
Programa - Pôster Eletrônico - PE29 - Saúde Bucal Coletiva
PREVALÊNCIA E DETERMINANTES DA DOR DENTÁRIA EM ESCOLARES DE SERRA GRANDE, VALENÇA (BA): ESTUDO TRANSVERSAL, 2023
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A dor dentária configura-se como um agravo bucal frequente, com potencial impacto na qualidade de vida, especialmente em populações infantojuvenis.
Objetivos
Este estudo epidemiológico de corte transversal e descritivo objetivou estimar a prevalência e identificar fatores associados à dor dentária entre escolares de 5 a 15 anos do Distrito de Serra Grande, município de Valença, Bahia.
Metodologia
Estudo epidemiológico de corte transversal e descritivo, realizado com escolares e pré-escolares (05 a 15 anos) de Serra Grande, distrito de Valença, Bahia. A amostra foi composta por 320 estudantes matriculados em instituições de ensino públicas e privadas locais. A coleta de dados incluiu exame clínico intraoral realizado por estudantes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, devidamente treinados e calibrados, utilizando os índices ceo-d e CPO-D para avaliação da experiência de cárie, além de questionário estruturado aplicado aos responsáveis, abordando variáveis socioeconômicas e demográficas. A dor dentária foi autorreferida pelos escolares.
Resultados
A prevalência de dor dentária foi de 23,7%. A maioria dos participantes era do sexo masculino (55,9%), autodeclarados negros (79,1%), residentes em comunidades fora da sede distrital (65,0%), filhos de mãe com escolaridade inferior ao ensino médio completo (59,38%), integrantes de família com renda per capita de até um salário mínimo (88,7%) e beneficiários do Bolsa Família (79,7%). A dor dentária associou-se com a higiene oral insatisfatória, com a cárie dentária e, no grupo de crianças de 5 a 8 anos, associou-se com a baixa escolaridade das mães, baixa renda familiar e usuários do Bolsa Família (p<0,05).
Conclusões/Considerações
Este foi o primeiro levantamento epidemiológico de saúde bucal do distrito de Serra Grande, revelando a forte presença de agravos bucais em crianças, incluindo a dor dentária. Os achados deste estudo contribuem para o planejamento e reorientação dos serviços de saúde bucal na região, os quais devem ser direcionados às ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, em busca de um cuidado mais integral na infância.
DEFEITOS DE DESENVOLVIMENTO DE ESMALTE E FATORES ASSOCIADOS NA INFÂNCIA NO CONTEXTO PÓS PANDEMIA DE COVID-19, SALVADOR, BAHIA, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Os defeitos de desenvolvimento de esmalte (DDE) são agravos bucais que podem acometer crianças em tenra idade e leva a consequências físicas e emocionais para a criança, como sua relação com a ocorrência da cárie e com a estética dentária.
Objetivos
Analisar a ocorrência de defeitos de desenvolvimento em esmalte (DDE) e fatores associados no contexto pós pandemia de COVID-19 em pré-escolares de Salvador-BA que frequentavam creches públicas.
Metodologia
Estudo epidemiológico de corte transversal que investigou a prevalência e tipos de DDE em crianças na faixa etária pré-escolar (02 a 05 anos), e fatores psicossociais, comportamentais e outros agravos bucais associados, nos anos de 2022 e 2023. Os exames bucais foram realizados por dentistas e estudantes da graduação em Odontologia da UFBA, devidamente treinados e calibrados. Entrevistas com dados socioeconômicos e comportamentais foram aplicadas aos pais ou responsáveis. Análises descritivas e exploratórias foram realizadas, utilizando o teste Qui Quadrado para análise de associações, com nível de significância de 5%.
Resultados
Participaram deste estudo 440 pré-escolares de Salvador-BA; a prevalência de DDE foi de 11,36% entre as crianças examinadas. Na análise bivariada, as covariáveis sofrer agressão durante a pandemia (p-valor:0,054), falta de supervisão da escovação dentária (p-valor: 0,028) e a ocorrência de cárie de esmalte (p-valor: 0,019), associaram-se aos DDE.
Conclusões/Considerações
Os DDE acometeram as crianças de creches públicas de Salvador-BA e associaram-se a aspectos psicossociais, comportamentais e com a cárie na primeira infância. Estratégias de promoção de saúde, assim como programas específicos de prevenção e controle de problemas bucais necessitam ser planejados de forma mais efetiva no país, considerando inclusive a melhoria do diagnóstico dos DDE, os quais podem contribuir para o aumento do risco à cárie na infância.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E SAÚDE BUCAL: O QUE A LITERATURA TEM A DIZER?
Pôster Eletrônico
1 Programa de Direito Sanitário, Fundação Oswaldo Cruz - Brasília - DF
Apresentação/Introdução
A participação social representa a expressão plural de vozes que se articulam em busca de mudanças sociais. A saúde bucal é pauta emergente na formulação de políticas públicas. As doenças bucais afetam 45% da população mundial e a cárie é a condição prevalente, afetando cerca de 2,3 bilhões de pessoas em dentes permanentes e mais de 530 milhões de crianças em dentes decíduos.
Objetivos
Identificar e analisar a participação social em seu papel propulsor e orientador das políticas públicas de saúde bucal, por meio de uma revisão da literatura.
Metodologia
Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, nas bases de dados BVS, Scielo, PubMed e Capes com os descritores “participação social”, “participação da comunidade”, “saúde bucal”, “odontologia em saúde pública” e “política pública”. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra e publicados entre janeiro de 2019 a setembro de 2024. A busca, com a aplicação de filtros, resultou em 367 estudos, dos quais, após a leitura dos títulos e resumos, chegou-se à amostra final de 24 artigos, sendo 7 em português, 14 em inglês e 3 em espanhol, todos incluídos na revisão.
Resultados
Os estudos analisados destacaram que a efetividade das políticas públicas de saúde bucal em países como Canadá, EUA, Holanda, Portugal, Colômbia, Argentina, Nigéria e Brasil, dependem da participação ativa e qualificada dos diversos atores envolvidos. A coprodução do conhecimento, a articulação intersetorial, o fortalecimento da cidadania e a abordagem dos determinantes sociais são apontados como estratégias centrais. A inclusão de diferentes vozes amplia o impacto das pesquisas, melhora a qualidade dos serviços e favorece a construção de políticas mais sustentáveis e equitativas, centradas nas necessidades da população.
Conclusões/Considerações
A participação social se mostrou importante instrumento de efetivação do direito à saúde bucal, sendo central na formulação, monitoramento e defesa de políticas públicas. O fomento à saúde bucal pelos países deve ser parte sempre presente na agenda de políticas públicas, em especial nos países em que a população vivencia maior grau de vulnerabilidade. Fortalecer mecanismos de engajamento que promovam o empoderamento dos indivíduos é essencial.
PREVALÊNCIA E MAGNITUDE DA CÁRIE DENTÁRIA APÓS 40 ANOS DE FLUORETAÇÃO DA ÁGUA EM SÃO PAULO, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 FSP/USP
2 FO/USP
Apresentação/Introdução
A fluoretação da água, eficaz para prevenir cárie dentária, é praticada nos Estados Unidos da América (EUA) desde 1945. No Brasil, desde 1953 e na cidade de São Paulo, há 40 anos, desde 1985. Porém, Robert Kennedy Jr, diretor de saúde do governo Trump, vem recomendando a interrupção da medida. A mudança nessa política pública bem-sucedida poderá influenciar para além dos EUA, chegando ao Brasil.
Objetivos
Analisar o impacto, não exclusivo, da fluoretação da água de abastecimento público na experiência de cárie dentária em escolares do município de São Paulo, entre 1986 e 2023.
Metodologia
Foi construído um painel de vigilância em saúde produzido com dados secundários para a idade-índice de 12 anos, contemplando cárie e fluorose dentária em diferentes anos, abrangendo o período de 1986 a 2023. O grau de polarização da doença foi calculado empregando o índice de Gini com base na distribuição dos valores do índice CPOD. A exposição à água fluoretada, foi comprovada pela análise de 49.515 amostras da água de abastecimento público, no período de 1990 a 2021. O referencial teórico proposto pela Saúde Pública Baseada em Evidência orientou a discussão.
Resultados
A prevalência de cárie registrou 94,9% (92,7-97,1) em 1986 e 68,1% (60,9-75,3) em 1996. Em 2023 alcançou 46,3% (38,3-54,3). A média CPOD evoluiu de 6,47 (6,05-6,89) em 1986 para 2,37 (1,96-2,78) em 1996. Chegou a 1,51 (1,03-1,99) em 2023. A população de estudo esteve exposta a concentrações adequadas de fluoretos na água de abastecimento público com valores predominantemente (98,0%) situados entre 0,545 mgF/L e 0,944 mgF/L de água. Entre 1990 e 2021, a concentração média foi de 0,663 mgF/L, com desvio-padrão de 0,167.
Conclusões/Considerações
O declínio de 76,7% no índice CPOD (p<0,001) indica a efetividade da fluoretação, corroborando a evidência científica da sua eficácia. Porém, há risco de que a medida seja interrompida em São Paulo, face debate contemporâneo, no Brasil e no mundo, acerca dessa tecnologia. Cabe indagar, portanto, sobre seu impacto nos níveis populacionais de cárie, pois persistem restrições ao acesso a cuidados odontológicos na cidade.
A ODONTALGIA COMO PRINCIPAL MOTIVO DO ACESSO AOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS POR PESSOAS LGBTQIA+ DO SUDESTE BRASILEIRO: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 Mestrando do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora
2 Acadêmica de graduação em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora
3 Docente do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora
Apresentação/Introdução
Pessoas LGBTQIA+ são expostas a distintas manifestações discriminatórias cotidianamente, as quais podem afetar o acesso aos serviços de saúde e o conforto ao frequentá-los, e estão associadas a piores quadros de saúde da população LGBTQIA+. Ademais, o receio dessas situações pode induzir a procura por automedicação e aconselhamentos em redes sociais, resultando em busca tardia por atendimento.
Objetivos
Verificar a associação entre variáveis sociodemográficas e distintas formas de discriminação experenciadas por pessoas LGBTQIA+ com o desfecho relativo à odontalgia como principal motivo para o acesso aos serviços odontológicos.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico transversal conduzido, através de um formulário on-line, de novembro de 2024 a maio de 2025. A amostra por conveniência consistiu em pessoas LGBTQIA+, com idade superior a 18 anos, residentes no sudeste brasileiro. Os critérios de exclusão foram participantes heterossexuais e cisgênero ou que não preencheram o questionário integralmente. Os dados foram organizados e analisados no programa estatístico SPSS versão 20.0 para Windows, para a obtenção das estatísticas descritivas e associação das variáveis, a partir dos testes de Qui-quadrado, teste-t e a regressão logística, adotando-se intervalos de confiança de 95% e nível de significância de 5%.
Resultados
A amostra consiste de 282 pessoas LGBTQIA+ da região sudeste, sendo majoritariamente composta por pessoas cisgênero, homossexuais, com ensino superior completo e renda superior a 7001 reais. A média da Escala de Discriminação no Dia a Dia foi 24,78 (desvio padrão de 10,93). 72,7% dos respondentes relataram discriminação em serviços de saúde, enquanto 33,7% a experienciaram nos serviços odontológicos. Dentre os que buscaram o último atendimento odontológico devido à odontalgia, 58,3% eram transgênero. Na regressão logística, a população cisgênera tem 84,4% menos chances de ter a odontalgia como principal motivo da última consulta, sendo a única variável associada.
Conclusões/Considerações
A associação entre a identidade de gênero e o desfecho demonstra que pessoas transgênero apresentam uma probabilidade maior de buscar serviços odontológicos por motivos álgicos, podendo ser explicada pela hesitação em sofrer discriminação nesses serviços, acarretando uma procura tardia por atendimento. Aponta-se a relevância da adequada implementação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
INTERFERÊNCIA DA CONDIÇÃO BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE POVOS RIBEIRINHOS DO OESTE DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFOB
2 Fiocruz Minas
Apresentação/Introdução
A saúde bucal é um componente essencial da saúde geral e exerce influências diretas na qualidade de vida dos indivíduos, pois se relaciona com aspectos físicos, psicológicos e sociais. Agravos como dor, perda dentária e comprometimento estético podem dificultar a alimentação, comunicação, convívio social e autoestima, podendo evoluir para doenças graves e afetar a qualidade de vida.
Objetivos
Estimar prevalência de impactos negativos da condição bucal na qualidade de vida de povos ribeirinhos do Oeste da Bahia.
Metodologia
Trata-se de resultados preliminares do estudo transversal intitulado "Afluência: Saúde dos Povos Ribeirinhos do Território de Identidade Bacia do Rio Grande no Oeste Baiano", com 66 moradores ribeirinhos do Oeste da Bahia em maio de 2025. Aplicou-se questionário padronizado, incluindo o OIDP (Oral Impacts on Daily Performances) validado para a versão em português, que avalia impactos das condições bucais em oito atividades diárias. Realizaram-se análises descritivas com frequências absolutas e relativas por dimensão e para a pontuação total do OIDP. A presença de impacto na qualidade de vida foi definida pela ocorrência de pelo menos uma atividade avaliada.
Resultados
Os resultados preliminares identificaram que as condições de saúde bucal interferem na qualidade de vida dos povos ribeirinhos, especialmente nos aspectos funcionais, estéticos e psicossociais. Observou-se que 62,1% dos participantes relataram impacto da condição bucal em uma ou mais dimensões, com predominância de 1 a 3 dimensões afetadas, segundo o índice OIDP. Os impactos mais relatados foram: dificuldade para comer (45,5%), vergonha ao sorrir (30,3%) e nervosismo/irritação (22,7%). Impactos também foram identificados nas atividades de escovar os dentes (21,2%), dormir ou descansar (15,2%) e falar ou pronunciar palavras (13,6%).
Conclusões/Considerações
A elevada prevalência de impacto negativo da condição bucal na vida cotidiana dos participantes indica a necessidade de ações dos serviços públicos que promovam o acesso contínuo e integral à saúde bucal da população ribeirinha. É fundamental considerar aspectos sociais e suas especificidades culturais e territoriais, com ações que enfrentem, por exemplo, as desigualdades no acesso aos serviços odontológicos.
PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO EM PRATICANTES DE ESPORTE DE CONTATO
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
Dentre as injúrias faciais, as dentais são classificadas como a segunda condição oral mais prevalente no mundo, por isso os traumas dentoalveolares representam um sério problema de saúde pública. Tratam-se de lesões comumente sofridas por atletas ou praticantes de atividades físicas, logo, são considerados o ponto de intersecção entre a odontologia e os esportes.
Objetivos
Verificar a prevalência de trauma dental em praticantes de esportes de contato.
Metodologia
Este estudo transversal foi desenvolvido com 284 praticantes de lutas em academias, em Vitória – Espírito Santo. Participaram indivíduos acima de 18 anos e foram excluídos àqueles que estavam afastados da prática da luta. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário estruturado com informações sociodemográficas, ocorrência de traumatismo dentário durante a prática da luta, uso de protetores bucais e orientações sobre a temática. Os dados foram analisados através do teste Qui-Quadrado, adotando-se o nível de significância de 5% (p<0,05). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo - CAAE: 81697724.0.0000.5060.
Resultados
Dos praticantes, a maioria concentra-se na faixa etária de 18 a 25 anos (26,41%), sendo o sexo masculino predominante (71,48%). A modalidade de luta mais praticada foi o Jiu Jitsu (27,82%). 6,6% sofreram trauma dental, sendo a maioria apenas uma vez (47,37%). Fratura de esmalte foi o tipo de trauma que mais ocorreu nos indivíduos (36,84%) e os dentes mais acometidos foram os anteriores (47,36%). A maioria dos praticantes não usava protetor bucal quando sofreu o trauma (78,95%), apesar de achar o uso importante (80,63%) e ter recebido orientação sobre ele (65,14%). Sobre traumatismo dentário a maioria não recebeu orientação (83,45%).
Conclusões/Considerações
Os dados indicam baixa prevalência de traumatismo dentário, porém a maioria dos casos ocorreu sem uso de protetor bucal, embora os praticantes reconheçam sua importância. Houve carência quanto a orientação sobre a temática. Os achados reforçam a necessidade da implementação eficaz de políticas públicas e maior inserção da odontologia no contexto esportivo.
SAÚDE BUCAL INVISIBILIZADA: AUTOPERCEPÇÃO E ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE ODONTOLÓGICOS POR PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA EM MANAUS, AM
Pôster Eletrônico
1 UEA
Apresentação/Introdução
O acesso da pessoa em situação de rua aos serviços de saúde é impactado pelas condições de vida que enfrentam, os colocando em situações adversas como violência, constrangimento, alimentação insalubre, dificuldade de higiene pessoal, privação de sono e de relações afetivas, além de enfrentar variações climáticas e uso de álcool e outras drogas.
Objetivos
Este trabalho tem por objetivo descrever a autopercepção e o acesso aos serviços de saúde odontológicos por pessoas de situação de rua atendidas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua em Manaus, AM.
Metodologia
Este estudo observacional descritivo quantitativo foi conduzido com as pessoas em situação de rua atendidas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua de Manaus, AM, sendo utilizada uma amostra de conveniência. A coleta foi realizada de forma presencial, individual onde foi aplicado um questionário sobre autopercepção e acesso aos serviços de saúde bucal, composto por 14 questões, adaptado da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Os dados foram analisados de forma descritiva por meio do programa Microsoft SPSS 20.0. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética da Universidade do Estado do Amazonas processo n° 7.417.811.
Resultados
Participaram deste estudo 96 pessoas, sendo 99% do sexo masculino e 37,59% com idade entre 40 a 49 anos. Em relação a autopercepção, 39,58% relataram ter uma autopercepção em saúde bucal muito ruim; 40,63% têm dificuldade intensa ou muito intensa de se alimentar, 38,54% têm dificuldade intensa ou muito intensa de sorrir e 19,79% têm dificuldade intensa ou muito intensa para falar. Em relação ao acesso, 52,80% foram ao cirurgião dentista há mais de 3 anos, sendo que em 38,54% dos participantes a consulta foi no setor privado e em 39,6% na atenção primária à saúde do sistema público de saúde; quanto ao motivo das consultas, 21,88% foi para fazer limpeza, manutenção ou prevenção.
Conclusões/Considerações
Este estudo revelou uma autopercepção negativa em saúde bucal e acesso descontínuo aos serviços de saúde odontológicos, com expressivo percentual de pessoas com última consulta há mais de três anos e acesso por meio do setor privado. Diante deste cenário, destaca-se a necessidade de fortalecer as políticas públicas de saúde para garantir acesso contínuo e humanizado à saúde bucal pela população em situação de rua.
SAÚDE BUCAL DE PESSOAS IDOSAS RESIDENTES NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL: COMPARAÇÃO DOS INQUÉRITOS NACIONAIS SB BRASIL REALIZADOS EM 2003, 2010 E 2023
Pôster Eletrônico
1 UFG
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil traz desafios à saúde bucal de pessoas idosas, marcada por altos índices de edentulismo, necessidade de próteses e baixa utilização de serviços. Dados do Inquérito Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil) 2023 indicam que essas fragilidades são mais acentuadas na região Centro-Oeste em comparação às outras regiões.
Objetivos
Analisar comparativamente a condição de saúde bucal de pessoas idosas (65 a 74 anos) residentes na região Centro-Oeste do Brasil, com base nos dados dos inquéritos nacionais SB Brasil realizados em 2003, 2010 e 2023.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa observacional, transversal, de natureza descritiva e analítica, utilizando dados secundários obtidos por meio do SB Brasil 2003, 2010 e 2023. Foram consideradas variáveis sociodemográficas, edentulismo, uso e necessidade de próteses, índice CPO-D, impactos na qualidade de vida relacionada à saúde bucal e indicadores de acesso ao serviço odontológico. As análises consideraram estratificação por estados e foram executadas no software IBM SPSS Statistics, incluindo estatística descritiva e testes não paramétricos de comparação, com nível de significância de 5%.
Resultados
Foram analisados dados de 3.196 indivíduos: 731 (SB 2003), 1.117 (SB 2010) e 1.348 (SB 2023). Observou-se o predomínio de mulheres, autodeclaradas brancas e com renda familiar superior a dois salários mínimos. Em GO, a proporção de pessoas que nunca foram ao dentista reduziu de 5,7% (n=23) para 0% em 2023. No DF, consultas odontológicas em 12 meses aumentaram de 18,2% (n=2) para 36,9% (n=90). Em MS, a percepção de necessidade de tratamento foi de 55,2% (n=53) para 61,6% (n=257). Em MT, a demanda por próteses totais aumentou de 25,5% (n=56) para 45,2% (n=138). Houve redução significativa (p<0,001) no edentulismo entre 2003 e 2023 e no CPO-D (p<0,001) em 2003 (med=32) para 2023 (med=26).
Conclusões/Considerações
Conclui-se que houve melhora no acesso aos serviços odontológicos e na condição de saúde bucal de pessoas idosas do Centro-Oeste, com destaque para a redução no edentulismo e maior percepção de necessidade de tratamento.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE POR CÂNCER BUCAL NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
O câncer bucal é uma neoplasia maligna que acomete lábios, bochechas, palato, gengivas e língua. Embora mais frequente em homens acima dos 40 anos, sua incidência cresce entre mulheres e jovens. A maior parte dos diagnósticos ocorre em estágios avançados, fator que contribui para altas taxas de mortalidade. A Atenção Primária à Saúde desempenha um papel central na detecção precoce desta doença.
Objetivos
Analisar a mortalidade por câncer bucal no Brasil entre 1996 e 2023, identificando tanto as tendências temporais de crescimento ou declínio nas taxas de mortalidade quanto os pontos específicos de mudança nesses padrões.
Metodologia
Estudo de série temporal, com abordagem quantitativa, analisou dados secundários de mortalidade por câncer bucal no Brasil no período de 1996 a 2023 obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), via plataforma TABNET do DATASUS. Foram considerados óbitos classificados nos códigos CID-10 C00 a C06. A análise estatística foi realizada por meio do software RStudio, utilizando o teste de Mann-Kendall, que identifica a direção e significância da tendência. A magnitude da variação foi estimada pelo Sen’s slope, calculando a inclinação da série. O teste de Pettitt foi utilizado para identificar pontos de mudança abrupta na série temporal. O nível de significância adotado foi 5%.
Resultados
Os resultados indicam que, na série histórica de 27 anos, o maior número de casos está concentrado em São Paulo e o menor em Roraima, seguido pelo Acre. A maioria dos casos está na região Sudeste, seguida pelo Nordeste. O teste de Mann-Kendall foi significativo (p < 0,001) para todos os estados, com valores Z positivos, indicando tendência crescente. O Sen’s slope estimou o aumento total, maior em SP (432) e MG (375). O teste de Pettitt apontou que a tendência de crescimento iniciou entre 2008 e 2009, com a maioria dos pontos de mudança entre 2008 e 2010.
Conclusões/Considerações
Os testes indicaram que o ponto de mudança na mortalidade ocorreu entre 2008 e 2010, período que coincidiu com importantes avanços nas políticas públicas de prevenção. O aumento observado pode estar relacionado a um melhor registro dos casos e ao tempo necessário para que essas políticas surtam efeito. Assim, reforçar o diagnóstico precoce, ampliar a prevenção e monitorar as intervenções, são fundamentais para reduzir a mortalidade pela doença.
ASSOCIAÇÃO ENTRE A AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE BUCAL, O MOTIVO DA ÚLTIMA CONSULTA E O USO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS NO SUS: RESULTADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster Eletrônico
1 UCPEL
Apresentação/Introdução
O uso dos serviços odontológicos depende da disponibilidade e acessibilidade. A autopercepção de saúde bucal e o motivo da consulta odontológica podem influenciar o uso dos serviços odontológicos, pois reflete a necessidade percebida e o padrão de cuidado. Identificar barreiras ao acesso e iniquidades em saúde são essenciais para qualificar a atenção à saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Avaliar a associação entre a autopercepção de saúde bucal, o motivo da última consulta odontológica e o uso do serviço odontológico nos últimos 12 meses no SUS.
Metodologia
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. A variável dependente foi o uso do serviço odontológico no SUS nos últimos 12 meses (sim/não). As variáveis independentes foram a autopercepção de saúde bucal (positiva/negativa) e o motivo da última consulta odontológica (prevenção/rotina, dor de dente, exodontia, tratamento restaurador e outros). Como covariáveis, considerou-se o sexo, a faixa etária, a raça/cor da pele e a região geográfica. Para a análise dos dados, foram empregados modelos de regressão logística, com a razão de odds (OR) bruta e ajustada, e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). O comando “svy” foi considerado nas análises.
Resultados
A amostra foi composta por 40.308 indivíduos que utilizaram o serviço odontológico nos últimos 12 meses, destes 22,8% (IC95% 18,89-27,22) foram no SUS. Na análise ajustada, observou-se que indivíduos com percepção negativa da saúde bucal tiveram 73% mais chance de utilizarem o serviço odontológico no SUS (OR 1,73; IC95% 1,26–2,36) em comparação aos que percebiam positivamente sua saúde bucal. Além disso, os indivíduos que consultaram por dor de dente (OR 2,12; IC95% 1,15–3,89) e exodontia (OR 1,99; IC95% 1,38–2,86) apresentaram aproximadamente duas vezes mais de chance dessa consulta odontológica ser no SUS, comparado aos que consultaram por motivos preventivos ou de rotina.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam que o uso do serviço odontológico no SUS está associado à autopercepção negativa da saúde bucal e à busca por atendimento de urgência, como dor e exodontias. Os resultados, representativos da população brasileira, apontam para a persistência de um modelo de atenção à saúde odontológica centrado em demandas curativas no SUS, o que reforça a necessidade de ampliação das ações de promoção e prevenção em saúde bucal.
PREVALÊNCIA E INIQUIDADES DA CÁRIE DENTÁRIA NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS TRILHADOS ENTRE OS INQUÉRITOS DE SAÚDE BUCAL 2010 E 2023
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UFPE
3 UFPB / CGSB-MS
4 UFMS
Apresentação/Introdução
A cárie dentária é um problema de saúde pública e ações da política nacional de saúde bucal buscam conter seu avanço no Brasil. Comparar dados de inquéritos epidemiológicos de saúde bucal podem contribuir para detectar avanços e desafios neste campo.
Objetivos
Este estudo analisou a prevalência e os fatores associados à cárie dentária em adolescentes, adultos e idosos no Brasil, nos anos 2010 e 2023.
Metodologia
Dados dos inquéritos nacionais de saúde bucal da população brasileira (SB Brasil) nos anos 2010 e 2023 foram analisados em painel. Estimativas ponderadas da experiência de cárie, cárie não tratada e edentulismo foram obtidas para os anos 2010 e 2023. Modelos de regressão multinível foram obtidos para estimar associações com variáveis socioeconômicas (sexo, renda, escolaridade e etnia). As estimativas obtidas foram comparadas considerando-se p<0,05. Mudanças entre as estimativas foram analisadas para verificar se as tendências favorecem a equidade (redução de OR ou IRR), a iniquidade (aumento de OR ou IRR), ou se não sofreram alterações (associações não significativas).
Resultados
Para adolescentes, foi observada redução das estimativas de experiência de cárie, sem mudanças significativas para cárie não tratada e edentulismo. Iniquidades relacionadas a cor da pele foram observadas para todos os desfechos. Entre os adultos, observou-se redução das estimativas de experiência de cárie e edentulismo, sem diferenças para cárie não tratada. Iniquidades foram demonstradas para escolaridade e etnia. Para os idosos, observou-se redução das estimativas de experiência de cárie e edentulismo, com incremento da prevalência de cárie não tratada. Iniquidades marcadas pelo sexo e etnia foram observadas para este grupo. Maior iniquidade das estimativas foi observada entre os idosos.
Conclusões/Considerações
Avanços da política nacional de saúde bucal foram observados entre os anos estudados, com redução da experiência de cárie e edentulismo. As estimativas de cárie não tratada não modificaram e aumentaram entre idosos. Iniquidades marcadas por sexo, escolaridade e cor da pele ainda se fazem presentes, em todas as faixas etárias. Iniquidades relacionadas a renda foram observadas para idosos, sendo este o grupo mais afetado por iniquidades em saúde.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A PERDA DENTÁRIA EM ADULTOS QUILOMBOLAS URBANOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 UESB
2 Unicamp
3 FMJ
Apresentação/Introdução
Apesar de evitáveis, as principais doenças bucais, como a cárie e a doença periodontal, podem culminar na perda dentária e tem seu processo acelerado na faixa etária de adultos. Sendo assim, a perda dentária pode ser um indicador que demonstra a fragilidade no modelo de atenção à saúde bucal. Sua distribuição é desigual, principalmente em populações vulneráveis, como quilombolas.
Objetivos
Analisar a prevalência e os fatores associados da perda dentária em uma população quilombola adulta urbana em faixa etária expandida (18-64 anos).
Metodologia
Este estudo transversal foi realizada com amonstra não probabilítica de adultos da população quilombola do Barro Preto, Jequié/BA. A coleta domiciliar incluiu exame bucal com uso do índice de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D) e biofilme visível, por uma pesquisadora treinada e calibrada (Kappa>0,8). Foi aplicado um questionário sobre dados demográficos, socioeconômicos, hábitos de saúde e de utilização de serviço odontológico. O desfecho do estudo foi a prevalência da perda dentária: sim (1 ou mais dentes perdidos) ou não. A análise hierarquizada com modelo de regressão de Poisson utilizou um modelo teórico conceitual de perdas dentárias adaptado.
Resultados
Foram recrutados 401 indivíduos (taxa de não resposta = 34,9%) e incluídos 238 adultos. A prevalência de perda dentária foi de 74,4%, sendo a média de 9,28 (±10,03) dentes perdido por adulto. No modelo final ajustado, adultos quilombolas mais velhos, entre 35-44 anos (RP=1,22; IC95%:1,12-1,33, p<0,001) ou 45-64 anos (RP=1,23; IC95%:IC95%:1,12-1,33, p<0,001), em união estável (RP=1,05; IC95%:IC95%:1,01-1,11, p=0,048) e que procuraram o serviço odontológico motivado por necessidade (RP=1,22; IC95%:IC95%:1,12-1,32, p<0,001) ou dor (RP=1,22; IC95%:IC95%:1,13-1,32, p<0,001) apresentaram maior prevalência das perdas dentárias.
Conclusões/Considerações
Concluiu-se que houve alta prevalência de perda dentária, e que os fatores demográficos, como idade e estado civil, e de comportamento, motivo da consulta, foram associadas a perda dentária em população quilombola adulta.
CONHECIMENTOS, ATITUDES, PRÁTICAS E NECESSIDADES DE EDUCAÇÃO DE DENTISTAS SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A violência contra a mulher é um grave problema de saúde pública, e muitos sinais aparecem na região da cabeça e pescoço, o que coloca os dentistas em posição estratégica para identificá-la. Estudos mostram que esses profissionais têm pouca formação e preparo para reconhecer e notificar casos de violência doméstica (VD).
Objetivos
Avaliar as evidências científicas sobre o nível de conhecimento, atitudes, práticas (CAP) e as necessidades educacionais dos dentistas quanto à identificação de sinais clínicos e à notificação de casos de VD.
Metodologia
Foram realizadas buscas eletrônicas nas bases de dados PubMed/Medline, ScienceDirect, EBSCOHost, Scopus e na literatura cinzenta, utilizando descritores. Foram considerados estudos transversais ou longitudinais, sem restrição quanto ao ano de publicação, publicados em inglês, que utilizaram questionários calibrados ou validados para avaliar o nível de CAP dos dentistas e suas necessidades educacionais para identificação de sinais clínicos e notificação da VD. A Escala de Ottawa foi utilizada para avaliar o risco de viés.
Resultados
Foram incluídos 5 estudos realizados nos Estados Unidos, França, Brasil e Paquistão, totalizando uma amostra de 1.735 dentistas, tanto generalistas quanto especialistas. Todos os estudos demonstraram que os participantes apresentavam baixo nível de CAP na identificação de sinais clínicos e na notificação da VD. Além disso, 27% relataram ter identificado ao menos um caso em sua prática clínica. A maioria dos participantes afirmou não ter recebido treinamento sobre o atendimento a vítimas de VD. Os estudos apresentaram baixo risco de viés.
Conclusões/Considerações
As evidências científicas indicam que os dentistas têm baixo nível de CAP para identificar sinais clínicos e notificar casos de VD, além de apresentarem uma alta demanda por educação e capacitação nessa área.
PACIENTE COM NECESSIDADES ESPECIAIS: SIGNIFICADOS E DESAFIOS NA PRÁTICA CLÍNICA ODONTOLÓGICA
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
Apresentação/Introdução
Segundo a OMS, 15% da população mundial vive com alguma deficiência. No Brasil, são cerca de 45,6 milhões de pessoas. A saúde bucal dessa população é frequentemente negligenciada. Barreiras físicas, emocionais e estruturais, além da falta de preparo profissional, dificultam o cuidado adequado e humanizado.
Objetivos
Explorar a percepção de cirurgiões-dentistas sobre o atendimento a pacientes com necessidades especiais na Atenção Primária, analisando desafios, emoções envolvidas e fatores que influenciam a continuidade ou o encaminhamento do atendimento.
Metodologia
Estudo qualitativo baseado na fenomenologia, utilizando o Método Clínico-Qualitativo. Realizaram-se entrevistas em profundidade com dentistas da Estratégia de Saúde da Família em um município do Sudeste. As entrevistas foram semiestruturadas e transcritas para Análise de Conteúdo Clínico-Qualitativa. O critério de saturação teórica definiu o encerramento da coleta. Também foram registradas informações sobre contexto de atendimento, dificuldades, suporte institucional e preparo profissional.
Resultados
A análise revelou duas categorias principais: (1) o distanciamento entre o conceito de "Paciente com Necessidades Especiais" e a prática clínica, com dificuldade dos profissionais em definir quem se enquadra nesse grupo; (2) os suportes e exigências no atendimento, destacando a necessidade de apoio institucional e emocional. O conceito mostrou-se subjetivo, abrangendo desde deficiências até dificuldades comportamentais. Sentimentos como insegurança e frustração foram comuns, agravados pela falta de infraestrutura. Suporte institucional, como treinamentos e especialistas, mostrou-se essencial para melhorar o atendimento.
Conclusões/Considerações
O atendimento odontológico a pacientes com necessidades especiais envolve desafios técnicos e emocionais. A falta de preparo e estrutura pode gerar encaminhamentos desnecessários. Investir em capacitação, suporte institucional e acolhimento emocional do profissional contribui para um cuidado mais efetivo, humanizado e inclusivo na Atenção Primária à Saúde.
INTEGRAÇÃO DO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO PARA EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A integração entre ensino, pesquisa, extensão e prática profissional fortalece a atuação das equipes de Saúde Bucal no enfrentamento da violência doméstica, ampliando a formação, a articulação intersetorial e o acesso a informações qualificadas para proteção e cuidado das vítimas.
Objetivos
Discutir uma proposta de integração do ensino, da pesquisa, da extensão universitária e da prática profissional com o objetivo de fortalecer o papel das equipes de Saúde Bucal (eSB) no enfrentamento da violência doméstica (VD).
Metodologia
A proposta se baseia na sistematização em quatro eixos: 1. Orientação acadêmica a estudantes da graduação e pós-graduação sobre VD; 2. Capacitação das eSB através de curso de extensão (Capacitação para o Atendimento às Vítimas de VD) ofertado pelos autores; 3. Produção de uma cartilha técnica ("A Equipe de Saúde Bucal e o Enfrentamento das Violências") (ISBN 978-65-5993-680-9) em conjunto a Coordenação Geral de Saúde Bucal (CGSB) do Ministério da Saúde (MS); 4. Implementação de um Comitê de Enfrentamento à VD no município de Itatiba.
Resultados
Essa experiência destaca avanços significativos na formação de profissionais das eSB. A participação intersetorial do comitê municipal enfatiza a importância de esforços coordenados para promover estratégias eficazes de proteção. As pesquisas científicas realizadas por estudantes de graduação e pós-graduação contribuem para o aumento do interesse pelo tema entre os pares e revelam lacunas curriculares. Além disso, a elaboração da cartilha técnica e sua adoção como diretriz pela CGSB ampliam o acesso à informação e aprimoram a qualidade da prática profissional em saúde.
Conclusões/Considerações
A inserção da eSB nas ações de enfrentamento à VD é fundamental para fortalecer a rede de proteção às vítimas. A articulação entre universidade, formação profissional, prática assistencial e gestão pública aponta para o trabalho intersetorial como meios para a ampliação e qualificação da atuação das eSB.
XEROSTOMIA EM PACIENTES PORTADORES DE COVID LONGA, PONTA GROSSA, PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 UEPG
Apresentação/Introdução
A COVID-19 pode causar efeitos graves e duradouros, conhecidos como COVID longa, a qual é definida como a persistência ou aparecimento de sintomas até 3 meses após a infecção aguda pelo SARS-CoV2 sem nenhum outro diagnóstico explicável. Entre os sintomas desta condição crônica, está presente a xerostomia (sensação de boca seca), que afeta a qualidade de vida dos indivíduos.
Objetivos
Descrever a prevalência e associação da xerostomia em pessoas com COVID Longa, de acordo com sexo, idade e hábito de fumar.
Metodologia
Estudo transversal realizado no Inquérito telefônico "Covid Longa Ponta Grossa". Participaram pessoas >18 anos, que tiveram COVID-19 em 2020/2021, confirmada por RT-PCR, residentes em Ponta Grossa-PR. Participantes responderam questionários detalhados, no período de 04/2023 a 10/2023, para avaliar a presença de COVID Longa e manifestações bucais como a xerostomia.
Resultados
Foram entrevistados 1449 indivíduos, 1098 (75,8%) apresentaram complicações pós-COVID e 460 (31,7%) apresentaram xerostomia. 470 mulheres (80,5%) e 114 homens (19,5%) relataram xerostomia no pós-COVID. O sexo masculino teve menor prevalência (RP: 0,013; IC35%: 0,38 – 0,43). Na faixa etária de 0-19, 2 (33,3%) indivíduos relataram xerostomia, entre 20-59, 389 (30,4%) e na faixa etária de 60+, 69 (42,1%), a prevalência de xerostomia é maior entre idosos. No que se refere ao hábito de fumar, 316 (31,4%) relataram nunca ter fumado, mas autorreferiram xerostomia, 88 (30,9%) relataram serem ex-fumantes e ter xerostomia pós-covid, 56 (36,4%) autorrelataram que eram fumantes e tiveram xerostomia.
Conclusões/Considerações
Os achados revelaram significância na associação entre a xerostomia pós-COVID e sexo e faixa etária. A xerostomia como sintoma da COVID Longa não se associou ao hábito de fumar. Há necessidade de políticas públicas para educação em saúde, monitoramento das pessoas após a pandemia e diagnóstico e tratamento aos que permanecem com xerostomia.
MORBIDADE BUCAL AUTORREFERIDA DE TRABALHADORES DA LIMPEZA URBANA PÚBLICA DE NITERÓI/RJ
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFF
2 FO/UFF
Apresentação/Introdução
Cárie dentária, doenças periodontais e edentulismo, condições passíveis de prevenção e tratamento precoce, ainda figuram como desafios para a população brasileira. Grupos em desvantagens sociais, econômicas e ambientais, a exemplo dos trabalhadores dos serviços de coleta de resíduos, limpeza e conservação de áreas públicas, podem estar ainda mais expostos ao adoecimento bucal.
Objetivos
Este estudo teve por objetivo descrever a morbidade bucal autorreferida de trabalhadores da limpeza urbana pública de Niterói/RJ.
Metodologia
Foi realizado estudo descritivo transversal em duas unidades da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói/RJ (CLIN). A coleta de dados foi conduzida em 2023 por meio de questionário de autopreenchimento envolvendo variáveis sociodemográficas e morbidade bucal autorreferida. Dos 114 trabalhadores ligados à coleta, limpeza e conservação de áreas públicas elegíveis, maiores de 18 anos, 61 participaram do estudo (54%). Trabalhadores em âmbito administrativo e em férias foram excluídos. Os dados foram analisados por meio de medidas de frequência absoluta e relativa. Todos os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos foram respeitados.
Resultados
A maioria dos trabalhadores foi de homens (51%), entre 46 e 60 anos (59%), negros (82%), com renda familiar entre 1 e 2 salários (82%) e nível instrucional incompleto (53%). A morbidade bucal autorreferida revelou elevada prevalência de perdas dentárias, tanto superiores (alguns dentes: 62%; todos os dentes: 21%) quanto inferiores (alguns dentes: 71%; todos: 8%). Cerca de 50% utilizavam algum tipo de prótese. A maioria relatou nenhuma/leve dificuldade para se alimentar (82%). Parcela considerável necessitava tratamento dentário (74%), especialmente revisão (43%) e colocação de prótese (36%). Quase a metade se mostrou satisfeita (33%) ou muito satisfeita com os dentes/a boca (16%).
Conclusões/Considerações
Este estudo identificou que os participantes compõem um grupo vulnerabilizado, pela exposição a riscos ocupacionais, preconceitos e perfil sociodemográfico. Houve elevada prevalência de perdas dentárias e limitada utilização de próteses. Boa parte necessitava de tratamento odontológico e quase 50% referiram satisfação com a boca. Educação em saúde e acesso ampliado ao tratamento odontológico são estratégias para mitigar a situação relatada.
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA SAÚDE BUCAL E FATORES ASSOCIADOS NA QUALIDADE DE VIDA DE UMA POPULAÇÃO RURAL POMERANA
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
A saúde bucal está sendo consolidada como um componente importante para a caracterização da qualidade de vida. Nesse contexto, a população rural tem apresentado índices de saúde inferiores aos da zona urbana, o que evidencia a necessidade de compreender as demandas específicas dessa população, a fim de promover mudanças no cenário atual de saúde, e favorecer a melhoria da qualidade de vida.
Objetivos
Avaliou-se o impacto da saúde bucal na qualidade de vida e suas possíveis associações com a demanda por prótese dentária e situação da dentição de uma população rural pomerana.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, realizado com 300 descendentes de pomeranos, que residem na zona rural da região sudeste do Brasil. A coleta de dados foi realizada por entrevistas presenciais domiciliares, utilizando o instrumento Oral Health Impact Profile – 14 para avaliação da qualidade de vida e um questionário estruturado com as demais variáveis de estudo. Para análise estatística utilizou-se os testes Exato de Fischer e Mantel-Haenszel, e calculou-se a razão de chances. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 75250623.7.0000.5060.
Resultados
A análise a respeito da ausência dentária revelou significância estatística para os participantes que declararam ausência de pelo menos 1 dente nos domínios dor física, incapacidade psicológica e geral, em relação a aqueles que afirmaram possuir todos os dentes, e apresentaram, respectivamente, 8,6 e 4,5 vezes mais chances de sofrerem impacto nessas dimensões. No que concerne à demanda por prótese dentária, os indivíduos que afirmaram necessitar de prótese, relataram impacto na dimensão incapacidade psicológica, possuindo, portanto, 2,1 vezes mais chances de obter impacto ao comparar aqueles que não necessitam de prótese. Resultado semelhante foi obtido também nas dimensões combinadas.
Conclusões/Considerações
A saúde bucal apresentou-se como fator que impacta a qualidade de vida da população rural pomerana estudada. Seu impacto negativo revelou-se associado à demanda por prótese dentária, e à perda de pelo menos um dente.
IMPACTO DA SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE UMA POPULAÇÃO RURAL POMERANA: ASSOCIAÇÃO COM VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
Estudos dedicados à avaliação da qualidade de vida da população rural, e à comunidade são escassos. Ampliar as pesquisas sobre os pomeranos torna-se essencial para contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas que atendam às suas necessidades específicas.
Objetivos
Este estudo avaliou o impacto da saúde bucal na qualidade de vida e suas possíveis associações com variáveis sociodemográficas de uma população rural pomerana.
Metodologia
Estudo transversal, com 300 descendentes de pomeranos, residentes em uma zona rural da região sudeste do Brasil. Os dados foram coletados por entrevistas presenciais domiciliares, com o instrumento Oral Health Impact Profile – 14 (OHIP-14) para avaliação da qualidade de vida e um questionário estruturado com as variáveis sociodemográficas. Na análise estatística utilizou-se os testes Exato de Fischer e Mantel-Haenszel, e calculou-se a razão de chances. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 75250623.7.0000.5060.
Resultados
O impacto da saúde bucal na qualidade de vida foi declarado por 68 indivíduos (22,7%), tendo apresentado as seguintes dimensões com maior impacto: desconforto psicológico (13%), dor física (12,3%) e incapacidade psicológica (12%). Ao correlacionar o impacto com a faixa etária, 71,43% dos participantes com 41 anos ou mais declararam impacto no domínio incapacidade psicológica, 81,82% no domínio incapacidade social, tendo, respectivamente 3,0 e 5,1 vezes mais chances de apresentar impacto nessas dimensões. Em relação a raça/cor, 62,5% dos indivíduos autodeclarados como não-brancos relataram impacto na dimensão deficiência, apresentando 4,9 vezes mais chances de sofrerem impacto nessa dimensão.
Conclusões/Considerações
A partir do panorama obtido, verificou-se baixo impacto da saúde bucal na qualidade de vida da população rural pomerana. As dimensões de maior prevalência de impacto foram: desconforto psicológico, dor física e incapacidade psicológica. Indivíduos com idade de 41 anos ou mais, e autodeclarados não-brancos apresentaram mais chances de terem sua qualidade de vida impactada pela saúde oral.
ESCOPO DE PRÁTICAS DAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NA APS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFF
2 Rede de Pesquisa/APS
3 CGSB/SAPS/MS
4 CGFAP/SAPS/MS
5 FSP/USP
Apresentação/Introdução
As Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) destacam seu papel estruturante no SUS e a importância do monitoramento contínuo. São reconhecidos os avanços na oferta de cuidados em Saúde Bucal (SB) na APS, ainda que persistam desafios relacionados às desigualdades regionais e à oferta de cuidado integral, exigindo avaliação sistemática para orientar ações e qualificar a implementação da PNSB.
Objetivos
Analisar resultados do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde do SUS relacionados à atuação e escopo de práticas das equipes de Saúde Bucal.
Metodologia
São apresentados resultados selecionados do Censo, realizado no ano de 2024, no âmbito da Secretaria de Atenção Primária/MS. Após processo de adesão da totalidade dos municípios brasileiros pelos dos gestores, o instrumento do Censo foi respondido, online, via E-gestor, por um profissional representante/responsável pela UBS. Neste trabalho, são apresentados resultados correspondentes ao universo de 44.937 UBS, com a seguinte distribuição pelas regiões do país: Norte = 4.096, Nordeste = 17.737, Sudeste = 13.374, Sul = 6.607 e Centro-Oeste = 3.213. São apresentados os resultados relacionados à atuação e escopo de práticas das equipes de saúde bucal.
Resultados
74,4% das UBS possuíam equipes de SB; 82,7% consultórios odontológicos e 82,3% dispunham de cadeiras odontológicas. O Censo revelou ampla oferta de atendimentos odontológicos nas UBS: alta frequência de restaurações (94,4%) e extrações (93,0%), bem como tratamento preventivo com aplicação tópica de flúor para grupos de risco (83,2%). O tratamento restaurador atraumático (58,9%) foi mais frequente no Sul e Sudeste. Visitas domiciliares (60,4%), atendimento a pessoas com deficiência (81,4%) e urgência odontológica (82,5%) também se destacaram. A participação no PSE foi expressiva (80,9%), com maior adesão no Nordeste. Ainda há baixa oferta de reabilitação protética, apesar das elevadas necessidades.
Conclusões/Considerações
Os resultados mostraram uma forte presença de equipes e infraestrutura de Saúde Bucal nas UBS, com ampla oferta de procedimentos clínicos e preventivos, especialmente no PSE. Observou-se necessidade de aumentar o acesso ao tratamento restaurador atraumático. A ampliação da oferta de reabilitação protética permanece como desafio. O atendimento domiciliar e às pessoas com deficiência reforça o compromisso com a equidade no cuidado em SB na APS.
EPIDEMIOLOGIA DAS PERDAS DENTÁRIAS E EXPECTATIVA DE REPOSIÇÃO PROTÉTICA EM ADULTOS E IDOSOS
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
A perda dentária é considerada um dos principais agravos à saúde bucal devido à sua alta prevalência e por expressar um fracasso de medidas preventivas e/ou curativas prévias. Perder os dentes pode ser considerada uma experiência que resulta em desconfortos e limitações nas atividades do cotidiano, impactando a qualidade de vidas das pessoas.
Objetivos
Avaliar a prevalência das perdas dentárias, a expectativa quanto a reposição e os fatores associados em adultos e idosos.
Metodologia
Foi realizado um estudo observacional transversal com 303 participantes selecionados aleatoriamente, seguido de exame clínico e entrevista com questionário estruturado, que incluiu aspectos sociodemográficos e de saúde bucal. Para avaliar a força da associação entre as variáveis independentes e as dimensões, foi calculada a razão de chances (OR) e o intervalo de confiança (IC) utilizado foi de 95%. Para verificar as associações entre as variáveis foi utilizado o Teste Qui-Quadrado.
Resultados
Os resultados demonstraram uma prevalência de 84,5% para as perdas dentárias, a cárie foi apontada como a maior causa (68,7%) e os molares representaram o dente mais extraído (90,2%). A maioria relatou a expectativa de repor os dentes perdidos com implantes dentários (43,8%).
Conclusões/Considerações
Foi possível perceber alta prevalência de perda dentária em adultos e idosos, a cárie foi a principal causa das perdas dentárias e os molares representaram o dente mais extraído. Os fatores associados a perda dentária foram: sexo feminino, faixa etária acima de 50 anos, até 10 anos de escolaridade, ser das classes C ou D e ter utilizado serviço odontológico nos últimos 12 meses.
ASSOCIAÇÃO ENTRE EDENTULISMO, QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL E FUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A função sexual é influenciada por fatores físicos, psicológicos e sociais. O edentulismo compromete a autoestima e a qualidade de vida, podendo impactar a saúde sexual de mulheres. Este estudo investiga essa relação, ainda pouco explorada na literatura, especialmente no contexto da saúde pública brasileira.
Objetivos
Avaliar a associação entre edentulismo, qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHRQoL) e função sexual em mulheres adultas.
Metodologia
Estudo transversal com 99 mulheres (19–66 anos), realizado em serviço público odontológico entre jan-out/2023. Foram aplicados os instrumentos FSFI (índice de função sexual feminina) e OHIP-14 (impacto da saúde bucal na qualidade de vida), além de exame clínico para verificar perda dentária. Foram coletados dados sociodemográficos e aplicadas análises estatísticas (correlação de Pearson e regressão logística multivariada ajustada por idade) para verificar associações entre edentulismo, OHRQoL e disfunção sexual.
Resultados
A perda dentária esteve presente em 83,8% da amostra, com disfunção sexual em 60,6% das participantes. Houve correlação negativa significativa entre número de dentes perdidos e escore FSFI (r = -0,363; p < 0,05), bem como entre OHIP-14 e FSFI (r = -0,371; p < 0,05). A regressão multivariada confirmou associação independente entre pior OHRQoL, maior edentulismo e disfunção sexual, mesmo após ajuste por idade (OR dentes ausentes = 2,12; OHIP-14 = 1,24).
Conclusões/Considerações
A perda dentária e a pior qualidade de vida relacionada à saúde bucal estão associadas à função sexual reduzida em mulheres. Esses achados destacam a importância de estratégias integradas de cuidado odontológico e reforçam a necessidade de abordagens interdisciplinares para promover bem-estar físico, psicológico e sexual, sobretudo em populações vulneráveis.
ÁRVORES DE DECISÃO NA PREDIÇÃO DA DOR DENTAL ASSOCIADA A EXPERIÊNCIAS NA INFÂNCIA: ESTUDO COM DADOS DO ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 UFPEL
Apresentação/Introdução
A epidemiologia do curso de vida indica que exposições acumuladas ao longo do tempo podem impactar a saúde bucal na velhice. Nesse sentido, experiências vividas na infância podem exercer influência tardia sobre a dor dental. Compreender essa relação pode subsidiar políticas de proteção à infância e adolescência, com foco na saúde bucal no envelhecimento.
Objetivos
Avaliar a capacidade discriminativa das experiências adversas na infância na dor dental de idosos da coorte ELSI-Brasil, utilizando o modelo de árvores de decisão.
Metodologia
Realizaram-se duas análises transversais com dados das ondas 1 (2015-16) e 2 (2019-21) do ELSI-Brasil, estudo representativo da população brasileira com 50 anos ou mais. A amostra incluiu 6.154 (onda 1) e 5.969 (onda 2) idosos com 60 anos ou mais. O desfecho foi dor dental nos últimos 6 meses. Os preditores foram experiências adversas na infância sobre escolaridade, moradia (água encanada, livros), saúde infantil, fome e finanças familiares na infância. Utilizou-se o algoritmo DecisionTreeClassifier na linguagem Python. A capacidade discriminativa no teste foi avaliada por AUC-ROC, acurácia, sensibilidade e especificidade.
Resultados
Na Onda 1, o modelo de árvore de decisão para dor dental apresentou, no conjunto teste, AUC-ROC=0,550, acurácia=0,627, sensibilidade=0,485 e especificidade=0,652. A autoavaliação da saúde na infância foi o principal preditor, seguida pela ausência escolar por motivos de saúde. Na Onda 2, os resultados do teste foram: AUC-ROC=0,630, acurácia=0,642, sensibilidade=0,542 e especificidade=0,652. A experiência de fome na infância destacou-se como preditor principal, seguida pela percepção da trajetória socioeconômica individual.
Conclusões/Considerações
As experiências adversas na infância apresentaram limitada capacidade discriminativa para a dor dental em pessoas idosas nas duas ondas do ELSI-Brasil. No entanto, indicadores de saúde infantil, fome e trajetória socioeconômica emergiram como preditores relevantes. Estes achados reforçam a abordagem do curso de vida em saúde bucal e apontam a importância de políticas públicas intersetoriais voltadas à proteção na infância e adolescência.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁFICO EM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO NO ESPÍRITO SANTO: 2017-2022
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
No Brasil, mais da metade dos casos de câncer de cabeça e pescoço (CCP) têm diagnóstico tardio, com pior prognóstico, menor sobrevida e tratamentos complexos. A mudança deste cenário depende de ação organizada e eficaz do sistema de saúde, baseando-se em políticas públicas que, por sua vez, perpassam pelo conhecimento do público em risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço.
Objetivos
Buscou-se descrever o perfil epidemiológico de pacientes com CCP, atendidos em dois hospitais de referência, em Vitória - ES. Também foram analisadas características sociodemográficas, clínicas, e a correlação com o estadiamento da doença.
Metodologia
Estudo epidemiológico observacional demográfico e analítico, baseado em dados retrospectivos de pacientes com diagnóstico de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço, atendidos no Hospital Santa Rita de Cássia e no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes, entre os anos de 2017 e 2022, recrutados no “Estudo de Câncer de Cabeça e Pescoço no Brasil”. Os critérios de inclusão foram: indivíduos de ambos os sexos, de todas as faixas etárias, com diagnóstico histopatológico de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço, não submetidos ainda a tratamento antineoplásico ou com tratamento iniciado a menos de 6 meses da data de recrutamento.
Resultados
Foram reunidos 268 casos. O perfil encontrado foi de indivíduos do sexo masculino (82%), pardos (48,5%), com idade superior a 45 anos (91%), baixa escolaridade (71,2%) e histórico de tabagismo (89%) e etilismo (90%). Houve predomínio do diagnóstico tardio (72%), sendo a cavidade oral o sítio primário mais acometido (50%). As principais correlações com o estadiamento clínico se deram para as variáveis sexo (p<0,001), idade (p=0,047), tabagismo (p=0,046) e etilismo (p=0,003). A macrorregião metropolitana de saúde foi responsável por 75,5% dos casos. Contudo, para todas as macrorregiões avaliadas, foi registrado maior percentual de pacientes com câncer avançado (>65%).
Conclusões/Considerações
O CCP se associa a fatores comportamentais passíveis de mudança e pode ser reduzido através de estratégias de saúde pública voltadas à prevenção. O perfil encontrado mostrou necessidade de aumento do diagnóstico precoce, que pode ser possível com melhor direcionamento das ações, com busca ativa da população em risco nos territórios, além de fortalecimento da capacidade de detecção pelos profissionais de saúde, sobretudo da atenção primária.
PERFIL DE USUÁRIOS/AS COM DEFICIÊNCIA NA REDE DE SAÚDE BUCAL ESPECIALIZADA DE UM MUNICÍPIO DO LITORAL PARAIBANO: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 UFPB
Apresentação/Introdução
A garantia do acesso à saúde bucal de pessoas com deficiência ainda enfrenta desafios no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente quanto à resolutividade e articulação entre os níveis de atenção. Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) são pontos estratégicos para esse cuidado, mas carecem de dados sistematizados sobre o perfil dos usuários com deficiência e os procedimentos realizados.
Objetivos
Descrever o perfil clínico e sociodemográfico, bem como os procedimentos odontológicos realizados em usuários com deficiência atendidos no CEO do município de Mamanguape na Paraíba, entre os anos de 2017 e 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, a partir da análise de 95 prontuários de usuários com deficiência atendidos no CEO de Mamanguape-PB entre 2017 e 2023. Os dados foram organizados e analisados com auxílio do software Jamovi, gerando estatísticas descritivas de frequências absolutas e relativas. As variáveis incluíram sexo, idade, município de origem, tipo de deficiência, diagnóstico inicial, procedimentos realizados, encaminhamentos, exames solicitados e conclusão do tratamento.
Resultados
A maioria dos usuários era do sexo masculino (53,7%), residentes em Mamanguape (90,5%). A deficiência intelectual foi a mais prevalente (74,4%), seguida de autismo (42,9% entre os transtornos) e hipertensão (30,7% entre as condições clínicas). A cárie dentária foi o principal diagnóstico na primeira consulta (48,4%) e a exodontia o procedimento mais realizado (26,6%). A maioria das primeiras consultas ocorreu por agendamento (91,6%) e foi classificada como eletiva (89,5%). Apenas 14,7% dos tratamentos foram concluídos e 3,2% tiveram contrarreferência registrada para a Atenção Primária.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam um perfil marcado por múltiplas deficiências, alta demanda por procedimentos invasivos e baixa taxa de conclusão do tratamento. A baixa articulação entre os níveis de atenção, refletida na escassez de contrarreferência, aponta fragilidades na linha de cuidado das pessoas com deficiência. É necessário fortalecer o planejamento, a integração e o monitoramento dessas ações na rede de atenção à saúde bucal. Do ponto de vista da Saúde Coletiva, tais evidências reforçam a necessidade de reorganizar a rede com foco na equidade e acesso resolutivo.
PREVALÊNCIA DE FLUOROSE DENTÁRIA EM CRIANÇAS QUE VIVEM EM REGIÕES COM ALTOS NÍVEIS NATURAIS DE FLÚOR NA ÁGUA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
Apesar da eficácia do flúor na prevenção da cárie, sua ingestão em excesso pode gerar impactos adversos. A fluorose dentária é um exemplo de toxicidade crônica, causada pela ingestão em teores elevados de fluoreto de forma contínua durante a mineralização do esmalte dentário, resultando em alterações no esmalte que variam de manchas brancas a danos estruturais.
Objetivos
Esta revisão tem como objetivo analisar a prevalência da fluorose dentária em crianças e adolescentes que vivem em áreas com altas concentrações naturais de flúor na água. Buscou-se identificar padrões de ocorrência de fluorose nessas populações.
Metodologia
Para isso, foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise, utilizando as bases de dados PubMed/Medline, Lilacs, Scopus e Web of Science, em dezembro de 2024. A revisão seguiu rigorosamente as diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), assegurando a transparência e qualidade metodológica na seleção e análise dos estudos incluídos. Utilizou-se a estratégia PECOS, incluindo estudos transversais com crianças e adolescentes de 0 a 17 anos expostos a altos níveis naturais de flúor na água (acima de 0,84mgF/L). Foram excluídos do estudo crianças que moravam em cidades que passaram pelos processos de fluoretação ou desfluoretação.
Resultados
Foram encontrados 1967 estudos, dos quais apenas 31 atenderam aos critérios de elegibilidade para avaliação da fluorose dentária. Observou-se uma relação direta entre a alta concentração de flúor natural na água e a alta prevalência de fluorose dentária em crianças, especialmente quando o teor de flúor excede 0,84 mgF/L, podendo a partir desse nível haver variação na gravidade. Fatores como estado nutricional, consumo de água de poços artesianos e armazenamento em potes de barro foram associados à gravidade da fluorose. Verificou-se uma menor incidência de cárie nos indivíduos analisados, mas mais estudos são necessários para compreender melhor essas relações.
Conclusões/Considerações
Portanto, há uma relação direta entre a concentração de flúor natural na água e a prevalência e severidade da fluorose dentária.
INIQUIDADES AO LONGO DA VIDA NA TRAJETÓRIA DE DOR DENTAL EM ADULTOS: UMA COORTE DE NASCIMENTOS DE PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 UFPEL
Apresentação/Introdução
A dor dental é uma condição debilitante com carga desigualmente distribuída. Iniquidades de raça, renda e escolaridade moldam um claro gradiente social em saúde bucal. A epidemiologia do curso de vida e a análise de trajetórias são referenciais valiosos para compreender como esses perfis de saúde se desenvolvem ao longo do tempo, identificando as populações mais vulneráveis.
Objetivos
Analisar as trajetórias de dor dental em adultos de uma coorte de Pelotas/RS e investigar a influência de iniquidades socioeconômicas, de gênero e raciais na determinação dessas trajetórias.
Metodologia
Estudo prospectivo com dados de 607 participantes de uma coorte de nascimentos de Pelotas/RS. O desfecho foi a dor dental, avaliada aos 24, 31 e 40 anos de idade. Identificaram-se trajetórias de dor dental por meio de análise de trajetória de classes latentes. As iniquidades socioeconômicas, baseadas na escolaridade materna e renda familiar, foram mensuradas pelo Índice Absoluto de Desigualdade (SII) e o Índice Relativo de Desigualdade (CIX). Associações com sexo e raça/cor também foram investigadas. As análises foram realizadas no software Stata 16.0.
Resultados
Identificaram-se duas trajetórias de dor dental: baixa prevalência (46,7%) e alta prevalência (53,5%). Observou-se associação com sexo (p=0,040), com homens (56,2%) mais frequentes na trajetória de baixa prevalência que mulheres (48,8%). Disparidades raciais (p=0,030) também foram evidentes: brancos (54,5%) predominaram na trajetória de baixa prevalência, e negros (58,1%) e indígenas (70,0%) na de alta. O Índice Absoluto de Desigualdade (SII) foi significativo para renda familiar (-0,17; IC95% -0,31 a -0,04) e escolaridade materna (-0,15; IC95% -0,29 a -0,01). O Índice de Concentração (CIX) também foi para renda (-0,06; IC95% -0,11 a -0,01) e escolaridade (-0,06; IC95% -0,10 a -0,01).
Conclusões/Considerações
Iniquidades socioeconômicas, raciais e de gênero influenciam as trajetórias de dor dental, com maior prevalência em mulheres e minorias raciais. Apesar de desafios como as perdas de seguimento e a aferição inconsistente do desfecho, os achados reforçam a necessidade de políticas públicas para reduzir disparidades e promover a equidade em saúde bucal em populações desfavorecidas.
O PAPEL DAS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E DE MORADIA NA SAÚDE BUCAL DE ADULTOS E IDOSOS RESIDENTES EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS RURAIS NA AMAZÔNIA, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Amazônia/ILMD
2 Universidade Federal do Amazonas/UFAM
3 Universidade Estadual do Amazonas/UEA
4 Aarhus University/Denmark
Apresentação/Introdução
As condições socioeconômicas e ambientais podem influenciar a saúde bucal, especialmente em populações vulneráveis. Porém, são escassas as evidências envolvendo as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Compreender esses fatores é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes e equitativas.
Objetivos
Investigar a associação entre características sociodemográficas, condições físicas e de saneamento das moradias, padrão de uso de serviços odontológicos e saúde bucal autorreferida de adultos e idosos de áreas ribeirinhas rurais.
Metodologia
Um inquérito domiciliar de base populacional foi realizado em 2019 com 600 adultos com 18 anos ou mais de idade residentes em comunidades ribeirinhas localizadas ao longo do Rio Negro, em Manaus, Amazonas, Brasil. Uma amostra representativa e aleatória foi selecionada e entrevistada. Utilizou-se modelagem de equações estruturais para testar efeitos diretos e indiretos entre condições físicas e de saneamento das moradias, renda familiar, cadastro em programas governamentais de transferência de renda (PGTR), idade, sexo, saúde bucal autorreferida (perda dentária, uso e necessidade de prótese dentária), motivo da última visita ao dentista, dor dentária e satisfação com a saúde bucal.
Resultados
Pior saúde bucal autorreferida foi diretamente associada ao sexo feminino, maior idade, ausência de cadastro em PGTR e menor renda familiar. Melhor saneamento do domicílio e melhor saúde bucal autorreferida foram associados à visita ao dentista para consulta de rotina. Dor dentária e extração/dor como motivo da última visita ao dentista foram associadas à baixa satisfação com a saúde bucal. Registro em PGTR foi indiretamente associado à saúde bucal autorreferida e ao motivo da última visita ao dentista, mediado pela renda familiar. Saneamento do domicílio foi indiretamente associado à dor dentária e a satisfação com a saúde bucal, mediada pelo motivo da última visita ao dentista.
Conclusões/Considerações
Relações complexas foram observadas entre condições demográficas, socioeconômicas, cadastro em programas governamentais de transferência de renda, condições de moradia e saúde bucal em adultos e idosos residentes áreas ribeirinhas rurais. O planejamento da atenção à saúde bucal desta população deve considerar essas especificidades.
EDENTULISMO E MORTALIDADE POR TODAS AS CAUSAS ENTRE IDOSOS BRASILEIROS: 11 ANOS DE SEGUIMENTO COM COORTES DO ESTUDO ‘SABE’ EM SÃO PAULO, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Alfenas – Unifal-MG, Faculdade de Odontologia, Alfenas, MG, Brasil.
2 Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Demografia, Campinas, SP, Brasil.
3 Universidade de São Paulo – USP, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Medicina Social, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
4 Universidade de São Paulo – USP, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, SP, Brasil.
5 Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, Instituto René Rachou, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Apresentação/Introdução
O edentulismo (ausência total de dentes) é uma condição prevalente entre idosos brasileiros e associada à perda funcional, má nutrição e desigualdades sociais. Essa condição pode impactar a saúde geral e a sobrevida justamente por refletir o acúmulo de riscos diversos, apresentar fatores de risco comuns às doenças crônicas e, ao mesmo tempo, impactá-las negativamente.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre edentulismo e mortalidade por todas as causas entre idosos residentes em São Paulo, Brasil, acompanhados por 11 anos no Estudo ‘Saúde, Bem Estar e Envelhecimento’ (SABE).
Metodologia
Estudo de coorte com dados do estudo SABE (2006–2017), com até 11 anos de seguimento. O edentulismo foi avaliado por exame clínico e os dados de mortalidade por todas as causas foram obtidos em registros oficiais. As covariáveis incluíram características socioeconômicas, comportamentos de saúde, cuidado odontológico, multimorbidade e baixo peso. Curvas de sobrevida de Kaplan-Meier estratificadas por edentulismo foram comparadas com o teste log-rank. Modelos de riscos proporcionais de Cox estimaram razões de risco (HR) brutas e ajustadas para a associação entre edentulismo e mortalidade. Foi considerado o desenho amostral complexo, com nível de significância de 5%.
Resultados
A amostra do estudo incluiu 1.687 participantes (60-102 anos), com prevalência de edentulismo de 47,2%. Em 11 anos de seguimento, foram analisados 10.494 pessoas-ano, ocorrendo 566 óbitos (33,6%). Na análise bivariada, os idosos edêntulos apresentaram maior risco de morte por todas as causas do que os dentados (HR: 1,81; IC95%: 1,53–2,15). Após ajuste sequencial por fatores socioeconômicos, comportamentos de saúde, cuidado odontológico, saúde geral e estado nutricional, essa associação foi atenuada, mas permaneceu significativa (HR: 1,34; IC95%: 1,10–1,63).
Conclusões/Considerações
O edentulismo mostrou-se um preditor significativo de mortalidade entre idosos, independentemente de condições socioeconômicas e de saúde. A prevenção da perda dentária ao longo da vida, a reabilitação protética e o enfrentamento das desigualdades estruturais são essenciais para promover envelhecimento digno e equitativo, reforçando o direito à saúde e à vida com qualidade.
AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE BUCAL E ASPECTOS SOCIAIS E CLÍNICOS ASSOCIADOS: ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Pará
Apresentação/Introdução
A saúde passou a ser vista como bem-estar físico, mental e social, não só ausência de doença. A autopercepção da saúde reflete essa visão e influencia comportamentos. Na saúde bucal, essa percepção afeta a busca por atendimento. Estudos como a PNS ajudam a entender esses fatores para melhorar os serviços odontológicos.
Objetivos
Este estudo investiga a autopercepção da saúde bucal entre brasileiros e sua relação com determinantes sociais, estilo de vida e acesso à saúde, visando subsidiar políticas públicas e ações para melhorar a saúde bucal da população.
Metodologia
Estudo transversal descritivo com dados da PNS 2019, aprovado pela CONEP (CAAE: 11713319.7.0000.0008). A amostra incluiu 90.846 indivíduos (≥15 anos), com taxa de resposta de 96,5%. Os dados foram obtidos no site do IBGE. A variável dependente foi a autopercepção da saúde bucal, associada a fatores sociodemográficos, estilo de vida, acesso a serviços e condições bucais. Análise feita no STATA® 14, com regressão de Poisson.
Resultados
A amostra analisada incluiu 90.846 indivíduos, com maioria de adultos (67,32%) e mulheres (52,94%). A autopercepção de saúde bucal “boa” foi predominante, sobretudo entre mulheres, jovens, brancos e empregados. Houve variações regionais, com menor índice na Bahia e maior em Santa Catarina. Fumantes e pessoas com dificuldades para se alimentar relataram piores percepções. Todas as variáveis tiveram associação significativa (p<0,05).
Conclusões/Considerações
A maioria dos brasileiros avalia positivamente sua saúde bucal, mas essa percepção pode não refletir a realidade clínica, sobretudo entre os mais vulneráveis. Os achados indicam a necessidade de políticas públicas focadas nos determinantes sociais, no estilo de vida e no acesso aos serviços, visando à equidade e à melhoria real da saúde bucal no Brasil.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ENTRE CONQUISTAS E BARREIRAS NO ACESSO ODONTOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do SUS, incluindo saúde bucal. Em 2004, o "Brasil Sorridente" ampliou as Equipes de Saúde Bucal e criou Centros de Especialidades Odontológicas e o Laboratório Regional de Próteses Dentária para melhorar a atenção. No entanto, desafios como falta de recursos, desigualdades regionais e má distribuição de dentistas limitam o acesso universal.
Objetivos
Elucidar que a mera existência dos serviços odontológicos não implica mudanças efetivas na organização dos serviços, persistindo barreiras de utilização, embora o aumento da cobertura de saúde bucal tenha proporcionado maior acesso.
Metodologia
Este trabalho se trata de uma revisão da literatura narrativa de abordagem descritiva, a qual foi realizada através das bases de dados da PubMed e SciELO, a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DECs): Saúde Bucal; Serviço Saúde; Atenção Primária. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados no recorte temporal de 2019 a 2024, estudos de caso e nos idiomas português e inglês; foram selecionados 15 artigos para sua leitura e aplicação dos critérios de exclusão, como artigos duplicados, trabalhos de conclusão de curso e fora do eixo temático. A partir disso, foram escolhidos 6 artigos para seu embasamento.
Resultados
Observaram-se baixa integração entre especialistas, falta de planejamento e desigualdades. Municípios mais pobres e com menor cobertura têm maior dificuldade de acesso, especialmente quando o tempo de deslocamento ultrapassa 11 minutos. Horários limitados, marcação de consultas demoradas e falta de recursos agravam o problema. Mulheres, jovens adultos e pessoas de baixa renda são os mais afetados. Apesar de políticas como o Brasil Sorridente, problemas como infraestrutura precária, salários baixos e má distribuição de profissionais persistem. É essencial fortalecer a integração entre serviços, investir em infraestrutura e valorizar os profissionais para garantir acesso equitativo.
Conclusões/Considerações
O cenário revela desigualdades no acesso à saúde bucal influenciadas por fatores estruturais, organizacionais e socioeconômicos. É imprescindível fortalecer articulação entre os níveis de atenção, garantir políticas públicas robustas, investimentos sustentáveis e gestão comprometida. Ações intersetoriais são necessárias para qualificação da rede, valorização dos profissionais e superação das barreiras de acesso aos serviços odontológicos.
CENÁRIO DE SAÚDE BUCAL EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR BAIANO: DO FINANCIAMENTO AOS INDICADORES DE SAÚDE BUCAL (2017-2024)
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A saúde bucal foi integrada à Estratégia Saúde da Família (2000) e ampliada com o programa Brasil Sorridente (2004), reforçando sua importância no SUS. A ampliação do acesso e da qualidade do cuidado exige planejamento, execução e avaliação contínuos, com base em indicadores do PMAQ, Previne Brasil e da Portaria MS n. 3493/2024, documentos que orientam o financiamento e atenção à saúde.
Objetivos
Relacionar os documentos norteadores e os indicadores de saúde bucal, identificando padrões que possibilitam compreender o contexto e as transformações na atenção à saúde bucal em um município do interior da Bahia.
Metodologia
Realizou-se uma busca no site do Fundo Nacional de Saúde, IBGE e dos relatórios públicos do e-Gestor, onde se coletou informações sobre os repasses financeiros, indicadores de referência e cobertura em saúde bucal do município de Santo Estêvão–BA, no período de 2017-2024. O município pertence a macrorregião Centro-Leste do Estado, possui 54.940 habitantes (IBGE, 2022), conta com 13 USF, 1 UBS (2024) e 13 equipes de saúde bucal. A série histórica será analisada a partir dos dados brutos, calculando médias e porcentagens.
Resultados
Até 2019, o financiamento da saúde bucal seguia o Piso da Atenção Básica, com base no PMAQ, que avaliava sete indicadores e repassava cerca de R$ 300 mil anuais ao município, que vinculava os recursos ao desempenho das equipes de saúde bucal. Com o Previne Brasil, adotou-se apenas um indicador, com repasse médio de R$ 380 mil, baseado em ações estratégicas. A portaria n. 960/2023 instituiu 12 indicadores de desempenho para as equipes, reforçando o financiamento por resultados. A cobertura média das equipes em Santo Estêvão (2017-2024) foi 87%, com o menor valor em 2023 (64%). Salientamos que a proporção de gestantes atendidas foi o único indicador mantido em todas as fases.
Conclusões/Considerações
A saúde bucal no SUS tem evoluído ao longo do tempo, com mudanças significativas no financiamento e nos indicadores de desempenho. No município estudado, embora o financiamento tenha se mantido estável, observou-se variação nos indicadores e uma queda na cobertura das equipes de saúde bucal. Os dados sinalizam a necessidade de melhorar o acesso e a qualidade do cuidado em Saúde Bucal para a população.
DESIGUALDADES NA PERCEPÇÃO MATERNA NEGATIVA SOBRE A SAÚDE BUCAL DOS FILHOS: UMA ABORDAGEM INTERSECCIONAL EM COORTE DO SUL DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós- Graduação em odontologia- UFPel
2 Programa de pós-graduação em Saúde e comportamento, UCPel
3 Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública-FURG, Grupo de Pesquisa e Inovação em Saúde - FURG, Causale Consultoria, Programa de pós-graduação em epidemiologia- UFPel
4 Centro Internacional de Equidade em Saúde- UFPel, Grupo de Pesquisa e Inovação em Saúde - FURG e Causale Consultoria
5 Programa de pós-graduação em epidemiologia- UFPel e Grupo de Pesquisa e Inovação em saúde - FURG
6 Program de pós-graduação em odontologia- UFPel
7 Universidade Cientifica do Sul, Lima, Peru
8 Centro Internacional de Equidade em Saúde- UFPel e Programa de Pós- Graduação em odontologia- UFPel
Apresentação/Introdução
A percepção materna sobre a saúde bucal da criança tem sido utilizada como proxy da condição bucal. Crianças com cárie dentária têm sua saúde bucal mais frequentemente percebida como negativa quando comparadas àquelas livres de cárie. Como as doenças bucais mais prevalentes na infância são socialmente determinadas, a percepção negativa da saúde bucal pode variar entre subgrupos da população.
Objetivos
O objetivo do estudo foi identificar quais são as crianças mais vulneráveis a ter sua saúde bucal percebida como negativa por suas mães, sob uma perspectiva interseccional.
Metodologia
Utilizamos dados do estudo perinatal e do seguimento de 4 anos da coorte de nascimentos de Rio Grande 2019, ao Sul do Brasil. O desfecho foi percepção materna sobre a saúde bucal infantil, classificada em negativa – “Regular, Ruim e Muito Ruim”; ou positiva – “Muito boa e Boa”. Quintis de riqueza, cor da pele, idade materna, escolaridade e percepção materna sobre a própria saúde bucal foram os preditores. Calculamos o Índice Absoluto de Desigualdades (IAD) e intervalos de confiança de 95% com base em quintis de riqueza e escolaridade. As crianças foram classificadas em subgrupos de risco utilizando modelo de Árvore de Decisão, que considera a intersecção entre dois ou mais preditores
Resultados
Foram avaliadas 735 díades mãe criança. A prevalência de percepção materna negativa sobre a saúde bucal infantil foi de 11,0% (IC95% 8,9-13,5) e a percepção materna negativa sobre a sua saúde bucal foi de 32,5% (IC95% 29,2-36,1). Para quintis de riqueza o IAD de -0,12 (IC95% -0,29; -0,04) e para educação materna -0,08 (IC95% -0,17; -0,20), evidenciando maior prevalência do desfecho em crianças filhas de mães menos escolarizadas e pertencentes aos quintis de riqueza mais baixos. A árvore de decisão indicou maior prevalência de percepção negativa sobre a saúde bucal infantil no grupo de mães com percepção negativa sobre sua saúde bucal, do segundo quintil de riqueza e com 30 anos ou mais.
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou desigualdades quanto à riqueza e escolaridade na percepção materna sobre a saúde bucal da criança. Crianças cujas mães percebiam a própria saúde bucal como negativa foram mais propensas a terem a saúde bucal percebida negativamente, reforçando a necessidade de ações de promoção, prevenção e alfabetização em saúde direcionadas para toda a família.
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DO CIRURGIÃO-DENTISTA
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
As expansões de reformas liberais em um contexto mundial, tem tornado as práticas laborais progressivamente mais flexibilizadas e precárias. O fenômeno de precarização do trabalho do Cirurgião-Dentista se origina em como se estabelecem historicamente as relações de trabalho na saúde e em especial no campo da odontologia.
Objetivos
Analisar a precarização do trabalho de CDs em municípios do estado do Rio Grande do Sul.
Metodologia
Pesquisa de método misto, com abordagens quantitativa e qualitativa. O estudo ocorreu em clínicas odontológicas privadas do RS, com CDs que não são proprietários. Utilizou-se questionário estruturado, autoaplicável, via Google Forms, para coleta inicial e perfil dos participantes. Em seguida, realizaram-se entrevistas individuais, presenciais ou remotas, gravadas e transcritas. Os temas seguiram roteiro semiestruturado, com base nas categorias de Franco e Druck (2009) sobre precarização social do trabalho: Vulnerabilidade, Intensificação, Insegurança, Identidade Coletiva, Organização e Direitos.
Resultados
Grande parte dos entrevistados relataram dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, atribuindo o fato a alta oferta de profissionais, necessidade de indicação e saturação do mercado. O avanço do neoliberalismo acentuou perdas de direitos, como pausas e descanso, além disso, a ausência de vínculo formal deixa os profissionais sem garantias. A sobrecarga, com longas jornadas e muitos pacientes, afeta a saúde mental desses profissionais. A uberização do trabalho observada no estudo, precariza tais relações com: remuneração instável, competição intensa e metas inalcançáveis. Nesse modelo, o risco é do trabalhador, enquanto o cuidado em saúde se reduz à lógica da produtividade.
Conclusões/Considerações
A precarização do trabalho na odontologia compromete a saúde mental do trabalhador e a qualidade do cuidado ofertado. A ausência de vínculos formais, aliada à lógica da uberização, gera insegurança, sobrecarga e desvalorização profissional. Repensar esse modelo é essencial para garantir condições dignas de trabalho e a efetiva promoção da saúde.
DESEMPENHO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS NA OFERTA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS ESPECIALIZADOS ENTRE 2019 E 2023: ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UFU
Apresentação/Introdução
CONSIDERANDO A IMPORTÂNCIA DOS CEO NA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE BUCAL, TORNA-SE ESSENCIAL REALIZAR UMA ANÁLISE CONSTANTE E PERIÓDICA DESSES SERVIÇOS, VISANDO A MELHORIA CONTÍNUA DO SEU DESEMPENHO E O DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTOS EFICIENTES DE AVALIAÇÃO.
Objetivos
ESTE ESTUDO OBJETIVA AVALIAR DA OFERTA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS ESPECIALIZADOS A PARTIR DO CUMPRIMENTO GLOBAL DE METAS (CGM) DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM CEO, CONSIDERANDO A PRODUÇÃO DE 2019 A 2023.
Metodologia
FOI REALIZADO UM ESTUDO OBSERVACIONAL ECOLÓGICO, DA PRODUÇÃO DE PROCEDIMENTOS ESPECIALIZADOS DE ENDODONTIA, PERIODONTIA E CIRURGIA ORAL, EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS. OS DADOS FORAM COLETADOS DO DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. A ANÁLISE FOI REALIZADA A PARTIR DO INDICADOR CUMPRIMENTO GLOBAL DE METAS, DE ACORDO COM O DESEMPENHO ANUAL DE CADA MUNICÍPIO. FOI APLICADO O TESTE DE WILCOXON PARA VERIFICAR A DIFERENÇA ENTRE OS ANOS, COMPREENDENDO TAMBÉM DADOS NA RESOLUÇÃO DA DEMANDA ACUMULADA.
Resultados
A PARTIR DA ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM CEO FOI POSSÍVEL OBSERVAR QUE A PERIODONTIA APRESENTOU O MELHOR DESEMPENHO, SEGUIDA DE CIRURGIA ORAL E ENDODONTIA. OS DADOS TAMBÉM RESSALTARAM UMA TENDÊNCIA DE AUMENTO NO CUMPRIMENTO DE METAS EM CIRURGIA E PERIODONTIA NO BRASIL E DE QUEDA NA ENDODONTIA. POR MEIO DO CÁLCULO ANUAL DO CGM, OBSERVOU-SE UM DESEMPENHO REGULAR EM TODAS NAS REGIÕES BRASILEIRAS (NORTE, NORDESTE, CENTRO-OESTE, SUDESTE E SUL). COMPARANDO OS ANOS DE 2019 E 2023, HOUVE UM BAIXO PODER DE RECUPERAÇÃO DA PRODUTIVIDADE NAS TRÊS ESPECIALIDADES CONSIDERADAS NO ESTUDO.
Conclusões/Considerações
O PODER DE RECUPERAÇÃO DO CEO FOI INSUFICIENTE PARA RETOMADA DO PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS COM CGM BOM E ÓTIMO, EM TODAS AS REGIÕES DO BRASIL. DESTA FORMA, OBSERVA-SE A NECESSIDADE DE UM OLHAR MAIS CUIDADOSO PARA ESTE PONTO DE ATENÇÃO EM SAÚDE BUCAL, NA BUSCA DO APRIMORAMENTO DE SUA EFICÁCIA NO CUMPRIMENTO DAS METAS E NA COBERTURA DOS PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS ESPECIALIZADOS PARA A POPULAÇÃO.
DESIGUALDADES NO ACESSO À SAÚDE BUCAL NO SUS: BARREIRAS E FACILITADORES EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz/IAM
Apresentação/Introdução
O acesso universal à saúde bucal no SUS enfrenta barreiras estruturais, organizacionais e socioculturais, agravadas em contextos de vulnerabilidade social. Este estudo analisa as desigualdades no acesso à saúde bucal em Jaboatão dos Guararapes (PE), à luz de Levesque (2013). A pesquisa visa identificar fatores limitantes e facilitadores, contribuindo para políticas públicas mais equitativas.
Objetivos
Analisar o acesso à saúde bucal no SUS a partir das perspectivas de usuários, dentistas e gestores, identificando barreiras e facilitadores nas dimensões: acessibilidade, aceitabilidade, acessibilidade financeira, disponibilidade e adequação.
Metodologia
Estudo qualitativo com abordagem de estudo de caso, realizado em Jaboatão dos Guararapes (PE). Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com 10 usuários do SUS, 8 dentistas e 10 gestores de saúde. Os dados foram analisados por meio de análise temática e estatística descritiva, utilizando os softwares MAXQDA 24 e SPSS 25. O estudo seguiu o checklist COREQ e foi aprovado pelo Comitê de Ética (Parecer nº 6.386.943).
Resultados
Foram identificadas barreiras em todas as dimensões do acesso: dificuldades geográficas e organizacionais (acessibilidade); conflitos na relação usuário-profissional (aceitabilidade); custos indiretos como transporte (acessibilidade financeira); escassez de recursos humanos e materiais (disponibilidade); e fragmentação do cuidado (adequação). As capacidades individuais variaram, com usuários demonstrando conhecimento sobre saúde bucal, mas enfrentando desafios como falta de transporte e demora no atendimento. Estratégias informais, como a atuação de agentes comunitários, emergiram como facilitadores.
Conclusões/Considerações
O estudo revela iniquidades sistêmicas no acesso à saúde bucal no SUS, exacerbadas por barreiras estruturais e organizacionais. Recomenda-se a reorganização dos serviços, ampliação do acesso a tratamentos e políticas públicas que garantam infraestrutura adequada e financiamento sustentável. A integração das perspectivas de usuários, profissionais e gestores é essencial para promover equidade e justiça social na saúde bucal.
CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA
Pôster Eletrônico
1 USP
Apresentação/Introdução
Pesquisa vinculada ao Projeto de extensão Pontes da Universidade de São Paulo que visa acolher e promover ações de cuidado e educação em saúde à pessoas em situação de rua, de forma interprofissional e integrada à rede de saúde no município de Ribeirão Preto-SP, contexto no qual nota-se a necessidade de cuidados em saúde bucal à PSR e acesso ao atendimento odontológico.
Objetivos
Avaliar as condições de saúde bucal da população em situação de rua no município de Ribeirão Preto - SP, Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo em andamento do tipo observacional transversal, descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa com 101 indivíduos de 35 a 44 anos em situação de rua no ano de 2025 cadastrados no Centro Pop. Foi realizada aplicação de questionário adaptado da pesquisa nacional de saúde bucal (SB Brasil) em relação à autopercepção de saúde bucal e levantamento dos principais agravos. Nesta primeira fase foram realizados exames clínicos para avaliação de cárie dentária, necessidades de tratamento e uso e necessidade de prótese, por duas pesquisadoras treinadas e calibradas, os dados foram registrados em ficha individual e tabulados em planilha Excel para análise estatística descritiva.
Resultados
Participaram 101 pessoas de 35 a 44 anos, 84 homens e 17 mulheres. Quanto à raça, 20 se declararam brancos, 24 pretos, 2 amarelos, 50 pardos e nenhum indígena. 4 usavam prótese superior e 2 usavam prótese inferior. 68 destes tinham necessidade de prótese superior e 75 inferior, 33 necessitavam de tratamento de urgência. O índice de cárie (CPOD) foi de 9,36, próximo ao evidenciado para a mesma faixa etária no Brasil em 2023, 10,7. Quanto à necessidade de tratamento, apresentaram 438 dentes com necessidade de restaurações de 1 superfície, 184 de restaurações de mais de 1 superfície, 39 de coroas, 9 de facetas estéticas, 57 de tratamento protético-restaurador e 192 de exodontia.
Conclusões/Considerações
Observa-se por meio dos resultados parciais deste estudo que essa população apresenta alto índice de doença cárie e edentulismo, com necessidade de tratamento e reabilitação. Espera-se contribuir na evidenciação da necessidade de acesso a serviços odontológicos para a população em situação de rua em Ribeirão Preto para subsidiar ações de planejamento e reorientação do modelo de atenção à saúde bucal prestado a essa população.
A OFERTA DE PRÓTESES DENTÁRIAS NO SUS: A EXPERIÊNCIA DE MUNICÍPIOS DE ATÉ 30 MIL HABITANTES
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 UFBA/UESB
3 UFBA/UNEB
Apresentação/Introdução
Para enfrentar o edentulismo no Brasil e promover mais integralidade no SUS, o Ministério da Saúde (MS) implementou os Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) desde 2004. Já são 4.102 LRPD. Aproximadamente 76% dos municípios brasileiros tem até 30 mil habitantes. Em 2024 foi iniciado, em parceria com o MS, um estudo de avaliação da implementação dos LRPD, para proposição de melhorias.
Objetivos
Caracterizar a oferta de prótese dentária no âmbito do Sistema Único de Saúde em municípios de até 30 mil habitantes.
Metodologia
Estudo de avaliação da oferta de prótese dentária, através dos LRPD. Utilizou-se dados secundários e documentos do Ministério da Saúde e do governo federal, e dados primários obtidos através de questionário eletrônico, além de etapa com visitas in loco e entrevistas com informantes-chave de 34 municípios no país. Apresenta-se a síntese de 8 municípios de até 30 mil habitantes, considerando aspectos como IVS, faixa de financiamento e produção, tipo de prótese, cobertura de saúde bucal, sistema de regulação e modelo de oferta. O referencial teórico-metodológico se apoia na Avaliação em Saúde e a ocorreu a partir dos componentes do sistema de saúde. Aprovação do CEP, parecer de n. 7.332.756.
Resultados
Predominou vulnerabilidade social baixa. Um LRPD está na faixa II (51-80 próteses/mês), e os demais (n=8) estão na faixa I (20-50 próteses). Destaca-se a produção de próteses totais em todos os casos (n=8), próteses parciais (n=5) e prótese parcial acrílica (n=3). A maior parte (n=6) possui 100% de cobertura eSB/ESF e apenas um possui CEO. Verificaram-se três modelos de oferta: “100% público” (n=1), com etapas clínica e laboratorial na rede própria; 100% privado (n=3), com etapa clínica e laboratorial contratada do laboratório privado; e o “combinado” (n=4), com etapa clínica feito pelo cirurgião-dentista do município e laboratorial pelo prestador privado. Dois possuem sistema de regulação.
Conclusões/Considerações
Predominância da Faixa 1 e próteses totais, realidade dos LRPD da maior parte do país. A indução federal tem sido fundamental para expansão, ainda que sejam verificadas insuficiências, barreiras de acesso, falha nos critérios de priorização e na transparência da fila. A PNSB preconiza oferta pública, entretanto a crescente contratualização do setor privado requer qualificação dos contratos e da fiscalização para garantia da qualidade da prótese.
(RE) CRIAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL: UMA ESTRATÉGIA PARA EXPLORAR PERSPECTIVAS DA VULNERABILIDADE POR MEIO DE OFICINAS
Pôster Eletrônico
1 UNB
Apresentação/Introdução
A saúde bucal é um componente essencial para o bem-estar dos indivíduos, estando diretamente relacionada à qualidade de vida e ao desenvolvimento social e econômico das populações. Para grupos em situação de vulnerabilidade, que envolve uma intersecção de fatores econômicos, sociais, culturais e ambientais, os desafios para a promoção da saúde tornam-se ainda mais complexos.
Objetivos
Este estudo objetiva escutar vivências relacionadas à saúde bucal em contextos de vulnerabilidade, utilizando oficinas de educação em saúde como estratégia metodológica para explorar essas vivências nas suas diferentes dimensões de aprendizagem.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, de cunho metodológico problematizador com a utilização do arco de Maguerez para identificação do problema e aplicação a realidade por meio de Oficinas de educação em saúde, analisadas por meio do método otobiográfico. Este método serviu para a realização de uma escuta apurada e sensível das vivências a partir das falas e escritas dos participantes, no sentido de compreender como as narrativas emergem, se transformam e se entrelaçam no processo de escrita.
Resultados
A oficina funcionou como espaço de escuta, troca de saberes e valorização do conhecimento. Foi discutido problemas sobre à saúde bucal trazendo percepções que dialogam com vivências e saberes locais. Nesse processo, emergiram narrativas atravessadas pela vulnerabilidade no campo, marcadas pela desigualdade no acesso e reafirmando a importância da intersetorialidade e da inserção da temática no cotidiano, como estratégia de promoção do cuidado. Embasados na leitura foucaultiana, compreendeu-se que a saúde não pode ser tratada apenas como um problema de comportamento individual, mas como reflexo das estruturas institucionais que moldam rotinas, subjetividades e práticas das crianças.
Conclusões/Considerações
Um dos principais aspectos abordados durante a aplicação da oficina foi o papel do outro na constituição da narrativa de si. A escuta otobiográfica pôde reconhecer que o sujeito é sempre atravessado pela alteridade. Destaca-se, neste contexto, que a promoção da saúde bucal não pode ser tratada como uma questão isolada, mas como parte de um processo maior de concepção da cidadania e do direito à saúde.
O SANEAMENTO BÁSICO COMO DETERMINANTE DA SAÚDE BUCAL NO BRASIL? UMA ANÁLISE ECOLÓGICA DAS ASSOCIAÇÕES EM NÍVEL REGIONAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Pernambuco
2 Universidade de Pernambuco
Apresentação/Introdução
As condições de saúde bucal são um reflexo das desigualdades sociais, sendo o saneamento básico um determinante crucial para o processo saúde-adoecimento-cuidado. A falta de acesso ao saneamento impacta sobre as iniquidades em saúde bucal. No contexto brasileiro, com suas acentuadas disparidades regionais, investigar essa associação é fundamental para orientar políticas públicas intersetoriais.
Objetivos
Investigar possíveis associações entre as condições de saúde bucal da população brasileira e as características de saneamento em domicílios particulares permanentes situados em área urbana, segundo as Regiões do Brasil.
Metodologia
Estudo ecológico, quantitativo, com dados secundários do SB Brasil 2023 e do Censo Demográfico 2022, utilizando dados agregados e tendo as Regiões do Brasil como unidade de análise. Os indicadores de saneamento tratam da porcentagem de domicílios com: Abastecimento de Água Precário (AP), Esgotamento Precário (EP) e Destino de Lixo Inapropriado (LI). Os de saúde bucal foram: “ceo-d=0 aos 5 anos”, “CPO-D=0 aos 12 anos”, “Não necessita de prótese (35-44 anos)” e “Prevalência de Edentulismo (65-74 anos)”. A normalidade das variáveis foi analisada pelos testes de Shapiro-Wilk, assimetria e curtose. A correlação de Pearson foi executada, considerando a normalidade das variáveis (p-valor ≤ 0,05).
Resultados
Obteve-se cinco correlações significantes. O AP (r= -0,989; p<0,001) e o LI (r= 0,982; p<0,001) associaram-se negativamente à não necessidade de prótese, sugerindo que a precariedade no fornecimento de água e no destino do lixo estão ligadas a uma maior necessidade de prótese em adultos. Já o EP esteve negativamente associado a piores indicadores em diversas faixas etárias: proporção de crianças livres de cárie (r= -0,812; p=0,050), proporção de adolescentes livres de cárie (r= -0,876; p=0,022), proporção de adultos sem necessidade de prótese (r= -0,861; p=0,028), sugerindo que a precariedade de esgotamento sanitário pode agravar o adoecimento bucal pela doença cárie e a perda de dentes.
Conclusões/Considerações
A análise das correlações entre indicadores de saneamento e das condições de saúde bucal reafirma que quanto mais precários os primeiros, menos pessoas estarão livres de cárie e outras necessidades em saúde bucal. É fundamental priorizar a melhoria das condições de saneamento básico nas cinco regiões do Brasil, sendo um fator diretamente associado à melhoria de múltiplos indicadores de saúde bucal na população urbana, nas diversas faixas etárias.
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE TELESSAÚDE ÀS AÇÕES DAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pernambuco
2 UNINASSAU-PE
Apresentação/Introdução
A telessaúde, no âmbito da Rede de Telessaúde do SUS, tem favorecido a expansão das práticas digitais em saúde, incluindo a teleodontologia. Esta se configura como ferramenta para ampliar o acesso aos cuidados em saúde bucal na Atenção Primária, sobretudo em territórios marcados pelas desigualdades no acesso aos serviços, impactando positivamente na equidade e qualidade do cuidado.
Objetivos
Analisar como as tecnologias de telessaúde têm sido incorporadas ao trabalho das equipes de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde do Recife (PE).
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo, realizado com os cirurgiões-dentistas (n=26) das Equipes de Saúde Bucal das Unidades de Saúde da Família (USF) do Distrito Sanitário IV, Recife-PE. Foram incluídos profissionais com mais de um ano de atuação e em exercício no momento da coleta de dados. As entrevistas individuais (face a face) ocorreram em locais reservados nas USF, no segundo semestre de 2023, com base em roteiro semiestruturado. A coleta abordou variáveis demográficas e profissionais, o uso de tecnologias digitais no processo de trabalho e durante a pandemia de Covid-19, entre outras dimensões. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva.
Resultados
Foram entrevistados 21 cirurgiões-dentistas, em sua maioria mulheres, com idade entre 40 e 60 anos e ingressantes por concurso público. O uso de telessaúde/teleodontologia foi referido por 85,71%, principalmente em casos de estomatologia (64,70%) e para teleconsultas com especialistas (11,76%). Apenas 38,09% utilizavam a tecnologia para orientação ou monitoramento de usuários em tratamento. Apesar de 69,23% se sentirem habilitados para o uso, 95,23% não participaram de capacitações específicas. O contato telefônico foi o meio digital mais empregado (44,44%) e apenas 18,51% relataram dispor de teleagendamento. Houve aumento do uso dessas tecnologias durante a pandemia de Covid-19 (85,71%).
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam que as tecnologias de telessaúde/teleodontologia vêm sendo incorporadas ao trabalho das equipes de saúde bucal, ainda que de forma restrita a determinadas aplicações. Destaca-se a necessidade de ampliar seu uso para diferentes áreas da odontologia, bem como investir na qualificação profissional para garantir a efetiva implementação qualificada dessas tecnologias na Atenção Primária à Saúde.
USUÁRIOS DE PRÓTESES DENTÁRIAS NO SUS: ANÁLISE SOCIOECONÔMICA E DA NECESSIDADE DE PRÓTESES
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A oferta de próteses dentárias no SUS, através da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), foi uma resposta à perda dentária entre adultos e idosos brasileiros. Em 2024, foi iniciado, em parceria com o Ministério da Saúde, um estudo de avaliação da implementação dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD), com proposição de melhorias no acesso e sua maior equidade.
Objetivos
Analisar o perfil socioeconômico dos usuários dos serviços de prótese dentária no SUS, a partir de dados coletados em 34 municípios.
Metodologia
Estudo de avaliação da oferta de prótese dentária, através dos LRPD. Utilizou-se dados secundários e documentos do Ministério da Saúde e do governo federal, e dados primários obtidos através de questionário eletrônico, além de etapa com visitas in loco e entrevistas em 34 casos no país. Apresenta-se caracterização a partir de dados socioeconômicos dos usuários de próteses dentárias, considerando aspectos como sexo, idade, raça/cor autodeclarada, escolaridade, estado civil, condições de moradia e renda familiar, além da necessidade de prótese. Aprovação do CEP, parecer de n. 7.332.756.
Resultados
Dos 41 usuários, idades entre 40 e 80 anos, 48,8% são da região Centro-Oeste e 24,4% da região Norte, maioria do sexo masculino (58,5%), pardos (68,3%), com ensino médio completo (39%) e casados (36,6%). Cerca de 65,9% possuíam casa própria, sendo que 87,8% moram em construções de alvenaria. Todos possuem energia elétrica, e 73,2% com abastecimento de água pela rede geral de distribuição. Sobre a ocupação, 53.7% são aposentados, 12.2% profissionais liberais e 12.2% desempregados. A renda familiar predominou de R$1001,00-R$2.000,00 (41.5%) e 14.6% são usuários do Bolsa Família. 80,5% já usaram prótese dentária antes, sendo 70,7% próteses totais maxilares.
Conclusões/Considerações
Houve maioria de usuários sexo masculino, pardos, com renda familiar de até R$2.000,00. Destaca-se a presença de 14,6% usuários de Bolsa Família e maior necessidade de próteses totais. A indução federal da oferta de próteses tem apoiado os municípios a enfrentar a perda dentária. O cofinanciamento tripartite e redução das iniquidades de acesso ainda é uma questão. Ressalta-se o papel da APS na prevenção do edentulismo total em novas gerações.
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: UM ESTUDO COM O INSTRUMENTO QLQ-OH15 NO SUL DE MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 UNIFAL
Apresentação/Introdução
O câncer e suas terapias podem causar impactos significativos na saúde geral, bucal e na qualidade de vida dos pacientes. Todavia, poucos são os estudos que avaliam a qualidade de vida relacionada a saúde bucal (QVRSB) com instrumentos específicos para este fim em pacientes em tratamento para o câncer.
Objetivos
Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde bucal e sua associação com condições de saúde bucal em pacientes oncológicos no Sul de Minas Gerais, utilizando o instrumento específico QLQ-OH15.
Metodologia
Estudo transversal com 441 pacientes oncológicos adultos atendidos por uma associação voluntária em Alfenas-MG. A QVRSB foi avaliada pelo instrumento EORTC QLQ-OH15. As variáveis de saúde bucal analisadas incluíram sintomas orais, uso de prótese, autopercepção de saúde bucal, alterações sensoriais e alimentares. Foram realizadas análises bivariadas e múltiplas para estimar associações entre QVRSB e condições clínicas, por meio de modelos lineares generalizados. O estudo foi aprovado pelo CEP da UNIFAL-MG (CAAE: 40017720.6.0000.5142).
Resultados
O escore médio global da QVRSB foi 82,09. Os maiores e menores escores médios de QVRSB registrados entre os domínios do QLQ-OH15 foram para próteses (22,86) e feridas na boca (12,09), respectivamente. Os sintomas mais prevalentes foram boca seca (60,4%) e uso de prótese (53,1%). Piores escores de QVRSB associaram-se à autopercepção de saúde bucal ruim, boca seca, trismo, feridas, dormência, alteração alimentar, alteração do paladar, disfagia e dificuldade de fala (p<0,001), independentemente de condições socioeconômicas e de saúde geral.
Conclusões/Considerações
Alterações bucais decorrentes do tratamento oncológico impactam negativamente a QVRSB. Monitorar sinais e sintomas orais deve integrar o cuidado oncológico, promovendo saúde bucal, bem-estar e qualidade de vida. O uso de instrumentos específicos permite identificar necessidades e orientar ações clínicas e de saúde coletiva com foco na integralidade e equidade.
O ACESSO À ATENÇÃO ODONTOLÓGICA PÚBLICA NA PERSPECTIVA DE PACIENTES ACAMADOS E DOMICILIADOS EM UMA COMUNIDADE RURAL DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a cobertura universal em saúde, mas existem barreiras de acesso que dificultam sua execução. Para as populações do Campo, a precarização da saúde é agravada especialmente entre usuários acamados ou domiciliados, que enfrentam maiores dificuldades para o cuidado odontológico, em razão das limitações impostas pela sua condição e distanciamento dos territórios.
Objetivos
Objetivou-se compreender sob a perspectiva de pacientes acamados e domiciliados de uma comunidade do campo do Distrito Federal (DF), as formas de acesso aos serviços odontológicos públicos e os principais obstáculos enfrentados.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório e descritivo. A amostra foi composta por pacientes acamados e domiciliados cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do campo do DF, selecionados por conveniência. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e exame clínico para avaliação das condições de saúde bucal. As análises dos dados foram realizadas por meio da técnica de análise temática proposta por Minayo, que consiste na fase exploratória, coleta e análise dos dados. Também foi utilizado o software Microsoft Excel para a complementação, tabulação e processamento das informações coletadas.
Resultados
Por meio da análise dos dados foi possível compreender as condições de saúde bucal e os entraves no acesso aos serviços odontológicos públicos enfrentados por essa população. Os resultados mostraram condições bucais precárias entre os usuários avaliados, com a presença de cáries, perdas dentárias e ausência de acompanhamento odontológico contínuo. As principais barreiras relatadas foram a escassez de profissionais disponíveis para visitas domiciliares, a ausência de protocolos específicos para essa população e a limitação estrutural e logística do serviço. Evidenciou-se uma demanda reprimida por atenção odontológica e o impacto negativo da exclusão social e geográfica.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que pacientes acamados e domiciliados da zona rural enfrentam desafios significativos no acesso à atenção odontológica, refletindo a precarização da saúde bucal. É essencial investir em estratégias de ampliação do acesso, com planejamento territorial e ações educativas, a fim de garantir cuidado integral, contínuo e equitativo.
USO DE MERCÚRIO EM RESTAURAÇÕES DENTÁRIAS REALIZADAS PELOS SERVIÇOS PÚBLICOS ODONTOLÓGICOS NO BRASIL: CONDIÇÕES PARA A REDUÇÃO DO USO
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde (CGSB/SAPS/MS)
2 Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
3 Universidade Federal Fluminense (UFF)
4 Ministério da Saúde (COAPRO/SESAI/MS)
5 Ministério da Saúde (CGSAT/DVSAT/MS)
6 Ministério da Saúde (DVSAT/SVSA/MS)
7 Ministério da Saúde (CGVAM/DVSAT/MS)
8 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP)
Apresentação/Introdução
Em 2023, a 5ª Conferência Internacional sobre Mercúrio acordou a redução progressiva do uso odontológico do amálgama em restaurações dentárias. Para orientar esta transição, é essencial conhecer sua utilização nos serviços odontológicos, respeitando os princípios do SUS: universalidade, equidade e integralidade, na composição do plano de redução do uso de amálgama.
Objetivos
Analisar a distribuição das restaurações dentárias realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) por unidade da federação e regiões geográficas do Brasil, de acordo com o tipo de material empregado.
Metodologia
Estudo retrospectivo, com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do período de 2021 a 2024. A variável de interesse foi o registro de todas as restaurações dentárias realizadas no SUS, classificadas por material utilizado (amálgama, resina composta e ionômero de vidro), apresentadas em números absolutos, proporções e taxas. A distribuição espaço-temporal das restaurações por Unidades Federativas foi representada em mapas coropléticos.
Resultados
A provisão de serviços restauradores foi 4,9 vezes mais elevada na região Sul em relação à região Nordeste, e quase duas vezes maior à taxa observada em cada uma das demais regiões. Entre 2021 e 2024, o SUS realizou mais de 20 milhões de restaurações dentárias, sendo 89% de resina composta, 7% de ionômero de vidro e apenas 4% com mercúrio. A proporção de uso de amálgama foi entre 5,1% e 10% em nove estados, e acima de 10% no Alagoas e Distrito Federal.
Conclusões/Considerações
Distintos padrões de provisão de procedimentos restauradores foram observados entre as regiões. Embora o uso de amálgama em restaurações seja baixo, há importantes variações entre os estados. No âmbito do SUS, o país está alinhado ao objetivo internacional de redução gradual do uso de mercúrio nas restaurações. Maior progresso da substituição do uso de amálgama dentário dependerá da promoção de alternativas de qualidade, seguras e sustentáveis.
PANORAMA DA CÁRIE DENTÁRIA EM DENTES PERMANENTES, DE 1990 A 2017: ESTIMATIVAS DO ESTUDO DA CARGA GLOBAL DE DOENÇAS
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
As doenças bucais permanecem entre os principais desafios de saúde pública. A cárie dentária, em particular, resulta da interação entre aspectos comportamentais, socioeconômicos, biológicos, acesso aos serviços de saúde e dos cuidados recebidos ao longo da vida. No entanto, a tendência epidemiológica da cárie em dentes permanentes ainda não está completamente compreendida.
Objetivos
Relatar as mudanças na prevalência de dentes permanentes com cárie em países entre os anos de 1990 e 2017, bem como apresentar as variações dessa prevalência e as mudanças no Índice de Desenvolvimento Humano.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo baseado em dados secundários estimados pelo estudo Carga Global de Doenças. Foram incluídas as estimativas de prevalência de cárie em dentes permanentes para os anos de 1990 (primeiro ano com dados disponíveis) e 2017. Os países foram organizados em quatro grupos de acordo com a renda, conforme os critérios do Banco Mundial, totalizando 185 nações — entre elas, o Brasil. Foram estimadas as prevalências de cáries em porcentagem com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Foram incluídos os valores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países no mesmo período, obtidos a partir do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Resultados
A grande maioria dos países (85%) experimentou alguma redução na prevalência de dentes permanentes cariados entre 1990 e 2017. A maior redução foi verificada no grupo de renda alta e a menor no de renda baixa. No Brasil, a prevalência de dentes permanentes cariados foi de 38,17% (IC95% 34,99-41,45) em 1990. Em 2017, este valor alcançou 37,46% (IC95% 34,53-40,62). O Brasil apresentou IDH de 0,613, valor considerado médio em 1990, alcançando 0,760 em 2017, índice que representa um IDH alto. Os resultados do presente estudo apontam que os países que experimentaram aumento na prevalência de cárie também obtiveram menores variações em seus valores de IDH.
Conclusões/Considerações
Houve redução na prevalência de cárie na grande maioria dos países de renda média-alta, inclusive no Brasil, ao longo de 27 anos de estudo. Os países que obtiveram as maiores reduções na prevalência de dentes permanentes com cárie foram os que melhoraram o seu IDH, deixando ainda mais evidente o impacto que as condições socioeconômicas possuem na saúde das pessoas.
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO E RELAÇÃO COM O ÓBITO DE ADULTOS BRASILEIROS COM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS NO PERÍODO DE 1985 A 2017
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UFAL
Apresentação/Introdução
O câncer de cavidade oral é um problema de saúde pública, com altas taxas de incidência e mortalidade, é a sexta doenças mais prevalentes no mundo. No Brasil representa a quinta maior causa de morte em homens e a décima terceira em mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se, para cada ano do triênio de 2023-2025, cerca de 15.100 casos novos de câncer oral.
Objetivos
O objetivo deste estudo é caracterizar o perfil clínico-epidemiológico dos brasileiros com carcinoma de células escamosas oral, no período de 1985 a 2017.
Metodologia
Estudo observacional, descritivo, com base em dados hospitalares obtidos no Sistema Informatizado de Apoio aos Registros Hospitalares de Câncer (SisRHC), por meio do Módulo Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (Integrador RHC), acessado em maio de 2019.
Foram incluídos todos os registros com diagnóstico histopatológico de carcinoma de células escamosas (código 8070/3) em cavidade oral, registrados no período de 1985 a 2017 em indivíduos com idade a partir de 39 anos.
A análise estatística foi descritiva, apresentando frequências absolutas e relativas das variáveis categóricas, com o auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Resultados
No período de 1985 a 2017 foram identificados 74.830 casos de câncer oral em indivíduos a partir dos 39 anos. A maioria era do sexo masculino (75%), cor branca (44,2%) idade entre 50 e 59 anos (30,7%). 45,5% tinham companheiro e 49,9% possuíam ensino fundamental. A ocupação mais comum foi a de trabalhadores agropecuários e agrícolas (17,7%), a maior concentração de casos foi nas regiões Sudeste (35,4%) e Nordeste (34%). 49,7% possuíam hábitos tabagistas, 36,6% faziam uso de bebidas alcoólicas e o histórico familiar de câncer estava presente em 19,4%. Quanto a ocorrência de óbito percebe-se que a língua aparece como o sítio anatômico mais frequente (32,4%) entre os brasileiros.
Conclusões/Considerações
A população brasileira acometida por CCE no período de 1985 a 2017 é semelhante ao reportado na literatura científica mundial. Sendo o perfil sexo masculino, brancos, com companheiro, baixo nível de escolaridade, com histórico de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, com lesão primária situada predominantemente em língua e diagnosticada em estádio avançado, evoluindo por vezes a óbito.
RAZÃO DE TRATAMENTOS ODONTOLÓGICOS CONCLUÍDOS NA APS: UMA ANÁLISE DE 2014 A 2024 COM ENFOQUE NAS VARIAÇÕES REGIONAIS
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
No Brasil, as políticas de saúde bucal avançaram de forma tímida até a Política Nacional de Saúde Bucal ampliar os serviços a partir de 2004 e sua inclusão no SUS em 2023. Apesar disso, persistem desigualdades, entre a população. A universalização do acesso ao SUS e a análise de indicadores são desafios, com o Maranhão, o menor IDH, ainda sem estudos específicos.
Objetivos
O objetivo deste estudo é analisar a tendência temporal da razão de tratamentos odontológicos concluídos (RTC) no Brasil entre os anos de 2014 e 2024.
Metodologia
As variáveis “número de tratamentos concluídos” e “número de atendimentos individuais realizados” foram coletadas do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) para calcular a RTC que foi agrupada por região, e para análise temporal foi utilizado o método de Prais-Winsten.
Resultados
A região Sudeste apresentou a maior média da razão de tratamento concluído (RTCm = 76,16 %), enquanto a região Nordeste obteve a menor média no período (RTCm = 40,03). A variação da média anual apresentou tendência estacionária em todas as regiões. A maior variação anual foi observada no Nordeste (VA = 6,16; IC: -1,51 a 14,43; p = 0,105), enquanto a menor ocorreu no Centro-Oeste (VA = 1,40; IC: -7,85 a 199,18; p = 0,750). A análise gráfica evidenciou queda do indicador entre 2016 e 2021 , seguida de crescimento a partir de 2022 , ainda que essa redução não tenha sido significativa do ponto de vista estatístico, ela pode estar relacionada à retomada de políticas públicas em Saúde Bucal.
Conclusões/Considerações
A análise da tendência temporal da razão de tratamentos odontológicos concluídos no Brasil, realizada entre 2014 e 2024, revelou padrões distintos entre as regiões. Embora a tendência geral tenha sido estacionária, observou-se uma variação significativa nas regiões, especialmente no Nordeste, que, apesar de apresentar a menor média, mostrou a maior variação anual, indicando uma possível tendência de aumento na conclusão de tratamentos nos próximos anos.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS : MÉTODOS PEDAGÓGICOS EM FOCO – UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UNB
Apresentação/Introdução
A educação em saúde tem o potencial de promover a saúde e prevenir doenças, contribuir para a autonomia e facilitar as escolhas em saúde nos processos de saúde-doença-cuidado. Em particular, as ações educativas em saúde bucal desempenham um papel importante no manejo da cárie dentária em crianças.
Objetivos
Esta revisão de escopo teve como objetivo mapear de forma abrangente os métodos pedagógicos utilizados na promoção da saúde bucal em crianças.
Metodologia
A revisão seguiu as diretrizes da Extensão PRISMA para Revisões de Escopo. Realizamos buscas no PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, LILACS e ERIC. Literatura cinzenta, incluindo Google Acadêmico e ProQuest, também foi considerada sem restrições de tempo ou idioma. Dois pesquisadores, de forma independente, selecionaram títulos, resumos e artigos completos para elegibilidade e extraíram os dados relevantes. Um formulário testado e refinado foi utilizado para a extração de dados. Estatística descritiva e análise de conteúdo foram empregadas para sintetizar os dados extraídos.
Resultados
Setenta e seis artigos foram incluídos na revisão, registrando um número significativo de participantes e uma variação considerável no tamanho das amostras. Os estudos priorizaram a eficácia, o impacto e o potencial inovador das intervenções educacionais. Diversos métodos foram relatados, como o uso de recursos audiovisuais, materiais impressos e modelos odontológicas, implementados por meio de aulas, palestras, grupos de discussão e jogos.
Conclusões/Considerações
A literatura mapeada identificou diversos métodos pedagógicos, trazendo múltiplas formas de perceber e abordar um mesmo conteúdo. Portanto, não se pretende estabelecer um protocolo único e hegemônico para atuação em educação em saúde.
CONHECIMENTO DE DOCENTES DE CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE SOBRE O USO DE FLUORETOS EM SAÚDE BUCAL
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
O uso de fluoretos em saúde bucal é abordado por todos os cursos de Odontologia, quer na área de Saúde Bucal Coletiva, quer em componentes curriculares da clínica. Entretanto, pela importância dos efeitos positivos da adoção da medida e pela possibilidade de grande redução da segunda doença mais prevalente no mundo, essa abordagem deveria ser desenvolvida em todos os cursos da área da saúde.
Objetivos
Analisar o conhecimento de docentes de cursos da área da saúde sobre a utilização de fluoretos na prevenção de doenças bucais, com destaque para a fluoretação da água
Metodologia
Trata-se de estudo transversal cuja população foi composta por docentes dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia das universidades públicas brasileiras. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário validado por grupo de “experts”, por meio da conferência de consenso. As variáveis independentes são as caracterizadas pelos dados socioeconômicos e inserção acadêmica do docente enquanto as variáveis dependentes referiram-se ao uso do fluoreto na prevenção de cárie, os métodos de utilização do fluoreto, a fluoretação das águas de abastecimento público e as motivações para sua indicação ou contraindicação. A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva.
Resultados
Participaram 570 docentes, sendo 185 (32,5%) da Enfermagem, 124 (21,8%) da Medicina e 265 (46,5%) da Odontologia. Quanto à maior titulação, 85,2% relataram possuir doutorado ou pós-doutorado. O reconhecimento da fluoretação da água como a melhor alternativa para prevenção da cárie foi identificado por 364 (63,9%) docentes. 249 (43,9%) docentes não conhecem a legislação sobre a fluoretação da água e 171 (30%) não sabem informar se a água onde moram é fluoretada. O custo aproximado da fluoretação da água por habitante/ano é inferior a 5 reais, fato conhecido por apenas 148 (40,2%) dos respondentes. Apesar de todas evidências científicas 8 docentes declararam-se contra a fluoretação da água.
Conclusões/Considerações
Apesar da excelência acadêmica dos docentes pesquisados, lacunas sobre a utilização do fluoreto em saúde bucal, em especial relacionadas à legislação da fluoretação da água e o baixíssimo custo per capita dessa medida são evidentes. É fundamental que essa discussão seja incentivada na formação de todos os profissionais de saúde, considerando o impacto da fluoretação da água na prevenção da cárie, segunda doença mais prevalente do mundo.
ATITUDES RELACIONADAS À SAÚDE BUCAL DE ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Pôster Eletrônico
1 FSP/USP
Apresentação/Introdução
A adolescência é considerada uma fase complexa, na qual é comum ocorrer maior negligência com os cuidados à saúde, somado a maior prevalência de comportamentos negativos. A atitude é entendida como preditor de intenções e de comportamento em saúde, e estudos indicam que as atitudes têm um papel intermediário entre o conhecimento e as práticas de cuidado à saúde bucal.
Objetivos
Avaliar a relação entre as atitudes relacionadas à saúde bucal, fatores sociodemográficos e de saúde bucal entre adolescentes de 15 a 19 anos de idade de escolas públicas em um município do semiárido brasileiro.
Metodologia
Estudo observacional transversal analítico, com estudantes de 15 a 19 anos das duas escolas públicas de ensino médio da cidade Araruna, Paraíba. Dois questionários auto aplicados foram utilizados na coleta de dados: um com 7 questões sobre atitudes relacionadas à saúde bucal, com 5 categorias de resposta conforme escala de Likert; outro com 11 questões sobre características sociodemográficas, de comportamentos e experiência de dor de dente nos últimos 6 meses. Foi realizada análise estatística no programa Jamovi® considerando α = 0,05. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FSP/USP e todos os responsáveis e/ou participantes assinaram o TCLE e/ou TALE.
Resultados
Houve diferença estatística entre médias das seguintes atitudes: “Sangramento na gengiva pode indicar doença na gengiva” e “Necessidade de visitas regulares ao dentista” com médias maiores entre meninas, também, para a segunda atitude, entre os que não recebem benefício do governo, visitaram dentista há 1 ano e escovam os dentes 3 vezes ou mais ao dia; “Escovar os dentes pode provocar doenças nas gengivas”, a média foi mais baixa para quem relatou dor de dente nos últimos 6 meses; “Ir ao dentista é importante apenas para o tratamento e não para prevenção”, meninas, aqueles cujas mães possuíam ensino superior completo e tiveram última visita ao dentista a até 1 ano, tiveram médias maiores.
Conclusões/Considerações
Foi observada relação entre atitudes relacionadas à saúde bucal e as características sociodemográficas, de comportamentos e de dor de dente nos últimos seis meses. Ressalta-se a importância de avaliar conhecimento, atitude e comportamento de forma interligada, também fatores influenciadores e motivacionais que podem afetar a produção do autocuidado entre adolescentes, para assim orientar estratégias de promoção à saúde bucal com este grupo.
A INFLUÊNCIA DO SENSO DE COERÊNCIA MATERNO NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS E PRÁTICAS DE CUIDADO COM A SAÚDE BUCAL INFANTIL EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS Rio)
2 UFF
Apresentação/Introdução
A teoria salutogênica representa uma mudança paradigmática no campo da saúde bucal coletiva ao priorizar a investigação dos fatores que promovem saúde, em vez de se concentrar nas causas das doenças. O conceito central da teoria é o senso de coerência, definido como uma orientação global individual que expressa a confiança de que os eventos da vida são compreensíveis, manejáveis e significativos.
Objetivos
O presente trabalho teve por objetivo analisar como o senso de coerência materno influencia a construção de sentidos e práticas de cuidado com a saúde bucal infantil em contextos de vulnerabilidade social.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo descritivo realizado com mães e crianças de 06 a 12 anos cujas famílias estavam vinculadas a uma unidade básica de saúde do Rio de Janeiro (RJ) e estavam cadastradas no Programa Bolsa Família. Através de entrevistas semiestruturadas com 20 mães de crianças foram investigados dados sociodemográficos familiares, senso de coerência materno e recursos que favoreceram a saúde bucal das crianças. As entrevistas foram gravadas e transcritas e os dados submetidos à análise temática. Os componentes do senso de coerência foram as categorias pré-definidas para a interpretação dos dados. O estudo foi fruto de uma dissertação de mestrado do PROFSAÚDE (pólo UFF).
Resultados
A análise temática identificou três núcleos vinculados às dimensões do senso de coerência. O primeiro - compreensão da relação causa-efeito - expressou a compreensibilidade, evidenciada pelo entendimento das mães sobre a associação entre práticas de cuidados (higiene bucal regular e controle do consumo de sacarose) e saúde bucal infantil. O segundo núcleo - apoio social e mobilização de recursos - refletiu a gerenciabilidade materna, com destaque para redes de apoio e recursos psicossociais (dedicação e determinação). O terceiro - experiências dentárias pregressas da mãe e sentidos atribuídos à boca - revelou a significância, relacionada à motivação materna e ao valor simbólico do cuidado.
Conclusões/Considerações
Em contexto de vulnerabilidade social, as mães conseguiram construir e sustentar práticas significativas de cuidados bucais infantis por meio da mobilização de saberes, recursos e motivações. Investimento em políticas públicas que promovam uma distribuição mais equitativa de recursos, fortaleçam o senso de coerência materno e ampliem a rede de apoio às famílias podem contribuir para a saúde bucal infantil em contextos de adversidades sociais.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ESCOLARES DE 5 ANOS PARA AVALIAÇÃO DO INDICADOR CEO-D NO MUNICÍPIO DE TUCURUÍ, PARÁ, AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Odontologia Gamaliel
Apresentação/Introdução
A cárie dentária é uma doença multifatorial, resultante da interação entre hospedeiro, microflora, substrato e tempo. Em dentes molares decíduos, a anatomia favorece a retenção de biofilme, aumentando o risco de lesões cariosas aos 5 anos. Contudo, a intervenção odontológica nem sempre acompanha a gravidade da lesão, evidenciando lacunas no acesso a tratamentos restauradores adequados.
Objetivos
Analisar e comparar a prevalência de cárie dentária em dentes anteriores e posteriores decíduos em escolares de 5 anos, matriculados em escola pública do município de Tucuruí.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica transversal, descritiva, com abordagem quantitativa realizada em instituições de educação infantil de ensino público no município de Tucuruí-PA (Parecer CEP nº 6.999.006). Para a coleta dos dados foi utilizada uma ficha de avaliação contendo informações como nome e data de nascimento do participante e um odontograma para registro. Foram avaliadas todas as crianças dentro da faixa etária de 5 anos, seguindo a metodologia utilizada no Levantamento Nacional de Saúde Bucal SBBrasil. Na avaliação bucal foi utilizado o índice CE0-D aos 5 anos, índice preconizado pela OMS. Esse índice expressa a soma dos dentes cariados, com extração indicada ou restaurados.
Resultados
O índice ceo-d médio entre os pré-escolares foi de 2,44. Embora considerado baixo, ainda revela experiência de cárie expressiva. Esse valor está acima da meta da OMS para o ano 2000, que previa 50% das crianças livres de cárie aos 5 anos. No estudo, apenas 69 (40,35%) das 171 crianças examinadas não apresentavam lesões cariosas, evidenciando uma prevalência de cárie de 59,65%. Entre os casos registrados, 6 (3,51%) envolviam cárie exclusivamente em dentes anteriores, 34 (19,88%) em dentes anteriores e posteriores, e 34 (36,26%) apenas em posteriores. Observou-se ainda que o Índice de Cuidados Odontológico foi de apenas 3,09%, evidenciando a baixa cobertura de tratamento restaurador.
Conclusões/Considerações
Ao comparar a prevalência de cárie em dentes decíduos observa-se uma prevalência muito maior de cárie nos dentes posteriores e em associação nos dentes anteriores e posteriores do que apenas nos dentes anteriores. A prevalência de cárie nas crianças de 5 anos no município de Tucuruí evidencia um baixo acesso ao tratamento odontológico restaurador e revela a necessidade de atenção à saúde bucal infantil.
PERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL NO TERRITÓRIO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE PARATIBE: UM ESTUDO QUALITATIVO
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
As percepções individuais e coletivas são moldadas por fatores históricos, culturais e sociais. Quilombolas, grupos étnico-raciais autodefinidos, enfrentam marginalização e dificuldade no acesso a direitos, como a saúde bucal. Compreender fatores subjetivos é essencial para promover saúde de forma mais efetiva.
Objetivos
Compreender a percepção de mães quilombolas sobre sua saúde bucal e de sua família quais os fatores que influenciam na incidência e prevalência de problemas bucais nos seus filhos.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, validadas pelo do instrumento Vali-Quali, realizadas com mães de crianças da Comunidade Quilombola de Paratibe, localizada no município de João Pessoa-PB. Nas entrevistas, gravadas em áudio e transcritas, foram localizadas as expressões-chave (EC) e distribuídas em ideias centrais (IC), que foram utilizadas para sintetizar a ideia de cada grupo de discursos. Para análise dos dados, foi utilizado a análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), técnica que consiste em reunir depoimentos com sentidos semelhantes, num único discurso, buscando expressar uma fala coletiva.
Resultados
Foram entrevistadas três mães quilombolas. A insatisfação com a saúde bucal marcou a autopercepção das mães entrevistadas, enquanto a percepção da saúde bucal de seus filhos oscilou entre falas positivas e negativas. Sobre ser quilombola e discriminação no atendimento, todas as entrevistadas relataram ausência de discriminação nos serviços de saúde e bom atendimento, tanto no seu atendimento, quanto da família: “No postinho? Graças a Deus acho que não, nenhum tipo de preconceito (...)”. Na compreensão dos fatores que influenciam na prevalência de cáries nos filhos há culpabilização parental e falta de cuidados com a saúde bucal: “Eu não cuidei dela criança, ela não quer escovar (...)”.
Conclusões/Considerações
O diálogo com a comunidade e a compreensão das percepções em saúde são essenciais para construir soluções coletivas. Os resultados mostraram a insatisfação das mães com sua saúde bucal, marcada pela autoculpa e pelo reconhecimento da negligência na infância como fator para as cáries. Em contraste, relataram percepção positiva sobre a saúde bucal dos filhos. Não houve menção a discriminação por origem quilombola nos serviços de saúde.
A INFLUÊNCIA DE FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS SOBRE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E/OU TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
A cárie dentária é um problema de Saúde Pública e que impacta negativamente a qualidade de vida de crianças e adolescentes. Crianças com transtornos de neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresentam características, sobretudo, de alterações sensoriais, que podem comprometer sua saúde bucal.
Objetivos
Este estudo transversal teve como objetivo estimar a prevalência de cárie dentária não tratada e avaliar os fatores associados, em crianças com TEA e/ou TDAH atendidas em uma instituição especializada da cidade de Contagem, Minas Gerais.
Metodologia
Aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG (CAAE: 75020723.9.0000.5149). A amostra foi composta por 109 crianças de até 6 anos de idade, com diagnóstico de TEA e/ou TDAH e seus respectivos responsáveis. Analisaram-se variáveis da criança (sexo, idade e idade do diagnóstico de TEA, nível de suporte, cor da pele e frequência de escovação dentária) e familiares (escolaridade e ocupação materna, número de filhos, estrutura familiar e renda). O desfecho foi obtido por exame clínico através do índice ceo-d (componente cariado) da Organização Mundial da Saúde. Foi realizada análise descritiva e bivariada (p<0,05), no programa SPSS (versão 21.0).
Resultados
A maioria das crianças eram do sexo masculino (77,1%), de cor não branca (61,5%), com nível 1 de suporte (53,1%) e diagnosticados até os 2 anos de idade (56,1%). Entre as famílias, 50,5% eram não-nucleares, 85,3% das mães tinham ≥8 anos de estudo e renda familiar de até R$1.412,00 (58,7%). A prevalência de cárie não tratada foi de 23,9% (26/109). Houve maior prevalência do desfecho entre as crianças de 5-6 anos (34,0%, p=0,022) e nas crianças que tinham 2 ou mais irmãos (33,3%, p=0,015).
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a prevalência de cárie dentária não tratada foi influenciada por fatores sociodemográficos. Este grupo populacional pode apresentar características que podem dificultar o cuidado de saúde bucal. Além disso, dificuldade de acesso e/ou utilização do serviço também podem comprometer a saúde bucal. Sendo assim, torna-se fundamental pensar em estratégias a fim de reduzir as iniquidades e sua influência sobre cárie dentária não tratada.
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) interfere na comunicação e interação social. Dado divulgado em abril de 2025, aponta que 1 em cada 31 crianças de oito anos terá diagnóstico de TEA nos Estados Unidos. Ter um indivíduo com TEA, muitas vezes altera a dinâmica familiar e exige adaptações nos papéis e interações entre seus membros.
Objetivos
Estudo transversal envolvendo cuidadores e crianças com TEA atendidas em uma instituição especializada da cidade de Contagem, Minas Gerais teve como objetivo avaliar a prevalência de impacto na QVRSB e os fatores associados ao desfecho.
Metodologia
A amostra foi composta por 101 crianças de até 6 anos de idade, com diagnóstico de TEA e seus respectivos responsáveis. Exame clínico para cárie e gengivite (OMS) realizado por dois dentistas (kappa > 0.80) e questionário para responsáveis. Criança: sexo, idade, cor da pele, idade do diagnóstico, nível de apoio, bruxismo de vigília e de sono. Família: estrutura familiar, escolaridade materna e renda familiar. O desfecho através do instrumento “Early Childhood Oral Health Impact Scale” e categorizado em (baixo x alto) impacto na QVRSB. Programa SPSS versão 21.0. Análise descritiva e bivariada (p<0,05). Aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG (CAAE: 75020723.9.0000.5149).
Resultados
A maioria das crianças era do sexo masculino (75,2%), de cor não branca (61,4%) e com idade de 4 até 5 anos (76,2%). A família ganhava até R$1412 reais (58,4%) e mais da metade tinha 2 ou mais filhos (50,5%). Houve maior impacto na QVRSB entre as crianças com cárie não tratada (p=0,001) e com gengivite (p=0,005).
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a qualidade de vida relacionada à saúde bucal foi influenciada por fatores clínicos, como cárie não tratada e gengivite. Este grupo vulnerável apresenta aspectos que dificultam o autocuidado em saúde bucal. Portanto, torna-se fundamental traçar estratégias a fim de minimizar a ocorrência das condições bucais a fim de não impactar negativamente na sua qualidade de vida relacionada à saúde bucal.
ENTRE FRONTEIRAS E SORRISOS: UMA REVISÃO SOBRE SAÚDE BUCAL DE REFUGIADOS
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
Refugiados enfrentam múltiplas vulnerabilidades, incluindo precária saúde bucal, agravada por barreiras sociais, econômicas, culturais, linguísticas e pelo racismo estrutural. No Brasil, Venezuela, Cuba e Angola concentram a maioria das solicitações de refúgio. Apesar de políticas de acolhimento e as ações de organizações, a saúde bucal segue negligenciada nas diretrizes voltadas a essa população.
Objetivos
Identificar, por meio de revisão sistemática, os desafios em saúde bucal enfrentados por refugiados oriundos dos países com maior solicitações de refúgio no Brasil, com base em dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Metodologia
A pesquisa foi guiada pela pergunta: “Quais os principais agravos à saúde bucal enfrentados por refugiados no Brasil?”. Esta revisão sistemática utilizou a estratégia PICO: População (refugiados), Intervenção (acesso à saúde bucal), Comparação (não aplicável), Desfecho (agravos bucais). A seleção dos países baseou-se em dados do ACNUR. Buscas foram realizadas em PubMed, Scopus, LILACS e SciELO, com descritores MeSH/DeCS. Incluídos estudos publicados a partir do século XXI, em português, inglês e espanhol. Softwares EndNote, Excel e Lucid auxiliaram na verificação de duplicatas, extração de dados e automação.
Resultados
No Brasil, embora existam políticas de acolhida, como a Lei nº 9.474/1997 e os programas do ACNUR e Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o acesso à saúde ainda é desigual. A saúde bucal, em especial, permanece negligenciada nas diretrizes voltadas a migrantes forçados. Agravos como cárie dentária, doença periodontal e perdas dentárias são recorrentes, e se agravam diante da pobreza, da alimentação inadequada, do acesso restrito à água potável e da ausência de serviços preventivos. A negligência nesse campo reforça desigualdades já existentes. Incluir a saúde bucal nas políticas públicas para refugiados é uma medida urgente para garantir atenção integral à saúde dessa população vulnerável.
Conclusões/Considerações
A revisão revelou escassez de estudos e políticas voltadas à saúde bucal de refugiados no Brasil. A alta prevalência de agravos orais e as barreiras de acesso evidenciam a urgência de incluir a saúde bucal nas ações de atenção primária e nas políticas públicas, promovendo cuidado equitativo e humanizado para essa população vulnerável.
COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DOS DESFECHOS PERIODONTAIS EM INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS DE SAÚDE BUCAL NOS ANOS 2010 E 2023
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
As doenças periodontais retratam um importante problema de saúde pública, devido à sua alta prevalência e impacto na qualidade de vida da população. Elas estão entre as principais causas de perda dentária em adultos e estão associadas a diversos fatores individuais, comportamentais e sociais. Espera-se que a política nacional de saúde bucal tenha feito avanços nas condições de saúde da população brasileira.
Objetivos
Comparar a prevalência dos principais desfechos periodontais com base nos dados dos inquéritos de saúde bucal realizados em 2010 e 2023
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo e comparativo, baseado em dados dos inquéritos nacionais de saúde bucal realizados pelo Ministério da Saúde em 2010 e 2023. A amostra compreende indivíduos de diferentes faixas etárias (15 a 19 anos, 35 a 44 anos e 65 a 74 anos). Estimativas ponderadas dos índices CPI (índice periodontal comunitário) e PIP (profundidade de inserção periodontal) foram analisados e comparados entre os anos 2010 e 2023. A prevalência ponderada das condições de sangramento a sondagem, cálculo, bolsa rasa e bolsa profunda também foram comparados entre os anos de estudo. As análises consideraram o intervalo de confiança de 95%.
Resultados
Para população de 15 a 19 anos, apenas a condição de bolsa rasa melhorou significativamente. A prevalência de sangramento gengival e cálculo dental permaneceu em torno de 35%. Para população de 35 a 44 anos, a prevalência de cálculo e bolsa rasa reduziram significativamente para 56% e 13%. Para os idosos (65 a 74 anos), a prevalência de sangramento gengival e cálculo dental aumentaram no período de estudo, para 25% e 34%, respectivamente.
Conclusões/Considerações
A condição periodontal da população brasileira melhorou significativamente para adultos e adolescentes, sendo observada piora para idosos. O aumento da prevalência de condições periodontais para idosos pode estar relacionada a redução da perda dental.
PANORAMA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS INFANTOJUVENIS DIAGNOSTICADOS COM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
O número de casos de carcinoma de células escamosas (CCE) na população infantojuvenil vem crescendo. Muitos aspectos da doença nestes indivíduos não estão bem estabelecidos.
Objetivos
Descrever o perfil clínico-epidemiológico de indivíduos infantojuvenis com CCE no Brasil entre 2000 e 2021
Metodologia
Trata-se de um estudo com dados do Sistema Informatizado de Apoio aos Registros Hospitalares de Câncer, dos indivíduos entre 0 e 19 anos. Variáveis sociodemográficas, fatores de risco e aspecto clínico foram analisadas.
Resultados
Foram diagnosticados 68 casos de CCE. A Bahia apresentou o maior número de casos (19%). A média de idade foi de 10,2 anos. A maioria homens (66,2%), não brancos (92,6%), com até oito anos de estudo (72,3%), além de não fumantes (56,5%), não etilistas (62,2%) e sem histórico familiar de câncer (54,5%). A língua (45,6%) foi o sítio anatômico mais acometido e a cirurgia (42,6%) o tratamento mais empregado. 48% dos indivíduos apresentaram remissão completa.
Conclusões/Considerações
A maioria dos casos era de individuos do sexo masculino e não brancos. Predominaram-se não fumantes, não etilistas e sem histórico familiar de câncer. A língua foi a região prevalente e o tratamento mais empregado foi a cirurgia.
USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL POR PESSOAS IDOSAS DE 65 A 74 ANOS EM FLORIANÓPOLIS/SC: ANÁLISE DOS DADOS DO SB BRASIL 2023
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional exige políticas públicas específicas para a população idosa. Em Florianópolis, pessoas com 65 anos ou mais representam cerca de 11,7% da população. A análise dos dados locais da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, SB Brasil 2023, possibilita compreender o perfil dos idosos e seu uso dos serviços odontológicos, subsidiando o planejamento em saúde bucal do município.
Objetivos
Descrever a avaliação do acesso e uso de serviços odontológicos por idosos de 65 a 74 anos residentes em Florianópolis, com base nos dados do SB Brasil 2023, destacando o tipo de serviço utilizado, frequência de uso e avaliação do atendimento.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com análise de dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, SB Brasil 2023. Dos 1.511 respondentes em Florianópolis/SC, 321 indivíduos tinham entre 65 e 74 anos. As variáveis de identificação analisadas foram sexo e raça/cor; e, sobre acesso e uso dos serviços odontológicos: procura por atendimento no último ano, tipo de serviço, tempo desde a última consulta, local e motivo da consulta, avaliação do atendimento e posse de plano odontológico. Os dados foram extraídos dos microdados públicos e organizados em frequências absolutas. O estudo segue os princípios éticos aplicáveis a pesquisas com dados de domínio público.
Resultados
Dos 321 participantes idosos, 194 (60,4%) eram do sexo feminino e 265 (82,6%) se autodeclararam brancos. No último ano, 164 (51,1%) procuraram serviço odontológico e foram atendidos, enquanto 128 (39,9%) não buscaram atendimento. A maioria (171; 53,2%) se consultou no último ano, principalmente em serviços particulares (177; 55,1%) e públicos (89; 27,7%). Entre os atendidos no SUS, 42 avaliaram como muito bom e 39 como bom (91%). Nos particulares, 88 avaliaram como muito bom e 68 como bom (88,1%). Os principais motivos de consulta foram prevenção (100; 31,2%) e colocação ou manutenção de prótese (79; 24,6%). Apenas 69 (21,5%) relataram possuir plano odontológico.
Conclusões/Considerações
Os dados revelam que, embora parte expressiva dos idosos tenha acessado serviços odontológicos, predominou o uso do setor particular, indicando possíveis barreiras no acesso ao Sistema Único de Saúde. A avaliação positiva dos serviços públicos entre seus usuários reforça seu potencial. A maior frequência de consultas por motivos preventivos destaca a importância de fortalecer o cuidado em saúde bucal na Atenção Primária à Saúde.
EFEITOS DE IDADE, PERÍODO, COORTE E RENDA NO ACESSO A CONSULTAS ODONTOLÓGICAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL ENTRE 1998 E 2019
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pernambuco
2 Universidade Federal da Paraíba
Apresentação/Introdução
As iniquidades no acesso aos serviços odontológicos refletem desigualdades estruturais persistentes. Embora avanços tenham ocorrido com a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), pouco se conhece sobre como idade, políticas públicas e sociais e fatores geracionais interagem ao longo do tempo, afetando esse desfecho.
Objetivos
Avaliar os efeitos de idade, período e coorte no acesso à consulta odontológica no último ano no Brasil entre 1998 e 2019, considerando o impacto da renda, e compreender como esses padrões foram modificados pela implementação da PNSB.
Metodologia
Estudo longitudinal de painéis repetidos com dados secundários dos inquéritos Pesquisa Nacional por Amostragem de domicílios (1998, 2003, 2008) e Pesquisa Nacional de Saúde (2013, 2019), totalizando 1.570.791 indivíduos. A variável dependente foi o acesso à consulta odontológica no último ano. Utilizou-se o modelo Age-Period-Cohort Interaction (APC-I), estimado via regressão logística com codificação soma-zero e ajustes para renda. Avaliaram-se efeitos principais e interações idade-período-coorte, com estimações de razões de chances e intervalos de confiança de 95%. As análises foram realizadas no pacote APCI do software R. O estudo foi isento de aprovação ética por utilizar dados públicos.
Resultados
Houve maior acesso odontológico entre 6 e 20 anos (OR=1,20 a 0,84), com redução acentuada após os 60 (OR=–0,10 a –1,77). O modelo APC-I identificou efeitos positivos dos períodos pós PNSB (OR=0,26 e 0,52) e negativos nos anos anteriores (OR=–0,57 e –0,17), indicando impacto favorável da política. A análise por coorte revelou maiores chances de acesso entre as gerações Silent, Boomers, Geração X e Y, e menor entre a Geração Z. O ajuste por renda mostrou que a desigualdade econômica modera os efeitos de idade e coorte, especialmente entre idosos e jovens. Os efeitos intra e intercoorte indicam que aspectos geracionais influenciam o uso dos serviços ao longo da vida.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam que o acesso à consulta odontológica no Brasil foi positivamente influenciado pela PNSB, mas persiste desigual entre faixas etárias e gerações. Observou-se efeitos geracionais relevantes, sugerindo que políticas públicas devem considerar a interseção entre idade, tempo histórico e coortes para promover equidade em saúde bucal. A geração Z demanda atenção específica e desafiadora diante dos baixos índices de acesso observados.
CONHECIMENTO EM SAÚDE BUCAL COMO COMPONENTE DA LITERACIA EM SAÚDE BUCAL DE PROFESSORES
Pôster Eletrônico
1 UFSC
2 UNIAVAN
Apresentação/Introdução
A Literacia em Saúde Bucal (LSB) é a capacidade de adquirir, compreender e aplicar informações para decisões em saúde bucal, e avaliar os níveis de LSB em grupos populacionais orienta ações preventivas e de promoção da saúde. Professores exercem papel estratégico nas escolas, e seus conhecimentos revelam dimensões fundamentais da LSB no cotidiano educacional.
Objetivos
Analisar os conhecimentos sobre temáticas da saúde bucal atribuídos a professores da educação básica, a partir de um recorte temático de uma revisão de escopo sobre literacia para saúde bucal.
Metodologia
Este trabalho é um recorte de uma revisão de escopo conforme protocolo do Joanna Briggs Institute, registrado na Plataforma Open Science Framework (https://doi.org/10.17605/OSF.IO/K6UJG). A questão norteadora foi: como é estudada a LSB de professores no contexto da educação em saúde bucal na infância? Seguiu-se o checklist PRISMA-ScR. A busca ocorreu em dez bases de dados, incluindo estudos que abordassem a LSB de professores vinculada à educação em saúde bucal escolar. O foco deste recorte temático foram os conhecimentos declarados pelos professores sobre saúde bucal.
Resultados
Alguns desconheciam a etiologia bacteriana, a importância do creme dental fluoretado, a relação com hábito da escovação noturna e o impacto do consumo frequente de açúcar para desenvolvimento da doença cárie. Entretanto, outros associaram-na à má higiene bucal e não uso do fio dental. A maioria considerou a cárie uma doença não transmissível, mas houve visões divergentes. Reconheceram a relação entre escovação frequente e saúde gengival. O hábito do fumo, a falta de vitamina C e não uso do fio dental foram relacionados a sangramento gengival.
Conclusões/Considerações
O conhecimento dos professores sobre saúde bucal revela dimensões importantes da literacia em saúde bucal, incluindo a compreensão da relação entre hábitos e doenças bucais. Esse entendimento é fundamental para compreender as lacunas existentes e, assim, fortalecer o papel dos professores na educação em saúde nas escolas.
CARACTERIZAÇÃO DE SAÚDE BUCAL E CARDIOVASCULAR DE IDOSOS LONGEVOS PARTICIPANTES DO PROJETO GENOMAS PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 UEPG
2 IPEC - Guarapuava
3 UNICENTRO
4 USP
5 UFPR
Apresentação/Introdução
A saúde bucal é influenciada por múltiplos determinantes, incluindo o estado da saúde circulatória sistêmica. Em idosos, o edentulismo representa um indicador cumulativo de experiências adversas ao longo do curso da vida, mediadas por determinantes sociais da saúde. As condições sistêmicas podem desempenhar papel relevante na progressão das doenças periodontais e na subsequente perda dentária.
Objetivos
Descrever os fatores sociodemográficos, de saúde bucal e cardiovascular em idosos longevos recrutados em domicílio no Programa Genomas Paraná.
Metodologia
Estudo transversal descritivo, com amostra de conveniência de 501 longevos (>80 anos) incluídos na pesquisa de perfil genético da população de Guarapuava-PR entre março/2023 a dezembro/2024. Os critérios de inclusão foram definidos pelo Mini Exame de Estado Mental (MEEM) e o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer. As condições de saúde e doença foram autorreferidas.
Resultados
A maior parte dos respondentes possui 80 a 85 anos (66%), sendo a maioria mulheres (59,4%), autodeclarados brancos (78,1%), viúvos (56,9%), com escolaridade baixa (83,4%), renda de até R$ 2.000,00 mensais (58,6%). A maioria declarou nunca fumar (61,7%) e não beber (89,8%). Em saúde bucal, 21% declarou possuir mobilidade dental, 17,6% declarou já ter sofrido perda espontânea dos dentes, 78% avaliou a saúde bucal como boa, 62,1% eram edêntulos. Apenas 26,1% dos participantes não tinham nenhuma doença circulatória. Entre as doenças, a hipertensão foi a mais prevalente (43,8%), e a combinação de morbidades cardiovasculares mais prevalentes na amostra foi hipertensão e colesterol alto (11%).
Conclusões/Considerações
O estudo revelou que idosos longevos de baixa renda e escolaridade apresentam alta prevalência de edentulismo e doenças cardiovasculares, especialmente hipertensão. Esses fatores refletem desigualdades acumuladas ao longo da vida. Os resultados destacam a necessidade de políticas públicas integradas para prevenir morbidades e melhorar a saúde e qualidade de vida dessa população.
AVANÇOS E DESAFIOS PARA A ODONTOLOGIA DIGITAL NO SUS
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A odontologia digital tem transformado os processos de cuidado em saúde bucal, trazendo inovações tecnológicas como teleodontologia, aplicativos móveis, diagnóstico remoto e fluxos digitais. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), essas tecnologias representam uma oportunidade para ampliar o acesso, qualificar a atenção e superar limitações estruturais históricas.
Objetivos
Assim, este estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura para responder à pergunta norteadora: quais são os avanços e desafios da odontologia digital no SUS?.
Metodologia
A pesquisa foi realizada nas bases PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), complementada por uma busca manual. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2025 que abordassem a odontologia digital no contexto do SUS. Inicialmente, foram encontrados 244 artigos. Excluíram-se estudos duplicados, indisponíveis ou fora do escopo. Após aplicação dos critérios de elegibilidade, 09 estudos compuseram a amostra final.
Resultados
Os resultados indicam benefícios significativos da digitalização como o fortalecimento da atenção primária, ampliação do acesso a populações vulneráveis, qualificação das equipes de saúde bucal e continuidade do cuidado em contextos desafiadores como a pandemia de COVID-19. No entanto, os estudos também apontam desafios como desigualdade regional no acesso à infraestrutura tecnológica, baixa capacitação dos profissionais nas emergentes tecnologias e dificuldades na integração dos sistemas digitais às rotinas dos serviços públicos.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a odontologia digital no SUS apresenta avanços promissores que podem melhorar o acesso e a qualidade do atendimento em saúde bucal. Contudo, para sua plena incorporação, é essencial enfrentar os desafios estruturais ainda existentes. Investimentos em infraestrutura tecnológica, capacitação profissional e políticas públicas integradas são fundamentais para promover a equidade e a efetividade no cuidado em saúde bucal.
INTEGRAÇÃO DA SAÚDE BUCAL NAS POLÍTICAS DE DCNT E COBERTURA UNIVERSAL: UMA REVISÃO NARRATIVA
Pôster Eletrônico
1 Hospital Universitário de Brasília (HUB)/EBSERH - UnB
2 Universidade de Brasília (UnB)
Apresentação/Introdução
As DCNT configuram-se como principal causa de mortalidade no mundo, compartilhando fatores de risco com doenças bucais, como a cárie e a periodontite. Apesar dessa correlação, a saúde bucal ainda ocupa posição marginal nas políticas públicas. A integração ao cuidado integral e à cobertura universal é um desafio estratégico e necessário.
Objetivos
Analisar a integração da saúde bucal nas políticas de DCNT e na cobertura universal, identificando evidências, desigualdades no acesso, estratégias intersetoriais e ações de promoção e prevenção voltadas à equidade em saúde.
Metodologia
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, escolhida por permitir uma análise crítica e ampla da integração da saúde bucal às políticas de DCNT e à cobertura universal. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, SciELO e LILACS. Foram incluídos artigos científicos, revisões, diretrizes e documentos técnicos da OMS, OPAS e do Ministério da Saúde. Políticas como a PNSB, o Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das DCNT 2021–2030 e o inquérito SB Brasil 2020/2023 foram analisados. A seleção dos materiais considerou relevância temática e atualidade.
Resultados
A revisão demonstrou forte associação entre doenças bucais e DCNT como diabetes, obesidade e cardiovasculares. Destaca-se a importância da odontologia na atenção primária. Políticas como a PNSB e programas intersetoriais, como o PSE, indicam avanços. No entanto, persistem desafios como a desigualdade no acesso aos serviços, a insuficiência da vigilância epidemiológica e a fragmentação do cuidado. A literatura reforça a necessidade de estratégias educacionais intersetoriais, com início precoce na infância, envolvendo família, escola e território.
Conclusões/Considerações
A integração da saúde bucal às políticas de DCNT e à cobertura universal é estratégica para o cuidado integral. Apesar dos avanços institucionais, como o “Brasil Sorridente”, persistem lacunas relacionadas ao financiamento, equidade e articulação intersetorial. Ações preventivas desde a infância e o fortalecimento da vigilância são essenciais para reduzir desigualdades e ampliar o acesso.
EFEITOS IDADE‑PERÍODO‑COORTE NA AUSÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA NO BRASIL (2003‑2023): ANÁLISE DOS INQUÉRITOS SB BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UFPE
Apresentação/Introdução
Transformações sociais, políticas de saúde e condições de vida moldam desigualdades em saúde bucal ao longo do tempo. Modelos idade‑período‑coorte (IPC) permitem distinguir como idade, eventos históricos e diferenças geracionais influenciam a ocorrência da cárie. Avaliar esses efeitos na população adulta brasileira orienta ações de prevenção e monitoramento.
Objetivos
Identificar os efeitos de idade, período e coorte na ausência de cárie dentária em brasileiros de 35‑74 anos, comparando gerações e avaliando tendências temporais nos inquéritos nacionais SB Brasil 2003, 2010 e 2023.
Metodologia
Estudo longitudinal com dados dos inquéritos SB Brasil 2003, 2010 e 2023, totalizando 54.933 adultos entrevistados. O desfecho foi a ausência de cárie, recodificado a partir do componente “cariado” (1 = sem cárie; 0 = com cárie). As variáveis explicativas foram idade (faixas: 35–39, 40–44, 65–69, 70–74), período e renda. As coortes foram definidas segundo o Pew Research Center: Silent (1928–1945), Baby Boomers (1946–1964), Geração X (1965–1980) e Geração Y (1981–1996). Aplicou-se o modelo de interação idade-período-coorte (APC-I), com e sem ajuste por raça, para seus estimar efeitos na ausência de cárie.
Resultados
A ausência de cárie foi menos frequente nas faixas etárias de 35–39 e 40–44 anos e mais frequente entre 65–69 e 70–74 anos, sugerindo melhora com o avanço da idade. Os períodos de 2010 e 2023 mostraram maior chance de ausência de cárie em relação a 2003. A geração Silent e os Baby Boomers apresentaram efeito positivo entre-coortes, ou seja, maior chance de ausência de cárie em comparação com outras gerações. No entanto, apenas na geração X observou-se efeito intra-coorte positivo, com aumento da ausência de cárie ao longo da vida. Nos Baby Boomers, esse efeito foi negativo. A raça não alterou os resultados.
Conclusões/Considerações
Efeitos independentes de idade, período e coorte explicam a ausência de cárie dentária. A melhora ao longo do tempo e a vantagem das gerações mais jovens indicam o impacto da Política Nacional de Saúde Bucal, implementada após 2003. Entretanto, persistem diferenças intra e entre coortes, evidenciando a necessidade de estratégias preventivas e assistenciais específicas ao longo do ciclo de vida.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL: A RETOMADA DO BRASIL SORRIDENTE 20 ANOS DEPOIS DE SUA IMPLEMENTAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A instituição da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) como uma política pública efetivamente nacional, encerrou um período de duas décadas em que o Brasil Sorridente, lançado em 17/3/2004, foi considerado como apenas mais um programa de saúde do governo federal. A Lei 14.572/23 (Lei da Saúde Bucal no SUS) consagrou um esforço de muitas décadas, que precedeu em muito à própria criação do SUS.
Objetivos
Apresentar o crescimento das ações estratégicas financiadas pela PNSB e a inovação incorporadas e investidas nesta política, 20 depois, na gestão do governo Lula 3 (2023-2026).
Metodologia
Análise descritiva, a partir de informações públicas disponíveis no site CNES, Sisab e e-Gestor, além de atos normativos publicados. São apresentadas informações sobre as ações estratégicas: equipes de saúde bucal (ESB), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Serviço de Especialidades em Saúde Bucal (Sesb), Unidades Odontológicas Móveis (UOM) e inovação, a partir de 2023.
Resultados
Os resultados expressam, respectivamente, 2023, 2024 e 2025, por ação estratégica: ESB - 28.351, 31.931, 34.019; UOM – 99, 97, 478; CEO – 1.205, 1.197, 1.210; Sesb – 0, 16, 137. A Portaria 1.924/23 ampliou em, pelo menos, 66% todos os recursos destinados ao financiamento das ações da PNSB. 218 municípios receberam recurso para a compra de Raio-x panorâmico digital e mais de 300 CEO receberam recurso para informatização. Foi publicada a Portaria da Rede de Atenção à Saúde Bucal, para fortalecer a integração dos pontos de cuidados, além da doação de scanner intraoral e impressora 3D para qualificar a oferta da prótese dentária no SUS (fluxo digital).
Conclusões/Considerações
Estas ações refletem não apenas a retomada da PNSB, com a implantação de novos serviços (Sesb) e a incorporação da inovação no sistema público de saúde, como também a intencionalidade política de uma gestão a favor da promoção do direito à saúde bucal.
IMPACTOS DA MUCOSITE ORAL NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CÂNCER: UM ESTUDO NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE/MG - BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
A mucosite oral é comum em pacientes sob terapias antineoplásicas, afetando alimentação, fala, convívio e adesão ao tratamento. Compromete a qualidade de vida e eleva custos do tratamento. Seu manejo requer cuidado integral, humanizado e interprofissional.
Objetivos
Analisar a associação entre a gravidade da mucosite oral e a qualidade de vida de pacientes adultos em tratamento oncológico no HC UFMG, hospital universitário público de referência no SUS, em Belo Horizonte/MG.
Metodologia
Este estudo, de abordagem transversal e quantitativa, foi realizado com pacientes adultos em tratamento antineoplásico no Hospital das Clínicas da UFMG, entre março de 2024 e abril de 2025. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, clínicas e terapêuticas, e a mucosite foi classificada segundo a OMS. A qualidade de vida foi avaliada pelo instrumento OMQoL (versão brasileira, 17 itens), abrangendo sintomas, dieta, função social e deglutição. As análises estatísticas utilizaram testes não paramétricos (nível de significância de 5%), buscando associar a gravidade das lesões aos escores de qualidade de vida, no contexto da atenção oncológica do SUS.
Resultados
Entre os participantes, predominou a ocorrência de mucosite graus II e III. Houve associação estatisticamente significativa entre maior gravidade da mucosite e piores escores em todos os domínios do OMQoL: sintomas (p=0,001), dieta (p=0,003), função social (p=0,001), deglutição (p=0,001) e escore total (p=0,001). Observou-se ainda tendência de piores escores à medida que a gravidade aumentava, com diferença significativa entre os graus nos testes de comparação múltipla.
Conclusões/Considerações
O estudo revela que a gravidade da mucosite oral está fortemente ligada à piora da qualidade de vida de pacientes oncológicos, impactando aspectos físicos, funcionais e sociais. Isso ressalta a necessidade de incorporar prevenção, detecção precoce e manejo da mucosite nas rotinas do SUS. Uma abordagem interprofissional e integral é crucial para minimizar agravos, promover adesão ao tratamento e qualificar a atenção oncológica.
ACESSO GEOGRÁFICO AOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ/PE
2 UFPE
Apresentação/Introdução
Para Milton Santos (2007), o território é uma construção social que abrange aspectos políticos, econômicos, culturais e históricos, indo além do espaço físico. Essa visão ajuda a entender a relação dos quilombolas com suas terras, marcadas por identidade e afeto. Porém, essas populações enfrentam desigualdades e barreiras geográficas que dificultam o acesso à saúde bucal.
Objetivos
Investigar o acesso geográfico por meio do cálculo da distância linear entre os Centros de Especialidades Odontológicas situados nos territórios quilombolas.
Metodologia
Estudo ecológico com dados secundários. Os territórios quilombolas foram georreferenciados com base em coordenadas do site iPatrimônio e, quando necessário, do Google Maps. Os serviços de saúde bucal foram localizados a partir do CNES (abril/2024) e Google Maps. As informações foram organizadas em Excel e analisadas no QGIS 3.4.0. Calculou-se a distância linear entre comunidades quilombolas reconhecidas e os CEOs para avaliar o acesso geográfico. Inicialmente focou-se nos municípios com maior número de comunidades, mas, devido à ausência de CEOs, foram incluídos municípios com três a seis comunidades: Águas Belas, Garanhuns, Salgueiro e Serra Talhada.
Resultados
Os resultados revelam variações expressivas nas distâncias lineares entre as comunidades quilombolas e os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). As maiores distâncias foram observadas em Estiva (18,95 km) e Castainho (10,20 km), ambas em Garanhuns, e em Sítio Macambira (13,23 km), em Águas Belas. Por outro lado, as menores distâncias ocorreram em Santana III (0,29 km), no município de Salgueiro, e nas comunidades de Sítio Pinhão (0,60 km) e Sítio Serra Preta (1,07 km), também em Águas Belas. Ressalta-se que o estudo enfrentou limitações devido à escassez de bases de dados confiáveis para localização precisa das comunidades quilombolas e dos serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
A distância linear não é suficiente para avaliar o acesso real a esses serviços, pois desconsidera obstáculos geográficos, limitações de infraestrutura e dificuldades de transporte. Além disso, barreiras culturais e a falta de diálogo com saberes tradicionais podem configurar-se como dificultadores do acesso. É necessário ampliar os estudos para incluir aspectos territoriais, sociais e ancestrais.
GESTÃO EM SAÚDE BUCAL: AVALIAÇÃO CRÍTICA DA IMPLANTAÇÃO DOS LABORATÓRIOS REGIONAIS DE PRÓTESE DENTÁRIA NA II GERES/PE (2022–2024)
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
A perda dentária ainda representa um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente entre idosos. Diante disso, os Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) surgem como estratégia da PNSB para ampliar o acesso à reabilitação oral no SUS. Esta pesquisa busca avaliar a efetividade da implantação desses serviços na II GERES/PE.
Objetivos
Analisar a implantação e o desempenho dos LRPD nos municípios da II GERES/PE entre 2022 e 2024, identificando iniquidades e avaliando a efetividade da gestão dos recursos públicos aplicados à reabilitação oral.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa. Foram utilizados dados secundários do SIA/SUS (BPA), DATASUS, IBGE e relatórios de gestão. Os dados foram tabulados em Excel e analisados com o software SPSS. A amostra incluiu os 20 municípios da II GERES, no período de 2022 a 2024. Foram comparadas as faixas de produção dos LRPDs, os recursos recebidos, a quantidade de próteses entregues e a proporção da população beneficiada. Também foram avaliadas possíveis desigualdades na distribuição e adesão dos municípios ao programa, considerando o porte populacional e as metas de produção previstas por faixa de custeio.
Resultados
A análise revelou desigualdades significativas entre os municípios quanto à adesão e produção dos LRPDs. Alguns municípios não aderiram ao programa; outros apresentam produção aquém da capacidade esperada em relação à população. Identificou-se descompasso entre recursos recebidos e número de próteses entregues em determinados territórios. A maior parte dos municípios encontra-se nas faixas de menor produção, o que pode limitar o impacto da política pública. Esses achados indicam falhas na gestão local e apontam para a necessidade de revisão dos critérios de acompanhamento e planejamento dos serviços.
Conclusões/Considerações
A pesquisa destaca a importância do monitoramento da política de prótese dentária como ferramenta de gestão. A análise revelou que a efetividade dos LRPDs depende da boa gestão local e da articulação entre oferta, demanda e financiamento. Os resultados servem de subsídio para o aprimoramento do planejamento em saúde bucal, promovendo maior equidade e qualidade no acesso à reabilitação oral pelo SUS.
SAÚDE BUCAL ESPECIALIZADA EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: DESAFIOS LOCAIS E PERSPECTIVAS DE REGIONALIZAÇÃO NO SUS A PARTIR DO CASO DE VERTENTE DO LÉRIO (PE)
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
A oferta de serviços especializados em saúde bucal no SUS ainda é desigual, sobretudo em municípios de pequeno porte. Este estudo analisa a viabilidade da implantação de um Serviço Especializado em Saúde Bucal (SESB) em Vertente do Lério (PE), considerando o contexto local e os limites da regionalização da saúde.
Objetivos
Investigar os desafios e possibilidades para implantação de um SESB em município de pequeno porte, à luz da política de regionalização da saúde e da equidade no acesso aos serviços especializados em saúde bucal no SUS.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, realizada entre janeiro de 2023 e abril de 2024. Utilizou-se análise documental, levantamento de dados secundários (CNES, IBGE, SARGSUS, e-SUS) e entrevistas com gestores e profissionais da atenção básica. Os dados foram analisados com base em categorias temáticas: estrutura física, recursos humanos, financiamento, fluxos regionais e pactuação. A análise foi orientada pelos referenciais de equidade, acesso e regionalização das políticas públicas de saúde bucal no SUS.
Resultados
Foram identificadas limitações importantes, como ausência de incentivo federal, escassez de profissionais especializados e dificuldade de pactuação regional efetiva. A gestão local demonstrou interesse político e há estrutura física disponível, mas o município depende de centros de referência distantes, o que limita o acesso da população. A inexistência de critérios diferenciados para pequenos municípios acentua desigualdades. Verificou-se que, sem apoio regional e estadual, a implantação de SESB é financeiramente inviável e tecnicamente limitada.
Conclusões/Considerações
A implantação de SESB em municípios de pequeno porte requer revisão das diretrizes de regionalização, com incentivos específicos e pactuações viáveis. É fundamental que estados assumam papel ativo na estruturação de redes especializadas e na promoção da equidade territorial. A pesquisa reforça a urgência de políticas que contemplem as desigualdades no acesso à saúde bucal.
RETRATOS DE AFETO: RESSIGNIFICANDO A SAÚDE BUCAL NO INTERIOR DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
2 Universidade Federal da Bahia (UFBA)
3 Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (UNEF)
Período de Realização
Março de 2025 até o presente momento
Objeto da experiência
Construção e manutenção de um mural com fotos como estratégia de vínculo, pertencimento e ressignificação da saúde bucal na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Relatar a experiência da implantação de um mural fotográfico em uma Unidade de Saúde da Família no interior da Bahia como estratégia para fortalecer o vínculo entre a Equipe de Saúde Bucal e usuários, humanizar o cuidado e inspirar sua replicação em outras realidades da atenção primária.
Descrição da experiência
Diante da necessidade de criar um ambiente mais humanizado, a equipe de saúde bucal de uma unidade de saúde no interior da Bahia, criou um mural com fotos das crianças após o atendimento odontológico, com o consentimento verbal dos responsáveis. Através do afeto e da representação visual, o mural permitiu transformar a percepção da saúde bucal, antes associada à dor e medo, em identificação e orgulho pelo cuidado alcançado, promovendo um ambiente acolhedor e de pertencimento.
Resultados
O mural foi construído e alimentado com fotos das crianças após cada atendimento, sendo exposto na parede de fora do consultório, fortalecendo o vínculo entre a equipe de saúde bucal e os usuários, que passaram a interagir com o mural, apontando-se nas fotos. Promovendo um senso de pertencimento à unidade e ao processo de cuidado. A estratégia foi além da saúde bucal, inspirando a técnica de enfermagem e outras equipes a criarem um mural semelhante, validando seu potencial de multiplicação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que abordagens simples e afetivas podem transformar a percepção do usuário sobre o serviço de saúde, fortalecendo vínculos e promovendo um ambiente mais acolhedor. O fato de a prática ter sido replicada por outra área da saúde reforça seu potencial de ser inovador, de baixo custo e facilmente replicado, demonstrando ser uma excelente ferramenta de humanização na Atenção Primária à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O mural de fotos demonstra ser uma estratégia eficaz e simples para a humanização do cuidado e o fortalecimento do vínculo na saúde bucal coletiva, com impactos positivos na adesão e na percepção dos usuários sobre sua saúde. Recomenda-se a valorização e a multiplicação de ações simples, criativas e de baixo custo como essa, que fortaleçam o vínculo entre equipe de saúde e usuário.
DO ENCONTRO AO CUIDADO: AÇÕES DE SAÚDE BUCAL NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E O CAMINHO PARA A INTEGRALIDADE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
2 Escola Técnica Maria Milza
3 Universidad Cristiana de Bolivia - Revalidada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
4 Faculdade Educacional da Lapa (FAEL)
5 Faculdade Eugênio Gomes e Faculdade Futura
6 Universidade Federal da Bahia (UFBA)
7 Centro Universitário de Excelência – Unex
Período de Realização
Maio a Junho de 2025
Objeto da experiência
Integração entre saúde e educação no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE) para garantir atenção odontológica a escolares no interior da Bahia.
Objetivos
Relatar a experiência de integração entre a equipe de saúde bucal e a gestão escolar no PSE para promover a saúde bucal e realizar triagem e atendimento de crianças com maiores necessidades, destacando o potencial de replicação da ação para garantir acesso efetivo à saúde bucal em outras realidades.
Metodologia
A equipe de saúde bucal, em parceria com a gestão escolar, realizou uma ação do PSE em uma escola distante da unidade de saúde, em um município de pequeno porte no interior da Bahia, motivada pela alta demanda odontológica e o difícil acesso da população local. A ação envolveu alunos de 3-12 anos, com atividades educativas, escovação supervisionada, aplicação de flúor e avaliação clínica. Os casos de maior necessidade (> 4 dentes cariados) foram encaminhados para atendimento na USF.
Resultados
A ação beneficiou 40 crianças, promovendo educação em saúde bucal e identificando 11 alunos com maior necessidade de atendimento odontológico. Em parceria com a escola, organizou-se o transporte até a USF, garantindo dois turnos para atendimento individual. Cinco crianças compareceram, sendo recebidas em um ambiente acolhedor, para reduzir o medo. Foram realizados procedimentos como selamento de cavidade, restaurações, exodontias e orientações. No final do atendimento, todas receberam brindes.
Análise Crítica
A experiência mostrou como o trabalho conjunto entre saúde e educação são fundamentais para garantir o acesso efetivo e humanizado à saúde bucal, especialmente para crianças de áreas distantes. Como desafios, destacamos a falta de adesão de alguns pais ao atendimento odontológico e dificuldade de deslocamento, em decorrência do clima chuvoso. Ressaltamos a importância do acompanhamento e continuidade do cuidado para promover mudanças reais e duradouras.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a institucionalização de parcerias intersetoriais e a priorização de ações contínuas no âmbito do PSE, com foco na superação de barreiras geográficas e sociais, garantindo a equidade e a integralidade do cuidado em saúde bucal na infância, podendo inspirar outras equipes a desenvolverem iniciativas semelhantes. O envolvimento da equipe, aliado ao planejamento e à busca ativa, fortalece a rede de atenção à saúde.
RETORNAR PARA CUIDAR: A APLICAÇÃO DOS SABERES ACADÊMICOS NO TERRITÓRIO DE ORIGEM
Pôster Eletrônico
1 UEA
Período de Realização
Agosto de 2024 a abril de 2025
Objeto da experiência
A prática do cuidado em saúde bucal realizada por uma cirurgiã-dentista em seu território de origem, na região amazônica.
Objetivos
Relatar a experiência de uma cirurgiã-dentista que retorna ao seu território de origem, no Amazonas, após formação acadêmica na capital, e como o Mestrado Profissional em Saúde da Família qualificou as práticas de saúde bucal coletiva, integrando os saberes locais e acadêmicos.
Metodologia
A experiência ocorre em uma Unidade Básica de Saúde localizada em comunidade rural do Amazonas, acessível apenas por via fluvial. Com o ingresso da profissional no Mestrado, as ações passaram a ser embasadas no arcabouço teórico do curso, qualificando as atividades educativas com escolares e a capacitação de professores, reconhecidos como multiplicadores do cuidado em saúde bucal.
Resultados
Houve o fortalecimento das ações em saúde bucal coletiva, com maior participação da comunidade, especialmente de crianças entre 4 e 6 anos, que se sentiram mais à vontade para participar. Professores da Educação Infantil foram capacitados e despertaram nas crianças um senso de cuidado. Esse avanço foi possível pelas atividades desenvolvidas no mestrado.
Análise Crítica
O retorno ao local de origem aliado ao mestrado possibilitou práticas mais sensíveis ao contexto ribeirinho, reafirmando o valor do conhecimento empírico e acadêmico na atenção à saúde. Reforça-se, assim a necessidade de políticas públicas que incentivem a formação e o retorno do profissional, com apoio institucional, sendo o mestrado profissional um instrumento de retorno qualificado ao território.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que os profissionais atuando em seus territórios de origem representam uma estratégia eficaz do SUS. Por isso, recomenda-se o fortalecimento de políticas de fixação, valorização e qualificação de profissionais oriundos de regiões de difícil acesso, pois assim, reduz a dificuldade no acesso à saúde e reconhece a potência viva desses territórios.
ATUAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA EM SAÚDE COLETIVA (LAOSC) NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ACADÊMICOS DA UNIFAL-MG: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS
Pôster Eletrônico
1 UNIFAL
Período de Realização
A Liga Acadêmica de Odontologia em Saúde Coletiva iniciou suas atividades na UNIFAL-MG em 2023.
Objeto da experiência
A LAOSC objetiva aprimorar a construção acadêmica e profissional dos ligantes visando o cuidado com a saúde integral e melhoria da qualidade de vida.
Objetivos
Apresentar as atividades desenvolvidas na LAOSC e o impacto de suas ações por meio da educação em saúde, aprimoramento científico e técnico dos acadêmicos e sensibilização da população para a mudança de hábitos.
Metodologia
Após o processo seletivo da equipe iniciaram as reuniões quinzenais para aprimorar o aprendizado, desenvolver criticidade frente as temáticas e expor as vivências nos eventos desenvolvidos pela Liga. Nas ações in locu os participantes ministram palestras, fornecem kits de higiene bucal e realizam escovação supervisionada, exame clínico bucal e realizam encaminhamentos para atendimento odontológico. Por meio do Instagram (laosc.unifal) houve divulgação de informações e atividades desenvolvidas.
Resultados
A aula inaugural da LAOSC foi o marco das atividades no grupo. Para aprimoramento da equipe houveram capacitações internas. O trabalho com a comunidade envolveu eventos como feiras de saúde abordando ações de educação em saúde e a prevenção ao câncer bucal. Foram desenvolvidas atividades promotoras de saúde em duas escolas rurais. Outra vertente foi a experiência dos ligantes em participar mensalmente das reuniões do Conselho Municipal de Saúde e de realizar uma visita técnica ao CEO tipo III.
Análise Crítica
A partir das práticas realizadas, observa-se que as ações da Liga impactaram positivamente no aprendizado e na formação profissional visando uma abordagem global e humanizada com enfoque social e de promoção em saúde bucal, dentro da realidade da Saúde Pública. O compartilhamento de informações por meio do Instagram propiciou uma popularização das informações à comunidade interna e externa à UNIFAL-MG elucidando a importância do reflexo do cuidado com a saúde bucal na qualidade de vida de todos.
Conclusões e/ou Recomendações
A LAOSC tem sido essencial no que tange a formação de profissionais no desenvolvimento de habilidades, criticidade e responsabilidade social, além de propiciar oportunidades para população. Ademais pode-se evidenciar o aumento da circulação da ciência por meio de sua rede social, devido a rápida conexão e interação, além do tráfego intercoletivo e multidirecional de informações especializadas (baseadas em artigos de pesquisa) e rotina acadêmica.
AÇÕES COLETIVAS DE SAÚDE BUCAL DO ESCOLAR REALIZADAS A MAIS DE TRÊS DÉCADAS (1989 A 2025) NO MUNICÍPIO DE UBATUBA - SP APRESENTA RESULTADOS POSITIVOS
Pôster Eletrônico
1 USP
Período de Realização
1989 a 2025
Objeto da experiência
A experiência relatada tem como objeto as ações coletivas de saúde bucal desenvolvidas nas escolas do município de Ubatuba-SP entre 1989 e 2025.
Objetivos
O objetivo geral foi definido em demonstrar a importância das ações coletivas de saúde bucal do escolar através dos resultados obtidos. Os objetivos específicos foram definidos em diminuir o índice de cárie do município e incentivar o trabalho integrado entre as áreas da Educação e da Saúde.
Descrição da experiência
As ações são realizadas por uma equipe formada por um Dentista, um TSB (Técnico de Saúde Bucal) e um ASB (Auxiliar de Saúde Bucal) nas escolas do município, atendendo as salas de Educação Infantil e Educação Fundamental I duas vezes ao ano. Após a equipe passar as orientações básicas para a manutenção da Saúde Bucal, as crianças são conduzidas ao pátio do colégio, aonde recebem as escovas de dente e realizam a escovação supervisionada e, por fim, realiza-se a aplicação tópica do flúor gel.
Resultados
Com o resultado do primeiro Levantamento Epidemiológico de cárie aos 12 anos em 1989 obteve-se o índice CPOD 5,92. Devido a essa situação preocupante no município, iniciamos o projeto e desde então o realizamos de 4 em 4 anos. Ao longo dos anos, observamos a queda do índice e com o último Levantamento, realizado em 2022, atingimos CPOD 1,37.
Aprendizado e análise crítica
Ao longo dos anos foi possível analisar e aperfeiçoar o nosso projeto, com destaque para a técnica de escovação utilizada. Devido a falta de coordenação motora e dificuldade de realização dos movimentos internos observada na Educação Infantil, criamos uma escovação simplificada para as crianças, utilizando a ludicidade na aprendizagem. Com isso, obtivemos resultados melhores.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que as ações foram essenciais para a redução do índice de cárie e a demanda de tratamentos dentários. Incentiva-se que os futuros profissionais de Saúde e Educação possam utilizar este projeto como inspiração para a realização em outras localidades, devido aos seus inúmeros benefícios. Destaca-se que fomos reconhecidos e levamos a nossa experiência para alguns Congressos, como o de Varadero-Cuba em 2002 e o de Porto-Portugal em 2024.
ELABORAÇÃO DE FERRAMENTAS PARA MONITORAMENTO DE INDICADORES DE SAÚDE BUCAL NA REGIÃO LITORAL LESTE JAGUARIBE – CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 SESA- CE
2 UFC
3 UNIFOR
Período de Realização
Janeiro a abril de 2025
Objeto da experiência
Construção de ferramentas de apoio à gestão para organização dos processos de trabalho em saúde bucal com base em indicadores de desempenho.
Objetivos
Apoiar a gestão municipal da saúde bucal, da região Litoral Leste Jaguaribe, com a construção de ferramentas (manual e planilha Excel) para organização do processo de monitoramento, baseadas em indicadores temáticos de desempenho, mesmo antes de sua oficialização.
Metodologia
Diante da ausência de definição oficial dos indicadores de desempenho, a equipe regional desenvolveu uma planilha automatizada em Excel e um manual de apoio. Os indicadores utilizados foram temáticos e serviram de base para análise e planejamento. Parte dos parâmetros foi adaptada do MonitoraSB. As ferramentas facilitaram a organização do processo de mpnitoramento, permitindo análises internas e contribuindo para a sistematização de informações na gestão municipal da saúde bucal.
Resultados
A iniciativa fortaleceu a gestão da saúde bucal ao proporcionar ferramentas para o monitoramento de indicadores de desempenho. A planilha automatizada e o manual facilitaram a coleta e análise de dados, promovendo a organização dos processos. A adaptação dos indicadores demonstrou potencial para qualificação da gestão municipal, mas seu sucesso depende da adesão dos municípios, que estão em diferentes fases de implementação.
Análise Crítica
A experiência mostrou que, mesmo sem definição normativa, estratégias eficazes de gestão podem ser construídas com ferramentas acessíveis. A adaptação do MonitoraSB para realidades locais foi viável e potente. A falta de validação municipal limitou a apropriação mais ampla, mas reforçou o papel da gestão regional. O processo destacou a importância de transformar dados em instrumentos práticos para reorganizar o trabalho.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de ferramentas baseadas em indicadores temáticos se mostrou eficaz para apoiar a gestão da saúde bucal em contextos de indefinição oficial. Recomenda-se a continuidade da capacitação técnica dos gestores e a adaptação de produtos científicos já existentes às realidades locais. A iniciativa pode ser replicada em outras regiões, respeitando os contextos e limites institucionais de cada território.
A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS: UM PROGRAMA DE ACOLHIMENTO EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBS)
Pôster Eletrônico
1 UNINOVE
Período de Realização
O trabalho foi realizado durante o primeiro semestre de 2025.
Objeto da experiência
Projeto extensionista elaborado para acolher crianças de 6 a 10 anos, usuárias da UBS Vila Feital em Mauá/SP, por meio de educação em saúde bucal.
Objetivos
O projeto promoveu acolhimento em saúde bucal e incentivo ao autocuidado de crianças, com ou sem vulnerabilidade, por meio de ações educativas e de conscientização, utilizando o método clínico centrado na pessoa, realizadas por estudantes de medicina.
Descrição da experiência
O Projeto Extensionista Acolher Infância realizou oficinas lúdicas com foco em saúde bucal, incluindo demonstrações de escovação com dentista, voltadas para crianças de 6 a 10 anos. As atividades ocorreram nas salas de espera da UBS Feital e contaram com a participação ativa das crianças e responsáveis. Cada participante recebeu um kit com escova e creme dental, promovendo autonomia e educação em saúde bucal, além de fortalecer o vínculo com a equipe.
Resultados
Nos dados analisados, notou-se que das 32 crianças presentes nas consultas do mês de março, houve a prevalência da faixa etária de 06 a 10 anos. Com relação às ações executadas, observou-se que 12 crianças, segundo a Escala de Coelho-Savassi: 8 crianças com vulnerabilidade familiar habitual, 2 crianças com vulnerabilidade familiar menor e 2 com vulnerabilidade familiar máxima.
Aprendizado e análise crítica
A saúde bucal infantil é um aspecto importante não somente para fins estéticos, mas também para a manutenção do bem-estar físico e emocional da criança. Algumas crianças participantes demonstraram sentimentos como timidez e vergonha ao serem avaliadas pela dentista, situação que foi contornada ao trazer um ambiente acolhedor e profissional por parte de todos os membros do grupo, comprovado pelo sorriso de cada paciente ao finalizar a escovação, bem como o agradecimento de alguns pais.
Conclusões e/ou Recomendações
Essas ações evidenciam não somente a importância do SUS, mas também a atuação dos alunos na promoção da saúde bucal infantil em contextos de vulnerabilidade. A abordagem lúdica e acolhedora fortaleceu vínculos, incentivou o autocuidado e mostrou impacto positivo do projeto extensionista na comunidade.
PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA E O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA: AÇÃO INTERSETORIAL ENTRE SAÚDE E EDUCAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO VALE DO ITAJAÍ
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Gaspar-SC/ Universidade Federal de Santa Catarina
2 Prefeitura Municipal de Gaspar-SC
3 Prefeitura Municipal de Antônio Carlos/ Universidade Federal de Santa Catarina
4 Universidade Federal de Santa Catarina
Período de Realização
Atividade desenvolvida durante o mês de maio de 2025, em articulação com a campanha Maio Laranja.
Objeto da experiência
Ação intersetorial envolvendo Saúde Bucal (SB) e prevenção à violência infantil, articulada no Programa Saúde na Escola (PSE).
Objetivos
Relatar a experiência de uma ação intersetorial realizada em um Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI) de Gaspar-SC no enfrentamento à violência infantil a partir da perspectiva da SB, reconhecendo o espaço como local de proteção e fortalecendo vínculos por meio de atividades lúdicas.
Metodologia
A ação foi planejada no âmbito do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSaúde) da Universidade Federal de Santa Catarina e construída por equipe intersetorial saúde-educação. Profissionais de SB e professoras desenvolveram atividades com as crianças do CDI a partir de um livro ilustrado interativo que abordou, em uma ecologia de saberes, os temas SB e violência infantil. Posteriormente, a equipe avaliou conjuntamente as interações para identificar possíveis casos de violência.
Resultados
Na atividade, as crianças desenharam quem as protege e o que as deixa tristes ou com medo. Surgiram figuras sugestivas de violência associadas a esses sentimentos. A linguagem lúdica e simbólica permitiu acessar conteúdos subjetivos que indicam vulnerabilidade, violência ou sofrimento. A ação promoveu a SB, identificou possíveis casos de violência e favoreceu escuta, acolhimento e fortalecimento de vínculos protetivos, reafirmando práticas intersetoriais no cuidado integral à criança.
Análise Crítica
A ação destacou que a articulação intersetorial entre SB e educação, aliada à integração dos saberes, amplia o alcance das mensagens e potencializa efeitos de promoção da SB e de proteção à infância por meio de metodologias lúdicas e sensíveis. O PROFSaúde foi essencial na integração ensino-serviço, orientando e fortalecendo a parceria entre saúde e educação. A ludicidade facilitou o diálogo e mobilizou a construção de vínculos de confiança.
Conclusões e/ou Recomendações
Destaca-se a relevância da integração saúde-educação na promoção da SB e no enfrentamento à violência infantil. Sendo o PSE uma estratégia importante nessa articulação, a ação reforçou a necessidade de vigilância diante de sinais de alerta em diferentes espaços. Recomenda-se fortalecer ações intersetoriais, capacitar equipes e ampliar o uso de recursos lúdicos para facilitar o diálogo com as crianças, garantindo eficácia nas intervenções.
SAÚDE BUCAL NAS ÁGUAS: EDUCAÇÃO E CUIDADO EM UMA ESCOLA RIBEIRINHA DO AMAZONAS
Pôster Eletrônico
1 UEA
Período de Realização
A experiência ocorreu em Maio de 2023, com monitoramento e retornos pontuais nos meses seguintes.
Objeto da experiência
O objeto da experiência foi a realização de atividade educativa em saúde bucal com escolares da comunidade ribeirinha Tiririca, no Estado do Amazonas (AM).
Objetivos
O objetivo deste relato é descrever uma ação de promoção da saúde bucal desenvolvida no contexto do Programa Saúde na Escola (PSE), evidenciando os desafios e os impactos da educação em saúde em um território ribeirinho de difícil acesso, com vulnerabilidades sociais e geográficas.
Metodologia
A ação foi realizada na Escola Municipal São João, na comunidade ribeirinha Tiririca (AM), com 11 crianças de 7 a 8 anos. A ação incluiu palestra educativa com linguagem acessível e recursos visuais, demonstração prática com manequim, escovação supervisionada, aplicação tópica de flúor e distribuição de kits de higiene bucal. O acesso exigiu deslocamento terrestre de 68 km até a Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma hora de percurso fluvial.
Resultados
A ação foi bem acolhida pelas crianças, que participaram de forma ativa e demonstraram interesse nas atividades propostas. Em visitas posteriores, algumas relataram lembrar das orientações recebidas e procuraram atendimento odontológico por iniciativa própria. Observou-se também um aumento na adesão dos pais, que passaram a levar os filhos para atendimento na UBS. Esses impactos positivos, ainda que pontuais, evidenciam a importância da atuação da equipe de saúde no ambiente escolar.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que, mesmo com recursos limitados, baixa densidade populacional e barreiras de acesso - como em épocas de seca, onde o trajeto fluvial torna-se inviável - as ações educativas em saúde bucal podem produzir efeitos duradouros. A articulação entre saúde e educação fortalece vínculos e amplia o cuidado. É fundamental reconhecer as especificidades dos territórios amazônicos para desenvolver práticas mais eficazes, humanas e adaptadas à realidade das comunidades ribeirinhas.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação em saúde bucal nas comunidades ribeirinhas enfrenta desafios logísticos e populacionais, mas demonstra potencial significativo para fortalecer vínculos entre saúde e educação. A consolidação dessa articulação contribui para a redução das desigualdades e para a promoção da cidadania, respeitando as especificidades do território líquido.
SAÚDE BUCAL E ATENÇÃO DOMICILIAR NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: DO INTERIOR À CAPITAL, REFLEXÕES SOBRE UMA DÉCADA DE EXPERIÊNCIAS.
Pôster Eletrônico
1 Dentista da Estratégia de Saúde da Família no município de Vitória/ES
2 Auxiliar de Saúde Bucal da Estratégia de Saúde da Família no município de Vitória/ES.
3 Agente Comunitária de Saúde no município de Vitória/ES.
Período de Realização
2015 a 2025.
Objeto da experiência
Percepções de vivências na atenção domiciliar ao longo de uma década de atuação como Dentista da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Objetivos
Contribuição para reflexão crítica acerca das potências e desafios da Equipe de Saúde Bucal (ESB) na atenção domiciliar, através do relato de experiência de uma dentista da ESF, entre 2015 e 2025, em territórios vulneráveis no interior de Minas Gerais (MG) e na capital do Espírito Santo (ES).
Metodologia
Atuando como dentista da ESF, no interior de MG, entre 2015 e 2020, realizava atenção domiciliar com orientações de higiene bucal e tratamento periodontal básico, por demanda, em pacientes acamados. Ausência de integração com a equipe de referência, sem disponibilidade de equipo portátil. Entre 2020 e 2025, na capital do ES, o processo se faz mais humanizado, integrado com a equipe e com possibilidade de uso do equipo portátil, mas ainda por demanda e focado em pacientes restritos ao leito.
Resultados
A atenção bucal domiciliar é programada em reunião de equipe, com discussão interprofissional. A presença da agente comunitária de saúde, junto à ESB, amplia a relação de vínculo no cuidado. A demanda é geralmente focada em assistência curativa tornando o cuidado pouco resolutivo, com frequente encaminhamento ao serviço especializado. Considerando que cada ESB se refere a duas equipes de saúde, existe dificuldade em conciliar a agenda para visitas regulares, com foco na promoção de saúde.
Análise Crítica
O cuidado domiciliar se dá por esforço e interesse em ocupar esse espaço, por parte de cada ESB. Há avanço na interprofissionalidade, humanização e equipamentos, mas sem incentivo, formação e protocolos direcionados, em ambos os municípios. O olhar profissional é voltado para o reconhecimento do território e dos determinantes sociais que atravessam a comunidade, porém, ampliar os grupos atendidos e ter foco na promoção de saúde é um desafio dentro de um sistema pautado em produtividade.
Conclusões e/ou Recomendações
A visita domiciliar permite ocupar, conhecer o território, construir vínculo com a comunidade, integrar e tornar a ESB pertencente à equipe de saúde. É preciso estruturar, educar e motivar as ESB acerca do tema, sistematizar momentos regulares de visita junto a equipe de referência, e não apenas sob demanda. Para reorientar a assistência e promover saúde precisamos romper os limites da cadeira e os muros do consultório.
ESCOVAÇÃO SUPERVIONADA EM ESCOLA PÚBLICA COMO PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL: INTEGRAÇÃO ESTÁGIO EXTENSIONISTA E EQUIPE DE SAÚDE BUCAL DA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 Associação Brasileira de Odontologia, Bahia – Vitória da Conquista
2 UNIFG – Centro Universitário UniFG
3 Afya Faculdade de Ciências Médicas de Guanambi
Período de Realização
Ação realizada no primeiro trimestre de 2025, no dia 28 de abril no turno matutino.
Objeto da experiência
Crianças/estudantes de 07 a 08 anos de idade, da Escola Municipal Maris Regina Freitas do bairro Beija-Flor no município de Guanambi-BA.
Objetivos
Relatar vivência extensionista de estudantes de Odontologia junto às Equipes de Saúde da Família (eSF) e de Saúde Bucal (eSB), com foco em educação, prevenção e humanização em saúde bucal, com ação direta no estímulo à escovação e acompanhamento individualizado das crianças durante a atividade.
Descrição da experiência
A ação foi realizada por profissionais da Atenção Básica e acadêmicos de Odontologia. A atividade envolveu orientação lúdica sobre escovação, distribuição de kits de higiene bucal e acompanhamento individualizado. A supervisão permitiu a correção de técnicas inadequadas e o reforço da importância da escovação regular. A intervenção seguiu os princípios da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), como a integralidade e o vínculo com o território.
Resultados
Observou-se maior engajamento das crianças nas práticas de autocuidado, além de relatos positivos por parte dos professores e familiares. A iniciativa evidenciou o papel da escola como espaço estratégico para ações de promoção da saúde e prevenção de doenças bucais na infância. Fato esse que demonstrou o fortalecimento dos vínculos comunitários, a ampliação do acesso e a valorização das ações interprofissionais na Atenção Primária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência proporcionou desenvolvimento técnico, empatia e compreensão crítica do papel do cirurgião-dentista no SUS. Além disso, evidenciou-se o quanto a formação acadêmica pode se beneficiar da inserção ativa no território, favorecendo a construção de saberes compartilhados. Ademais, a integração das Equipes da eSF e da eSB promove vínculos entre si e entre a comunidade que passa a enxergar a saúde como global e não compartimentada em boca e o resto do corpo.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência reforçou a importância da Odontologia no cuidado integral e na educação em saúde. Recomenda-se ampliar essas práticas no currículo acadêmico, fortalecendo a formação crítica e cidadã, com ênfase na promoção da saúde bucal, integração ensino-serviço-comunidade e fortalecimento das ações coletivas na Atenção Básica no SUS.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL NO AMBIENTE ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 Associação Brasileira de Odontologia, Bahia – Vitória da Conquista
2 UNIFG – Centro Universitário UniFG
3 Afya Faculdade de Ciências Médicas de Guanambi
Período de Realização
Ação realizada no primeiro trimestre de 2025, no dia 24 de março no turno matutino.
Objeto da experiência
Crianças/estudantes de 06 a 07 anos de idade, da Escola Municipal Maris Regina Freitas do bairro Beija-Flor no município de Guanambi-BA.
Objetivos
Relatar ação de educação em saúde bucal realizada em uma escola pública por acadêmicos de Odontologia, sob supervisão da professora orientadora, além da cirurgiã-dentista e da enfermeira da Unidade Básica de Saúde.
Descrição da experiência
A iniciativa integrou estratégias da promoção da saúde e da educação em saúde no território, alinhada às diretrizes da Estratégia Saúde da Família (ESF). A atividade incluiu uma palestra lúdica, com uso de fantoches, músicas e materiais visuais adaptados à faixa etária para despertar o interesse das crianças e facilitar a compreensão sobre os cuidados com a higiene bucal.
Resultados
A atuação interdisciplinar possibilitou a abordagem de forma mais integral e acolhedora, fortalecendo vínculos com os estudantes e a comunidade escolar. Como resultados percebidos, observou-se maior interesse das crianças pelos hábitos de higiene e envolvimento ativo dos professores nas orientações diárias.
Aprendizado e análise crítica
O contato direto com a população vulnerável e os profissionais da rede pública fortaleceu a humanização do cuidado e reafirmou a potência da extensão como ferramenta de transformação social. A atuação conjunta e interdisciplinar favoreceu o vínculo com os escolares, possibilitou o reforço de práticas de autocuidado e contribuiu para a sensibilização da comunidade escolar sobre a importância da saúde bucal como parte integrante da saúde geral.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou o potencial das ações educativas intersetoriais e lúdicas na promoção da saúde bucal infantil, fortalecendo a educação popular em saúde e o cuidado em rede no território, além de contribuir para a formação crítica e humanizada dos acadêmicos envolvidos.
O USO DE FLUORETOS NO COTIDIANO: UTILIZAÇÃO DE RECURSOS CRIATIVOS PARA CONSCIENTIZAÇÃO DE ESCOLARES À PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Amazônia - ILMD
2 Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Período de Realização
Junho de 2024
Objeto da experiência
Ação de educação em saúde bucal sobre o uso de fluoretos como forma de prevenção à cárie dentária.
Objetivos
Descrever uma ação de educação em saúde bucal realizada para escolares de Manaus e conduzida por pós-graduandos em saúde bucal coletiva.
Indicar a importância em se trabalhar, criativamente, assuntos pouco abordados na educação básica e que são de forte relevância à saúde pública.
Metodologia
Trata-se do relato de uma ação de educação em saúde bucal voltada para crianças e adolescentes escolares acerca do uso do fluoreto como método preventivo. Uma vez constatado que os alunos tinham pouco (ou nenhum) conhecimento sobre o tema, uma equipe de dentistas vinculados ao programa de pós-graduação em odontologia da UFAM realizou uma atividade interativa utilizando recursos experimentais para ilustrar a importância da utilização de fluoretos na prevenção à cárie dentária.
Resultados
A ação programada demonstrou despertar grande interesse entre os alunos envolvidos, que participaram ativamente em todas as etapas. O experimento químico utilizando casca de ovo (e que simula a desmineralização do esmalte) chamou mais atenção das crianças, enquanto o experimento químico utilizando pastas de dente (que ilustra os diferentes graus de liberação de fluoretos na escovação, considerando as diferentes pastas disponíveis no mercado) chamou mais atenção dos adolescentes.
Análise Crítica
Considerando que a dinâmica de fluoretos na prevenção da carie dentária costuma ser pouco trabalhada na educação básica, ações que busquem trabalhar este tema de forma criativa e dinâmica são uma excelente alternativa. Como observado, os alunos mostraram-se curiosos em entender a lógica fisiológica por trás das demonstrações e muitos relataram que, só agora, entenderam por que é importante utilizar pasta com flúor para evitar a doença cárie. De diferentes formas, todas os alunos aprenderam.
Conclusões e/ou Recomendações
Trabalhar assuntos poucos abordados na educação básica e que são de vital importância à saúde pública, são fundamentais para a formação de sujeitos mais conscientes quanto o autocuidado. A atividade realizada demonstrou que trazer o assunto de fluoretos de forma dinâmica e criativa – considerando as diferentes faixa-etárias do público-alvo –, pode ser uma ótima alternativa de promover a saúde bucal coletiva.
CELEBRAÇÃO, DIÁLOGO E FORMAÇÃO NO ÂMBITO DA SAÚDE DA FAMÍLIA: ENCONTRO ANUAL DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO EM SAÚDE BUCAL COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
Realizado anualmente desde 2017, sendo a sexta edição em 2025.
Objeto da experiência
Avaliação e celebração das vivências de estágio supervisionado da disciplina deSaúde Bucal Coletiva, em unidades de Saúde da Família no SUS.
Objetivos
Relatar a avaliação e socialização de experiências vivenciadas por estudantes e preceptores durante o estágio em unidades de Saúde da Família, fortalecendo o diálogo entre sujeitos envolvidos e promovendo a celebração do trabalho coletivo no contexto da formação em saúde.
Descrição da experiência
Desde 2017, estudantes organizam o Fórum de Estágio Supervisionado como parte do novo arranjo da Saúde Bucal Coletiva no currículo. Dividem-se em comissões e contam com apoio de docentes. A programação inclui acolhimento, avaliação do período de estágio, apresentações de experiências, debate e confraternização. A construção participativa e crítica do encontro se dá ao longo do semestre. Participam os preceptores, estagiários, professores e gestores acadêmicos e de saúde dos municípios envolvidos.
Resultados
A iniciativa se tornou um importante espaço de escuta e valorização da preceptoria e resultou na consolidação de um grupo de preceptores comprometidos com o ensinoe nofortalecimento das relações entre universidade e serviços. O evento tornou-se um marco no processo formativo, promovendo o compartilhamento e o reconhecimento das vivências no território.
Aprendizado e análise crítica
A experiência reforça o valor da participação estudantil na construção de processos avaliativos significativos e evidencia a potência do diálogo interinstitucional. O protagonismo discente, aliado ao compromisso de docentes e trabalhadores da saúde, sustenta uma prática formativa que articula teoria, território e subjetividades, contribuindo para a formação crítica e ética em saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
O Encontro configura uma estratégia potente de formação em saúde coletiva, integrando avaliação, celebração e resistência, traduz uma experiência concreta de construção conjunta entre universidade e serviços. Dessa forma, valoriza experiências que aproximam os sujeitos da realidade do SUS e fortalecem a formação para o cuidado em saúde.
REABILITAÇÃO PROTÉTICA EM ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DOMICILIAR
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de São José (PMSJ)
2 UFSC
Período de Realização
As ações foram desenvolvidas de junho de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Relato sobre atenção odontológica domiciliar para reabilitação protética, destacando desafios do cuidado fora do ambiente clínico.
Objetivos
Realizar atendimento odontológico domiciliar a paciente domiciliada; instalar prótese dentária visando à reabilitação integral, com aspectos funcionais, estéticos e psicossociais; e refletir sobre a integralidade do cuidado bucal e os desafios da atuação fora da Unidade Básica de Saúde.
Descrição da experiência
O primeiro contato com a paciente domiciliada, mulher de 83 anos, foi realizado por meio da Agente Comunitária de Saúde (ACS), que solicitou atendimento odontológico visando à confecção e instalação de prótese dentária. Ao longo de seis atendimentos domiciliares, acompanhados do Cirurgião-Dentista, da Técnica em Saúde Bucal e da ACS, foram realizadas a moldagem anatômica, moldagem funcional, prova do rodete de cera com escolha da cor do dente pela paciente, prova dos dentes, instalação e manutenção.
Resultados
A experiência contribuiu para a promoção da saúde bucal, colocou em prática os princípios da equidade e da integralidade e promoveu a melhoria da qualidade de vida da paciente. Houve fortalecimento do vínculo entre a usuária e a equipe de saúde, além da valorização do cuidado humanizado no domicílio. A ação integrou o trabalho multiprofissional e demonstrou a viabilidade da atenção odontológica fora da Unidade Básica de Saúde.
Aprendizado e análise crítica
O cuidado centrado na pessoa vai além da relação convencional entre profissional e paciente, exigindo a atuação multiprofissional e a compreensão dos determinantes sociais, do ambiente e das particularidades de cada realidade. Mesmo sem equipo odontológico móvel, a mobilização da equipe e a sensibilização dos profissionais garantiram um atendimento de qualidade, pautado na universalidade, equidade e integralidade do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O atendimento domiciliar se mostra uma ferramenta potente de atenção no campo da saúde coletiva, sendo viável mesmo em contextos com limitações estruturais e/ou que demandem a articulação entre diferentes setores e níveis de complexidade, desde que haja integração entre as equipes e respeito às necessidades e particularidades de cada usuário e território.
CUIDADO ODONTOLÓGICO DOMICILIAR NO SUS: EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA MELHOR EM CASA EM PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM
Pôster Eletrônico
1 UEA
Período de Realização
Realizado de janeiro de 2022 a outubro de 2023, em Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas.
Objeto da experiência
Programa do SUS voltado à desospitalização, o Melhor em Casa inclui atendimento odontológico domiciliar a pacientes acamados ou com mobilidade reduzida.
Objetivos
Relatar a experiência de cuidado odontológico no domicílio por meio do Programa Melhor em Casa, destacando estratégias, desafios e o papel da escuta qualificada e do trabalho interdisciplinar na atenção a pacientes acamados, reafirmando o SUS como sistema territorial e adaptável.
Metodologia
Em Presidente Figueiredo - AM, a cirurgiã-dentista da equipe do Programa Melhor em Casa realizou atendimentos domiciliares integrados ao plano terapêutico multiprofissional. As ações incluíram escuta ativa, avaliação clínica e sistêmica, controle da dor e orientações sobre higiene bucal, respeitando a autonomia e a dignidade dos pacientes.
Resultados
O cuidado odontológico domiciliar mostrou-se eficaz na melhora da qualidade de vida de pacientes acamados, reduzindo dor, infecções e lesões bucais. Houve aumento do conforto, respeito à dignidade no processo de morrer e fortalecimento dos vínculos com a família. A inclusão da odontologia na atenção domiciliar valorizou o cuidado integral e ampliou a presença territorial do SUS, sendo reconhecida pelos cuidadores e profissionais.
Análise Crítica
A experiência reafirmou a importância da odontologia no cuidado em saúde ao longo da vida, inclusive em cuidados paliativos. Evidenciou lacunas como ausência de protocolos, formação técnica e estrutura adequada. Também revelou desafios éticos diante da vulnerabilidade de pacientes com comprometimento cognitivo. A prática exigiu escuta sensível, adaptação e compromisso com a integralidade, reforçando a urgência de políticas públicas para institucionalizar essa atuação.
Conclusões e/ou Recomendações
O atendimento odontológico domiciliar deve ser reconhecido como prática estruturante na Rede de Atenção à Saúde. A experiência demonstrou seu potencial em promover dignidade e qualidade de vida. Recomenda-se o fortalecimento de políticas que garantam formação, financiamento, insumos e protocolos específicos. A integração da odontologia nas equipes amplia o cuidado integral e reforça um SUS humanizado e equitativo.
SOBREDIAGNÓSTICO E SOBRETRATAMENTO EM ODONTOLOGIA: REFLEXÕES CRÍTICAS PARA A SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro- IMS/UERJ
Período de Realização
Período de experiências: entre agosto de 2020 a março de 2023.
Objeto da experiência
Rotinas profissionais em saúde bucal: observações de práticas com potencial indicativo de sobrediagnóstico e sobretratamento.
Objetivos
Refletir e analisar criticamente práticas profissionais sob o aspecto dos conceitos de sobrediagnóstico e sobretratamento na odontologia. Para contribuir com o debate científico sobre suas implicações e consequências para a saúde coletiva.
Metodologia
A experiência aqui relatada partiu da observação de condutas em clínicas e consultórios odontológicos privados na cidade de Rio de Janeiro nos anos de 2020 a 2023. Tendo como enfoque o atendimento clínico geral e de outras especialidades, com destaque para a ortodontia, dentística, cirurgia, prótese dentária, periodontia, endodontia e radiologia oral.
Resultados
Restaurações em dentes com lesões em estágio inicial, facetas para qualquer queixa estética, indicação indiscriminada de aparelhos ortodônticos, raspagens periodontais em condições não patológicas, e extrações de dentes não indicadas, são alguns exemplos de sobrediagnóstico e sobretratamento observados. Além de solicitações para realizar exames de raios-x com frequência. Com a presença de aparelhos ortopantomógrafos nas clínicas e consultórios, essa prática se tornou ainda mais sistematizada.
Análise Crítica
Tive uma forte percepção de que o sobrediagnóstico e sobretratamento estão presentes na prática dos dentistas observados. As condutas parecem ultrapassar os limites das evidências científicas existentes na literatura e serem frequentemente motivadas por interesses financeiros. Notei também a ausência de ação dos órgãos de fiscalização, o que provavelmente contribui para a manutenção dessas distorções na assistência e pode trazer tanto prejuízos psicossociais quanto financeiros aos pacientes.
Conclusões e/ou Recomendações
Para o dimensionamento do problema são necessárias pesquisas para colaborar com a discussão do sobrediagnóstico e sobretratamento na odontologia, no Brasil e no mundo. Esta é uma lacuna científica que precisa ser solucionada. Portanto, sugere-se que sejam feitos estudos clínicos primários, revisões da literatura que permitam quantificar o problema, ampliando o debate, com o intuito de identificar seus determinantes e impactos na saúde coletiva.
ODONTO+ : AMPLIANDO O ACESSO À SAÚDE BUCAL COM TERCEIRO TURNO EM BEBERIBE, CEARÁ.
Pôster Eletrônico
1 PREFEITURA MUNICIPAL DE BEBERIBE
Período de Realização
Com início em 2022, até a presente data.
Objeto da experiência
Ampliar o acesso à saúde bucal em Beberibe com atendimentos odontológicos em horários alternativos para maior inclusão e eficiência.
Objetivos
O terceiro turno odontológico em Beberibe amplia o acesso à saúde bucal com horários alternativos, atendendo trabalhadores e estudantes, reduzindo filas, otimizando os atendimentos e promovendo um serviço mais inclusivo, eficiente e de qualidade para a população.
Metodologia
Para atender à demanda por serviços odontológicos, dentro da atenção primaria, Beberibe implantou turnos alternativos com três dentistas, duas vezes por semana, em horário estendido. A medida facilita o acesso, especialmente de trabalhadores e estudantes. Com agendamento prévio, há melhor controle da demanda e redução de filas. Estuda-se ampliar a oferta para garantir maior cobertura e equidade no acesso à saúde bucal.
Resultados
O terceiro turno odontológico em Beberibe ampliou o acesso à saúde bucal, com mais de 4.000 atendimentos realizados. A iniciativa reduziu filas de espera, melhorou a gestão da demanda e otimizou o tempo dos profissionais. Com agendamento prévio e horários alternativos, a estratégia elevou a qualidade e resolutividade dos serviços, promovendo maior equidade no acesso e fortalecendo a atenção básica no município.
Análise Crítica
A ampliação dos horários em Beberibe mostrou-se eficaz para ampliar o acesso à saúde bucal, especialmente para trabalhadores e estudantes. O planejamento integrado foi essencial para organizar fluxos e otimizar recursos. Apesar dos avanços, limitações na capacidade atual indicam a necessidade de ampliar turnos, melhorar a comunicação e fortalecer o monitoramento, garantindo a sustentabilidade e a qualidade do serviço além do fortalecimento da Atenção primaria.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação do terceiro turno odontológico em Beberibe ampliou o acesso à saúde bucal, beneficiando especialmente quem não pode comparecer no horário comercial. A redução das filas e a melhor gestão do tempo comprovam o sucesso da iniciativa, tornando os atendimentos mais rápidos e eficientes. Assim, o terceiro turno fortalece um sistema de saúde mais acessível, inclusivo e alinhado às necessidades da população.
PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL INFANTIL: LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES E AÇÕES EDUCATIVAS NA ESCOLA INFANTIL CASULO DAS BORBOLETAS EM BELO HORIZONTE.
Pôster Eletrônico
1 CMMG
Período de Realização
As atividades ocorreram entre abril e maio de 2025 na Escola Infantil Casulo das Borboletas.
Objeto da experiência
Levantamento de necessidades em saúde bucal, diagnóstico situacional e práticas educativas com crianças escolares.
Objetivos
Promover a vigilância em saúde bucal infantil por meio do levantamento de necessidades, identificar agravos, mensurar indicadores epidemiológicos e desenvolver ações educativas para formação de hábitos saudáveis. Contribuir para a redução das iniquidades e fortalecimento do cuidado coletivo.
Descrição da experiência
Foram realizadas visitas à Escola Infantil Casulo das Borboletas, na Regional Leste de BH, com três turmas do maternal e primeiro período (3 a 5 anos). As ações incluíram diagnóstico bucal com codificação do Manual da Prefeitura e levantamento de necessidades. Os dados obtidos foram encaminhados à direção da escola com recomendações de atenção e cuidado em saúde bucal. Houve escovação supervisionada, entrega de kits, teatro de fantoches com temática de higiene bucal e orientação às professoras.
Resultados
Foram avaliadas 21 crianças, com apenas uma recusa. Identificou-se elevado índice de agravos bucais, como lesões de cárie; apenas 10 estavam livres de agravos. Durante a escovação supervisionada, observou-se grande dificuldade por parte dos escolares, como esperado para a faixa etária. As atividades lúdicas e a escovação tiveram grande participação. Com base na codificação, foi enviada planilha à direção com recomendações aos responsáveis, alertando urgências e reforçando o cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que vulnerabilidade social, cenário em que a maioria das crianças está inserida, impactam a saúde bucal infantil. A carência de recursos e de acesso à informação reflete um cenário de vulnerabilidade, exigindo ações intersetoriais entre saúde e educação. O trabalho ressalta a importância da promoção em saúde como instrumento de garantia de direitos, fortalecimento da equidade e enfrentamento das desigualdades nos territórios, especialmente na primeira infância.
Conclusões e/ou Recomendações
O levantamento de necessidades, aliado às práticas educativas adequadas para a faixa etária, demonstrou ser uma ferramenta potente para vigilância em saúde bucal e promoção do autocuidado. Recomenda-se expandir essa estratégia para outras instituições, fortalecer ações intersetoriais e garantir acesso a recursos básicos. Promover saúde bucal na infância é um compromisso com a equidade, os direitos humanos e o fortalecimento do SUS.
IMPACTO DA PERDA DENTÁRIA PRECOCE DO PRIMEIRO MOLAR PERMANENTE EM ADOLESCENTES DA COMUNIDADE DO ICUÍ GUAJARÁ, ANANINDEUA, PARÁ.
Pôster Eletrônico
1 UFPA
2 SESPA
Período de Realização
De Julho à Dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Adolescentes de 13 a 15 anos, usuários do serviço de Saúde bucal da Usina da Paz do Icuí Guajará, em Ananindeua, no estado do Pará.
Objetivos
Descrever a experiência vivenciada no serviço de Saúde bucal da Usina da Paz, através das avaliações odontológicas e anamnese dos adolescentes usuários, avaliar o impacto da perda dentária precoce neste público alvo.
Metodologia
A experiência baseou-se no atendimento odontológico de adolescentes do serviço de Saúde bucal da Usina da Paz do Icui Guajara onde foi considerado o odontograma e o questionário de anamnese como instrumentos de avaliação da situação bucal deste público alvo.
Resultados
Observou se que mais de 50% dos adolescentes de 13 a 15 anos de idade, atendidos neste período, haviam perdido o primeiro molar permanente precocemente. A maioria dos responsáveis desses usuários relataram desconhecer que tratava se de dente permanente.
Análise Crítica
Neste contexto podemos concluir que a perda dentária precoce ainda é um problema relevante na Saúde bucal, apesar dos avanços nas formas de prevenção e no aumento do acesso aos serviços de saúde. A falta de informação ainda é um importante entrave na prevenção da doença cárie e na promoção de Saúde. A perda precoce de dentes permanentes pode impactar negativamente na qualidade de vida do indivíduo, afetando a mastigação, a fala, a auto estima e a saúde geral.
Conclusões e/ou Recomendações
Podemos concluir que trabalhos sobre a perda dentária precoce são importantes na promoção de Saúde e na prevenção de agravos como a doença cárie. Que a educação em saúde junto à comunidade se faz necessária de forma individual e coletiva na prevenção da perda dentária. A prevenção continua sendo primordial na manutenção da Saúde bucal, especialmente no público alvo deste trabalho.
ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL DE CUIDADORES PRIMÁRIOS DE PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS
Pôster Eletrônico
1 UERJ
2 UniSão José
Período de Realização
De 2022 até a atualidade
Objeto da experiência
Relatar a experiência do projeto “Foco no Cuidador - Atenção à Saúde Bucal de Cuidadores Primários de Pacientes com Necessidades Especiais”.
Objetivos
Melhorar a qualidade de vida de cuidadores primários de pacientes com necessidades especiais a partir da promoção em saúde bucal individual e coletiva.
Descrição da experiência
No projeto, os discentes atuam em duas esferas: a de promoção de saúde bucal, através da produção de conteúdo educativo virtual sobre saúde oral abrangendo temas voltados aos pacientes mentalmente ou sistemicamente comprometidos, além de atividades educativas presenciais realizadas na sala de espera do Núcleo de Pacientes Especiais da Policlínica Piquet Carneiro/UERJ; e a esfera de cuidado à saúde por meio de clínica odontológica onde são prestados tratamentos básicos aos responsáveis.
Resultados
Do período compreendido entre junho de 2022 e junho de 2025 foram realizadas 304 salas de espera, alcançando um total de 2.130 cuidadores e realizados 127 atendimentos odontológicos e produzidos 51 vídeos. Os cuidadores também são convidados a participar de uma pesquisa, aprovada pelo CEP HUPE/UERJ sob o CAAE: 13042519.9.0000.5259, respondendo a dois questionários: sócio-demográfico e Índice de Felicidade. Estes ainda em fase de análise de dados.
Aprendizado e análise crítica
No entendimento de que os cuidadores primários apresentam muitas preocupações e dúvidas perenes em relação ao tratamento e ao futuro da pessoa cuidada, podendo desencadear grande sobrecarga e prejudicando sua saúde nos níveis físicos e emocionais, esse projeto tem como finalidade primária o acolhimento, manutenção e melhora da qualidade de vida dessa parcela da população, que possui um protagonismo silencioso frente à vida de seus entes.
Conclusões e/ou Recomendações
O impacto positivo que tem ocorrido na vida dos cuidadores de pessoas com necessidades especiais pretende servir de inspiração para melhores e mais potentes iniciativas pelo poder público para esse público-alvo.
SAÚDE BUCAL NA "MELHOR IDADE": UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA APS EM BELÉM DO PARÁ.
Pôster Eletrônico
1 UFPA
2 SESMA
3 UNAMA
4 ESTÁCIO FAP
Período de Realização
De Janeiro a Junho de 2025.
Objeto da experiência
Grupo de idosos da Unidade Municipal de Saúde Providência, no bairro do Marex, em Belém do Pará.
Objetivos
O objetivo do presente trabalho é relatar atividades desenvolvidas pela equipe interdisciplinar, na Unidade Municipal de Saúde Providência, no Marex, em Belém do Pará, com o grupo de idosos cadastrados na área adstrito, com enfoque na Saúde bucal.
Metodologia
Foram realizadas diversas atividades focadas na Saúde bucal do grupo de idosos cadastrados na Unidade Municipal de Saúde Providência. Entre as ações, foi realizada educação em saúde com a temática do câncer de boca, lesões bucais como a cárie e a doença periodontal, uso e cuidados com a prótese dentária. Outro tema em destaque foi o transtorno do espectro autista. As atividades foram integradas à prática de atividades físicas, serviços de enfermagem e práticas integrativas.
Resultados
Observamos que as atividades da saúde bucal atreladas às atividades de outros profissionais de saúde são muito importantes na saúde integral da "melhor idade". Os próprios usuários do grupo de idosos relataram que o aprendi se torna mais efetivo quando realizado de forma interdisciplinar. A educação em saúde realizada de forma ludica e participativa mostrou bons resultados, favorecendo o protagonismo e estimulando o auto cuidado do público alvo.
Análise Crítica
A educação em saúde a partir do uso de metodologias ativas como rodas de conversa, apresentação com banners, interação entre outras áreas como enfermagem, educação física, assistência social e práticas intergrativas permite ao idoso uma nova possibilidade de aprendizado, com vivências ampliadas que vão além de consultas e receitas médicas.
Conclusões e/ou Recomendações
A prática de atividades interdisciplinares desenvolvida regularmente na Unidade de saúde mostrou-se benéfica na melhoria da qualidade de vida do grupo de idosos cadastrados, permitindo a participação e o protagonismo dos mesmos. A variedade de temas sugeridos pelo próprio grupo de idosos favorece a socialização e a troca de saberes, importantes na promoção de Saúde e na prevenção de doenças.
INTERSETORIALIDADE NA SAÚDE BUCAL ESCOLAR: A EXPERIÊNCIA DA ODONTOLOGIA UNIVERSITÁRIA NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA
Pôster Eletrônico
1 UFES
Período de Realização
O período de realização foi de fevereiro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Integração ensino-serviço-comunidade do curso de Odontologia com o Programa Saúde na Escola em escolas públicas do Sudeste do Brasil.
Objetivos
Relatar a experiência de integração ensino-serviço-comunidade no Programa Saúde na Escola, envolvendo discentes e docentes de Odontologia e as equipes de saúde bucal e escolar de um território no município de Vitória, Espírito Santo.
Descrição da experiência
A atividade foi desenvolvida em parceria entre uma universidade pública e as Secretarias Municipais de Saúde e Educação. Os estudantes foram organizados em grupos, sob supervisão docente e da equipe de saúde bucal. As ações incluíram planejamento coletivo, oficinas educativas, metodologias ativas e práticas em campo que visavam a promoção de saúde bucal em escolas públicas, articulando teoria e prática, e analisando os impactos formativos e operacionais da iniciativa no contexto do SUS.
Resultados
Foram realizados três ciclos de ações em quatro instituições de ensino infantil e fundamental, com aproximadamente 300 estudantes em cada ciclo. A experiência favoreceu o aprendizado dos discentes em habilidades de comunicação, planejamento e atuação intersetorial. Houve relato de melhora no conhecimento dos estudantes das escolas sobre a saúde bucal. Além disso, os docentes e os profissionais do serviço puderam atualizar suas práticas. Contudo, a atuação foi pontual e restrita à Odontologia.
Aprendizado e análise crítica
Houve avanço na formação crítica dos discentes ao vivenciarem o SUS em seu dia-a-dia, ampliando sua compreensão da realidade social. A ausência de articulação com equipes multiprofissionais e a falta de continuidade apontam fragilidades na sustentabilidade e abrangência da ação. Ressalta-se a necessidade de institucionalização intersetorial para qualificar as atividades dentro do Programa Saúde na Escola no território, reconhecendo sua importância para a promoção da saúde da comunidade escolar.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração ensino-serviço-comunidade é estratégica para a formação em saúde, impactando positivamente a comunidade escolar e o processo pedagógico. Em contextos que favorecem a intersetorialidade, seus efeitos se potencializam e são mais eficazes junto às comunidades. É recomendada a ampliação da articulação com a Estratégia Saúde da Família, ações interdisciplinares continuadas e parcerias institucionais no Programa Saúde na Escola.
ESCOVANDO SORRISOS: ESTRATÉGIAS LÚDICAS E INCLUSIVAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM ESCOLAS SEM ESCOVÓDROMO
Pôster Eletrônico
1 PREFEITURA MUNICIPAL SECRETARIA DE SAUDE DE ORLEANS/SC
Período de Realização
duas vezes ao ano
Objeto da experiência
Promoção da saúde bucal em escolas públicas com estratégias lúdicas e adaptadas à falta de infraestrutura como escovódromos, focando em hábitos saudáveis
Objetivos
Objetivo Geral: Promover hábitos saudáveis de higiene bucal em crianças do ensino fundamental por meio de ações educativas, ludicas e adaptadas às escolas públicas.
Descrição da experiência
A experiência de saúde bucal em escolas públicas, para alunos do 1º ao 5º ano, superou a falta de escovódromos com estratégias lúdicas e adaptadas. Incluiu teatro de fantoches, entrega de kits, escovação supervisionada sem creme dental, painéis interativos e diálogo com professores e alunos. O projeto destacou-se pela criatividade e pelo protagonismo infantil, promovendo hábitos saudáveis mesmo com limitações estruturais.
Resultados
A promoção da saúde bucal nas escolas públicas mostrou resultados positivos no engajamento das crianças e nos hábitos de higiene. Elas participaram ativamente, especialmente em atividades como teatro de fantoches e simulações interativas, melhorando a compreensão sobre práticas preventivas e escovação correta. A escovação supervisionada foi eficaz mesmo sem infraestrutura específica. Professores destacaram o impacto positivo no aprendizado e sugeriram a continuidade e ampliação do projeto.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou que é possível promover saúde bucal eficazmente mesmo sem escovódromos, usando estratégias criativas. Atividades lúdicas engajaram as crianças, e a parceria com professores fortaleceu o aprendizado, valorizando o protagonismo infantil. Análise Crítica: A falta de infraestrutura limitou as ações; a implantação de estruturas permanentes e a continuidade regular das atividades são essenciais para garantir resultados sustentáveis.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclusão:
A experiência evidenciou que ações lúdicas e adaptadas são ferramentas eficazes para a promoção da saúde bucal em escolas públicas. Contudo, para aprimorar os resultados, é necessário investir em infraestrutura, fortalecer a continuidade do projeto e integrar famílias e outros setores da comunidade na promoção de hábitos saudáveis.
ATENÇÃO ODONTOLÓGICA EM COMUNIDADE QUILOMBOLA: AÇÃO DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E CUIDADO EM NOVA JUTAÍ, BREU BRANCO, PARÁ, AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 FACULDDE DE ODONTLOGIA GAMALIEL
2 UFPA/UNB
Período de Realização
A atividade foi realizada em maio de 2025 na Unidade de Saúde da Família da Quilombola Nova Jutaí.
Objeto da experiência
Ação de saúde bucal como estratégia de promoção, prevenção e atendimento clínico odontológico em comunidade quilombola de Breu Branco-PA.
Objetivos
Promover a saúde bucal de forma integral na comunidade quilombola de Jutaí, por meio de atividades educativas, preventivas e assistenciais para todos os ciclos de vida, fortalecendo o cuidado na APS baseado na equidade e nos princípios Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).
Descrição da experiência
Sob a orientação de 3 docentes, 13 acadêmicos do curso de odontologia da Faculdade Gamaliel realizaram ação de saúde bucal na ESF de Nova Jutaí com apoio dos ACS. Foram realizados 12 atendimentos clínicos, extrações dentárias e orientações de higiene oral para crianças, adultos e idosos. A atividade foi pautada nas diretrizes da PNSIPN e nos protocolos clínicos de cuidados de saúde bucal baseado no direito à saúde com respeito às especificidades étnico-raciais.
Resultados
A ação alcançou usuários de diversas faixas etárias, previamente agendados pelos ACS. Houve significativa adesão às práticas educativas e preventivas. A fluorterapia foi bem recebida pelas crianças e os atendimentos clínicos proporcionaram alívio imediato da dor em casos urgentes e encaminhamentos para tratamento. A iniciativa fortaleceu o vínculo entre comunidade e ESF, valorizando o cuidado odontológico como parte essencial da APS em territórios quilombolas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que o acesso à saúde bucal em comunidades tradicionais quilombolas ainda é limitado, e ações como essa são fundamentais para reduzir desigualdades. Destacou-se a relevância do trabalho articulado com os ACS, que conhecem as realidades locais e mobilizam os usuários. A prática mostrou a importância de uma formação acadêmica voltada à equidade, ao cuidado culturalmente sensível e à valorização da saúde como direito fundamental no Brasil.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação reafirma a importância de expandir e manter políticas públicas que garantam atenção odontológica regular em comunidades quilombolas. Recomenda-se a incorporação contínua de estratégias de promoção e prevenção à rotina da APS, fortalecendo o acesso e a diminuição das iniquidades nos cuidados odontológicos de comunidades tradicionais quilombolas.A
APRENDIZADOS DE CAMPO EM PESQUISA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL SOCIAL E SAÚDE BUCAL EM POPULAÇÕES RURAIS RIBEIRINHAS DA AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 ILMD/Fiocruz Amazônia
2 UEA
3 UFAM
4 Aarhus University
Período de Realização
O trabalho de campo ocorreu no período entre março de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Trabalho de campo de aplicação de questionário e realização de exame bucal em populações rurais ribeirinhas, acessíveis apenas por via fluvial.
Objetivos
Realizar o trabalho de campo, constituído pela coleta de dados, de estudo transversal, de base domiciliar, o qual busca avaliar a relação entre capital social e saúde bucal de adultos residentes em localidades ribeirinhas do rio Negro, Manaus.
Metodologia
O acesso às comunidades foi realizado por via fluvial, em embarcação regional ou lancha, com permanência da equipe por cerca de cinco dias em cada localidade. A organização do trabalho contou com o apoio dos ACS, que residiam no território. Em cada localidade, o percurso entre os domicílios era feito a pé ou em pequenas embarcações. Os comunitários, em sua maioria, mostraram-se receptivos, com poucas recusas decorrentes do tempo de aplicação dos questionários (30 a 40 minutos).
Resultados
Junto à coleta de dados, foram realizadas ações individuais de educação em saúde bucal e entrega de kits de higiene. As necessidades de tratamento foram comunicadas aos participantes e aos ACS, para agendamento na Unidade Básica de Saúde Fluvial. A vivência do trabalho de campo mostrou-se fundamental para permitir a compreensão crítica dos dados coletados, ao observarem-se as complexidades dos objetos de estudo que extrapolavam o questionário fechado.
Análise Crítica
O trabalho de campo permitiu adensar a compreensão, por meio da vivência nas comunidades, do modo de vida e de organização social da população ribeirinha. As nuances das respostas revelam como as pessoas vivem e adoecem e estruturam normas de cooperação social nesses territórios remotos e permitem identificar pontos-chave para reorientação do modelo de atenção à saúde bucal, considerando o fortalecimento do capital social e o respeito às especificidades dessa população.
Conclusões e/ou Recomendações
Os modos de vida e de organização social e as condições de saúde bucal das populações rurais ribeirinhas avaliadas, residentes em territórios de abrangência de equipe da Estratégia Saúde da Família Fluvial, evidenciam a necessidade de ampliação da resolutividade do cuidado e da reorientação das práticas voltadas à promoção da saúde e de que as ações de saúde nesses territórios sejam capazes de visibilizar suas necessidades e especificidades.
SAÚDE BUCAL DA GESTANTE E DO BEBÊ: PALESTRA REALIZADA NO HOSPITAL CENTENÁRIO NA CIDADE DE SÃO LEOPOLDO NO RIO GRANDE DO SUL
Pôster Eletrônico
1 Unisinos
Período de Realização
Realizou-se 2 palestras nos dias 28/09 e 26/10 de 2024 no dia de visita das gestantes ao hospital.
Objeto da experiência
Promover saúde bucal ao bebê desde a gestação e incentivar a busca por atendimento na UBS.
Objetivos
Esclarecer efeitos colaterais em boca durante a gestação. Desmistificar riscos da consulta odontológica durante a gestação, garantindo segurança e promovendo orientação. Incentivar o cuidado bucal desde a gestação, apontando os principais tópicos para a saúde bucal da primeira infância do bebê.
Descrição da experiência
Os encontros foram importantes e positivos. As gestantes foram acolhidas, puderam tirar dúvidas e trocar entre elas seus anseios. A conversa foi guiada com uma apresentação em power point com imagens e artigos científicos que foram adaptados para o grau de instrução do publico alvo. Tornando assim o conhecimento simples, resumido e de entendimento de todos. Foram disponibilizadas cartilhas de higiene oral, cuidados bucais e incentivo a consultas regulares na atenção primaria.
Resultados
Entre as mais de 40 participantes, não sabiam da necessidade do acompanhamento de pré-natal odontológico fornecido pelo SUS. Foram esclarecidas dúvidas sobre: primeiros dentes; uso do creme dental; escovação do edêntulo, amamentação e freio labial; prejuízos da chupeta; cuidados de oclusão; agenesia dentaria; acidentes e avulsões, entre outros assuntos que não eram de conhecimento de muitas das mães, foram abordados. Foram muitas dúvidas sanadas, conhecimentos agregados e estimulo a prevenção.
Aprendizado e análise crítica
A saúde bucal está intimamente ligada desde os primeiros dias de vida intrauterina. Fornecer essa orientação é reduzir riscos de doenças bucais na primeira infância. Embora haja água fluoretada, creme dental, escova, a população carece de instrução e constante acompanhamento e o cesso não é uma realidade de todos. O hospital é um ambiente de educação, pois há o ingresso de uma parte das gestantes que não realizou pré-natal e pode ser orientada em um diferente espaço promotor de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Orientar saúde bucal em diversos espaços é um benefício para os usuários do Sistema Único de Saúde. Principalmente, aos usuário com grau menor de instrução que necessitam de maior atenção. Se faz necessária a presença do Cirurgião Dentista em diferentes espaços da rede pública. As orientações desde a gestação, promovem prevenção e modificam a cultura curativa da odontologia. Contribuindo para reduzir os índices carie da primeira infância.
PROJETO SABER ENVELHECER: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE BOCA EM IDOSOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM SALVADOR-BA
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Período de Realização
A atividade foi realizada no turno da manhã do dia 28 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Ações educativas para a prevenção ao câncer bucal com idosas em uma unidade de saúde em bairro de alta vulnerabilidade social em Salvador/BA.
Objetivos
Buscou-se compreender percepções sobre o câncer de boca e as principais dúvidas sobre o tema, além de apoiar a autoavaliação da cavidade oral.
Descrição da experiência
A atividade contou com idosas que há 6 anos participam do grupo denominado “Saber Envelhecer”, e profissionais de saúde. Utilizaram-se metodologias ativas para maior interação entre as participantes. Foi realizada uma dinâmica de “Mito ou Verdade” com placas de mesma denominação para indicar frases, posteriormente projetadas, sobre fatores de risco para o câncer de boca. Em um segundo momento, um “Jogo da Memória” foi utilizado as idosas discutirem e responderem sobre as formas de prevenção.
Resultados
As idosas mostraram maior preocupação com a higienização de próteses dentárias e a relação entre má higiene protética e câncer bucal. Foi discutida a relação do câncer com o HPV no aumento da disseminação da neoplasia. Também relataram se sentirem seguras para realizar a autoavaliação da cavidade bucal, além da importância de ir ao dentista, do diagnóstico e tratamento precoces. Dessa forma, a dinâmica permitiu o aumento da percepção do grupo referente aos riscos e formas de prevenção.
Aprendizado e análise crítica
A educação em saúde deve ser entendida como um processo vivo de construção de saber com a valorização do olhar de todos os participantes. Este tema é importante, uma vez que o desconhecimento sobre câncer de boca pode levar a um aumento dos casos tardiamente diagnosticados e tratamentos mais invasivos. Assim, o debate deve promover maior engajamento do que as palestras meramente expositivas.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante disso, o caráter permanente do grupo “Saber Envelhecer” permite que temas como câncer bucal sejam abordados constantemente, levando ao fortalecimento da autonomia para o autoexame, melhora dos cuidados em saúde bucal e reconhecimento do impacto positivo de ações educativas. Paralelamente, projetos dessa natureza possibilitam também um local de escuta e protagonismo para o entendimento dos seus questionamentos com maior independência.
ESTRATÉGIAS PARA AMPLIAR O ACESSO AO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A GRUPOS PRIORITÁRIOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE CURITIBA
Pôster Eletrônico
1 SMS Curitiba
2 UFPR
Período de Realização
Março de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Ampliação do acesso ao atendimento odontológico para pacientes de grupos prioritários em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Curitiba.
Objetivos
Descrever as estratégias de atenção programada adotadas para ampliar o acesso ao atendimento odontológico de grupos prioritários, alinhadas ao Modelo das Condições Crônicas e à Rede Mãe Curitibana, promovendo cuidado contínuo, integral e interdisciplinar.
Descrição da experiência
A equipe da UBS adotou estratégias integradas para alcançar grupos prioritários, incluindo gestantes, crianças de 0 a 2 e de 6 a 7 anos, e diabéticos de 40 a 60 anos com hemoglobina glicada ≥ 9. Além da articulação interprofissional, houve busca ativa, mutirões de atendimento e ações educativas.
Resultados
As estratégias aumentaram a adesão dos grupos prioritários e o índice da unidade se aproximou de 100%. O vínculo com os usuários foi fortalecido, mantendo o atendimento geral. Porém, o trabalho é contínuo: há novos cadastros, mudanças de faixa etária e gestantes iniciando pré-natal, exigindo busca ativa periódica.
Aprendizado e análise crítica
O trabalho integrado mostrou-se fundamental para o sucesso das estratégias, destacando a importância da comunicação clara e constante entre os profissionais. A participação ativa da equipe foi essencial para o engajamento dos pacientes. Identificou-se que a articulação interprofissional e o planejamento colaborativo aumentam o acesso dos grupos prioritários, mas demandam constante alinhamento para superar desafios e otimizar recursos.
Conclusões e/ou Recomendações
Atenção programada, articulação interprofissional e comunicação constante são essenciais para ampliar o acesso aos grupos prioritários. A busca ativa deve ser contínua, com apoio de toda a equipe, para garantir a equidade e a continuidade do cuidado, sem comprometer o atendimento da população em geral.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA ADOLESCENTES COM ENFOQUE NA ABORDAGEM PARTICIPATIVA E NA INCLUSÃO DE ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará (UFC)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS)
Período de Realização
Atividade realizada em setembro de 2024, durante a semana branca de saúde bucal em Fortaleza-Ceará.
Objeto da experiência
Promoção de ações educativas em saúde bucal com adolescentes no ambiente escolar, integrada à inclusão de estudantes com deficiência auditiva.
Objetivos
Relatar a experiência de uma atividade coletiva em saúde bucal voltada ao público adolescente escolar, com vistas à promoção de práticas de higiene bucal, ao processo educativo dialógico, e à garantia da acessibilidade para pessoa com deficiência auditiva.
Descrição da experiência
A ação foi promovida por uma equipe de saúde bucal em ambiente escolar vinculado ao Programa Saúde na Escola. Participaram 38 adolescentes. Aplicou-se metodologia ativa como estratégia de ensino-aprendizagem acerca do tema higiene bucal, com roda de conversa, debate interativo e demonstração em modelos. Ressalta-se a participação e posicionamento de uma estudante com deficiência auditiva, através da mediação de um tradutor de Libras. Em seguida, os alunos praticaram escovação supervisionada.
Resultados
A atividade cumpriu sua proposta ao conseguir captar a atenção dos participantes, promovendo troca de experiências e envolvimento efetivo no tema, a partir de um debate sobre mitos e verdades em saúde bucal. A participação plena da estudante com deficiência auditiva, mediada pelo tradutor, evidenciou a importância da acessibilidade na educação em saúde, e proporcionou impacto positivo. A prática colaborativa e dialógica favoreceu a compreensão e o engajamento dos adolescentes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência proporcionou troca de conhecimentos, inclusão de pessoa com deficiência e reflexão sobre estratégias de educação em saúde acessíveis e participativas. Demonstrou-se que metodologias ativas são fundamentais para ampliar o impacto das ações de saúde. A utilização de recursos de libras, aliada à estratégia participativa, promoveu maior envolvimento e aprendizado significativo, evidenciando a necessidade de estratégias adaptadas para diferentes públicos.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade enfatizou a intersetorialidade entre a escola e a equipe de saúde na adaptação de ambientes inclusivos e sensíveis às diversidades. Destacou-se a importância de práticas educativas interativas que considerem a singularidade de cada estudante. Recomenda-se implementar formações de profissionais da Atenção Primária à Saúde para uso de libras, e replicar essa experiência em outros contextos, estimulando ações de saúde bucal efetivas.
VIVÊNCIAS E DESAFIOS: EXPERIÊNCIA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL NO ÂMBITO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Período de Realização
A atividade educativa escolar ocorreu no ano de 2025, nos dias 7, 12, 14 e 19 de maio.
Objeto da experiência
Promoção de saúde bucal em crianças e adolescentes, na faixa etária de 6 a 13 anos, no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE).
Objetivos
Buscou-se fortalecer a integração entre saúde e educação no contexto do Programa de Saúde na Escola (PSE); e construir estratégias com alunos e educadores para atuarem como multiplicadores de boas práticas em saúde bucal.
Descrição da experiência
Foram realizadas rodas de conversas sobre técnicas de escovação dental, importância do uso de dentifrício fluoretado e fio dental para 20 turmas de ensino fundamental de uma instituição pública de ensino localizada em Salvador-Ba. Os responsáveis foram previamente comunicados a respeito da ação na escola no mês anterior. As turmas foram conduzidas por dias distintos, de acordo com a disponibilidade dos profissionais da unidade de saúde vinculada à escola e das salas para as atividades.
Resultados
A partir das rodas de conversa, foi observado que alunos e educadores puderam compreender as principais técnicas de escovação dental, a importância do uso do dentifrício fluoretado e do fio dental, uma vez que algumas dúvidas surgiram durante a dinâmica, e puderam ser esclarecidas pelos profissionais da Unidade de Saúde da Família (USF). Além disso, os alunos sentiram-se motivados a expressarem seus aprendizados em manequins utilizados na atividade.
Aprendizado e análise crítica
A promoção de saúde bucal no contexto do PSE permite que alunos, professores e a comunidade interajam com práticas de hábitos saudáveis, como ações de prevenção de doenças bucais. Nesse sentido, o uso de metodologias ativas como as rodas de conversa tende a promover a união entre crianças, jovens e professores em atividades educativas. Além disso, essa ferramenta pode contribuir com a relação entre educação e saúde no ambiente escolar para a garantia de saúde integral.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante disso, a interação entre os profissionais da unidade de saúde e atores sociais da escola tem papel facilitador nas ações de promoção e prevenção em saúde. As atividades devem ser idealizadas a partir das necessidades da comunidade local, pelo diálogo e escuta. Um planejamento adaptado à realidade da escola e da USF é pertinente, para a integração das ações em saúde.
INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA CAMPANHA DE VACINAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE BOCA EM FORTALEZA-CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará (UFC)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS)
Período de Realização
Ação realizada em 10 de maio de 2025, durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza.
Objeto da experiência
Integração de ações de saúde bucal em campanhas de vacinação, visando promoção, prevenção e detecção precoce de agravos na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Promover a integração entre saúde bucal e imunização, ampliando o alcance de ações de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de boca. Além disso, fortalecer o papel da equipe de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família, contribuindo para a promoção em saúde bucal na comunidade.
Descrição da experiência
Efetivou-se uma ação integrada de dentistas e auxiliares de saúde bucal da Estratégia Saúde da Família durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza em Fortaleza-Ceará. Os dados foram coletados através de formulários preenchidos pelas equipes, e, após, consolidados em planilhas. Dos 134 postos de saúde do município, 122 participaram do evento, sendo uma equipe de saúde bucal por unidade. Isso proporcionou uma ação ampliada e de grande impacto.
Resultados
Foram realizados 1732 exames de rastreamento de câncer de boca; 101 consultas de gestantes; 704 puericulturas; 2323 ações coletivas de educação em saúde; 1762 escovações supervisionadas e 1650 aplicações tópicas de flúor. Assim, evidenciou-se o envolvimento de diversos públicos. Destaca-se a identificação de 73 lesões bucais, das quais 26 apresentaram suspeita de malignidade e foram encaminhadas para atenção secundária. Destas, 4 (0,23% dos exames) foram diagnosticadas como câncer após biópsia.
Aprendizado e análise crítica
A integração das atividades de saúde bucal às campanhas de imunização mostra-se uma estratégia eficiente para ampliar a efetividade das ações de promoção, preventivas e diagnósticas na Atenção Primária à Saúde. Destacam-se os exames de rastreamento que resultaram na identificação de casos confirmados de câncer de boca, aumentando a capacidade de intervenção no âmbito precoce. Ressalta-se, ainda, a importância do trabalho interprofissional e do momento estratégico para maior alcance de público.
Conclusões e/ou Recomendações
A iniciativa reforça a importância da visão coletiva e articulada do Sistema Único de Saúde, fomentando uma cultura de prevenção, detecção precoce e cuidado integral, aspectos essenciais para a melhoria da saúde da comunidade. Recomenda-se a ampliação dessa abordagem, consolidando-a como prática regular e programada. Por fim, faz-se necessária a sistematização e avaliação contínua dessas ações a fim de potencializar seus resultados.
ASSISTÊNCIA EM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E DORES OROFACIAIS NA REDE PÚBLICA – 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DA REDE SUS-BH/MG.
Pôster Eletrônico
1 PBH
Período de Realização
2015 a 2025, Belo Horizonte-MG.
Objeto da experiência
A disfunção temporomandibular (DTM) é definida como um conjunto de condições musculoesqueléticas e neuromuscular, de origem multifatorial.
Objetivos
Descrever o serviço de DTM/DOF da rede SUS-BH, evidenciando o olhar à importância da interdisciplinaridade na atenção à saúde.
Descrição da experiência
O atendimento das demandas de disfunção temporomandibular e dor orofacial (DTM/DOF) vem sendo crescente devido à incidência do quadro na população. A Atenção primária à saúde (APS) é a principal porta de entrada e o centro articulador do acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS). O acolhimento do paciente com DTM/DOF inicia-se na unidade básica de saúde (UBS), com orientações mais abrangentes que impactam na qualidade de vida.
Resultados
A APS possibilita a resolução de grande parte das necessidades de saúde. Uma das práticas é a discussão dos casos em reuniões de matriciamento com a ESF e NASF, as práticas integrativas e complementares também podem contribuir no tratamento dos casos. Quando necessário, é realizado o encaminhamento do usuário, ao especialista da atenção secundária, para planejamento de melhor conduta no Centro de Especialidade Odontológica (CEO).
Aprendizado e análise crítica
O tratamento do usuário com DTM tem como objetivo a redução dos níveis de dor, a melhora da qualidade de vida e o restabelecimento da função do sistema mastigatório. A prática da Odontologia Baseada em Evidência (OBE) preconiza o tratamento com terapias conservadoras, não-invasivas ou reversíveis.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação desta especialidade na rede de Saúde Bucal, dentro do serviço de atenção primária e especializada visou organizar a integralidade do cuidado e trazer a inovação do cuidado em DTM/DOF; associado a práticas integrativas e complementares aplicadas à Odontologia na saúde pública com a construção de políticas de saúde bucal em DTM/DOF no município de BH.
ART COMO ESTRATÉGIA INTEGRADA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM TERRITÓRIOS VULNERABILIZADOS: EXPERIÊNCIA DA UPE ARCOVERDE
Pôster Eletrônico
1 UPE
Período de Realização
Experiência relativa aos anos de 2024 e 2025.
Objeto da experiência
Aplicação integrada do Tratamento Restaurador Atraumático (ART) como tecnologia social em espaços com menor acesso à saúde bucal.
Objetivos
Relatar a experiência de ensino, extensão e formação em ART na UPE Arcoverde, destacando sua aplicação em territórios com menor acesso à saúde bucal, promovendo cuidado, formação crítica e integração com a rede pública de saúde e com os profissionais preceptores.
Metodologia
A experiência articula estudantes, docentes e profissionais da rede municipal de Arcoverde. As ações envolvem triagem epidemiológica, atividades educativas com entrega de kits de higiene e aplicação do ART em creches, escolas e projetos sociais como o Projeto Colmeia. Paralelamente, oferta-se curso de formação para preceptores, com base em evidências atualizadas. A atuação conjunta fortalece o vínculo ensino-serviço-comunidade.
Resultados
A experiência ampliou o acesso ao cuidado em saúde bucal, promoveu aprendizado contextualizado e valorizou os preceptores como atores da formação. Observou-se maior preparo técnico dos estudantes, reconhecimento do ART como tecnologia de cuidado nos territórios e fortalecimento das metas locais de saúde bucal. A ação impactou positivamente a equidade em saúde, com adesão da rede e da população beneficiada.
Análise Crítica
A vivência demonstrou que o ensino técnico do ART, articulado ao contato com realidades vulnerabilizadas, fortalece a formação crítica dos estudantes. A inclusão de profissionais da rede como sujeitos ativos na experiência potencializa a integração ensino-serviço. O trabalho em espaços não clínicos demanda flexibilidade, diálogo intersetorial e planejamento ético e participativo. A experiência reafirma o papel social da universidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a continuidade e expansão de experiências que articulem ensino, extensão e cuidado com base na equidade. O ART mostrou-se eficaz como estratégia técnico-política, com efeitos positivos na formação e na ampliação do acesso. Fortalecer o papel dos preceptores e integrar ações com base no território são caminhos promissores para consolidar políticas públicas em saúde bucal.
ARTICULAÇÃO ENTRE ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM PARA AMPLIAR A ADESÃO AO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFS
Período de Realização
Outubro de 2022 até os dias atuais
Objeto da experiência
Incorporação do atendimento odontológico no dia da consulta de pré-natal na UBS.
Objetivos
Promover a adesão ao pré-natal odontológico por meio da integração entre profissionais da equipe de saúde, facilitando o acesso e o cumprimento dos indicadores de atenção à gestante.
Descrição da experiência
Na UBS Manoel de Souza, Aracaju/SE, a equipe instituiu o atendimento odontológico no mesmo dia da consulta de pré-natal. A gestante, ao ser atendida pela enfermeira na sua primeira consulta, era imediatamente encaminhada à dentista, que ajustou sua agenda para recebê-las. Isso reduziu barreiras e evitou faltas, garantindo o atendimento em uma única visita.
Resultados
A adesão ao pré-natal odontológico chegou a 100% da cobertura prevista, contribuindo diretamente para o cumprimento do indicador do Previne Brasil. A integração das agendas reduziu as faltas, fortaleceu o
vínculo das gestantes com a equipe e consolidou a saúde bucal como parte do cuidado gestacional, contribuindo para a redução de agravos agudos, partos prematuros e baixo peso ao nascer.
Aprendizado e análise crítica
A articulação entre profissionais é essencial para garantir o cuidado integral. A experiência mostrou que a reorganização da agenda e a condução ativa da gestante ao dentista eliminam barreiras e ampliam a
efetividade da assistência. Mesmo com o fim do Previne, a prática foi mantida por sua relevância.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância da integração entre enfermagem e odontologia no pré-natal. A adoção dessa estratégia é replicável em outras UBS, devendo ser estimulada como rotina para garantir cuidado
integral à gestante e melhorar indicadores.
CURSO EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A TRANSFORMAÇÃO DE PRÁTICAS
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Ceará)
Período de Realização
Abril de 2024 a junho de 2025, vinculado ao Doutorado Profissional em Saúde da Família da Fiocruz/Renasf.
Objeto da produção
Desenvolvimento,validação e implementação de curso EaD para cirurgiões-dentistas da APS,com foco na Educação Popular em Saúde aplicada à saúde bucal.
Objetivos
Desenvolver um curso autoinstrucional online para cirurgiões-dentistas da APS sobre práticas de cuidado em saúde bucal com base na Educação Popular; construir e validar a matriz instrucional; implementar no Campus Virtual Fiocruz e avaliar sua efetividade formativa.
Descrição da produção
Estudo metodológico baseado no modelo ADDIE, com seis etapas: análise das necessidades formativas; elaboração da matriz e plano pedagógico; desenvolvimento multimídia com abordagem andragógica; validação com especialistas via IVCES; implementação no Campus Virtual Fiocruz; e avaliação de impacto formativo pelo modelo de Kirkpatrick. O curso será autoinstrucional, estimulando o protagonismo do aprendiz e sua autonomia crítica.
Resultados
A tecnologia educacional foi validada por especialistas e será implementada em plataforma virtual ampliando o conhecimento sobre Educação Popular, promovendo a reflexão crítica e incentivando práticas educativas mais dialógicas. O curso preenche uma lacuna na formação dos cirurgiões-dentistas, otimizando a atenção à saúde bucal e transformando práticas por meio da reflexão sobre o trabalho. A democratização do acesso ao conhecimento por meio da EaD também potencializa o alcance dessa tecnologia.
Análise crítica e impactos da produção
Ao articular educação popular a uma tecnologia educacional autoinstrucional, observa-se o caráter inovador desse produto, que irá promover o protagonismo dos profissionais e a valorização dos saberes populares. O curso favorece práticas educativas mais humanizadas , críticas e dialógicas, contribuindo para o empoderamento das comunidades. Sua ampla aplicabilidade e disseminação no âmbito do SUS reforça seu potencial transformador para um cuidado integral e participativo.
Considerações finais
O curso reafirma a potência da Educação Permanente como estratégia para qualificação crítica dos profissionais de saúde.Além disso,ao integrar Educação Popular e tecnologias educacionais, a proposta ampliará o alcance da formação e promoverá mudanças significativas nas práticas educativas em saúde bucal.Esse produto representa uma ferramenta de fortalecimento do SUS e da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS).
ÁLBUM SERIADO COMO FERRAMENTA PARA QUALIFICAÇÃO DO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFAM
Período de Realização
Março a dezembro de 2025.
Objeto da produção
Protótipo de álbum seriado educativo e ilustrado com o tema "pré-natal odontológico".
Objetivos
Desenvolver um protótipo de ferramenta física prática e baseada em evidências para instrumentalizar os profissionais da Atenção Primária à Saúde no cuidado à saúde bucal de gestantes; desmistificar mitos e tabus sobre o pré-natal odontológico e promover saúde bucal materno-infantil.
Descrição da produção
A construção do protótipo seguiU três etapas. Primeiramente, uma revisão de escopo foi realizada para mapear a literatura e identificar os eixos temáticos prioritários. Na etapa seguinte, foram feitas a seleção e a estruturação do conteúdo do álbum. Por fim, foi realizada a diagramação e o esboço ilustrativo, priorizando a representatividade amazônica.
Resultados
O produto final possui dois blocos complementares. O primeiro, voltado às gestantes, contém linguagem acessível ilustrações que detalham o pré-natal odontológico, desconstroem mitos, explicam benefícios e orientam sobre saúde bucal materno-infantil. O segundo, voltado aos profissionais, contém fichas-roteiro, fluxogramas, quadros-resumo, sinais de alerta, QR code para materiais complementares e estratégias de comunicação.
Análise crítica e impactos da produção
Diante de lacunas de recurso, informação e formação, a ferramenta pode ser útil para dirimir dúvidas e inseguranças dos profissionais e das puérperas, dotar a equipe multiprofissional de um material educativo de uso individual ou coletivo, melhorar a adesão das gestantes ao pré-natal odontológico contribuir e com a promoção de saúde bucal materno-infantil.
Considerações finais
Este protótipo de álbum seriado é uma ferramenta educativa estratégica para qualificar o pré-natal odontológico. Ao unir diretrizes e evidências com linguagem visual acessível, ele pode oferecer às equipes multiprofissionais um instrumento educativo que atenda às demandas do dia a dia, fortalecendo o pré-natal odontológico na Atenção Primária à Saúde (APS) e promovendo a equidade.
VOCÊ SABIA QUE A SAÚDE DA SUA BOCA TEM RELAÇÃO COM A SUA SAÚDE MENTAL?
Pôster Eletrônico
1 FURB
Período de Realização
Março a julho de 2025.
Objeto da produção
Produção de vídeo educativo para conscientizar sobre a conexão entre saúde mental e bucal, exibido em salas de espera de serviços de saúde.
Objetivos
Promover a conscientização da população sobre a relação entre saúde mental e saúde bucal, por meio de um vídeo educativo exibido em salas de espera de unidades de saúde, contribuindo para a promoção da saúde e o cuidado integral.
Descrição da produção
O projeto iniciou com revisão bibliográfica nas bases BVS e CAPES sobre saúde mental e bucal. Estudantes de psicologia e odontologia criaram roteiro acessível, integrando teoria e prática da disciplina Produção Técnica e Científica I (FURB). O vídeo, com cerca de 3 minutos, foi gravado em junho e será finalizado em julho. Etapas: planejamento, pesquisa, redação, revisão, gravação, edição e apresentação.
Resultados
Espera-se que o vídeo contribua para maior conscientização sobre a relação entre saúde mental e bucal. Resultados esperados: mais informação, estímulo ao autocuidado, redução do estigma em saúde mental, sensibilização de cuidadores, fortalecimento do cuidado integral. A produção também proporcionou formação interdisciplinar aos autores e poderá ser replicada em outros contextos.
Análise crítica e impactos da produção
A produção evidenciou o potencial das mídias acessíveis na educação em saúde, especialmente em contextos de espera. A abordagem interdisciplinar entre psicologia e odontologia mostrou-se eficaz para promover o cuidado integral. Como desafio, destacou-se a tradução do conteúdo técnico para uma linguagem simples e inclusiva, incluindo pessoas com baixa escolaridade e letramento limitado.
Considerações finais
O vídeo reforça a importância de integrar saúde mental e bucal na atenção à saúde. Sofrimento psíquico pode dificultar o cuidado oral, e problemas bucais afetam autoestima e bem-estar. Materiais como esse devem fazer parte das rotinas de saúde, com atualizações periódicas. A proposta contribui para um cuidado mais humano, integral e conectado às necessidades da população.
MANUAL DAS DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL PARA IMPLEMENTAÇÃO NO NÍVEL LOCAL
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde (CGSB/SAPS/MS)
2 Ministério da Saúde (COAPRO/SESAI/MS)
Período de Realização
Janeiro de 2024, durante a Oficina de Coordenadores de Saúde Bucal, em São Paulo.
Objeto da produção
Manual com as ações estratégicas para implementar as diretrizes da Lei nº 14.572/23, conhecida como a Lei da Saúde Bucal
Objetivos
Realizar uma discussão coletiva, com distintos atores sociais que coordenam e executam a Política Nacional de Saúde Bucal nos territórios, para auxiliar na construção de um manual de implementação das diretrizes da Lei da Saúde Bucal, coordenado pela Coordenação Geral de Saúde Bucal (CGSB).
Descrição da produção
Gestores estaduais e municipais participaram de uma oficina de trabalho, em janeiro de 2024, no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo. O grupo ficou responsável por desenvolver as ações para auxiliar na implementação das diretrizes da Lei 14.572: gestão participativa, ética em saúde, acesso universal, integralidade em saúde, vínculo, educação permanente, avaliação e planejamento em saúde, vigilância em saúde bucal, fomento à pesquisa, vigilância sanitária de fluoretação das águas.
Resultados
Foi consolidada uma proposta de documento, revisado pela CGSB, na qual é apresentada o produto da proposta das Diretrizes e suas ações para implementação, além de um breve resgate histórico da Política Nacional de Saúde Bucal e a importância da aprovação da Lei 14.572/23 para a população brasileira. Este documento foi publicado e divulgado no site do Ministério da Saúde e versões impressas foram entregues em eventos oficiais da CGSB pelo Brasil.
Análise crítica e impactos da produção
O documento tem a função de guiar todas as ações de trabalho dentro da CGSB, bem como a elaboração de atos normativos e foi material norteador para elaboração do curso de atualização “Formação em Saúde Bucal: Processo de Trabalho e Implementação Municipal da Política Nacional De Saúde Bucal (PNSB)”, voltado para equipes e gestores de saúde bucal. É um documento que reúne uma visão estratégica do que se espera para a Política nos próximos anos, como a consolidação do direito à saúde bucal.
Considerações finais
Este documento configura a sistematização de ações estratégicas para a implementação das diretrizes da PNSB. Estas ações estratégicas seguem sendo aprimoradas nos espaços de governança e controle social do SUS. A CGSB trabalha com a perspectiva de permanente desenvolvimento das estratégias para implementação destas diretrizes. Por isso, não deve ser visto como algo engessado, mas como algo permanentemente aberto ao debate e à construção coletiva.

Realização: