso de enfrentamento no cuidado a pacientes com dores crônicas.
Metodologia
Metodologia:
É uma pesquisa observacional,descritiva,analítica e qualitativa.A coleta de dados foi realizada entre os meses de maio a agosto de 2024,no Ambulatório da Dor,da Universidade de Fortaleza, de Comitê de Ética da mesma universidade: 77478424.7.0000.5052.Composta por 17 participantes do sexo feminino,com dores crônicas,há pelo menos três meses e que possuem algum tipo de crença.Além disso,as participantes deveriam ter idade igual ou superior a 60 anos.Para a pesquisa,as pacientes foram selecionadas a partir dos prontuários e após isso,fizeram uma entrevista semi-estruturada,que foram transcritas e analisadas por meio da Análise de Conteúdo de Bardin e por meio do software Iramuteq.
Resultados
Resultados:
A partir dos resultados,observou-se que a espiritualidade impacta diretamente no envelhecimento da população,sendo a oração o meio mais recorrente de demonstração de fé pelas participantes.Notou-se que esse recurso pode contribuir na melhoria da adesão terapêutica,proporcionando melhor qualidade de vida.Lucchetti et al. (2011) afirma que a espiritualidade produz efeitos na redução das doenças coronarianas,bem como doenças infecciosas,diminuindo,assim,os índices de mortalidade nesse público.Além disso,tem-se impacto significativo em menores níveis de ansiedade, depressão e prevalência de uso de substâncias psicoativas
Conclusões/Considerações
Considerações Finais:
Diante do exposto, nota-se que a fé em um poder superior interfere na saúde do idoso, sendo um fator para o envelhecimento. Esse recurso proporciona maior tolerância aos níveis de dor, maior adesão terapêutica e melhoria no bem-estar físico, psíquico e social, uma vez que promove a interação com outros fiéis, como a participação em grupos de oração e estudos bíblicos, enfatizando o manejo da dor e espiritualidade em idosos.
VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA: RISCO E FATORES ASSOCIADOS EM UMA COORTE NO SUL DO PAÍS
Pôster Eletrônico
1 Hospital de Clínicas de Passo Fundo
2 Universidade Federal de Pelotas
3 Prefeitura de Arroio do Padre
Apresentação/Introdução
A violência contra a pessoa idosa inclui ações ou omissões que causem violação dos direitos, sofrimento físico ou psicológico. Ocorrem como abuso físico, psicológico, sexual, negligência, abandono, abuso financeiro ou autonegligência. A Atenção Primária à Saúde a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF) é essencial na identificação dos casos.
Objetivos
Investigar o risco de violência e fatores associados entre idosos de Bagé (RS), descrevendo os principais tipos de manifestação e a prevalência segundo fatores demográficos, socioeconômicos, morbidades, uso de serviços de saúde e modelo de atenção.
Metodologia
Os dados foram obtidos no acompanhamento da coorte de idosos SIGA-Bagé em 2016/2017, com 735 participantes, que foram avaliadas questões como qualidade de vida, relações sociais e condições de saúde. O estudo incluiu idosos com 67 anos ou mais, residentes em áreas de atenção básica e com capacidade cognitiva preservada. O risco de violência foi avaliado através do instrumento H-S/EAST, de 15 perguntas sobre abuso potencial, abuso direto e vulnerabilidade. Escore igual ou superior a três indicou risco para algum tipo de violência.
Resultados
Dos 735 idosos entrevistados, 574 responderam ao questionário sozinhos. A prevalência de risco de violência foi de 14,3%, sendo maior entre mulheres (15,3%), idosos com mais de 80 anos (14,4%), não brancos (18,2%), sem escolaridade (20,6%), baixa renda (17,6%), que moravam sozinhos (20,3%), com multimorbidades (19,6%), históricos quedas (16,4%), hospitalização (19,8%), incapacidade funcional (19,4%), sintomas depressivos (44,4%) e residentes em áreas da ESF (18,9%). A análise por domínio de maior prevalência na “Vulnerabilidade”, 23% relataram solidão. No “Abuso Potencial”, 18,2% sustentavam alguém e, na “Violação de Direitos”, 10,8% tiveram pertences tomados sem consentimento.
Conclusões/Considerações
O estudo revelou que um a cada sete idosos apresenta risco de violência. A violência contra idosos é um problema social complexo que demanda monitoramento e ações preventivas pelos profissionais de saúde, visando a promoção de um envelhecimento saudável, digno e ativo.
RISCOS PARA SEGURANÇA DOMICILIAR E MEDO DE CAIR EM PESSOAS IDOSAS SOCIALMENTE VULNERABILIZADAS, DE ACORDO COM A ESCOLARIDADE
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília – UnB
2 Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade de Brasília – UnB
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SESDF
4 Ministério da Saúde – MS
5 Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade de Brasília – UnB
Apresentação/Introdução
A segurança no ambiente doméstico é fundamental para prevenir quedas em pessoas idosas. Manter o ambiente bem iluminado, sem obstáculos, usar tapetes antiderrapantes e instalar barras de apoio podem reduzir o risco de acidentes. Ambientes com maior risco podem contribuir para o medo de cair, contudo, essas relações podem se manifestar de formas diferentes de acordo com a escolaridade.
Objetivos
Investigar as relações entre riscos para segurança domiciliar e medo de cair em pessoas idosas, de acordo com a escolaridade.
Metodologia
Estudo transversal realizado com 39 pessoas idosas em uma Unidade Básica de Saúde localizada em Ceilândia/Brasília – DF. A segurança no ambiente domiciliar foi avaliada por de 38 itens dicotômicos (sim/não) que englobam riscos ambientais para quedas em diferentes locais da casa. O medo de cair foi avaliado pela Falls Efficacy Scale FES-Brasil com pontuação variando de 16 (menor preocupação em cair) a 64 (maior preocupação em cair). A escolaridade foi categorizada em até 4 anos e 5 anos ou mais. Foram realizados os testes t Student e correlação de Pearson, com significância de 5%. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo CEP/UnB, parecer 6.180.661.
Resultados
Entre os 39 participantes, 60% tinham até 4 anos de escolaridade; média de idade 68,4(DP:13,9) anos. As médias de riscos para segurança domiciliar e medo de cair foram 9,1(DP:3,4) e 30,1(DP:9,0) pontos, respectivamente. Não foram encontradas diferenças de médias de riscos para segurança e medo de cair nos grupos de escolaridade, entretanto, houve correlação fraca positiva entre riscos para segurança e medo de cair (CC:0,378;p=0,021). Na análise estratificada por escolaridade, os resultados revelaram correlação moderada positiva apenas entre os participantes com até 4 anos de escolaridade (CC:0,496;p=0,016).
Conclusões/Considerações
Os riscos para segurança domiciliar estão relacionados com maior medo de cair em pessoas idosas, especialmente entre aqueles com baixa escolaridade, reforçando a importância dos programas de prevenção de quedas abordarem de forma adequada os fatores extrínsecos em contextos de maior vulnerabilidade social como na Atenção Primária à Saúde.
FUNCIONALIDADE FAMILIAR E PREVENÇÃO DA COVID-19 EM PESSOAS IDOSAS
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pernambuco
2 Universidade Federal de Pernambuco, Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
Em março de 2020 a Covid-19 foi declarada como pandemia. A população idosa tornou-se grupo prioritário para ações de prevenção, com apoio familiar. Nesta rede, a funcionalidade é primordial para a integralidade de seus membros em situações críticas. O Inquérito Conhecimentos, Atitudes e Práticas identifica reais lacunas na compreensão do cuidado, favorecendo a promoção de saúde.
Objetivos
Avaliar a relação entre funcionalidade familiar e conhecimentos, atitudes e práticas para prevenção da Covid-19 em pessoas idosas no Município do Recife, Pernambuco.
Metodologia
Pesquisa transversal, integrante do estudo maior “Programa de prevenção para a saúde do idoso frente à pandemia de Covid-19 no Município do Recife: uma proposta de ação baseada em evidências científicas”. As variáveis independentes foram a funcionalidade familiar e levantamento sociodemográfico. A variável dependente consistiu no Inquérito Conhecimentos, Atitudes e Práticas de Prevenção da Covid-19, construída por meio da Análise de Classes Latentes. Para a análise de dados foi utilizada estatística descritiva e modelos de regressão logística multinomial.
Resultados
O padrão de respostas dos idosos pesquisados permitiu categorizar as classes como: Classe 1 (Conhecimento e Atitude regulares, Prática boa), Classe 2 (Conhecimento, Atitude e Prática excelentes) e Classe 3 (Conhecimento e Atitude bons, Prática regular). A amostra foi composta por 144 indivíduos idosos, maioria do sexo feminino, raça/cor parda, estado civil casado, faixa etária entre 60 e 69 anos, alfabetizados e com escolaridade científico ou magistério. Pessoas idosas que se sentem, às vezes, satisfeitas como passam o tempo com a família apresentam 70% mais chances de pertencer à Classe 3.
Conclusões/Considerações
Estes achados permitem identificar o efeito da organização familiar sobre as medidas de precaução contra o novo coronavírus entre pessoas idosas.
VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS NO BRASIL: DESIGUALDADES SOCIODEMOGRÁFICAS E RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
A violência contra a pessoa idosa é uma grave violação dos direitos humanos e de saúde pública. Seu enfrentamento exige visibilidade e compreensão das múltiplas vulnerabilidades envolvidas. Nesse sentido, discuti-la é essencial para garantir envelhecimento digno, seguro e protegido de abusos físicos, psicológicos ou estruturais.
Objetivos
Analisar as notificações de violência interpessoal e autoprovocada em idosos no Brasil, entre 2019 e 2023, segundo variáveis sociodemográficas, local de ocorrência, repetição da violência e sua correlação com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, realizado com dados secundários de acesso aberto das 26 unidades federativas do Brasil e o Distrito Federal. Foram utilizadas variáveis como sexo, raça/cor, escolaridade, local de ocorrência e repetição da violência, do período de 2019 a 2023, obtidos do SINAN/DATASUS. O IDH (2010) foi extraído do Atlas Brasil. Utilizou-se estatística descritiva (frequências absolutas e relativas) e o teste de Spearman para avaliar a correlação entre a violência e o IDH. As análises foram realizadas no software SPSS, versão 25.0, considerando significância estatística de p<0,05.
Resultados
As maiores notificações de violência interpessoal e autoprovocada em idosos ocorrem no Sudeste e Nordeste do país, acometendo mais mulheres, pardos e de baixa escolaridade, o que revela que as desigualdades estruturais persistem no envelhecimento. Os casos concentram-se no domicílio e em grande parte são repetidos, revelando violência crônica e doméstica. A correlação de Spearman revelou associação positiva moderada e estatisticamente significativa (rho=0,500; p=0,008) entre o IDH e o percentual de casos: estados mais desenvolvidos notificam mais, possivelmente por maior urbanização, expectativa de vida e estrutura de vigilância, enquanto estados com menor IDH podem sofrer subnotificação.
Conclusões/Considerações
A violência contra a pessoa idosa apresenta marcantes desigualdades de gênero, raça e escolaridade, refletindo vulnerabilidades sociais profundas e persistentes. Evidenciar esse cenário contribui para fortalecer estratégias de prevenção e enfrentamento no Sistema Único de Saúde (SUS), orientando políticas públicas intersetoriais mais equitativas e sensíveis ao envelhecimento com dignidade.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS ADQUIRIDA, NA POPULAÇÃO IDOSA, NO ESTADO DO PIAUÍ, ENTRE 2020 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
As infecções sexualmente transmissíveis representam um importante problema de saúde pública global. No Brasil, a sífilis tem mostrado crescimento contínuo, especialmente entre idosos. Diversos fatores sociais, econômicos e a desinformação contribuem para esse cenário. Assim, torna-se fundamental investigar o perfil epidemiológico da doença nesse grupo populacional.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis adquirida, na população idosa, no Estado do Piauí, entre 2020 a 2024
Metodologia
Estudo transversal retrospectivo realizado por meio de dados secundários adquiridos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram sexo, raça, faixa etária, escolaridade e ano de notificação
Resultados
Na série histórica de 2020 a 2024, foram registrados 382 casos notificados de sífilis adquirida, com maior concentração em 2022 (30%; n=116) e 2023 (28%; n=110), e o menor percentual em 2024 (3%; n=14). A faixa etária com maior número de casos foi a de 60 a 64 anos, com 38,2% (n=146), seguida pelos idosos de 70 a 79 anos (28,7%; n=110) e os de 80 anos ou mais (7,5%; n=29). Homens representaram a maioria dos casos (70,4%; n=269). Quanto à raça, predominou a população parda (66%) e o menor percentual foi entre indígenas (0,2%). Pessoas idosas com escolaridade até o ensino médio incompleto concentraram 51% dos casos
Conclusões/Considerações
A análise evidencia uma concentração de casos de sífilis adquirida entre homens idosos, especialmente na faixa de 60 a 64 anos, com baixa escolaridade e predominância da autodeclaração parda. O aumento expressivo em 2022 e 2023 pode refletir tanto maior exposição a fatores de risco quanto avanços na vigilância. Esses achados reforçam a urgência de políticas públicas específicas para prevenção e diagnóstico precoce na população idosa.
SINTOMAS DEPRESSIVOS E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COMUNITÁRIOS ATENDIDOS PELA ATENÇÃO BÁSICA.
Pôster Eletrônico
1 UFOB
2 UFES
Apresentação/Introdução
O envelhecimento da população mundial é uma tendência notada em vários países. A senescência acarreta em várias alterações físicas, cognitivas e psicológicas, e nestas circunstâncias, a depressão tem sido o transtorno mental mais prevalente entre idosos, evidenciando a problemática da sua relação com a qualidade de vida dos mesmos.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo estimar a associação entre sintomas depressivos e a qualidade de vida de idosos comunitários atendidos pela Atenção Básica em um município do interior da Bahia, e os seus fatores associados.
Metodologia
Tratou-se de um estudo observacional, transversal, quantitativo e analítico, com utilização de dados primários. Participaram do estudo 316 idosos com 60 anos completos ou mais, de ambos os sexos, que residiam em domicílios urbanos (não institucionalizados) cobertos por alguma unidade básica de saúde (UBS) da cidade de Barreiras-BA. Foi realizada uma análise descritiva (frequências), uma análise bivariada utilizando o Teste Qui-Quadrado de Pearson para identificar a associação entre as variáveis e também suas respectivas Odds Ratio (Razão de Chances) em relação aos sintomas depressivos, e uma análise multivariada utilizando um modelo de Regressão Logística Binária.
Resultados
Os resultados apontam que a prevalência de sintomas depressivos foi de 37,6%, e que 47,5% avaliaram a qualidade de vida como “boa”. Observou-se associação entre a qualidade de vida e os sintomas depressivos tanto na análise bruta (OR 3,800; IC95% 2,111-6,840) quanto na análise ajustada (OR 2,769; IC95% 1,173-6,538). Identificou-se ainda que o analfabetismo (OR 3,564; IC95% 2,013-6,312), a presença de declínio cognitivo (OR 2,704; IC95% 1,369-5,341) e a insegurança alimentar (OR 2,379; IC95% 1,348-4,264) são previsoras de sintomas depressivos.
Conclusões/Considerações
A Atenção Básica é um contexto potente para desenvolvimento de ações individuais e coletivas que afetem positivamente na prevenção e tratamento dos sintomas depressivos e a qualidade de vida de idosos de comunidade. As Equipes de Saúde da Família, e o cuidado proposto aos idosos, devem focar não apenas nos sintomas, mas também nos determinantes sociais relacionados à condição depressiva.
ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS COMO PREDITORES DE QUEDAS EM IDOSOS: UMA OVERVIEW DE REVISÕES SISTEMÁTICAS
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
2 UNIVASF
Apresentação/Introdução
As quedas em idosos representam um grave problema de saúde pública, associando-se a morbidades físicas, psicológicas e sociais. Estudos apontam que, além de fatores fisiológicos e ambientais, a desigualdades sociais também é um fator significativo no risco de quedas.
Objetivos
Identificar e analisar fatores sociais e demográficos como preditores de quedas em idosos por meio de um overview de revisões sistemáticas.
Metodologia
Foi realizado um overview de revisões sistemáticas, com e sem metanálise, publicadas entre 2013 a 2023, em português e em inglês. As buscas foram realizadas nas bases LILACS, PubMed, Scopus e SciELO, utilizando os descritores 'risk factors', 'falls' e 'elderly'. A seleção dos estudos ocorreu por meio da plataforma Rayyan, com revisão pareada e análise de textos completos. Foram incluídas 57 revisões sistemáticas que abordaram a associação entre fatores sociais/demográficos e o risco de quedas em idosos.
Resultados
Foram identificados fatores sociais fortemente associados a quedas, como isolamento social (OR=1,11; IC95% 1,05–1,17) e viver sozinho (HR=2,17; IC95% 1,43–3,3) (Petersen et al., 2020). Segundo Bloch et al., (2010) a baixa escolaridade e dificuldades nas atividades de vida diária (ADL: OR=2,26; IC95% 2,09–2,45; IADL: OR=2,10; IC95% 1,68–2,64) também se destacaram como preditores importantes. Além disso, fatores como sarcopenia (Yeung et al., 2019), obesidade (Neri et al., 2019) e transtornos depressivos (Stubbs et al., 2014) mostraram associação com aumento do risco de quedas.
Conclusões/Considerações
A análise reforça que desigualdades sociais e condições de vulnerabilidade ampliam os riscos e agravam os desfechos relacionados às quedas. Estratégias de prevenção devem ir além dos aspectos clínicos, incorporando ações multidisciplinares que considerem o contexto social do idoso. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas que reduzam vulnerabilidades sociais como forma de mitigação do risco de quedas na velhice.
PERFIL DA MORTALIDADE POR DOENÇA DE ALZHEIMER NO DISTRITO FEDERAL: ANÁLISE DE 2014 A 2023.
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
3 Fundação Oswaldo Cruz Brasília
Apresentação/Introdução
A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva, crônica que compromete funções cognitivas como perda de memória, alterações comportamentais e autonomia do indivíduo. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, especialmente em regiões urbanas, como o Distrito Federal (DF), torna-se fundamental compreender o perfil das pessoas afetadas.
Objetivos
Descrever o perfil de mortalidade por Doença de Alzheimer no Distrito Federal no período de 2014 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, utilizando dados secundários e públicos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram incluídos todos os óbitos por Doença de Alzheimer (CID-10: G30) de residentes do Distrito Federal entre 2014 e 2023. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade e local de ocorrência do óbito. A análise descritiva foi realizada por meio de frequências absolutas e relativas.
Resultados
Entre 2014 e 2023, foram registrados 2.714 óbitos por Doença de Alzheimer no Distrito Federal. A mortalidade predominou entre as mulheres com 64% (1.729) em comparação aos homens que corresponderam a 36% (985). A faixa etária mais afetada foi a de 80 anos ou mais, que concentrou 80% (2.164) dos óbitos. Quanto à raça/cor, a maioria dos óbitos ocorreu entre pessoas brancas correspondente a 69% (1.847), seguidas pelas pardas com 26% (689). Em relação à escolaridade, 31% (814) dos óbitos foram de indivíduos com ensino fundamental incompleto, e 18% (472) de pessoas sem escolaridade. A maior parte dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar com 68% (1.849), sendo 24% (650) óbitos domiciliares.
Conclusões/Considerações
O perfil da mortalidade por Doença de Alzheimer no DF entre 2014–2023 reflete a crescente carga da doença no contexto do envelhecimento populacional. A predominância de óbitos entre mulheres e idosos com 80 anos ou mais corrobora achados da literatura. O estudo destaca a influência de determinantes sociais, como escolaridade e raça/cor, sugerindo disparidades no acesso ao diagnóstico, tratamento e cuidado.
ENVELHECIMENTO TRANSMASCULINO: DESAFIOS DA NECROPOLÍTICA E AGÊNCIAS DE CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 Unifesp
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil se dá em cenário de profundas desigualdades, demandando que o campo da saúde coletiva aprofunde o entendimento das experiências de grupos marginalizados. Este trabalho aborda o envelhecimento transmasculino, expondo como a necropolítica e a violência estrutural impõem um curso de vida acelerado e exaustivo, desafiando noções hegemônicas de temporalidade e longevidade.
Objetivos
Investigar o envelhecimento transmasculino no cuidado e acesso à saúde. Discutir barreiras impostas por discursos patologizantes e serviços de saúde hostis, e identificar as estratégias criativas mobilizadas pelos interlocutores em sua busca por um bem-estar
Metodologia
Investigação etnográfica baseada nas narrativas de seis pessoas transmasculinas, com idades entre 45 e 65 anos, residentes na Região Metropolitana de São Paulo. A coleta de dados incluiu imersões no cotidiano e entrevistas aprofundadas, permitindo apreender as complexas dimensões processuais e subjetivas do envelhecer. A pesquisa busca ampliar vozes de experiências do envelhecer para além dos marcos cronológicos, evidenciando as lutas por sobrevivência e as práticas de resistência.
Resultados
As narrativas revelam que o envelhecimento transmasculino é marcado por um "cansaço específico" e um envelhecimento prematuro, fruto de violências persistentes e exclusão social. O sistema de saúde é frequentemente percebido como um agente promotor de sofrimento, reforçando o afastamento dos usuários. Contudo, os participantes demonstram notável agência criativa, forjando itinerários terapêuticos que transcendem a biomedicina, incluindo espiritualidade e redes de apoio afetivo, reinventando suas trajetórias.
Conclusões/Considerações
O estudo reitera a desconstrução do paradigma normativo do envelhecimento, priorizando vozes dissidentes para políticas e práticas de cuidado equitativas. As trajetórias transmasculinas, marcadas por cansaço, persistência e reinvenção, urgem qualificar sistemas de saúde para atendimento humanizado, equânime e diverso do envelhecer.
FATORES SOCIOECONÔMICOS CONTEXTUAIS RELACIONADOS À MORTALIDADE PRECOCE DE PESSOAS IDOSAS POR CÂNCER DE OROFARINGE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
Considerando que uma pessoa de 60 anos tem esperança de mais 22,5 anos de vida no Brasil (IBGE, 2023), os óbitos entre sexagenários são precoces e devem ser evitados para o enfrentamento das iniquidades em saúde. Mais frequente em pessoas idosas, o câncer de orofaringe representa um dos que mais comumente atinge a cabeça e o pescoço.
Objetivos
O presente estudo ecológico propõe-se a analisar a taxa de mortalidade por câncer de orofaringe em idosos de 60 a 69 anos nos municípios brasileiros, no período de 2001 a 2021, bem como identificar os fatores socioeconômicos contextuais relacionados.
Metodologia
A partir de dados de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e de população oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mediu-se o Coeficiente de Mortalidade Específico por Idade (CMId). Tais dados foram comparados por meio do Teste t de Student, ao nível de significância de 5%, com índices socioeconômicos produzidos por análise multivariada de componentes principais de indicadores obtidos pelo IBGE, Programa das Nações Unidas (PNUD) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) referentes ao censo do meio de período (2010). Ademais, utilizou-se Análise Espacial Exploratória para visualização da distribuição do CMId no Brasil.
Resultados
Com média nacional de 2,51(0,001) óbitos a cada 1000 pessoas de 60 a 69 anos, o mapa revelou maior expressividade do CMId nas regiões Sul, Sudeste e litoral do Nordeste. Após a análise teórica, descritiva e multivariada, resumiu-se 13 variáveis socioeconômicas em dois fatores contextuais, que, na análise bivariada com o CMId categorizado pela média, apresentaram relação estatisticamente significativa, sendo denominados: Privação Socioeconômica (t=16,86; p<0,001) e Ruralidade (t=18,20; p<0,001). Municípios com alta taxa de mortalidade apresentaram menor média de tais índices, correspondendo a -0,24(0,96) e -0,25(1,06), respectivamente.
Conclusões/Considerações
A despeito dos fatores de risco presentes nos centros urbanos, a relação inversa da privação socioeconômica e ruralidade com a mortalidade sugere um impacto da subnotificação, influenciada pelo menor acesso aos serviços de saúde e falhas no preenchimento da declaração de óbito. Assim, destaca-se a importância da interiorização dos serviços oncológicos e o papel da Atenção Primária à Saúde para garantia da capilaridade do SUS.
ATUAÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO PLANO ESTADUAL DE CUIDADO INTEGRAL EM DEMÊNCIAS RIO GRANDE DO SUL (PECID-RS) COMO MARCO NA CONSTRUÇÃO DO PRIMEIRO PLANO DE DEMÊNCIAS DO PAÍS.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
2 Universidade de Passo Fundo (UPF)
3 Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS)
4 Pan American Health Organization (OPAS)
Período de Realização
Teve início no segundo semestre de 2023 e se manterá na composição atual até o final do ano de 2027.
Objeto da experiência
Atuação do Comitê Gestor do PECID do RS como preditora do êxito do desenvolvimento do primeiro Plano na temática das demências no país.
Objetivos
Apresentar o Comitê Gestor do PECID, que tem como objetivo implementar a Política Estadual de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e outras Demências e responder coletivamente às demandas que envolvem o diagnóstico e cuidado em Demências em uma perspectiva integral no Estado do Rio Grande do Sul.
Descrição da experiência
As pessoas idosas representam mais de 20% da população do Rio Grande do Sul, o estado com maior percentual de idosos do país. O Comitê Gestor foi instituído para construir e desenvolver as metas e ações do PECID. Composto por órgãos estaduais, serviços de saúde, instituições de ensino superior públicas e privadas e associações e institutos e coordenado pela Política de Saúde da Pessoa Idosa, mesmo diante das enchentes de 2024, o Comitê realizou dezenas de encontros para alcançar seus objetivos.
Resultados
Construído por mais de 60 colaboradores dos 35 órgãos participantes ao redor do estado, o PECID possui 5 áreas de atuação: qualificação da rede de atendimento, qualificação profissional, apoio a cuidadores e a rede de apoio, cuidado ao usuário com demência e divulgação e monitoramento. Composto por 27 metas e 63 ações a serem desenvolvidas entre os anos de 2025 e 2027, o Comitê Gestor já entregou 15 ações do Plano e possui outras 18 em desenvolvimento até o final do ano de 2025.
Aprendizado e análise crítica
A união do setor público, instituições de ensino e associações/institutos representados por profissionais especialistas e atuantes na temática das demências e da saúde da pessoa idosa se fez fundamental para o desenvolvimento do Plano na perspectiva das necessidades de saúde atuais das pessoas com demências, seus familiares, cuidadores e profissionais da saúde e para promover a qualificação das redes de atenção envolvidas no seu cuidado integral diário no RS.
Conclusões e/ou Recomendações
O PECID é uma iniciativa pioneira no Brasil e é resultado da participação de diferentes atores em um esforço conjunto. Acreditamos que através do trabalho do Comitê organizador deste Plano, bem como do desenvolvimento das metas e ações do mesmo, direcionamentos e importantes entregas poderão ser realizadas para que as pessoas com demências e seus cuidadores recebam o cuidado integral que necessitam e que lhes é direito.
IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PEVI: FORTALECENDO A REDE DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS IDOSAS EM MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 Veni University
3 UFPE
4 MPPE
5 Uniaeso
Período de Realização
2014 até o presente, com expansão contínua para novos municípios pernambucanos
Objeto da experiência
Criação, expansão e monitoramento de núcleos intersetoriais para enfrentamento da violência contra pessoas idosas em municípios pernambucanos
Objetivos
Reduzir a subnotificação da ficha de notificação compulsória de violência contra pessoas idosas em Pernambuco através do fortalecimento da atuação da rede de saúde e assistência social, estruturando um fluxo de registro, atendimento e assistência nos municípios de referência
Metodologia
A experiência do PEVI consiste na criação de núcleos intersetoriais municipais para combater a violência. Estes núcleos funcionam como porta de entrada para denúncias e articulam a rede local da saúde e da assistência social. O processo de implementação nos municípios segue as seguintes etapas: após a pactuação com o município ocorre o diagnóstico, a estruturação do fluxo de atendimento, a formação das equipes de atuação, a distribuição de guias dos fluxos, e por fim, o monitoramento
Resultados
Nos municípios contemplados, foram estruturados fluxos de atendimento e novos núcleos, com a ampliação de atribuições nos já existentes. Mais de 3.000 guias informativos foram distribuídos pelo Ministério Público de Pernambuco. A intersetorialidade fortaleceu a rede de saúde local, o que reduziu a subnotificação e ampliou as notificações compulsórias nos casos de suspeita e confirmação de violência contra a pessoa idosa e melhorou a resposta institucional com a criação de sistemas de informação
Análise Crítica
Um aprendizado crucial foi integrar monitoramento e avaliação contínua desde o início da implementação. A ausência inicial limitou ajustes estratégicos, reforçando que indicadores são vitais para aferir o impacto social, melhorar política pública e proteger pessoas idosas. O protocolo dialoga com a Saúde Coletiva ao propor vigilância em saúde, participação social e gestão intersetorial. No contexto de envelhecimento é importante reduzir a subnotificação da violência a partir do território
Conclusões e/ou Recomendações
O PEVI se consolida como um modelo simples e robusto de enfrentamento à violência contra pessoas idosas, com impacto positivo na articulação da rede e na resposta institucional. Recomenda-se ampliar a metodologia de avaliação, garantindo sustentabilidade e replicabilidade. É essencial fomentar capacitações contínuas e apoio técnico aos núcleos, bem como fortalecer o controle social e a participação comunitária no monitoramento das ações
"ENVELHESER SAUDÁVEL": PROGRAMA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA MATURIDADE
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário São Camilo (SP/SP)
Período de Realização
O Programa "EnvelheSER Saudável" foi implantado no período de abril a junho de 2025.
Objeto da experiência
Encontros presenciais com atividades lúdicas e interativas sobre Educação Alimentar e Nutricional voltados para pessoas idosas.
Objetivos
Promover discussão sobre a importância da alimentação saudável entre pessoas idosas participantes do Programa “EnvelheSER Saudável”, visando a melhoria da qualidade de vida, prevenção de doenças e maior autonomia alimentar.
Metodologia
O Programa foi realizado no Instituto Convita (https://www.convita.org.br/), em São Paulo (SP), com divulgação pelas redes sociais. O Programa contou com quatro encontros presenciais com duração de 50 minutos cada, com a participação de pessoas idosas de ambos os sexos. As atividades de intervenção implantadas foram “Mito ou verdade?”, “Bingo do Saber” e “Roda de conversa”. Foram utilizados recursos acessíveis e lúdicos, com foco na autonomia alimentar e fortalecimento do convívio social.
Resultados
Do ponto de vista qualitativo, as intervenções mostraram importante engajamento dos participantes, com interesse, compreensão e intenção de mudança de hábitos. Identificou-se consumo elevado de alimentos ultraprocessados e refeições em frente à TV. Após as oficinas, muitos relataram mudanças, como evitar bolachas e maior atenção aos rótulos na escolha dos alimentos. As dinâmicas favoreceram a troca de saberes, fortalecimento de vínculos e contribuíram para melhora da autonomia e da percepção crítica sobre a alimentação.
Análise Crítica
A experiência mostrou que atividades educativas são eficazes para promover mudanças de atitudes entre pessoas idosas. Destacou-se a importância da escuta ativa e da adaptação de linguagem e metodologia. A duração do programa foi um limitante pois impediu o acompanhamento de mudanças a longo prazo. Entretanto, mesmo que pontual, o programa reforçou o papel da alimentação equilibrada no envelhecimento saudável e na valorização do convívio social, fortalecendo vínculo entre educadores e educandos.
Conclusões e/ou Recomendações
O programa “EnvelheSER Saudável” cumpriu seus objetivos ao estimular a reflexão crítica sobre alimentação e favorecer práticas mais saudáveis. A utilização de estratégias lúdicas, interativas e inclusivas mostrou-se eficaz para o público idoso. Recomenda-se a ampliação do tempo de intervenção e a aplicação contínua em instituições similares, visando consolidar os aprendizados e monitorar mudanças comportamentais sustentáveis.
A INCLUSÃO DIGITAL COMO FERRAMENTA DE ACESSO AO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM PESSOAS IDOSAS SOBRE A USABILIDADE DO "MEU SUS DIGITAL"
Pôster Eletrônico
1 UnB
2
Período de Realização
Experiência de seis meses com encontros semanais às segundas, na disciplina Qualidade de Vida.
Objeto da experiência
Vivência educativa com pessoas idosas para apresentar o SUS e o aplicativo "Meu SUS Digital", refletindo sobre inclusão digital e acesso à saúde.
Objetivos
Compreender o nível de inclusão digital de idosos no contexto do SUS por meio da apresentação do aplicativo "Meu SUS Digital", identificando barreiras tecnológicas e promovendo reflexões sobre estratégias acessíveis de letramento digital em saúde.
Descrição da experiência
A atividade foi realizada com 18 idosos durante a aula de Qualidade de Vida, componente de curso da UniSER. A proposta abordou o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), os direitos da pessoa idosa e a utilização do aplicativo "Meu SUS Digital". Ao serem questionados sobre o conhecimento e uso da ferramenta, apenas dois participantes afirmaram conhecer o aplicativo, sendo que apenas um relatou utilizá-lo. Entre os demais, observou-se certo estranhamento e preocupação em relação à tecnologia.
Resultados
Apesar da insegurança digital, houve interesse em funcionalidades como a carteira de vacinação e o acesso a exames. O estranhamento inicial cedeu lugar à curiosidade, revelando o potencial do aplicativo como ferramenta de apoio ao autocuidado e à promoção da autonomia em saúde. Um exemplo foi o relato de um dos participantes que perdeu o número do CNS e enfrentou dificuldades para recuperá-lo, reconhecendo que, caso já utilizasse o aplicativo, teria esse dado facilmente disponível.
Aprendizado e análise crítica
A atividade evidenciou que a baixa literacia digital, principalmente entre pessoas idosas, limita o acesso equitativo ao SUS. Isso se deve à presença da tecnologia em várias etapas da atenção à saúde e às diretrizes da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020–2028, do Ministério da Saúde (Brasil, 2022). Reforça-se a urgência de políticas públicas com oficinas práticas e suporte contínuo para garantir a autonomia no uso de tecnologias em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a promoção da literacia digital entre pessoas idosas é fundamental para a efetividade das ferramentas disponibilizadas pelo SUS. Recomenda-se a adoção de estratégias intersetoriais de educação digital, com foco em acessibilidade, equidade e promoção da cidadania para esse público.
PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSOS NA APS POR MEIO DA APLICAÇÃO DA ESCALA IVCF-20: IDENTIFICAÇÃO DA VULNERABILIDADE FUNCIONAL E PLANEJAMENTO DE AÇÕES EDUCATIVAS.
Pôster Eletrônico
1 CASSI
Período de Realização
Este estudo abrange o período de março de 2024 até o presente momento.
Objeto da experiência
Aplicação do IVCF-20 para estratificação de risco clínico-funcional de idosos na APS, visando orientar ações de cuidado e promoção da saúde.
Objetivos
Estratificar o risco clínico-funcional de pessoas idosas, por meio da aplicação do instrumento IVCF-20 na Atenção Primária à Saúde, a fim de identificar vulnerabilidades e subsidiar a implementação de cuidados individuais e ações educativas voltadas à promoção da saúde, do idoso.
Descrição da experiência
A Escala de Vulnerabilidade Clínica Funcional (IVCF-20) foi aplicada em idosos acompanhados por uma Unidade de Atenção Primária à Saúde no Sul do Brasil. Dados anonimizados de prontuários eletrônicos permitiram identificar diferentes níveis de vulnerabilidade clínica e funcional, orientando ações educativas para promover o envelhecimento ativo, o autocuidado, a autonomia e a prevenção de agravos, melhorando a qualidade de vida e fortalecendo a APS.
Resultados
Avaliou-se uma amostra de 251 idosos, sendo 54% do sexo feminino e 46% do sexo masculino, com idades entre 60 e 99 anos. Os dados indicaram que 23 idosos (11,5%) foram classificados como alto risco, 63 (31,5%) como risco moderado e 114 (57%) como baixo risco de vulnerabilidade clínico-funcional. Com base nessa estratificação, foram realizadas ações educativas focadas na promoção da saúde, por meio de palestras e encontros com a equipe multiprofissional, visando fortalecer o cuidado e o bem-estar
Aprendizado e análise crítica
A escala ICFV-20 possui rápida e fácil aplicação, através de perguntas distribuídas em oito sessões: idade, autopercepção da saúde, incapacidades funcionais, cognição, humor, mobilidade, comunicação e comorbidades múltiplas. Demonstrou ser viável como rastreio na atenção primária para identificar idosos com fragilidade, em risco de fragilização e idosos frágeis, contribuindo para a definição de ações e a construção de linhas de cuidado efetivas no processo de atenção à saúde dessa população.
Conclusões e/ou Recomendações
A aplicação do IVCF-20 na APS permitiu identificar e estratificar o risco de fragilidade em idosos, auxiliando no cuidado centrado na pessoa e na elaboração de ações educativas, com foco no estímulo ao envelhecimento ativo, promoção do autocuidado, fortalecimento da autonomia e no aprimoramento das intervenções de prevenção de agravos evitáveis, contribuindo para a melhoria significativa da qualidade de vida da população idosa atendida.
ENVELHECER COM VOZ E VEZ: RELATO DA 1ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA PESSOA IDOSA EM JEQUIÉ-BA
Pôster Eletrônico
1 UESB
Período de Realização
Realizada nos dias 28 e 29 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Vivência participativa na conferência que reuniu diversos atores sociais para debater direitos da pessoa idosa.
Objetivos
Relatar e refletir sobre a 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI) em Jequié-BA, evidenciando a importância da escuta ativa e da participação social desse público na construção de políticas públicas.
Descrição da experiência
O evento reuniu diversos atores sociais, em especial, pessoas idosas que expressaram suas vivências, desafios e expectativas com relação à velhice. Contou com mesa de abertura, mesa redonda, momentos culturais e grupos de trabalho. Cada grupo foi orientado eixos temáticos apresentados pela Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CONADIPI), onde os participantes levantaram propostas demonstrando o compromisso coletivo com a promoção de uma sociedade mais justa, equitativa e respeitosa.
Resultados
A 1ª CMDPI em Jequié-BA resultou em um espaço rico de trocas, aprendizado e fortalecimento do protagonismo da pessoa idosa. A participação ativa nos grupos de trabalho, evidenciou o engajamento coletivo na formulação de propostas concretas voltadas à garantia de direitos, valorização da experiência e construção de políticas públicas mais inclusivas.
Aprendizado e análise crítica
A participação na 1ª CMDPI proporcionou aprendizado significativo sobre a importância da escuta ativa e da participação social no processo de envelhecimento. O protagonismo das pessoas idosas, compartilhando vivências e propondo soluções, revelou o quanto é necessário romper com estigmas e ampliar espaços de diálogo e decisão. É fundamental que estes espaços sejam fortalecidos para que, através da cidadania e do respeito, gerem impactos reais na vida desta população.
Conclusões e/ou Recomendações
A conferência proporcionou uma experiência enriquecedora, promovendo reflexões sobre os desafios e avanços nas políticas públicas para este público etário. As trocas evidenciaram a importância da participação social na promoção da dignidade, respeito e inclusão. Eventos como este fortalecem a cidadania, a democracia e a consciência crítica sobre o cuidado e valorização do envelhecimento.
ENTRE A FRAGILIDADE E A NEGLIGÊNCIA: EXPERIÊNCIA EM VISITA DOMICILIAR A UMA IDOSA
Pôster Eletrônico
1 CEUB
Período de Realização
Intervenção realização no 16 de agosto de 2024.
Objeto da experiência
Uma paciente idosa, acamada, assistida pela irmã e integrante da população adscrita de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Brasília.
Objetivos
Relatar a experiência de dois acadêmicos em uma visita domiciliar a uma idosa acamada realizada como parte de uma atividade da matéria de saúde coletiva, relacionando com a importância da Visita Domiciliar na observação e detecção de sinais de violência que ameacem a saúde do idoso.
Descrição da experiência
Inicialmente, o motivo da visita foi a troca de curativo, marcada pela irmã da paciente, a cuidadora. Nisso, observou-se um ambiente insalubre, inapropriado na casa e obteve-se informações controversas sobre o histórico da paciente referido pela cuidadora. Ainda, o quadro clínico evidenciava lesões por pressão, estágios 3 e 4, recomendando-se a ida ao hospital. Logo, o desvio de assunto da irmã, a falta de cuidados básicos, o atraso no atendimento e a clínica sugerem violência contra o idoso.
Resultados
A experiência da visita domiciliar na saúde coletiva para os discentes evidenciou na prática a complexidade do atendimento a pacientes idosos vulneráveis por meio dos sinais de violência do caso. Ainda, estimulou-se algumas habilidades necessárias em suas carreiras por meio do raciocínio clínico e uma linha de cuidado personalizada para a paciente. Por fim, a visita domiciliar é uma ferramenta importante para a saúde em contextos conflitantes.
Aprendizado e análise crítica
A estratégia de atenção domiciliar é fundamental para o cuidado integral do paciente idoso, favorecendo a senescência. Assim, por meio da vivência prática diária os acadêmicos do curso de medicina aprendem melhor a elaboração da linha de cuidado em saúde. Logo, a observação crítica do profissional, a valorização dos sinais e sintomas e a coleta de uma história clínica adequada fazem a diferença no atendimento e acompanhamento humanizado longitudinal, resguardando os princípios da saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
O recurso de atendimento domiciliar configura-se como um método que facilita o processo de aprendizado e o cuidado propínquo do idoso. Desse modo, ao proporcionar a vivência coletiva em saúde deveria ser mais utilizado no cuidado com o idoso e estudado no ambiente acadêmico. Logo, a relação custo-benefício da visita domiciliar para o paciente e para UBS contribui para o manejo racional dos insumos coletivos em saúde para o idoso.
O PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA COMO ESTRATÉGIA PARA ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO NO PROJETO CUIDAR90+
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
Outubro de 2024 a maio de 2025, em 10 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Goiânia-GO.
Objeto da experiência
Mobilização, esclarecimento e obtenção de consentimento de idosos no Projeto Cuidar90+.
Objetivos
Descrever o processo de mobilização das equipes de saúde da família para o desenvolvimento do Projeto Cuidar90+ e sua importância para definição de vínculo, esclarecimento e obtenção de consentimento pelos participantes (idosos cadastrados com 90 anos ou mais e seus cuidadores).
Descrição da experiência
O processo de mobilização ocorre em 6 etapas: 1. Pactuação com gestão municipal e distrital. 2. Roda de conversa com enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), para apresentar objetivos, riscos e benefícios e esclarecer sobre o papel do ACS no primeiro contato com as famílias dos idosos. 3. Checagem dos residentes e/ou falecidos na lista de cadastrados na UBS. 4. Agendamento das visitas em momento oportuno. 5. Entrevista acompanhada pelo ACS. 6. Devolutivas aos idosos e à UBS.
Resultados
Das 54 UBS de Goiânia, já foram realizados 10 processos de mobilização para apresentação e alcance do público idoso. Essa proposta tem sido parcialmente exitosa, em função de dificuldades como: falta de vínculo entre ACS e idoso/família, manutenção da comunicação com as equipes e resistência inicial das equipes que percebem o projeto como uma nova demanda de trabalho. Por outro lado, muitos relatam que o projeto permitirá uma melhor compreensão das necessidades dos usuários com 90 anos e mais.
Aprendizado e análise crítica
A sensibilização das equipes das UBS é uma estratégia fundamental para fortalecer a parceria ensino-pesquisa-serviço e estabelecer um ambiente de escuta qualificada e confiança, os quais são elementos essenciais para o esclarecimento da pesquisa e obtenção de consentimento junto aos idosos e suas famílias para participação em projetos de pesquisa como o Projeto Cuidar90+. Dificuldades habituais no processo de trabalho na APS tem sido um dos grandes desafios na abordagem das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Apesar dos desafios enfrentados a mobilização tem sido bem-sucedida e tem sido um espaço de debate sobre a APS e o processo de envelhecimento no território. É importante que pesquisadores considerem as especificidades do processo de trabalho das equipes ao propor desenhos de estudos que envolvam populações cadastradas em territórios de APS. O preparo da equipe e envolvimento do coordenador é fundamental para o vínculo e êxito do trabalho.
ATENÇÃO E CUIDADO ÀS MULHERES TRABALHADORAS DA REDE SUS-BETIM QUE VIVENCIAM O CLIMATÉRIO E A MENOPAUSA.
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Betim
2 PUC-Betim
Período de Realização
Oficina realizada em Unidade Básica de Saúde do município de Betim, no dia 05/06/2025.
Objeto da experiência
Proporcionar espaço de troca de informações, apoio e orientação para as mulheres que se encontram no climatério e menopausa.
Objetivos
Proporcionar as mulheres trabalhadoras da Rede-SUS Betim, com idade entre 45 a 60 anos, momento acolhedor e receptivo para o diálogo, a troca de experiências. Incentivando o autocuidado e a melhoria da qualidade de vida. Oferecer aos alunos oportunidade de conduzirem a Oficina.
Descrição da experiência
Trabalho desenvolvido como um dos eixos do PET-Saúde Equidade. Nosso foco temático são ao mulheres trabalhadoras do SUS Betim que se encontram no período do climatério e menopausa. No contexto das trabalhadoras do SUS, essa fase é frequentemente vivenciada em meio a uma dupla jornada, na qual se acumulam as exigências profissionais e pessoais. Elevando níveis de estresse e reduzindo a qualidade de vida. A Oficina propõe a criação de um espaço de acolhimento, por meio de roda de conversa.
Resultados
Os resultados foram extremamente positivos. As mulheres demostraram segurança para o compartilhamento de experiências, angústias. Observamos afinidade e suporte entre as participantes e a equipe do PET-Saúde. Foram respondidas perguntas de cunho orientador e cientifico.
Observamos o potencial replicador entre as trabalhadoras, inclusive entre algumas mais jovens que participam e relataram estarem impactadas sobre a perspectiva da empatia.
Aprendizado e análise crítica
Como principal aprendizado levamos a necessidade de mais espaços de acolhida e troca de experiência sobre este tema ainda tão pouco discutido. A mulher no climatério é invisibilizada, seus sintomas e medos. As atividades em grupo diminuem o sentimento de solitude, tão comum nesta fase da vida. O fato de o grupo PET ser composto por equipe multiprofissional permitiu trocas valiosas de saberes científicos e humanos. Entendemos que a Oficina foi o ponto de partida para o diálogo.
Conclusões e/ou Recomendações
Estratégia eficaz de educação em saúde, favorecendo a autonomia das mulheres. Mostrou ser um instrumento de valorização do auto cuidado, trazendo relatos simples, no entanto, extremamente valiosos que servirão de exemplo para as demais participantes. Foi capaz de fortalecer a atuação da equipe do PET Saúde, ativando seus laços com o público alvo do projeto. A realização na Unidade Básica de Saúde trouxe aconchego e segurança às trabalhadoras.
ACOLHIMENTO, REDE DE APOIO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA COLETIVA DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Pôster Eletrônico
1 CASSI
Período de Realização
A atividade foi executada de abril a setembro de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se de um grupo de idosos, autodenominado “Feliz idade”, organizado por uma equipe multiprofissional de saúde, como uma ação psicoeducativa.
Objetivos
Acolher a população idosa da CASSI-Salvador, com momentos de convivência, socialização e contribuição para o autocuidado, à saúde mental e hábitos de vida saudáveis no processo de envelhecimento.
Metodologia
O Feliz Idade foi idealizado a partir da percepção de vulnerabilidade emocional e fragilidade da rede de apoio dos idosos, e pela importância da prevenção de agravos e promoção da saúde nessa fase da vida. Os participantes foram sensibilizados pela equipe de saúde por e-mail e durante os atendimentos presenciais na clínica de APS. Quinzenalmente, era um importante espaço de socialização, com metodologia participativa e protagonismo das experiências que embasavam possibilidades de intervenção.
Resultados
Ao longo de 6 meses de encontros, percebeu-se construção do senso de pertencimento e coesão do grupo que, apesar de pausado provisoriamente, se mantém por organização voluntária dos participantes. Ademais, destacam-se como temas mais relevantes: Identificando emoções na experiência do envelhecer; Nomeação das emoções representadas no corpo; Os idosos nos diferentes contextos; Recursos de cuidado e possibilidades terapêuticas; Construção da identidade grupal e Alimentação e nutrição na 3ª idade.
Análise Crítica
A contemporaneidade fez com que o envelhecimento ocupasse um lugar marginalizado e vulnerabilizado na existência humana. Contudo, ele pode ser entendido como parte integrante e fundamental do curso de vida, pois é nessa fase que emergem experiências resultantes da trajetória, integrando a formação do indivíduo idoso. A atividade em grupo é uma forma de manter o indivíduo engajado socialmente, em que a relação com outras pessoas contribui de forma significativa para a sua qualidade de vida.
Conclusões e/ou Recomendações
O espaço e a configuração do grupo propiciaram uma integração entre os membros, contemplando o propósito de fomentar e fortalecer uma rede de apoio mútuo, convivência e construção coletiva de saúde, além de possibilitar um senso de pertencimento e identificação entre os participantes, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e proteção da saúde mental.
UMA NOITE NO CINEMA
Pôster Eletrônico
1 SEMSA
2 Uniasselvi
Período de Realização
Inicio em março de 2025 e continua até o momento
Objeto da experiência
O Brasil envelhece rapidamente. Leis garantem direitos aos idosos (60+). Em Benevides, com 6.815 idosos, um projeto de cinema busca a saúde mental.
Objetivos
▪ Promover a saúde mental das pessoas idosas através da valorização enquanto ser humano.
Descrição da experiência
Em sua 3ª edição, o cinema para idosos de Benevides oferece sessões mensais na Câmara dos Vereadores. Os filmes são escolhidos pelos próprios idosos e o evento inclui pipoca e bebidas para criar um ambiente de confraternização. A iniciativa é uma parceria da Secretaria de Saúde e da Câmara Municipal, alinhada ao projeto Cidade Amiga do Idoso (OPAS/OMS), e visa promover o bem-estar e a integração da comunidade sênior do município.
Resultados
O projeto "Uma noite no Cinema" em Benevides gera resultados muito positivos para a saúde dos idosos. A iniciativa combate o isolamento social, fortalece os vínculos comunitários e oferece estímulo cognitivo. Ao valorizar a opinião dos idosos na escolha dos filmes, promove autonomia e melhora a saúde mental e o bem-estar emocional. O projeto é um modelo de política pública de baixo custo e alto impacto, alinhado ao conceito de Cidade Amiga do Idoso da OPAS/OMS.
Aprendizado e análise crítica
O principal aprendizado é que ações de baixo custo e alto impacto, como um cinema comunitário, são ferramentas poderosas para promover a saúde mental e a integração social dos idosos. Dar autonomia aos participantes (na escolha dos filmes) e fortalecer os laços comunitários são estratégias essenciais para garantir o envelhecimento ativo e saudável, mostrando a eficácia de parcerias públicas focadas no bem-estar da população.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante do comprovado sucesso do projeto, recomenda-se fortemente sua continuidade e fortalecimento. Sugere-se avaliar a expansão da iniciativa para outros bairros de Benevides e a inclusão de novas atividades culturais, consolidando esta ação de baixo custo e alto impacto como uma política pública permanente de saúde e bem-estar para a pessoa idosa no município.
AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM PESSOAS IDOSAS
Pôster Eletrônico
1 PUC-Campinas
Período de Realização
Os encontros de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) ocorreram entre outubro/2024 e junho/2025.
Objeto da experiência
Estratégias de EAN para pessoas idosas, desenvolvidas em 12 encontros, aplicadas em dois grupos: um com oficina culinária e outro sem (grupo padrão).
Objetivos
Descrever e comparar os aspectos da participação de pessoas idosas em duas estratégias de EAN, aplicadas em diferentes contextos – laboratório de técnica dietética e sala de aula –, visando identificar vantagens, limitações e potencialidades de cada abordagem.
Descrição da experiência
As duas estratégias de EAN aplicadas a pessoas idosas participantes do Vitalità, grupo de envelhecimento e longevidade, abordaram alimentação, nutrientes, saúde e doenças, segurança alimentar e alimento seguro, guia alimentar, leitura de rótulos, microbiota intestinal, padrões alimentares, aspectos sensoriais, fome e saciedade, mindful eating e cozinha afetiva. A intervenção com oficinas culinárias incluiu o preparo de receitas e dinâmicas. Ambas usaram materiais visuais, multimídia e práticos.
Resultados
Foram realizados 12 encontros por grupo. A EAN com oficina culinária obteve média de 11 em 17 participantes por encontro, enquanto na EAN padrão a média foi de 14 em 30. Ambas despertaram maior interesse e dúvidas em segurança alimentar e rótulos, com destaque para o Guia Alimentar no grupo com oficinas culinárias e para saúde, doenças e microbiota intestinal no grupo padrão. Observou-se menor desistência no grupo com oficinas culinárias (5/17; 29,4%) comparado ao padrão (11/30; 36,7%).
Aprendizado e análise crítica
A intervenção longa de EAN favoreceu o vínculo com os participantes, no entanto, observou-se ausências por fatores climáticos, consultas médicas e questões familiares. A EAN com oficina culinária promoveu maior interação, motivação e liberdade para dúvidas, contudo, o método exige infraestrutura adequada e recursos para aquisição de alimentos. Na EAN padrão, houve menor troca entre participantes e dificuldade de compreender a aplicação prática de algumas orientações.
Conclusões e/ou Recomendações
A EAN com oficina culinária mostrou-se promissora por favorecer maior participação, socialização e vínculo com o educador. No entanto, os custos e a necessidade de infraestrutura podem limitar sua viabilidade. Uma alternativa seria combinar ambas as estratégias, intercalando atividades práticas e teóricas. É importante adaptar as ações à realidade local para possibilitar uma educação de qualidade e com maior duração.
CUIDADOS DE LONGA DURAÇÃO PARA PESSOAS IDOSAS NO BRASIL: DESAFIOS, POLÍTICAS PÚBLICAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS ENTRE 2023 E 2025
Pôster Eletrônico
1 MDHC
Período de Realização
Artigo elaborado em abril de 2025, sobre cuidados de longa duração para pessoas idosas.
Objeto da experiência
Levantamento de experiências de boas práticas nos cuidados de longa duração para pessoas idosas no Brasil.
Objetivos
Identificar experiências inovadoras nos cuidados de longa duração para pessoas idosas no Brasil, garantindo dignidade, autonomia e direitos; acompanhar a implementação da Política Nacional de Cuidados; e fortalecer redes intersetoriais para ampliar alternativas à institucionalização.
Descrição da experiência
Identificou-se experiências inovadoras nos cuidados de longa duração para pessoas idosas no Brasil, como o Programa Maior Cuidado em Minas Gerais, que oferece atendimento domiciliar a pessoas idosas vulneráveis, e o Residencial Vila Vida em Goiás, modelo casa lar com assistência multidisciplinar. O Programa Envelhecer nos Territórios e o Projeto Vida Digna em Casa, em âmbito federal, visam promover direitos humanos e reduzir a institucionalização.
Resultados
O envelhecimento acelerado no Brasil exige políticas públicas de cuidados de longa duração para pessoas idosas, especialmente vulneráveis. A Política Nacional de Cuidados visa integrar serviços e garantir dignidade, autonomia e direitos. Experiências inovadoras, como cuidados domiciliares e modelos alternativos à institucionalização, reforçam o desafio de oferecer suporte integral, humanizado e intersetorial para um envelhecimento justo e saudável.
Aprendizado e análise crítica
Há desafios advindos do acelerado envelhecimento no Brasil e necessidade urgente de políticas públicas para o cuidado de longa duração às pessoas idosas, visando evitar a institucionalização, com alternativas como o cuidado domiciliar e comunitário. Experiências inovadoras foram identificadas como boas práticas para garantir a autonomia e dignidade da pessoa idosa, minimizando a dependência em instituições tradicionais, promovendo o envelhecimento ativo e saudável.
Conclusões e/ou Recomendações
O cuidado de longa duração para pessoas idosas no Brasil demanda uma abordagem integrada, priorizando autonomia e dignidade, com políticas que garantam cuidados domiciliares e comunitários. É essencial fortalecer as ILPIs e investir em alternativas como Casas Lares e Repúblicas. A intersetorialidade, capacitação de profissionais e implementação da Política Nacional de Cuidados são centrais para enfrentar os desafios do envelhecimento acelerado.
RASTREAMENTO DE VULNERABILIDADE E FRAGILIDADE COMO FERRAMENTA PARA O CUIDADO CONTINUADO INTEGRADO MELHORANDO O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
Período de Realização
A ação foi realizada de janeiro a março de 2025.
Objeto da experiência
Aplicação da versão atualizada da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa na Atenção Básica (AMPI-AB) em moradores do Condomínio Vila dos idosos
Objetivos
Implantar a versão atualizada dos instrumentos e treinar os profissionais da rede local.
Qualificar a avaliação da capacidade funcional e vulnerabilidade dos residentes no conjunto habitacional Vila dos Idosos.
Integrar as ações entre os diversos pontos da rede que atuam no território.
Descrição da experiência
O monitoramento do processo de trabalho na equipe do programa acompanhante de idosos (PAI) que atende o condomínio, apontou dificuldades na avaliação da fragilidade e vulnerabilidade, elaboração de planos de cuidado e definição de altas. Optou-se pela reavaliação de todos os moradores identificando a necessidade de inclusão no programa e avaliando a permanência dos residentes já incluídos no PAI. Realizado, também, treinamento das equipes para a aplicação da nova versão dos instrumentos.
Resultados
Melhoria do processo de trabalho refletindo positivamente na construção do projeto terapêutico singular (PTS), ampliação de acesso com a melhora dos fluxos de admissão e alta do PAI. Fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (RASPI) com a atuação conjunta dos pontos da rede (UBS/ESF, PAI, atenção especializada) garantindo cuidado contínuo e integrado, consolidando as ações para o envelhecimento ativo e saudável e trabalhando pela melhor qualidade de vida da população idosa.
Aprendizado e análise crítica
Importância do monitoramento dos serviços e da aproximação entre as diferentes instâncias, ou seja, da gestão central aos pontos de assistência, permitindo espaço de discussão e aprimoramento dos processos de trabalho.
Melhor aproveitamento dos instrumentos utilizados qualificando a assistência.
Necessidade da atualização da formação profissional incluindo novos conceitos e métodos de avaliação, principalmente ampliando o foco no cuidado continuado, integrado e centrado na pessoa idosa.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação possibilitou a superação das dificuldades no rastreamento de fragilidade e vulnerabilidade das pessoas idosas e fortaleceu o vínculo entre a comunidade, a UBS, o PAI e demais pontos da rede intersetorial.
Notou-se a extrema importância do enfoque na melhoria contínua dos processos de trabalho.
Entende-se que a articulação da RASPI seja frequentemente usada para a potencialização da gestão do cuidado.
PROJETO CLÍNICA ESTÁGIO-AMBULATORIAL EM NUTRIÇÃO COMO FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DE SARCOPENIA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Itaguaí - Secretaria Municipal de Assistência Social
Período de Realização
Maio e Junho de 2025, com aplicação prática no projeto de estágio ambulatorial em Itaguaí-RJ.
Objeto da experiência
Avaliação nutricional de idosos institucionalizados com foco no risco de sarcopenia por meio de indicadores antropométricos.
Objetivos
Investigar o risco de sarcopenia em idosos acolhidos em instituição de longa permanência do SUAS no município de Itaguaí, por meio de avaliação de IMC e circunferência da panturrilha, e promover integração entre políticas de saúde, assistência social e formação acadêmica.
Metodologia
A experiência ocorreu como parte do projeto “Clínica Estágio - Ambulatorial em Nutrição”, criado pelo Programa Municipal de Estágios de Itaguaí e executado na Casa de Idosos da Secretaria Municipal de Assistência Social. Foram avaliados 11 idosos com aplicação de parâmetros nutricionais, como IMC e circunferência da panturrilha. A ação foi intersetorial, envolvendo assistência social, saúde e educação, com atuação orientada por preceitos do cuidado integral ao idoso.
Resultados
Dos 11 idosos avaliados, 4 apresentaram risco de sarcopenia, sendo 3 do sexo masculino e 2 com sobrepeso. Entre eles, 2 estavam acamados, com mobilidade comprometida. A composição corporal inadequada não garantiu manutenção da massa muscular. O resultado evidencia a ocorrência de sarcopenia mesmo em idosos com excesso de peso, reforçando a importância do rastreio precoce e específico em instituições de longa permanência.
Análise Crítica
A experiência demonstrou a importância da avaliação nutricional com enfoque funcional, especialmente em idosos com mobilidade reduzida. O trabalho intersetorial ampliou a compreensão sobre os determinantes da sarcopenia, revelando que o sobrepeso pode mascarar perdas de função muscular. Além disso, o estágio contribuiu para a formação crítica dos estudantes e destacou a relevância da articulação entre SUS e SUAS no cuidado ao idoso institucionalizado.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o rastreio do risco de sarcopenia deve ser rotina em ILPIs, independentemente do estado nutricional aparente. Recomenda-se a ampliação de estratégias intersetoriais como o projeto Clínica Estágio, unindo assistência, saúde e educação para promover um envelhecimento digno e funcional. A continuidade e replicação desse modelo pode fortalecer as ações de cuidado ao idoso nas redes públicas.
CURSO DE ARTE, CULTURA E PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA PESSOAS IDOSAS: EXPERIÊNCIAS GRUPAIS COMO PROMOÇÃO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Período de Realização
De 2022 a 2025, em edições semestrais do curso do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI UNAPI).
Objeto da experiência
Curso de extensão sobre Arte, cultura e promoção de saúde, voltado ao protagonismo de pessoas idosas por meio de práticas artísticas e grupais.
Objetivos
Apresentar os efeitos do curso de Arte, Cultura e Promoção da Saúde (NETI-UNAPI/UFSC) na qualidade de vida de pessoas idosas. Compartilhar práticas pedagógicas, discutir saúde a partir da arte e refletir sobre intergeracionalidade, visto que é ministrado por um professor e dois estudantes universitários
Descrição da experiência
O curso promove encontros semanais com temas variados que perpassam a arte e a cultura. As metodologias utilizadas são variadas e envolvem rodas de conversa, dinâmicas coletivas, saídas de campo e atividades práticas e artísticas. O curso coloca como central os saberes da velhice, reconhecendo-os como potentes na produção de saúde, vínculos e bem estar. Os encontros são acompanhadas por estudantes universitários, que atuaram como auxiliares pedagógicos, fortalecendo o caráter intergeracional
Resultados
Participaram majoritariamente mulheres entre 51 e 82 anos, com alta escolaridade. Ao longo dos semestres, as motivações para participação no curso variaram entre o desejo de preencher o vazio dos dias, combater a solidão, socializar e aprender coisas novas. Ao terminar o curso, os participantes relatam que tiveram suas expectativas alcançadas e como o grupo se faz um espaço de escuta, diálogos, ampliação de acesso a direitos e criação de novas amizades, promovendo saúde para pessoas idosas.
Aprendizado e análise crítica
A crescente população idosa no Brasil faz com que surjam novas demandas por reconhecimento e cuidado. Iniciativas como o curso de Arte, Cultura e Promoção de Saúde são fundamentais para romper com o isolamento e valorizar os saberes da velhice. As experiências vividas no curso mostram que estar em espaços coletivos, lúdicos e intergeracionais, mediados por arte e cultura, podem fortalecer e criar vínculos e a ampliar as possibilidades das pessoas idosas, visto que promove saúde e autonomia.
Conclusões e/ou Recomendações
É preciso fortalecer políticas públicas que reconheçam os saberes, desejos e potências das pessoas idosas. O curso mostra a importância e a efetividade de práticas coletivas, lúdicas, artísticas e intergeracionais no enfrentamento do idadismo, na formação de vínculos e na promoção do bem-estar dessas pessoas. Recomenda-se, assim, a valorização das Universidades Abertas a Pessoa Idosa na promoção de saúde na velhice.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM AÇÃO: PRÁTICAS INTEGRATIVAS E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DE IDOSOS EM CURITIBA (PR)
Pôster Eletrônico
1 Faculdades Pequeno Príncipe
Período de Realização
A ação ocorreu no primeiro semestre de 2025, de abril a maio, no município de Curitiba – PR.
Objeto da experiência
A experiência teve como foco idosos vinculados à Unidade Básica de Saúde (UBS) Uberaba de Cima.
Objetivos
Desenvolver ações de educação em saúde na Atenção Primária à Saúde (APS), voltadas para idosos e pessoas com condição crônica, por meio de alongamentos e incentivo à alimentação saudável.
Descrição da experiência
A ação, planejada pelos estudantes de medicina utilizando o Arco de Maguerez, visou promover a saúde física e mental dos usuários de uma Unidade Básica em Saúde (UBS). Foram elaborados materiais educativos e preparada uma salada de frutas. Inicialmente prevista em espaço aberto, a atividade precisou ser adaptada para a sala de espera da UBS devido às condições climáticas, sem comprometer seus objetivos.
Resultados
A ação abordou cerca de X usuários (20-80 anos), com comorbidades como hipertensão, diabetes, dislipidemia e transtornos mentais. Realizou-se entrega de materiais e orientações com salada de frutas. A maioria reconheceu os benefícios da alimentação e da atividade física para a saúde. Destaque para uma idosa que, antes insegura, sentiu-se motivada a praticar exercícios em casa. A ação promoveu autonomia dos participantes e o desenvolveu empatia e adaptabilidade das estudantes.
Aprendizado e análise crítica
Os materiais ilustrados e a linguagem acessível mostraram-se eficazes na adesão e compreensão dos participantes. Estratégias complementares, como envolvimento de agentes comunitários e uso de redes locais, poderiam ampliar o alcance. A experiência reforça a importância do planejamento sensível e da escuta ativa para otimizar os resultados.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que ações simples e sensíveis, alinhadas à realidade local, promovem saúde e fortalecem vínculos com a atenção básica. Práticas como yoga e orientações nutricionais devem ser incentivadas. Materiais acessíveis e flexibilidade no planejamento foram essenciais. A extensão se destacou como ferramenta de formação humanizada. Recomenda-se ampliar essas ações, incentivando usuários como multiplicadores de boas práticas em saúde.
ESTRATÉGIAS PARA A AMPLIAÇÃO DA AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado do Ceará
Período de Realização
As estratégias tiveram início no ano de 2022 e estão em desenvolvimento até o presente momento.
Objeto da experiência
Apresentar as estratégias desenvolvidas no Estado do Ceará para ampliação da avaliação multidimensional da pessoa idosa na atenção primária.
Objetivos
Os principais objetivos das estratégias desenvolvidas no Estado são promover a educação permanente de profissionais da atenção primária e sistematizar o monitoramento do indicador de avaliação multidimensional da pessoa idosa, visando a ampliar sua execução e registro adequado na atenção primária.
Descrição da experiência
No ano de 2022 o Estado do Ceará realizou qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária por meio do Projeto Dgero Brasil, voltada a profissionais de municípios e regiões de saúde. Ao longo de 2023 a temática tornou-se pauta permanente nas reuniões de monitoramento regional. A partir de 2024 a secretaria de saúde decidiu incluir o indicador no Plano Estadual de Saúde 2024-2027, reafirmando a atenção à saúde do idoso e às condições crônicas como prioridade sanitária.
Resultados
Em 2022, ano de início das estratégias, o percentual de avaliação multidimensional da pessoa idosa na atenção primária no Ceará era de 0,6%. Após a qualificação profissional realizada observou-se o aumento para 1,5% em 2023. A partir da sistematização do monitoramento do indicador no Plano Estadual de Saúde 2024-2027 verificou-se a tendência crescente do mesmo, fechando o ano de 2024 com 6,68%, resultado superior a meta estabelecida para o ano de 2,50%, e superior ao resultado nacional de 5,59%.
Aprendizado e análise crítica
A estratégias desenvolvidas no Estado voltadas à ampliação da avaliação multidimensional da pessoa idosa tem apresentado resultados positivos de melhoria do indicador constante do Plano Estadual de Saúde, mas também na qualificação da atuação de profissionais da atenção primária no atendimento à saúde da pessoa idosa e o registro adequado dessa ação. Iniciativas como esta potencializam e complementam, inclusive, o indicador do financiamento federal da atenção primária de cuidado da pessoa idosa.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a qualificação profissional associada a definição da meta do indicador da avaliação multidimensional da pessoa idosa no Plano Estadual de Saúde, consolidando o monitoramento e avaliação do mesmo, apresentaram resultados positivos na ampliação desta ação na atenção primária à saúde. Visando garantir a sustentabilidade da crescente do indicador, estratégias de educação permanente com a temática continuarão a ser desenvolvidas.
OS DESAFIOS DA APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS COM A POPULAÇÃO DE IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFSM
Período de Realização
De abril a junho de 2025, na APS do interior do Rio Grande do Sul.
Objeto da experiência
Aplicação do Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional 20 em idosos residentes de um município do interior do Rio Grande do Sul.
Objetivos
Apresentar os desafios da aplicação do Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional 20 em idosos e reforçar a importância do instrumento para avaliação da saúde do idoso.
Descrição da experiência
Na atenção primária à saúde, os usuários idosos precisam ser constantemente avaliados para que estratégias de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, bem como, demais intervenções sejam direcionadas de forma precisa e eficaz. O IVCF-20 é um questionário de avaliação que possibilita a realização de triagem dos aspectos relacionados à saúde dos idosos e apresenta-se como uma ferramenta útil na prática diária.
Resultados
O IVCF-20 é aplicado por profissionais da APS no domicílio, grupo de idosos e nas UBS. O questionário pode ser respondido pelo usuário ou por pessoa do seu convívio, entretanto, as respostas são inconsistentes em virtude da restrição de conhecimento acerca dos aspectos relacionados à saúde. As principais dificuldades relacionam-se à falta de conhecimento das doenças que acometem o usuário, inobservância quanto ao uso de medicações de uso contínuo, e receio de expor a informação ao profissional.
Aprendizado e análise crítica
As possíveis problemáticas acerca da aplicação do IVCF-20 podem estar relacionadas com a falta de capacitação dos profissionais da saúde ao aplicarem e interpretarem os resultados, a subjetividade das perguntas do instrumento e a alta demanda nos serviços da saúde, o que ocasiona certa prioridade em outras funções, fazendo com que o instrumento não seja visto como um protocolo importante.
Conclusões e/ou Recomendações
Sugere-se que a aplicação do questionário seja agendada para a correta avaliação com o idoso e uma pessoa do seu convívio a fim de esclarecer possíveis dúvidas. O idoso pode ser instruído a apresentar a receita recente entregue pelo médico para avaliação do histórico médico e medicamentos. Além disso, para que o contato com o público seja mais eficiente, os profissionais devem ter uma linguagem clara, compreensível e adaptada ao contexto local.
LONGEVIDADE: ARTE E ATENÇÃO PLENA COMO CAMINHOS DE EXPRESSÃO E AUTOCUIDADO DE MULHERES IDOSAS EM TERRITÓRIOS PERIFÉRICOS
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP
Período de Realização
Ano de 2023, com realização de ações artístico-contemplativas, entrevistas e finalização do filme.
Objeto da produção
Documentário sobre os efeitos da arte e da atenção plena na vida de mulheres idosas da periferia de São Paulo diante de desigualdades estruturais.
Objetivos
Investigar como práticas de atenção plena e experiências estéticas, ancoradas na escuta e no tempo, podem fortalecer o autocuidado, a memória e a dignidade de mulheres com mais de 60 anos da periferia de São Paulo, enfrentando o idadismo, o abandono institucional e a invisibilidade social.
Descrição da produção
O documentário LongeVIDAde acompanha 10 mulheres com mais de 60 anos, moradoras da periferia de São Paulo, que vivenciaram cinco encontros com práticas artístico-contemplativas e atenção plena ao longo de dois meses. As vivências estimularam memórias, vínculos e expressão. Com entrevistas potentes e sensíveis, o filme apresenta a maturidade como potência social, estética e política em meio a um país que envelhece sob a sombra da desigualdade.
Resultados
As participantes demonstraram melhorias em indicadores subjetivos de bem-estar, como autoestima, vitalidade e vínculos sociais. Houve relato de redução de sintomas de solidão e aumento do engajamento comunitário. A produção audiovisual evidenciou os efeitos positivos das práticas integrativas e artísticas no fortalecimento do autocuidado e na promoção da saúde mental de mulheres idosas em contextos de vulnerabilidade social.
Análise crítica da produção
Num Brasil em transição demográfica acelerada, onde crescem a violência e a negligência com a velhice — especialmente nas periferias — LongeVIDAde denuncia o idadismo estrutural e propõe alternativas de cuidado baseadas em escuta, tempo e arte. A obra inspira-se em tradições de cuidado sensível presentes nas práticas populares e comunitárias, reforçando o papel da subjetividade, da memória e da expressão estética como dimensões legítimas de saúde coletiva e envelhecimento digno.
Considerações finais
LongeVIDAde valoriza caminhos não hegemônicos para o envelhecimento digno, articulando arte, saúde e cuidado no território. Conduzido por pesquisador em Saúde Coletiva e Arte, o filme contribui para políticas públicas sensíveis ao tempo, à escuta e à pluralidade de saberes, propondo dignidade, pertencimento e visibilidade às mulheres idosas das periferias urbanas do Brasil.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E A FEMINIZAÇÃO DO ENVELHECIMENTO
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
O material didático sobre envelhecimentos e mulheres foi desenvolvido de janeiro a junho de 2025.
Objeto da produção
Políticas de saúde para a promoção do envelhecimento saudável das mulheres.
Objetivos
O conteúdo objetivou tratar sobre o envelhecimento e seus impactos na saúde integral, relacionar as influências da transição demográfica da população brasileira e a feminização da velhice, apresentar as principais morbidades, contextualizar a interseccionalidade e políticas públicas relacionadas.
Descrição da produção
Para a elaboração das aulas foram realizadas cinco etapas. I) Buscas sensibilizadas na literatura a partir da metodologia Cochrane e planejamento da matriz pedagógica do curso; II) realização de entrevistas com roteiro estruturado em UBS e participação de seminário; III) produção de conteúdo textual; IV) produção de conteúdo interativo por meio de roterização e gravação de vídeos e podcasts e, V) validação dos materiais didáticos produzidos e revisão por especialistas Ad Hoc.
Resultados
A produção técnica originou o curso assíncrono modular com carga horária de 20 horas, de caráter inovador desde o ponto de vista da necessidade de atualização da abordagem sobre a feminização do envelhecimento. Foram desenvolvidas seis aulas e avaliação de aprendizagem organizados em três módulos: Módulo 1: Trajetória de envelhecimento: curso de vida e a determinação social na saúde; 2: Mortalidade e morbidade na saúde das mulheres; 3: Políticas públicas para saúde da mulher.
Análise crítica e impactos da produção
A Década do Envelhecimento Saudável e a correção entre a transição demográfica e a feminização do envelhecimento (OPAS/OMS) movimentam o paradigma sobre foco nos aspectos reprodutivos da saúde. Agenda de Saúde da Mulher responde a essas necessidades de maneira integral, observando os princípios de direitos humanos, equidade, igualdade de gênero e sustentabilidade. Este enfoque permite atender novas realidades, mudanças demográficas, transição epidemiológica, fatores socioculturais.
Considerações finais
O material elaborado inclui reflexões das usuárias dos serviços de saúde das entrevistas que destacaram a relevância da educação em saúde e oferta de espaços de cuidado e lazer. Desde o ponto de vista das políticas públicas é necessário manter o diálogo ativo sobre o tema tendo em vistas os altos índices de opressões aos quais os corpos femininos são submetidos, sobretudo quando somados aos cruzamentos interseccionais de geração, raça e classe.
VIVA MAIS CIDADANIA DIGITAL: CONSTRUÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCACIONAL EM LITERACIA DIGITAL E FINANCEIRA PARA A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS IDOSAS
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 UCB
3 IMEPAC
4 UNIEURO
Período de Realização
Janeiro de 2024 a junho de 2024
Objeto da produção
Intervenção educacional viva mais cidadania digital: processo de elaboração do manual de intervenção e do material didático
Objetivos
Pessoas idosas são vulneráveis a golpes e violência patrimonial no ambiente digital, o que impacta sua autonomia, saúde mental e bem-estar. Este estudo descreve a elaboração do manual e do material didático do Viva Mais Cidadania Digital, que promove literacia digital e financeira para sua proteção.
Descrição da produção
Os materiais foram desenvolvidos com base em revisão bibliográfica sobre violência patrimonial, golpes digitais, metodologias educacionais e design instrucional para pessoas idosas. As buscas ocorreram nas bases Web of Science, Scopus, SciELO e em relatórios oficiais. A produção ocorreu em oficinas semanais por seis meses, com avaliação do material didático pelo público-alvo e do manual por especialistas e representantes governamentais.
Resultados
O manual inclui introdução, desenho da intervenção, estratégias, cronograma, conteúdos e avaliação. Prevê oito encontros presenciais, com atividades interencontros e apoio de monitores, estimulando a intergeracionalidade. Aborda conteúdos como violência patrimonial, educação financeira, educação midiática e fake news, segurança digital e prevenção de golpes, com metodologias ativas. O material didático complementa com textos, imagens, exemplos, vídeos e cursos gratuitos.
Análise crítica e impactos da produção
A aplicação prática dos materiais foi bem recebida pelo público-alvo, com alta adesão e participação. Estudos pré e pós-intervenção indicaram resultados importantes em testes cognitivos. Foram necessários poucos ajustes nos materiais, como ampliar os momentos de prática e aprofundar os conteúdos sobre educação midiática, para fortalecer a compreensão e a autonomia digital dos participantes.
Considerações finais
A elaboração dos materiais do Viva Mais Cidadania Digital foi um processo colaborativo e contínuo, que integrou especialistas, educadores e representantes do público-alvo, resultando em produtos mais adequados às necessidades das pessoas idosas. Espera-se que esses instrumentos subsidiem a replicação de futuras intervenções, contribuindo para a inclusão digital, a proteção contra violências e o fortalecimento da cidadania digital desse público.

Realização: